POV MEIKO

Olha, não vou mentir pra você e dizer que depois que eu vi o Kaito e a Maria Chiquinha ambulante se beijando algo mudou dentro de mim... Acho que nunca havia percebido o que sentia pelo Kaito antes, ou não queria ver... Acho a segunda opção a mais correta... O fato é que agora eu sei. Por um instante, quando ele me contou que eles estavam namorando, me senti mal, achei que não teria mais chances, até porque eu havia dito a ela que não atrapalharia então precisaria ficar na minha, mas aí ele me dá um presente dizendo que ele havia terminado com ela... Ok, eu imaginei que fosse durar mais, foi um namoro relâmpago, tadinha a menina nem conseguiu aproveitar, mas quem sou eu pra questionar a decisão dele né?

Estávamos saindo da sala de aula depois de mais um dia cansativo de aula, Kaito me arrastou com ele para falar sei lá o que com o Kiyo e o Gaku, só fui porque precisava perguntar como andava o lance do Gaku com a Luka.

– Vocês tem anotado a matéria que vai cair na prova de química de semana que vem? – Kaito perguntou aos dois assim que nos aproximamos.

– Eu tenho, mas porque você não anotou, tava dormindo? – Perguntou Kiyo

– Eu estava ocupado fazendo o exercício, pedi a Mei-chan para anotar, mas ela estava com preguiça de abrir o estojo de lápis dela e pegar o caderno que, aliás, estava fechado e ainda dentro da bolsa dela. – Ele disse olhando para mim com um olhar repreendedor e eu só dei a ele um sorriso de deboche... Estou com preguiça até agora.

Enquanto os dois conversavam eu resolvi perguntar ao Gaku como andava o caso dele.

– E como vai você e a Luka?

– Ela tem conversado comigo normalmente, antes ela não fazia isso!

– Agora você tem que começar a dar algum sinal pra ela de que está interessado nela não só como amigo.

– Ah isso eu sei fazer, quer ver? – Ele perguntou para mim me dando uma piscadela.

– Vamos lá. – Sorri.

– Não é pra se apaixonar por mim. – Ele disse e eu dei um puxão em seu cabelo... Eu iria dar um peteleco na cabeça dele, mas eu não alcanço.

– Vai sonhando. – Eu disse e ele deu alguns passos para trás e deu uma disfarçada.

– Como foi seu dia? – Ele começou a atuação.

– Normal. – Eu disse o que eu realmente responderia um cara chegasse perguntando isso pra mim, achei interessante agir natural com ele, até porque a Luka não vai ser fácil.

– Sabe Meiko, uma coisa que sempre admirei em você foi seu jeito sincero, acho isso fantástico.

– Ah, brigada procuro sempre agir assim.

– Sim, você é bastante espontânea também e isso é bem legal... É bem divertido estar com você por perto. – Ele disse dando um sorriso simpático e eu ri.

– Também gosto de estar com você por perto.

– A gente podia sair, o que acha? Só pra conversarmos um pouco. – Ele perguntou sorrindo amplamente.

– Eu adoraria... – Eu disse sorrindo e aí ele começou a sorrir ainda mais. – Ah! Então é assim que você faz, caramba... Muito bom!

– Normalmente não é assim tão direto, eu costumo enrolar um pouco mais, mas Eu sei, eu sei... Sou um gênio da sedução.

– Não exagera.

– Sério que você iria mesmo sair comigo?

– Bem, se eu estivesse em algum lugar e alguém chegasse até mim com esse seu papinho, com certeza... Mas eu não poderia conhecer você... Porque conhecendo você do jeito que eu conheço a resposta seria um belo NÃO!

– Ok, eu entendo... Acha que vai funcionar com a Luka?

– Vamos todos torcer para que sim, mas ela é estranha, não faço ideia de como ela vai reagir, mas tenha fé em si mesmo Gaku, você vai conseguir. – Disse dando tapinhas amigáveis no braço dele.

