Rosa maldita - A cápsula do tempo escrita por Selena Cullen


Capítulo 3
Capítulo 2 – Cullen e Swan


Notas iniciais do capítulo

Demorei, eu sei, mas gostei do resultado final, e espero que vocês tbm gostem. Boa leitura



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Sobrenome: Cullen

Nome: Renesmee Carlie Cullen

Filiação: Elizabeth Cullen

Data de nascimento: 11 de setembro de 1997

Profissão: Estudante do ensino médio, modelo e miss

Estado civil: Namorando James Gigandet

Personalidade: Renesmee é confiante, determinada, orgulhosa, querendo resultados pode até ser trapaceira em último caso, tudo que ela quer é ser primeiro lugar sempre, e o orgulho da sua mãe não muito presente, mas no fundo é uma garota sensível e romântica

Renesmee Cullen

Cabelos bronze brilhantes

Dentes brancos

Magra

Elegante

Postura em cima do salto

Não, ainda não esta bom. Preciso ser mais magra

De joelhos dobrados e olhos fechados, as lágrimas correm insistentes pelo meu rosto, enrolo meu cabelo em um coque mal feito, apoio as mãos no vaso, e logo já estou pondo tudo para fora, todo meu jantar é vomitado dentro do vaso, e parece que consigo jogar toda a insegurança e fragilidade dentro de mim

Quando termino, respiro fundo algumas vezes tentando controlar minha respiração alterada pelo choro, limpo minha boca e puxo a descarga

Levanto cambaleando, apoio minhas mãos na pia de vidro, tento não olhar meu reflexo no espelho, mas é impossível, estou horrível

Meu cabelo loiro bronze esta amassado, despenteado, minha boca antes rosada não tem cor, minha pele esta mais pálida que o normal, e há uma bolsa arroxeada debaixo dos meus olhos, resultado de tanto chorar. Agradeço a Deus por ser o meio da madrugada e ainda ter tempo de meus olhos voltarem ao normal pra a aula

Lavo meu rosto, amarro meu cabelo em um rabo de cavalo, e saio do meu luxuoso banheiro para meu enorme quarto cor de rosa, estou apenas usando um vestido de seda, leve demais para a noite fria, então pego um casaco qualquer e abro a porta de vidro da varanda

O ar esta congelante, e a visão das árvores do quintal são um grande nevoeiro, de qualquer maneira, não deixa de ser belo

Puxo meu cordão católico para fora da blusa do pijama, um terço, seguro a cruz prateada de Jesus nas mãos e mentalmente peço desculpas, não sei exatamente pelo que, mas sei que de alguma forma que o que fiz foi errado. Mas que alternativa eu tenho? Não posso engordar

Penso em minha mãe... Será que ela já precisou fazer algo parecido?

Minha mãe é a super modelo Elizabeth Cullen, em nível da brasileira Gisele Bündchen, ela já desfilou para grandes estilistas, revistas, eventos, foi capa da Vogue três vezes, uma vez mulher mais sexy do mundo... Simplesmente ícone de modelagem, de agora 42 anos, porém ainda linda e poderosa requisitada em muitos eventos de moda, principalmente na Europa

Natural de Forks como eu, esta é sua cidade preferida, sempre que tem tempo esta aqui comigo, o que realmente não é muito tempo por causa da sua agenda lotada de compromissos

Hoje ela não esta em casa, voltará apenas para o festival em uma semana, porém para minha sorte, desta vez não preciso ficar sozinha. Quando ela voltar, nós vamos conversar sobre os meus próximos testes, e vou precisar contar que não passei outra vez para um comercial, sinceramente não sei como fazer isso

–Renesmee? – ouço ele me chamar, mas não me viro para olhá-lo, apenas encaro a paisagem – Eu sei que você esta acordada

Ouço-o abrir a porta do meu quarto, e logo já esta caminhando para a varanda

–Eu ti ouvi chorando

–É um país livre, britanicozinho – eu respondo sem olhá-lo, este é Edward Cullen, meu primo em primeiro grau, filho do meu tio Carlisle Cullen

–Uau... Os americanos gostam de nos lembrar que não somos daqui

Eu apenas sorri

–Por que você não olha pra mim?

