Até Você Aparecer - Perina escrita por Acte


Capítulo 3
He...


Notas iniciais do capítulo

Amores e amoras hoje meu sobrinho tão esperado decidiu vir ao mundo e como a titia babona aqui ta aqui no Brasil eu precisei acompanhar todo o nascimento dele via celular, skype, videos, fotos e por ai vai...por isso a demora. Sorry de novo.
Esse capítulo ficou mais calmo que os outros dois, mas é porque ele é a preparação par ao que vem por ai...
Muito, muito obrigado pelos comentários, prometo responder tudo amanhã, porque hoje eu to acabada...
Boa Leitura!



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Pedro

3

Os cientistas estão sempre tentando descobrir as razões de tudo, as causas dos fenômenos naturais, dos desastres, das anomalias, e eu me pergunto por que, existem coisas na vida que não podem ser explicadas e que se fossem nós não entenderíamos. Há exatamente dez dias eu estava indo fazer um show normal na minha cidade, no Rio de Janeiro, mas era um show em uma casa fechada, com entrada contada, para fazer imagens para um DVD e em um determinado momento do início do show meus olhos se cruzaram com um par de olhos azul neon. E tudo isso não passaria de isso se não fosse pelo fato desses pertencerem a um rosto tão ou mais bonito. Que anjo é esse? Eu me perguntei e então voltei a atenção para o show, mas assim que pude a olhei novamente e céus como ela é linda, eu só queria arrastá-la daquelas poltronas e enchê-la de beijos, de abraços, de amor e de muito sexo. Uma mulher com essa beleza não deveria andar pelos lugares sozinhas.

No momento de entregar a rosa eu decide me aproveitar. Caminhei até ela que me olhava perdida, parei em sua frente e vi seus joelhos tremerem, puxei a pela mão e a levantei. Os olhos dela paravam no meu tórax, porque ela é uma tampinha e então eu puxei seu queixo para mim, coloquei uma mexa teimosa de cabelo loiro atrás de sua orelha e dei um beijo no canto da sua boca. É lógico que eu queria ter puxado seus lábios para o meu e afundado minha língua dentro da boca dela, mas eu não podia. Ela tem um cheiro de morango que combinava com a cor de sua face corada. Que mulher cora no século XXI? Ela cora, e fica linda. Deixá-la corada foi um prazer. Quando eu levei minha boca ao canto da sua eu podia ver o coração dela se acelerando, o peito subindo e descendo e sua tatuagem de borboleta no ombro só me fazia ter vontade de lambê-la, eu precisa me afastar dessa mulher, ou eu a tomaria naquele lugar mesmo e então eu beijei a rosa que estava em minha mão e dei para ela e a coloquei sentada novamente. Fiz meu trajeto para o centro do palco andando de costas sem tirar os olhos dela, ao somo de gritos, assovios, palmas de pessoas, mulheres principalmente que a invejavam. Não tirei os olhos dela que titubeavam entre olhar para mim e para rosa, seu olhar vacilava de uma forma como se ela não fosse tão linda e angelical e mais tarde eu descobri que ela realmente não tinha ideia do poder que tinha e eu decide mostrar isso a ela.

Quando eu fui para o camarim eu chamei Caio, um dos meus empresários e amigo e disse: - Sabe o Zach, meu tatuador?

– Sei. – ele respondeu.

– Ao lado dele tem uma mulher, lorinha, de vestido azul, tem uma tatuagem de borboleta nos ombros e uns olhos azuis neon, eu a quero, leve-a para meu camarim e peça para me esperar.

– Mas e as garotas?

– Mande as embora ou use você mesmo.

– Mas cara...

– Hoje eu não quero saber disso, eu só quero jantar com aquela lorinha.

– Ok. – ele se convence e sai me deixando tomar um banho.

As garotas são as prostitutas que Caio e Aurélio contratam para me aliviar depois do show e eu nunca reclamei, pelo contrário passei a aproveitar, mas eu hoje eu não quero isso, não quero luxuria e prazer, quero passar a noite olhando aqueles olhos tão lindos e inocentes e aquele rosto corado.

Meus nove dias em New York foram uma tortura, eu não conseguia me concentrar e falava com Aurélio a cada uma hora para saber como ela estava, já que eu coloquei gente a seguindo, para eu tê-la em segurança e descobrir seus horários.

