Devido à conveniência estavam naquela situação. Aomine e Momoi dividiam um apartamento que era próximo da faculdade que estudavam. Mesmo que se conhecessem há tanto tempo a oportunidade de morarem em um mesmo espaço os fizeram a aprender coisas um do outro que nem imaginariam.

Aomine era bastante organizado para a personalidade solta que aparentava. As revistas de modelos estavam arrumadas por edição e ordem alfabética. Assim como mesmo que não fizesse faxina todos os dias o apartamento sempre lhe parecia brilhante.

“Aomine é do signo de Virgem” Midorima havia lhe dito como se respondesse todas as suas dúvidas. E era naqueles momentos que a garota se perguntava por qual motivo o colega tinha decidido em fazer exatas como ela. Mas, claro, nada contra. Ela até comprou uma revistinha a respeito.

“Podem ser perfeccionistas” Era o que havia sobre o signo. Mas por algum motivo achava que Aomine só poderia estar brincando com ela. Satsuki concluiu “ele deve estar querendo mostrar que é uma melhor dona de casa do que eu”

Para Satsuki isso parecia fazer todo o sentido do mundo, ainda mais depois de sua última infrutífera tentativa de fazer um bolo.

– Satsuki, o que pensa que está fazendo? - Aomine questionou com um tom mais sério.

– Hum... Nada demais, Dai-chan. - Satsuki falou deixando a revista no local onde a tinha pegado.

– Certo... E porque elas estão bagunçadas? Queria alguma coisa?

Aomine não parecia tão furioso, mas isso não impediu Momoi engoliu em seco. De vez em quando ela se deixava levar demais, por um lado infantil que tentava esconder bem dos outros, e acabava fazendo coisas que se arrependia. Provavelmente Aomine estava chateado com ela, apesar de tudo.

Quando estava prestes a arrumar qualquer desculpa ou simplesmente sair dali Aomine se aproximou de si e bagunçou os seus cabelos com uma das mãos. Um sorriso de canto se fez em seu rosto.

Satsuki ficou surpresa com o gesto do outro. O suficiente para que qualquer possibilidade em seu cérebro foi descartada. Seu rosto esquentou quando Aomine disse:

– Agora estamos quites.

Desde quando Aomine Daiki conseguia ser tão maduro? Seu coração batia acelerado em seu peito. Talvez fosse a faculdade ou alguma outra coisa estava acontecendo.

Diziam por aí que o amor deixa as pessoas melhores.

Ah, não. Ela era uma prova viva de que isso não era bem verdade.

A sala estava uma bagunça. As almofadas estavam espalhadas pelo chão, assim como seus cadernos. Tinha ficado nervosa e revoltada quando não deveria haver nada demais ali.

Quem disse que o amor dava forças a alguém?

– Vai ficar ai?

Apenas naquele momento Momoi percebeu que Aomine não estava mais diante de si, e sim na divisória para outro cômodo.

Momoi não entendeu o que Daiki queria dizer a princípio, porém isso não demoraria a ser esclarecido:

– Anda. Que eu ainda tenho que te ensinar a não destruir a cozinha.

Momoi tinha que colocar sua racionalidade no comando dessa vez, não seria nada demais apenas deixar aquela afirmativa de lado e realmente cozinhar algo comestível.

Porém de seus lábios apenas saiu uma única palavra, e bem irritada até:

–... Dai-chan!

E quem disse que haviam mudado? Mesmo que o tempo passasse e águas de um mesmo rio nunca permanecessem as mesmas, elas ainda continuariam ali, em um cotidiano infinito. E Satsuki não poderia pedir nada mais feliz que isso.