Viro-me silenciosa, mas sou incapaz de olhá-lo nos olhos, em vez disso cruzo os braços e encaro o piso

–Por que esta chorando? – ele foi direto

–É que... – eu suspirei pensando em como responder essa pergunta, meu primo e eu somos próximos desde pequenos, e me sinto horrível só em pensar em ter que mentir para ele – Fui a um teste pra comercial de Xampu em Port Angeles, fui rejeitada, a diretora achava que eu não era magra o suficiente. Nem sei como vou contar isso pra mamãe

–Você é linda, Renesmee – ele me assegurou limpando minhas lágrimas – é especial, eles que perderam

–Legal você achar isso, mas sua opinião não conta, a dos chefões que sim – respondo sem animo

–Minha opinião deveria valer, aquelas garotas são um saco de ossos! Já peguei umas aí, não tem nem o que pegar – ele diz com um sorriso maroto e eu não posso evitar rir – não liga pra isso, você já venceu três concursos de beleza

–Concursos pequenos, com um bando de caipiras – eu bufei – isso não vai me trazer grandes trabalhos

–Você já tem idade pra vencer a Miss Forks

Faço uma careta. Vencer Miss Forks é quase uma questão de honra, levando em consideração que minha mãe já foi Miss Forks três vezes e minha avó uma vez, o problema é o maldito prefeito da cidade

Paramos de conversar, e eu apenas me encaixei em seus braços, calada e pensativa

–E você? – eu pergunto depois de um tempo

–Hum?

–Tio Carlisle...

Edward enrijeceu, seus olhos endureceram e seus braços ao redor de mim se afrouxaram

–Renesmee com todos os assuntos do mundo você vai perguntar isso? – ele pergunta frio – Falamos disso cem vezes, estou cansado

–É seu pai, Edward. Não acredito que vão continuar com essa besteira – eu uso meu tom de sermão

–Se continuar falando dele, eu vou embora agora. Entendeu?

–Acho que os problemas de vocês podem ser solucionados, com uma boa conversa, - eu digo firme separando nosso braço e tentando olhá-lo nos olhos verdes - eu sei que são diferentes, mas são pai e filho, é obrigação dele ti ouvir

–Tchau Renesmee – Edward diz de maneira grosseira dando as costas para mim

–Ei Edward, volta aqui!

O loiro não me respondeu, apenas continuou andando até sair do meu quarto batendo a porta... Idiota!

Entro no quarto e fecho a porta da varanda, Edward tem um coração muito gentil, mas é e sempre será um cabeça duro, tenho medo do que ele é capaz de cabeça quente

Tiro o caso e deito na cama frustrada. Afofo o travesseiro a socos e deito outra vez

Tateio a mesa do lado da minha cama, pego meu celular, um iPhone 6, e vejo se ele esta online, a primeira mensagem que aparece na tela é do prefeito

Aro Volturi

Tem pensado em mim, querida? Tenho uma surpresa para você, verá em breve

Ah claro, tenho pensado em você, morto. Seria ótimo!

Aro Volturi é um maldito corrupto, que tem certa “amizade” com minha mãe, ela também não gosta muito dele – até por que desconfio que ele dê em cima dela – mas o suporta pelo status. Casado há nos com a primeira dama Sulpicia, com um filho Corin, seu passatempo preferido nos últimos dois anos é encher meu saco com tentativas estúpidas de me ter na cama

Meu namorado é James Gigandet, um jogador do time de futebol americano da escola, popular e muito bonito, bom namorado, um dos rapazes mais desejados do colégio... Porém não o amo desta maneira, nós somos amigos há um ano, e achamos que namoro seria bom, estamos juntos há três meses, mas para mim, ele é meu irmão, o quero bem de todas as maneiras possíveis, não quero magoá-lo, não quero perdê-lo, mas ainda não encontrei forças para terminar

Tenho uma queda pelo mesmo rapaz faz três anos, ele é incrível!