Entrar no seu apê foi muito fácil, bastaram um autografo e quatro ingressos Vips. Seu apartamento não era nada comparado ao meu, mas não tão pequeno como eu imaginei, tem três quartos, um dela, um da amiga e outro que ela usa como academia e ringue, pois tem sacos de pancada pendurados na parede, luvas, ataduras, fotos de campeãos de muay-thai e vários objetos de academia. O quarto da amiga eu só olhei da porta, era bem arrumado e tinha várias bandeiras de países. O quarto da Karina era azulinho e eu to começando a achar que ela tem tara por essa cor, tinha uma cama com lençóis e colcha branca, fronhas coloridas. Um closet, banheiro, alguns livros, a maioria de ginástica e superação e quatro fotos sobre a prateleira sobre a cama: a primeira de uma mulher morena muito linda, que eu imaginei ser sua mãe, a segunda, dela com o pai, a irmã e outras pessoas, a terceira com uma menininha que também estava na primeira foto e a quarta dela abraçada a amiga que dividia o apê, a Zach e a um garoto magricela.

Três troféus e quatro medalhas espalhavam-se na prateleira e nos criados e um quadrinho com uma frase me chamou atenção: “Um campeão não é só quem atravessa a linha de chegada, um campeão é quem se propõe a fazer o possível para chegar lá.” Achei a frase muito bonita mas não entendi. Antes de sair do quarto não pude deixar de cheirar seu travesseiro e céus como ela cheira delicioso. Sai do quarto dela e fui passear pelas fotos e DVDs na sala. Haviam várias fotos dela com roupa de luta, mas uma me chamou muita atenção ela estava sendo abraçada por um cara forte, grande e erguia um troféu juntamente com ele, não gostei dessa foto pois a mão dele estava embaixo do peite dela e eles estavam com um sorriso natural de mais para o meu gosto.

Ciúmes...

Depois de esperá-la chegar, fazer panquecas para ela, pedi-la em namoro e nos amassarmos no sofá e ela dormiu, no meu colo.

Eu conheço muitas mulheres lindas, muitas beldades, modelos, as mulheres mais lindas do mundo, mas eu não consegui achá-las mais tão belas depois de conhecê-la. Ela tem um rosto em formato de coração, uma boca perfeita, um nariz delicadinho e os olhos, os olhos são minha perdição, azuis neon, azuis da cor do mar, absolutamente lindos.

Eu namorei sério uma vez em meus vinte e seis anos, e eu a amava eu sonhava em me casar com ela e então o câncer a levou no dia do seu aniversário de dezoito anos. Marina e eu namoramos dos quatorze anos até o dia que ela fechou os olhos para sempre. Depois que ela se foi eu tive umas quinhentas namoradas, mas nunca mais uma mulher conseguiu tocar meu coração novamente, eu não havia encontrado em nenhuma delas um brilho no olhar e uma beleza sem igual desconhecida por si própria, a única tinha sido a Mari, até a noite do meu show, quando eu olhei para a Karina e vi um olhar bondoso, de uma mulher linda, mas que não tem noção da beleza que tem.

Qualquer mulher que eu escolhesse no mundo, cairia aos meus pés, aceitaria de bom grado a imprensa toda em seus pés, e se jogaria na minha cama, mas ela não, ela se deixou levar pelo sono e repousa tranquila em meu colo, com a boca levemente aberta, sem maquiagem, trajada numa roupa simples, ela é de verdade, é uma mulher real, a mulher por quem eu vou lutar para ter ao meu lado.

Quando o filme acabou eu a peguei no colo para levar ao quarto e deixá-la dormir na cama, apesar de pequenininha ela é pesadinha. Empurro a porta com a perna e a coloco sobre a cama. Ela não acorda mesmo quando a cubro com um lençol. Paro para olhá-la, parece um anjinho dormindo. Um pequeno e malditamente belo anjinho.

Decido ir embora e deixá-la descansar, ela já teve o bastante por hoje e não vou me aproveitar dela, vou deixá-la respirar.

Quando chego à porta resolvo voltar e escrever um bilhete, pego papel e caneta e escrevo: “Você dorme como um anjinho sexy. Te vejo depois baby.”

Dos seis dias que se passaram desde o dia do apartamento eu a Ka ficamos juntos três dias, um dia sim um dia não. Assistimos filmes, nos exercitamos juntos, cozinhamos juntos e como sempre ela dormiu no meu colo em todas essas tardes e eu a levei par ao quarto e fui embora deixando um bilhete.

– Boa tarde baby. – eu falo quando adentro ao apê e a encontro tomando um suco.