Terminamos a conversa e eu o Kaito voltamos para o quarto assim que entramos, eu joguei minha mochila no chão o Kaito colocou a dele suavemente em cima de sua cama e começou a tirar os cadernos de dentro dela. Eu peguei meu celular para ver se haviam mensagens.

– Você e o Gakupo vão sair?

– Sim, eu e o Gaku estamos quase em um relacionamento sério, você não tinha percebido? Acho que ele é o homem da minha vida, quero casar com ele e ter 10 filhos lindos e morar numa roça com um porco de estimação. – Disse e ele me olhou com uma cara de surpresa.

– Isso é sério?

– É Kaito! Muito sério! – Disse com um tom visivelmente sarcástico... Como ele pode acreditar nisso? É um absurdo... Eu numa roça? JAMAIS! – Obvio que não, né? Eu lá quero ter dez filhos, morar na roça e muito menos ter um porco de estimação? Não sou tão louca assim.

– Mas... Você vai sair com ele? – Eu suspirei audivelmente, caminhei até a cama dele parando em pé em frente a ele.

– Você já ouviu falar em sarcasmo ou ironia? Eu não vou ser mais um nome na lista de garotas que ele já pegou... Óbvio que não vou sair com ele, ele estava me mostrando como ele faz para conquistar as garotas e eu tenho que admitir, ele é bom!

Ele só me respondeu com alguns acenos de cabeça e voltou a dar atenção aos seus cadernos eu fui até a cozinha beber água.

– Mei-chan, temos que começar o trabalho de química.

– Vai começando, aí quando ficar divertido você me chama, pode ser? – Disse já deitada em minha cama.

– Se eu fizer isso sozinho, vou dizer ao professor que não houve participação sua e você vai ficar sem nota. – Ele disse cruzando os braços.

– Você não faria isso. – Disse séria.

– Experimente pra ver. – Ele disse com um sorriso de desafio.

– Ótimo, não coloque meu nome então... Estou pouco me fodendo pra isso. – Rolei na cama dando as costas para ele, mas ele se levantou foi até minha cama e puxou meu braço me fazendo ficar de frente para dele.

– Me ajuda Mei-chan, é um trabalho muito chato, se eu fizer sozinho vai demorar muito, se você me ajudar vamos fazer isso mais rápido e você irá ganhar a sua nota. – Ele disse num tom de voz amigável tentando me persuadir.

– Eu odeeeeeio você! Vamos logo começar isso.

E assim ficamos a tarde inteira fazendo e refazendo a experiência, o nome é alguma coisa relacionada a relógio, mas não sei bem o que é, Kaito já me explicou quinhentas vezes como funciona, mas até agora não entendi, desisti de entender como aquilo acontece... Eu odeio química, só pra constar. No final foi divertido, quando a gente errava alguma coisa, não dava reação nenhuma ou acontecia alguma coisa estranha que não era pra acontecer.

– Viu, nem doeu fazer a experiência.

– Doeu sim, eu estou cansada e minhas costas estão doendo de ficar sentada no chão. – Eu disse choramingando.

Ele pegou meu braço me puxando em direção a ele, fiquei recostada contra o peito dele enquanto ele me abraça, seus braços circulavam minha cintura.

– Vai passar logo. – Ele disse baixinho e bem perto do meu ouvido fazendo com que minha nuca ficasse arrepiada.

Aiiinn, isso estava agradável, nem vou falar nada pra não estragar o clima sabe?...

Nós ficamos um tempo assim, até ele colocar a mão no meu rosto virando-o em direção ao rosto dele, ele olhou nos meus olhos. Senti meu coração se acelerar em meu peito, ele tinha um olhar intenso.

– Você é tão linda. – Ele disse enquanto acariciava minha bochecha.

Eu olhei para ele mais um segundo ou dois e uni nossos lábios lentamente. De início o beijo estava só sendo roçar de lábios, até que eu fiquei um pouco impaciente e aprofundei o beijo, podia sentir o sabor do seu beijo, abri um pouco mais minha boca para ele que começou a explora-la com sua língua. Gente, ele beija bem! Sentia meu coração bater forte contra meu peito, minha respiração estava um pouco estática... Já fiz isso várias vezes, mas jamais senti isso, estava sentindo uma sensação de felicidade muito grande.