Nunca tive problemas com rapazes, sou bonita e rica, posso ter qualquer um que desejar, eles me querem, mas este é diferente, é especial, o único por quem eu daria um braço para conseguir, e o único que nunca me olhou por mais tempo que o necessário, para ser sincera, nem ao menos consigo falar com ele sem parecer uma idiota, e já tentei varias vezes esquecê-lo, mas não obtive muito sucesso

Jacob Black. Um aluno mediano. Não é de equipes como basquete e futebol, o lance dele é artes marciais, e eu já assisti algumas de suas lutas, ele é ótimo! É determinado, confiante, sexy, amigo...

Porém não é nenhum dos dois que estou verificando online

Princesa vermelha:

“Você esta acordado?”

Sonserino de Prata:

“Sim rsrs

A dorminhoca ta fazendo o que acordada?”

Este é meu amigo fake. Nós conversamos a cerca de cinco meses por mensagens, nos conhecemos em um blog de debates sobre Harry Potter, uma paixão infantil que me aflige até hoje. Sonserino e eu nos tornamos bons amigos, ele é da minha cidade

Princesa vermelha:

“Estou triste, não consigo dormir, e para piorar deixei meu primo bravo, um cabeça dura”

Sonserino de Prata:

“Pense pelo lado positivo. O festival do Renascimento esta chegando! Você vai me conceder uma dança, princesa?”

Princesa vermelha:

“Um encontro para nos conhecer?”

Sonserino de Prata:

“Esta bem na hora. Você não acha?”

Princesa vermelha:

“É, você tem razão”

***

Pronta e poderosa para ir para aula. Blusa lilás simples, saia rosa de babados brilhantes e salto alto, sou Renesmee Cullen, popular, rica e bonita, ícone de moda da escola, qualquer garota queria ser minha amiga, sou superior, consigo o que eu quero, nada pode me derrubar

Admirei-me no espelho depois de terminar a maquiagem, Edward tem razão, eu sou linda e eles perderam, eu repeti isso algumas vezes na minha mente para me dar certeza disso

Sou alta e magra. Pele branca, rosto avermelhado, olhos castanhos, lábios rosados e longos cabelos loiros bronze. Eu pareço uma boneca de porcelana, mas tenho um sorriso mortal que faz os homens babarem

Olho para o quadro da minha mãe do lado o espelho, uma mulher loira e perfeita de invejáveis 1.80 de altura, a modelo perfeita de carreira

–Eu vou provar que sou tão boa quanto você mãe, você vai sentir orgulho de mim

Ensaio meu melhor sorriso no espelho, quando de repente, pelo reflexo do espelho, vejo que há alguém na minha janela, atrás da minha delicada cortina cor de rosa, tem uma moça na minha varanda, vestida toda de preto, pálida, com curtos cabelos loiros

Viro-me assustada, sem reação para gritar, mas ela não está mais lá. Olho em volta para ver se a tal garota esta por ali, mas não esta. Ando devagar para perto da minha janela fechada, longe quase um metro da fechadura me inclino para olhar, pois estou com medo demais para chegar mais perto que isso. Estou no segundo andar, quem era a doida lá fora?

–Renesmee! – Edward gritou do primeiro andar me dando um susto

Sento na cama com uma mão no coração e pego minha mochila

–As garotas estão aqui! – ele gritou

Levanto com a mochila nas costas, fecho os olhos por alguns segundos, e quando os abro já estou com o melhor sorriso que eu poderia dar. Desço as escadas com elegância e calma, Kate, Tanya e Irina já estão lá, mas as três também loiras estão mesmo é olhando para meu primo e não para mim

O loiro da um sorriso, pisca para nenhuma em particular e sai para a garagem, provavelmente irá em seu Volvo prata para a escola, o coro de suspiros depois disso foi quase como se fosse ensaiado e eu apenas ri

–Amiga seu primo é do babado! – Tanya diz com um sorriso enorme chegando perto – Ele tem namorada?