– Oi. – ela fala vindo ao meu encontro e me dando um selinho. – Tudo bem?

– Tudo. – eu respondo e me sento no sofá. – Comecei a escrever uma música para a Shakira.

– E é sobre o que? – ela me questiona.

– Sobre felicidade. – eu falo e então o barulho da campainha invade a casa. – Ta esperando alguém?

– Não. – ela responde e coloca a jarra de suco sobre a bancada e vai em direção a porta. Ela olha pelo olho mágico e muda completamente de reação. – Vai lá para o meu quarto, por favor?

– Por quê?

– É o ex-marido da Bia.

– Isso é ruim? – questiono preocupado ao ver a expressão dela.

– Mais ou menos, mas é melhor você ficar lá apenas para ele não te ver mesmo.

– Ok, mais to aqui qualquer coisa. – ela dá um sorriso sem mostrar os dentes e vai abrir a porta.

“O que você esta fazendo aqui?” – ouço ela falar.

“Preciso falar com você.” – uma voz grave invade o ambiente.

“Acho que já falamos tudo desde a última vez.”

“Não torra Karina, eu quero minha mulher de volta.” – o cara levanta a voz.

“A é? E o que eu tenho a ver com isso?”

“Pô Ka eu sei que eu vacilei, mas eu to me recuperando, eu to limpo há sete meses.”

“Dá última vez você também tava.”

“Não, eu não estava, essa é a primeira vez que eu fico mais de um mês sem.”

“Você mentiu?”

“Isso é normal para um viciado, não?”

“A Bia merece ser feliz.”

“E eu não mereço ser amado, ter a mulher da minha vida comigo? A gente juro diante do altar que iria ser para sempre.”

“Ela já te deu umas cinco chances de melhorar.”

“Eu to tentando porra, mas é difícil, dói e eu só to levando por ela, por que eu quero meu casamento de volta e se ela me garantir que não tem mais jeito eu vou parar de tentar.”

“Você precisa tentar por você Vinicius, não por ela.”

“Eu preciso da sua ajuda, não do seu julgamento, poxa Ka nós somos amigos, ou pelo menos sempre fomos.”

“É disse certo, nós fomos, deixamos de ser quando você começou a se chapar constantemente e a vender as coisas de casa, deixamos de ser quando você vendeu sua aliança de casamento para se drogar, você jogou seu casamento no lixo e eu não posso se quer mencionar você para ela, não posso te ajudar.”

“O que você entende de vicio Karina? O que você entende sobre ser viciado?”

“Vai embora, por favor, a Bia vai chegar daqui a pouco e é melhor ela não te pegar aqui.”

“Você não entende nada sobre ser um viciado, eu to tentando, mas fica difícil quando no dia das visitas eu não tenho ninguém. Eu era o cara de sorte, tinha a namorada perfeita, um monte de amigos e aí em um ano eu perdi meus pais, minha esposa e todos meus amigos. É fácil dizer para alguém para com isso, difícil é ajudar alguém a parar. Eu achei que poderia contar pelo menos com você.”

Sem conseguir me controlar eu atravesso a porta do quarto dela e digo:

– Eu sei o que é ser um viciado.

– Peraí, Pedro, Pedro Ramos? É você mesmo? – um rapaz alto, bem magro, cabelos e olhos castanhos e um sorriso triste pergunta ao me ver.

– É sou eu sim.

– Pedro o que você ta fazendo?

– Vinicius não é? Desculpe não pude deixar de ouvir. – eu falo estendo minha mão.

– É. – ele fala apertando minha mão em troca.

– Qual era a sua? – eu pergunto numa linguagem de ex-viciado.

– Craque. – ele fala abaixando a cabeça.

– Limpo há oito meses?

– É, to conseguindo. – ele esboça um sorriso triste e um olhar emocionado.

– Eu to a seis anos sem nada.

– Você usava?

– Eu me acabava.

Karina me lança um olhar desentendido e eu não ligo, apenas continuo a falar com ele, todo ex-viciado sabe o quanto dói deixar esse mundo, e como cada pequeno passo significa uma escada.

– Como você conseguiu?

– Família, amigos, música e muita vontade.

– Eu não tenho mais isso.

– Pode contar com a minha ajuda se quiser, é claro. – falo comovido com sua situação. Preciso dizer que sou um coração mole. – Eu não sou o amor da sua vida e nem tenho pernas bonitas, mas já passei por esse caminho.