– Por favor, fala pra mim que eu não estou sonhando? - Ele falou assim que nos separamos olhando para mim sorrindo, então eu dei um beliscão no braço dele e sorri.

– Ai! Isso dói. – Ele disse puxando minha mão do seu braço.

– Você não está sonhando, se estivesse com isso já teria acordado.

– Você é má. – Ele disse me puxando novamente para outro beijo.

Esse foi um pouco mais rápido, senti a mão dele em minha mandíbula a acariciando levemente e me impedindo de me separar dele, a outra ainda na minha cintura. Quando nos separamos sorrimos um para o outro e eu me virei para ficar de frente para ele, estava meio de lado antes, passei minhas pernas pelas laterais da cintura dele e me encaixei em seu corpo, passei meus braços pelo seu pescoço e deitei minha cabeça ali, o senti corresponder o meu abraço, suas mãos acariciavam tranquilamente minhas costas, eu podia sentir o cheiro de seu perfume e o calor de seu corpo contra o meu, sentia uma sensação de tranquilidade.

Ficamos assim um pouco mais, estávamos curtindo estar junto com o outro, até que começou a escurecer e eu fui tomar banho, quando voltei o quarto já estava limpo, não havia mais nenhum material espalhado pelo chão, assim que eu saí o Kaito entrou para tomar banho.

Já estava bem tarde então eu já estava deitada na cama jogando no celular, só pra fazer hora mesmo. Ele entrou no quarto e caminhou até minha cama, ajoelhou no chão, para dar a altura certa da cama e me olhou sorrindo, eu tranquei o celular e olhei para ele com uma sobrancelha levantada.

– Boa noite. – Ele disse me dando um selinho e acariciando minha bochecha.

– Boa noite. – Sorri.

Ele desligou as lâmpadas do quarto e caminhou para a cama dele. Eu me virei de frente para a parede e tentei tirar o sorriso que não saia dos meus lábios, sério eu estava tentando muito parar de sorrir, mas eu simplesmente não conseguia... Que merda! Ele estava me transformando em uma garotinha boba e apaixonada, ninguém merece... Só que, sabe... É bom! É uma sensação ótima, nem sei descrever... Acho que é parecido com o estar nas nuvens, já li sobre isso em algum livro ou algo assim. Ainda sorrindo, porque aquele sorriso não deixava meus lábios, já estava até sentindo dores nas bochechas, acabei por adormecer.

– Mei-chan, acorda. – Acordei com o Kaito sussurrando e acariciando minha cabeça, retirando alguns fios da minha franja do meu rosto, senti minhas bochechas esquentarem um pouco.

Eu me mexi um pouco e levantei, ele foi até a cozinha enquanto eu fui tomar banho e me arrumar, enquanto estava lá resolvi pensar um pouco, decidi que era melhor eu e o Kaito não ficarmos muito juntos como um casal quando estivermos com mais gente, porque será muito ruim para a Miku... Não sei por que estou pensando nela, mas acho que o melhor a fazer é isso, pelo menos por enquanto.

Quando saí do banho tomamos café e comentei com o Kaito sobre isso e ele concordou, então quando terminamos fomos direto para a aula e foi um dia extremamente chato, teve física e matemática no mesmo dia... Aiiinnn aí eu não aguento, acabei dormindo na aula de matemática e nem sei o que a professora passou... A professora tem a voz mais chata do universo, explica tudo como se fosse a coisa mais interessante do mundo, só que ela não percebeu que é interessante só pra ela... Ah e pra nerds que nem o Kaito e o Kiyo.

Quando terminamos eu fiquei com os meninos conversando um pouquinho e como vi que o assunto deles estava muito acalorado e agora sobre coisas que eu não tinha o menor interesse, como futebol americano, resolvi seguir para o quarto da Lola. Quando cheguei lá bati na porta e em seguida abri, quase levei um susto... Miriam estava sentada na cama dela mexendo no notebook e a Lola estava em pé em frente ao guarda-roupa com um milhão de roupas espalhadas pelo chão... Sério, gente aquilo parecia um mar imenso de roupas!