–Gosta de loira né? - Irina pergunta animada

–Tanya deixa de ser oferecida... Irina também – Kate tentou repreender – Ele tem?

–Não – eu respondi rindo – solteiríssimo, meninas, é de quem pegar primeiro. Irina eu não sei, acho que sim

As meninas comemoraram menos Kate

–Fica pra vocês meninas, - Kate diz jogando o cabelo loiro para trás – eu vou tentar a sorte com outro gato

–Não me diga que o Garrett ti chamou para sair? – eu digo animada

–Sim! – ela respondeu com a mesma animação balançando seu celular – Nós vamos juntos ao cinema

–Então a batalha é nossa – Tanya diz trocando olhares com Irina, mas sei que estão brincando

–Vamos logo, vamos no atrasar

Sobrenome: Swan

Nome: Isabella Marie Swan

Filiação: Esme Swan e Charlie Swan

Data de nascimento: 13 de setembro de 1997

Profissão: Estudante do ensino médio e escritora

Estado civil: Solteira

Personalidade: Isabella é Inteligente, doce e tímida, não sabe muito sobre mim, e esta determinada a fazer as pessoas nunca a notarem, mas isto esta prestes a acabar, pois vai descobrir que pode ser muito feroz e interessante, é muito talentosa em artes como cantar, compor, escrever e atuar, uma verdadeira artista

Bella Swan

Eu não sou louca. Eu não sou louca. Eu não sou louca. Eu não sou louca. Eu não sou louca. Eu não sou louca.

Eu não sou louca. Eu não sou louca. Eu não sou louca. Eu não sou louca. Eu não sou louca. Eu não sou louca.

Eu não sou louca. Eu não sou louca. Eu não sou louca. Eu não sou louca. Eu não sou louca. Eu não sou louca.

Quem sabe um dia eu descubra por que certas coisas acontecem comigo. Quem sabe um dia eu não precise mais das paredes que eu construí a minha volta, talvez eu vá rir um dia de tudo isso, mas por enquanto, eu prefiro não arriscar

Afinal, qual é o meu problema? Segundo minha mãe é apenas estresse emocional depois da morte do meu pai. Ele morreu quando eu tinha doze anos, e a coisas desandaram para mim a partir de então. Segundo minha psiquiatra – sim, isso que você leu, psiquiatra – eu sou esquizofrênica

Juro que eu queria, eu queria de verdade achar que as minhas “alucinações” são coisa da minha cabeça, que sou uma louca esquizofrênica, mas sinceramente é impossível. Acho que sou completamente normal, o resto do maldito planeta é que não é, o conflito é que são tentas pessoas durante cinco anos ti dizendo o contrário, você começa a repensar se isso é verdade

Estou beirando o ridículo, meu Deus...

É de manhã, e já estou pronta para aula. Encaro o céu acinzentado e respiro fundo deixando a janela do meu quarto embaçado. A vista é o jardim, tem um velho balanço de pneu pendurado a uma árvore tão velha quanto eu, e meu irmão enorme este sentado no balanço infantil jogando uma bola de basebol para cima e para baixo, Emmett Swan

Eu queria ser a única há lembrar que dia é hoje, mas ao que parece, ele já sabe

–Eu não sou louca – eu repeti

–É sim – uma voz risonha respondeu

Viro-me sem surpresa para encarar o espectro

Cabelos castanhos escuros, lisos, compridos até os ombros, olhos negros e pele pálida, magro, porém com músculos subdesenvolvidos, uma cicatriz fina em cima da sobrancelha esquerda e uma marca vermelha no pescoço a dentes parecido com uma mordida

–Muito engraçado – respondo sem humor

–Todo mundo diz isso, talvez seja verdade – ele sorriu com os dentes brilhantes cruzando os braços, mas não parecia nada ameaçador apenas divertido – você vai hoje?

