Passaram-se alguns dias, e agora era uma manhã de sexta-feira, finalmente. Samantha estava cansada. Todos os dias depois das aulas ela tinha que ajudar na biblioteca. Ela queria descansar, queria relaxar, se divertir.

– Bom dia querida. Não vai se levantar? – disse dona Luiza

– Oh bom dia. Só estou um pouco cansada, mas já vou.

Samantha ficou ali deitada por mais uns 15 minutos até que se levantou. Arrumou-se o mais rápido que pode e foi para escola. Logo que chegou, Mycca estava em frente o portão. De uns dias para cá, elas não tinham passado algum tempo juntas como costumavam, a não ser na sala de ala. Com a correria dos clubes de cada uma, ficava tudo mais difícil.

– Mycca, olá! – disse Sam.

– Ainda lembra-se de mim? – Mycca disse com afeição um pouco triste.

– Oh, não diga isso. Claro que eu me lembro, só não estou tendo tempo!

– Tudo bem... Eu entendo...

– Certeza? – Sam interrogou.

– Sim. – Mycca a respondeu com um sorriso. – Você está sabendo da festa que terá mais tarde? Quase todos da escola vão. – continuou

– Até agora não. (risos). Vamos? Preciso sair.

– Oh, não sou muito chegada.

Festa não era o que Sam mais gostava, mas na sua antiga cidade, de vez em quando saia com seus colegas, e chegava a fazer algumas coisas erradas, algo que sua mãe temia que fizesse novamente. Mas na verdade, era ó algum modo de extravasar.

– Vamos. Por favor! Lembra-se do que eu fiz por você, te livrei do diretor. Poderia fazer isso por mim agora? – Samantha disse com um olhar de peixe morto.

– Oh, chantagem (risos). Tudo bem, vamos, vamos.

– Eba, muito obrigada Mycca. – Sam a abraçou.

Elas seguiram para a sala. Hoje tinham somente uma aula, com a professora Lucy, de história.

– Bom turma, antes de irem embora, vou passar um trabalho para vocês. Quero que pesquisem e deem suas opiniões sobre anjos e demônios, céu e inferno. Quero para semana que vem, agora estão liberados!

Elas saíram, e foram até o portão.

– Nos encontramos em frente à escola 20h00min, certo? – Mycca perguntou.

– Certo. Até mais e sem atraso (risos)

Samantha voltou para dentro da escola, e seguiu até a biblioteca. Taylor não estava. Ela tinha que começar sozinha. Empacotou os livros que seriam mandados para outra instituição, e tirou os livros novos da caixa. Colocou os livros deixados sob a mesa em suas devidas prateleiras e finalmente acabou. Quando estava abrindo a porta para sair da sala, ouviu um barulho, ela tinha batido em alguém. Pensou que era Taylor, mas...

Era Brad.

– Oh, sinto muito. Como você está?

– Eu estou bem – disse passando sua mão na testa – Eu vim ajudar com a biblioteca, Taylor não pode vim hoje. – prosseguiu.

– É eu percebi... Mas eu já acabei, obrigada.

– Certo então... Eu te vejo mais tarde na festa? – perguntou.

– Todos sabem dessa festa?

– É a festa que mais enche todos os anos. Não poderíamos deixar de saber.

– Ah sim. É, acho que estarei lá. – Sam respondeu.

– Então até mais. – Brad disse enquanto saia pelo corredor e acenava.

– Até...

Samantha continuou trancando a porta e enfim pôde ir para casa. Assim que chegou, foi logo avisar sua mãe sobre a festa.

– Mais tarde vai ter uma festa, e todos da escola vão está lá. Eu estava pensando se eu poderia ir...

– Você vai com quem? E estará de volta que horas? – dona Luiza indagou.

– Vou com uma colega, e não sei.

– Não Sam. Você não vai. Você mal conhece o bairro, muito menos as pessoas que estarão lá. Desculpe-me.

– É o que? Você mesma diz que eu tenho que conhecer o bairro, que seria bom, e agora está me proibindo de ir numa festa? Eu não entendo. – Sam aumentou o tom

– Olha como você fala comigo mocinha. Eu já disse que não. Você já me causou muitos problemas com isso, e dessa vez vai ser do meu jeito.

Nessa hora os olhos de Samantha encheram-se de agua, ela ouvira sua mãe dizendo que ela a dava muitos problemas... Isso a machucou, e como... Ela não disse nenhuma palavra, e apenas subiu para seu quarto.

– Sam... – disse sua mãe, percebendo a situação.

Era exatamente 19h00min, desde a hora que Sam chegou no seu quarto, estava pensando o que iria faze. Não podia deixar Mycca esperar. E não tinha como se comunicar. Então Sam estava decidida, ela ia sair escondida.

Começou a se arrumar no próprio quarto, sem fazer sequer um barulho. Perto da janela de seu quarto, havia uma arvore, Sam não tinha outro jeito de sair dali, a não ser pela arvore. Então respirou fundo e foi descendo... Com movimentos leves... E cá estava Sam, já em pé no chão. Foi andando o mais rápido que podia para chegar à escola em ponto. Quando chegou, ali estava Mycca.

– Sem atraso né. – Mycca riu.

– Eu tive alguns problemas. Vamos?

– Vamos. Por aqui...

Elas caminharam durante uns 30 minutos, e quando entraram em uma rua estreita, puderam ver uma luz muito forte vinda de uma casa bem grande e antiga. Era ali.

Entraram.