– Lolinha querida, o que está acontecendo? – Perguntei assustada.

– Eu... Estou procurando... Um vestido legal pra usar na festa de primavera. – Ela dizia enquanto fazia pausas pra olhar as roupas enquanto jogava as que estavam na mão dela para trás sem nenhum cuidado.

– Precisa fazer essa bagunça toda criatura?

– Se pelo menos a Miriam me ajudasse a procurar eu não estaria fazendo essa bagunça toda.

– Lola, ainda está faltando duas semanas para a festa, é inútil você se preocupar com isso agora. – Disse Miriam sem tirar os olhos da tela do seu notebook.

– Você é uma péssima amiga sabia?

Ela continuou procurando e eu fui me sentar ao lado da Miriam que não desgrudava os olhos da tela.

– Você está lendo o que?

– Ah é um livro de um romance besta que fiquei viciada.

– Achei que você só lesse livros sobre matérias ou extremamente intelectual.

– Nahhh... Também leio essas bobeiras, é legal pra se distrair um pouco.

Ouvimos uma batida na porta e logo a Clara entrou no quarto.

– Passou um furacão aqui nesse quarto? – Perguntou ela tentando não pisar em nenhuma roupa que agora já ocupava todos os mínimos espaços do chão.

– Se você veio aqui só pra olhar a minha bagunça de camarote como essas duas aí, pode ir embora! – Disse Lola estressada.

– Uhuuuul, a cama é o camarote? Eu também quero ficar no camarote. – Clara então subiu na cama da Miriam sentando ao meu lado. – Pode continuar o que estava fazendo Lolita. – Podemos ouvir a Lola bufar e continuar sua procura. – Então... O que estão fazendo?

– Nada, cheguei agora a pouco... Quando cheguei ainda havia espaços vazios no chão.

– Lolita o que você está fazendo exatamente? – Ela tornou a perguntar a Lola.

– Procurando um bom vestido pra ir à festa de primavera.

– Eu já escolhi o meu... Depois eu mostro se quiser.

– Vocês ouviram isso? Ela já escolheu o vestido dela... Fale que eu sou louca agora! – Lola falou com o tom de voz mais alto. – Clarita, será que você poderia me ajudar a achar um?

– Vamos lá. - As duas então começaram a procurar um vestido no meio daquela imensa quantidade de roupas espalhadas pelo chão. Clara separou algumas e pediu pra Lola provar, por fim a Lola ficou de escolher entre dois vestidos para ir. Depois disso Lola reclamou horrores e eu e a Miriam resolvemos ajuda-la a recolocar as roupas no guarda-roupa, foi quando eu lembrei que tinha que contar a elas sobre o que tinha acontecido entre eu e o Kaito.

– Ah! Meninas... Eu quero contar uma coisa pra vocês.

– É um assunto sério? – Clara perguntou e eu sorri.

– É um assunto bom.

– Mei-Mei o que você está escondendo da gente? – Perguntou Lola cruzando os braços sobre o peito, porém sorrindo.

– Não estou escondendo... Eu estou contando.

– Ai conta logo, eu estou curiosa. – Disse Miriam.

– Eu e o Kaito a gente está ficando. – Eu mal acabei de dizer a frase e meus tímpanos sofreram uma tentativa de assassinato pelos gritos histéricos das três.

– FINALMENTE!! Senhoooor, até que enfim! – Lola estava com os braços abertos para cima.

– Não acredito!! Conta tudooooo! – Clara dava pulinhos na minha frente.

– Como foi que aconteceu? – Miriam continuava séria como sempre, mas parecia interessada.

Olhei para os três olhares expectantes na minha frente e fiquei até sem graça... Elas estavam me deixando tímida, se eu soubesse teria contado em particular para cada uma... Não, ia ser pior, iria ter que ficar repetindo a mesma história... Ta, é melhor assim mesmo.