–E eu tenho escolha? – eu bufo – Segundo a receita médica preciso ir ao psiquiatra pelo menos duas vezes ao mês, sorte que não envolve mais remédios

–Isso é uma droga – ele suspirou – acha que alguém que você conheceu pode me ver? Sei lá, pelo menos em uma fotografia

–Acho que não, Gasparzinho

Este é Afton Scorpioni e... Bom, eu não posso apresentá-lo levando em conta que isso é tudo que nós sabemos sobre ele, o mesmo não sabe nem a idade ou se tem a família... Ah! E ele esta morto

Nós nos vemos há aproximadamente três semanas, e no início foi um susto, não que ele seja o primeiro fantasma que eu vejo, mas por que é um fantasma que este preso a mim, por motivo desconhecido. Todos os fantasmas que eu já conheci se parecem com ele... Ok, mais ou menos. Eles só têm seu próprio nome e mais nada, geralmente estão presos no lugar sepultado ou onde foi morto, mas Afton não

Afton pareceu desapontado, e eu forcei um sorriso reconfortante

–Nós vamos achar alguma resposta

–Não tem nenhum arquivo sobre a morte de alguém com esse nome na cidade, nem desaparecido, eu já conferi... – ele me interrompe cabisbaixo – Eu não tenho nada, e você nem sabe como me matar de verdade

–Deus proverá - respondo com certeza

Pego minha mochila e por último meu precioso caderno da capa vermelha

Desço as escadas e ouço uma música que é impossível não reconhecer

Smoke on the Water, de uma das piores do heavy metal, a banda Deep Purple. Ouvindo essas antigonas do papai é impossível não se lembrar dele se balando ao som de Rock cedo de manhã quando ia me acordar para a aula. Que saudade!

[https://www.youtube.com/watch?v=J-Z6Ar814t8]

Mamãe esta ouvindo da cozinha enquanto termina de comer o café da manhã, mas eu não vou para cozinha, resolvo comer na escola assim que lembro que ela me encherá de perguntas, então me dirijo à porta para ir andando

Minha calma e dedicação em me manter silenciosa vão par ao ralo, por que quando abro a porta não olho para frente e esbarro em ninguém menos que Jacob Black, o melhor amigo do meu irmão, ai que merda

Meu caderno cai os dois degraus da porta, e meu coração dispara quando o vejo se abaixar com aquele sorriso absurdamente perfeito para pegá-lo para mim, e estou paralisada de susto

Tenho uma queda por este garoto faz três anos. Ele é lindo! Engraçado! Inteligente! Amigo! E lindo de morrer, ai Senhor!

E eu na frente dele consigo ser mais idiota que o normal

–desculpe Isabella – ele diz pegando o caderno, porém as folha soltas caem espalhadas

–Tudo bem – eu respondo com um sorriso bobo – eu que não olho para onde ando

–É verdade – ele riu – você sempre esbarra nas coisas

Meu rosto fica corado instantaneamente, detesto isso, fico vermelha como um pimentão de repente e me entrego toda, principalmente na frente dele

Jacob Black é muito alto, com músculos definidos. Uma linda pele morena, olhos castanhos e curtos cabelos lisos, preto, com feições másculas mais de um homem do que um adolescente

O rapaz abaixa-se para pegar as folhas, e eu mal consigo me mexer, só me dou conta da besteira que estou fazendo quando ele do nada lê uma delas

–Você é legal, você é doce, mas eu ainda sou um pouco ingênua com meu coração...

–Me dá isso – e tirei da mão dele de imediato

–É bonito. Uma música nova?

Cantar, compor, escrever, atuar... Esse é meu tipo de passatempo favorito, então eu componho para as peças da escola, e somente isso, já que sou tímida, e me por em cima do palco não é uma idéia segura

–É, sim – eu digo envergonhada – não esta pronto, não sei se esta bom ainda

–Lê pra mim

Não pede isso por favooooor

Respira. Inspira. Respira...

–Eu?

–É, foi você que compôs

–O que veio fazer aqui? – eu tento mudar de assunto

–Pegar um trabalho com seu irmão, eu vou levar a maquete no meu carro – ele riu

–Ata. Ele esta lá no jardim

–Quem esta ouvindo essa música? – ele pergunta interessado

–A mamãe, ela esta na cozinha

–E então?

