Pov Autora

O dia de Ally foi um tanto quanto cansativo. A garota passou o dia com sua mãe arrumando a casa para a festa de aniversário, ela não poderia estar mais feliz...pena que nada dura para sempre.

–Mamãe, esse vestido ficou bonito em mim?

–Claro que sim filha. Está parecendo uma princesa!

–Obrigada. Mãe, cade o papai?

O sorriso murcha da cara da mulher e ela desvia o olhar da filha...

–Ele teve um imprevisto e não vai poder vir, sinto muito minha filha.

–Ah...tudo bem

A criança abaixa a cabeça e engole o choro. Estava decidida a não chorar hoje, a noite seria dela...

Quando desceu, teve a maior surpresa de todas: Seus amigos já a esperavam e sua casa estava lotada de presentes. Havia de todos os tamanhos e cores, não esperava a hora de poder abrir todos eles...

–Feliz aniversário Ally!!

–Austin, você veio!

–claro, achou que iria perder o aniversário da minha melhor amiga?

as duas criancinhas se abraçam e vão brincar com o resto da turma.

(...)

–Feliz aniversário Ally!!- gritam todos

A garota apaga as velinhas com um grande sorriso e todos batem palma. Sua mãe corta o bolo e depois de umas horas a festa termina.

Depois de limpar tudo com sua mãe, Ally sobe correndo as escadas da casa e vai para o seu quarto.

Ela tropeça numa caixa e automaticamente lembra do diário que recebeu daquela senhora misteriosa.

–Hum...acho que não vai acontecer nada se eu escrever, certo? É apenas um diário...

Ela vai até sua mochila, pega uma caneta roxa e começa a escrever:

"Querido diário

Posso dizer que hoje foi o melhor dia do ano, pelo menos até agora. Finalmente chegou o dia da festa do meu aniversário e eu pude fazer uma festinha como eu sempre quis. Bem, nem tudo...meu pai não pode vir. Ele disse que estava ocupado, mas disse que me amava muito. Sabe diário, desde o dia que encontrei a senhora que me o me deu eu meio que senti um alívio, mas eu não sei dizer, sou apenas uma criança, um dia eu descubro e você será o primeiro a saber. Ah, o Austin, meu melhor amigo, veio me ver hoje!! Eu fiquei tão feliz. O Austin mora em Miami e veio aqui só pra me ver...então diário, eu tenho que ir...beijos!

Ally Dawson Miller"

Ally guarda sua caneta e o diário debaixo do travesseiro e se ajoelha na cama:

–Papai do céu, obrigada por este maravilhoso dia, não poderia ser melhor. Por favor, abençoe meus amiguinhos, minha mãe que me ajudou e o meu pai...Amém.

Pov Penny

Eu não posso acreditar que aquele traidor sem vergonha faltou o aniversário da própria filha!

Eu deveria ter ouvido minha mãe, as mães tem sempre razão. Perdi a conta das vezes que ela me alertou dizendo que o Lester não prestava, que suas promessas não passavam de palavras falsas e sem nenhum compromisso...me sinto uma burra!!

E a Ally...oh, querida Ally. Eu sinto tanto por ter que passar por isso. Uma garota boa, com um coração puro não deveria pagar pelos erros dos pais, mas espero que isso sirva de lição, para que ela não caia no mesmo truque que eu cai...num simples jogo de palavra.

Estava tentando ler um livro com uma taça com um pouco de vinho em mãos quando escuto a maçaneta girando.

–Lester, é você?

Ninguém responde. Pego o primeiro objeto pontudo ao meu lado e vou em frente.

–Quem está ai?

–Não faça barulho...-sussurra

Viro rapidamente e tento acertá-lo, mas ele segura meus braços, tapa minha boca e acende a luz... Solto todo o ar que estava prendendo e fico furiosa:

–Lester, onde esteve o dia todo?! Você sabia que a festa da Ally, sua filha, era hoje e mesmo assim faltou? Qual é o seu problema?!!

–Cale a boca! Você mais que ninguém sabe que eu trabalho como um condenado para sustentar essa família.

–Esta falando a verdade Lester? Você trabalha que nem um condenado pra sustentar a nossa família? Hahaha, como pode ser tão cínico? Acha que eu não sei que tu tens outra na rua? você me da nojo!

Pov autora

A mulher estava a beira de lágrimas, mas isso era o minimo naquele momento. Escondida entre os dois sofás estava Ally, segurando suas lágrimas.

–Eu já mandei você calar a boca! Quer que a nossa filha nos veja brigando mais uma vez?

–Agora é nossa filha? Você não pensou na nossa filha quando decidiu passar o dia fora com aquela vagabunda!

–Cale a boca! - e como era de se esperar, o homem acerta um tapa em seu rosto.

Um silêncio surge. Depois de alguns segundos, o homem parece recuperar a sanidade que havia perdido a poucos instantes.

–Lester, você me bateu?!

–Me desculpe. - diz

Ele se vira, pega um travesseiro e as chaves do carro e sai. Sem explicações.

A mulher apenas toca o local em que foi agredida, fecha os olhos e vai para o quarto. Ao subir a escada, ela apaga as luzes e murmura um "Sinto muito Ally..."