– Paciência, eu vou contar tudo, só não gritem mais, por favor, pela saúde dos meus ouvidos não façam mais isso.

Eu comecei a contar como tudo aconteceu e elas davam gritinhos ensurdecedores dependendo do que eu falava. No final a Lola já estava falando que iria ser a madrinha do casamento e a Clara disse que seria a madrinha dos “filhos”... Ninguém merece esse povo... Pra melhorar a situação Leon e o Bruno chegam... Eu JURO que um dia ainda vou perguntar como eles fazem pra ficar entrando e saindo de um dormitório onde é proibida a entrada de homens, mas enfim esse dia não é hoje.

– Opa, chegamos no melhor momento, vocês estão “estudando” não é? – Leon desenhou aspas para dar destaque.

– Sim, estamos “estudando” o relacionamento da Mei-Mei com o Kaito. – Lola também fez as aspas.

– Mei-chan se você está afim dele é só falar. – Leon disse sentando ao lado da Lola na cama dela e a abraçando. Eu abri a boca para responder, mas a Clara me interrompeu.

– Não, não é isso... Ela e o Kaitito já estão ficando, ela só estava contando a novidade pra gente.

– Quando que começa o namoro? – Perguntou Bruno.

–O que? Não gente, nós só ficamos uma vez... Nem sei se aquilo pode ser chamado de “ficar”.

– Acho que o Kaito aceita o pedido de namoro rapidinho. – Disse Miriam... Ela está se tornando uma pessoa desconhecida para mim. Enviei um olhar para ela que riu divertida pra mim.

– Que não seja por isso, vou lá buscar o Kaito agora pra ele mesmo dar a resposta. – Disse Bruno levantando e só deu tempo de eu agarrar a ponta da camisa dele, o que foi meio complicado por que eu estava quase deitada no colo da Clara e ele em pé perto da cama.

– Não vai a lugar nenhum. – Eu disse.

– Por que não? Vou lá rapinho e trago ele aqui.

– Não Bruno! Clara faz alguma coisa!

– Eu? Fazer o que? – Ela disse dissimulada.

Bruno deu um puxão na camisa e eu acabei soltando, ele saiu correndo do quarto.

– Eu odeio todos você. – disse e cruzei os braços

– Espera seu namorado chegar, aí você fala pra ele o quanto você ama a gente. – Disse Lola sorrindo, agora ela já estava deitada com a cabeça no colo do Leon.

– Eu vou embora. – Me levantei da cama só para ser puxada pela Clara e a Miriam e sentar novamente.

– Tenha paciência, seu príncipe já está chegando Cinderella. – Miriam dizia enquanto acariciava minha cabeça como acaricia a cabeça de uma criança... Aquilo estava me irritando.

– Não há motivos para se fugir do amor, pois ele sempre nos alcançará. – Disse Clara como se estivesse filosofando.

– Foi a pior frase de amor que eu já ouvi na vida. – Miriam disse.

– Não era pra ficar boa.

Não demorou muito e o Bruno voltou com o Kaito que assim que chegou parecia um pouco assustado, ele olhou para todo mundo com uma sobrancelha levantada.

– Pronto, o Romeu chegou. – Disse Bruno sentando-se ao lado de Clara e deixando o Kaito como a única pessoa em pé no quarto.

– Ah, eu tinha dito que ele era príncipe. – Miriam soou decepcionada.

– O que está acontecendo aqui? – Kaito perguntou sorrindo nervosamente.

– Estamos marcando a data do seu casamento com a Mei-Mei . – Disse Lola.

– Ei! Não era namoro, agora já é casamento? – Eu gritei.

– O tempo passa rápido. – Disse Lola e soltou uma gargalhada, ela se levantou e foi até o Kaito. – Brincadeira, a gente só chamou você aqui pra ver qual era a reação de vocês... Mei-Mei contou que vocês estão ficando.

– Ah é isso. – Ele disse levemente corado.