–Então o que?

–Vai ler para mim?

–hum... – eu gaguejo – a primeira estrofe... Acho

–Ok

Praticamente escondo meu rosto atrás do papel para começar a ler. Respira. Inspira. E com certeza não olhe para ele, Isabella!

–Você é legal, você é doce, mas eu ainda sou um pouco ingênua com meu coração. – eu leio com toda calma que eu consegui achar - Quando você está perto eu não respiro, eu não consigo encontrar as palavras pra falar, eu sinto faíscas, mas não quero ficar a fim de você se você não está procurando por um amor verdadeiro, não, eu não quero começar a ver você se eu não puder ser a única para você

–Muito bom – ele concluiu, e quando baixei o papel eu pude ver seu sorriso – vejo você depois, Isabella

–Até Jacob

Ele passa por mim, e eu apressadamente ponho as folhas no caderno e o caderno na bolsa como se minha vida dependesse disso, então saio andando rápido, mas meus passos diminuem quando preciso atender meu celular, é Angela Weber, minha melhor amiga

–Bom dia, garota! – Angela diz animada – Você vem tomar café na escola?

–Sim!

–Você ta nervosa, o que foi?

–Eu acabei de ler para Jacob

–O moreno gostoso? Como foi? Me conta tudo

–Foi de repente, esbarramos e ele pegou uns rabiscos de uma música nova... Fiquei tão nervosa!

–O que ele achou?

–Achou muito bom!

–Sobre o que era?

–Romance, sobre ele! Mas não deu para perceber, o coro ia acabar comigo, então li a primeira estrofe

Angela começou a rir na linha, e eu revirei os olhos, bela amiga eu tenho

–Um dia você vai ter que arriscar, amiga

–Eu? Não. Viu as antigas namoradas dele? São lindas!

–Você não é por que não quer

–Angela você não é popular, não é tão diferente de mim, não da pra dar palpite nisso

–Eita, TPM. Calma

Buzina. Pneu derrapando. Gritos... Tudo tão rápido que eu achei que viria em minha direção, porém era um carro cor de rosa no fim da rua que girou e parou bruscamente no meio fio, o motorista deve de alguma forma ter perdido o controle na pista molhada

Eu estava quase decidindo ignorar o acontecido quando vi que a garota dirigindo o carro estava com a cabeça em cima do volante, e as outras preocupadas e até desesperadas, quase que como instinto eu corri para mais perto

Não precisei perguntar para reconhecê-las, a desacordada é ninguém mesmo que Renesmee Cullen, uma das mais garotas mais bonitas, ricas e populares do colégio

–Estou ligando para a ambulância – Irina diz digitando rápido

–Renesmee, acorda! – Kate tenta acordar Renesmee

–Ai meu Deus, ela não esta respirando!

Não consegui dizer nada direito, apenas repeti coisas como “se afastem”, e tentei sentir se a Cullen respirava, mas nada, então eu abri a sua boca empurrando o queixo para cima com uma mão, e a testa para trás com a outra, assim ela começou a mexer os ombros em sinal que respirava

–Alô? – Irina começou a falar no celular enquanto saia do carro, nervosa, mexendo no cabelo e o pescoço

–Obrigado – Kate diz repetitivas vezes

–De nada – eu digo aliviada por ainda lembrar o que eu aprendi nos primeiros socorros dos escoteiros que aprendi quando criança – o que aconteceu?

–Eu não sei, - Tanya respondeu – nós estávamos conversando, e ela do nada começou a gemer e desmaiou

–Cullen? – eu pergunto – Você esta me ouvindo?

A loira não respondeu nada, continuou com os olhos fechados e nenhum sinal

–A ambulância esta a caminho – Irina avisou

–Nessie? – Tanya pergunta preocupada pondo o ouvido no peito da amiga e observando se ainda respirava

–Você me ouvindo? Faz alguma coisa para a gente saber

A loira desmaiada sussurrou algo inaudível, e começou a mexer os dedos, antes de entreabrir os olhos castanhos

–O véu... Esta comprometido


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