– Obrigado. – ele fala emocionado.

– Eu quero muito atravessar tudo isso, mas ta bem difícil.

– Onde você esta ficando?

– Na Second Chance em Niterói.

– Passo por lá amanhã, posso?

– Pô cara, valeu mesmo. Eu estou indo. Tchau Ka. – ele fala se retirando.

Karina vai fechar a porta e me olha dizendo: - Quer falar sobre isso?

– Só não deixe ele sozinho não, é horrível passar por isso com a família e os amigos, eu não tenho ideia de quanto doa passar por isso sozinho.

– Eu vou sim, eu só, enfim, não queria machucar a Bia, eles se magoaram bastante, a briga foi bem feia, foi a há oito meses e ele bateu nela e tentou me bater também, e depois disso eles acabaram e eu acabei no meio disso e fiquei com ela.

– Eu não to julgando não baby, eu só te peço para não abandoná-lo.

– Eu não vou, mas sobre você, quando achar que deve eu vou estar aqui para te ouvir.

Ela me dá um sorriso compreensivo e vai para a cozinha pegar o suco.

– Eu tinha dezessete anos, tinha acabado de enterrar a namorada, estava perdido, era um moleque, me ofereceram eu provei, gostei da sensação de estar desligado e me afundei. Em seis meses eu tinha perdido onze quilos e não conseguia passar meio dia sem usar. Meus pais me internaram nove meses depois de eu começar a usar. Fiquei internado um ano e quatro meses, quando eu sai precisava de alguém grudado em mim vinte e quatro horas por dia porque eu tinha medo de cair de novo.

– Eu sinto muito, eu não tinha ideia.

– Só o ajude baby, pelo que eu ouvi ele ama sua amiga, faça isso pelo menos pelo amor que ele sente por ela. – falo a puxando para meu colo e beijando seu rosto.

– Eu posso ir com você amanhã?

– Não precisa nem pedir. – beijo seu nariz. - Escuta amor meus pais vão vir para casa na próxima semana e eu gostaria de apresentar vocês para eles. – eu falo observando a reação de medo tomar o rosto dela.

– Essa é uma boa ideia?

– Eu quero que eles te conheçam.

– Por mim tudo bem, mas...

– Mas o que?

– Eu só nunca fiz isso sabe, de conhecer pais.

– Mas e seu ex, não te levava para conhecer a família?

– Eles moravam em Londres e eu nunca os conheci.

– Hum, mas eu quero que você os conheça, e que eles se orgulhem de eu estar com uma gata como você. – ela sorri e deposita um beijo carinhoso em meus lábios.

– O que teremos para o jantar chef?

– I essa minha gatinha ta ficando muito mal acostumada.

– Eu e a Bia, ela acordou para me dizer que ia jantar em casa só para comer sua comida.

– Sei, mas vamos fazer assim: você me da um beijo gostoso, aqueles de ver estrela e aí eu cozinho até comida árabe se for seu desejo.

– Hum, deixa eu analisar a proposta. – ela fala colocando a mão na boca e fazendo cara de pensando, eu sorrio e não aguento a coloco sob meu corpo e ataco sua boca, ela sorri contra meus lábios.

Safada!

Nos beijamos até a coisa esquentar muito e minha mão começar a passear pelos seios dela. – Melhor eu fazer o jantar. – eu digo me levantando e ela me olha dizendo: - Porque não...continuar?

– É muito difícil para mim parar anjinho, mas você merece ser tratada como uma princesa e se eu te pegar hoje eu não vou te tratar como uma princesa baby. – eu a aviso e me dirijo até a cozinha, tomando distancia do perigo. Essa mulher ainda me mata. Eu poderia transar com ela, mas eu prefiro esperar, eu quero que seja profundamente especial para nós dois e que ela confie em mim. Quero que seja amor e esse tesão todo que eu to sentindo por ela tem que abaixar ou eu vou machucá-la e eu não quero isso, eu quero dar a ela todo amor que ela merece.

É Pedrão, depois de oito anos aqui esta você: apaixonado. Completamente nas mãos de uma lorinha deliciosa, com carinha de anjo e corpo de mulher.

E então eu me peguei apaixonado

querendo conquistar,

tentando provar,

querendo saber o que fazer

para te ter mais e cada vez mais.


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Notas finais do capítulo

Até amanhã peoples, bons sonhos galera!
Beijos, beijos, vou aguardar os comentários de vocês
para me emocionar como hoje...♥