– Olha aqui rapaz, amiga minha não é dessas vadias por aí que vão ficando com todo mundo não! Ela é moça direita e pra ficar com ela tem que namorar... E depois casar... E me chamar pra ser madrinha do casamento, é claro! – Lola sorria descaradamente da sua ceninha.

– Eita exagero do caralho. – Eu disse levantando e entrando entre o Kaito e a Lola. – Calma aí, que parada é essa aqui? Parou com a palhaçada... Vocês já o trouxeram aqui, agora já deu né? Vamos parar? Obrigada. – Eu disse em alto e bom som pra todo mundo ouvir.

– Eu só estava cuidando da sua honra querida. – Lola colocou uma mão sobre o peito e fez cara de magoada. – Essas crianças de hoje em dia, não tem o mínimo respeito com essas coisas.

– Pra que exatamente que vocês me trouxeram aqui? – Perguntou Kaito.

– Era pra fazer você e a Mei-chan começarem a namorar logo. – Bruno disse.

– Ah, era só isso? Por mim tá tudo certo, desde que ela aceite.

– Kaito cala a boca. – Eu disse me virando pra ele. – Isso é ridículo. – Eu disse e ele riu. – Eu to indo embora, um beijão pra cada um de vocês, pra mim chega, já deu. – Eu fui em direção a porta e senti minha mão ser segurada.

– Você não vai sair antes de a gente ver vocês dando um beijinho né? – Clara disse sorrindo.

Eu bufei e continuei andando e mesmo lá do final do corredor, eu ainda conseguia ouvir as risadas... Sinceramente, pra que eu fui contar sobre isso pra eles? Que inferno! Estou muito nervosa e estressada. Fui caminhando e quando vi já estava chegando perto do meu quarto, ouvi meu nome sendo chamado por uma voz muito familiar.

– Mei-chan espera! – Ele disse gritando e eu não parei, continuei andando, mas conseguia ouvir os passos apressados dele correndo para me alcançar, aumentei um pouco a velocidade dos meus passos e como estava perto da porta do quarto logo a alcancei, abri e em seguida ia fechar, mas ele segurou a porta antes disso.

– Ia me deixar do lado de fora? – Ele perguntou assim que entrou e eu caminhei e sentei na minha cama.

– Não, a intenção era bater com ela na sua cara, mas não deu.

– Você está com raiva de mim? – Ele perguntou sentando-se ao meu lado

– De você e deles, mas como eles não estão aqui, eu estou descontando em você.

– Foi só uma brincadeira.

– Não gosto desse tipo de brincadeira.

– Você ficou com vergonha e é só por isso que está com raiva. – Sorriu.

– E se for?

Ele tentou me abraçar, mas eu o afastei e aí ficamos em uma luta ele tentando me abraçar e eu tentando o afastar.

– Para, sai daqui, não quero você. – Eu disse enquanto lutava.

Ele fez algum tipo de movimento que eu acabei não podendo mexer meus braços e aí então ele conseguiu me abraçar... É óbvio que eu não ia ficar lá paradinha, né? Eu estava me debatendo mais que minhoca na frigideira, mas por fim eu cansei... Desgraçado e aproveitador! Eu vou fazer aula de defesa pessoal, vou anotar na minha agenda pra não esquecer, aí ele vai ver.

Ele ficou lá me abraçando e depois soltou meus braços, mas como aquilo estava bom, eu não quis me separar né? Fiquei lá quietinha, sim, agora eu fiquei quietinha... As pessoas devem aceitar as suas derrotas, aprendam isso.

– Está mais calma? – Ele perguntou olhando para mim, seus lindos olhos azuis gelados e hipnotizantes focados direto nos meus.

– Não, ainda estou nervosa e agora com vontade de matar você.

Ele uniu nossos lábios em um beijo calmo e tranquilo, então eu passei meus braços sobre o pescoço dele e ele abraçou minha cintura aproximando mais nossos corpos, depois unimos nossas testas e ele sorriu.

– Eu falei sério sobre o namoro lá no quarto da Lola. – Ele disse ainda olhando em meus olhos.