A Visão de Tobias Eaton em Insurgente escrita por Miuda Leitora


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecera gente linda como a Ana Paula Sousa e a Viciada nos livros por serem fantásticas
Espero que gostem



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Quando vem ter comigo e com Caleb, noto uma grande diferença, os seus longos cabelos loiros que tanto me fascinavam são agora um corte de cabelo que não passa abaixo do pescoço, mas fica tão bonita como antes, acho impossível que ela fique feia.

– Cortás-te o cabelo - Diz Caleb, irrita-me que os Eruditos se agarrarem aos factos nos momentos de choque

– Pois - responde - Está...muito quente para usar cabelo comprido.

Está a mentir, não cortou o cabelo porque está calor mas sim porque não quer parecer o seu "eu" do passado, não quer parecer tanto uma rapariga, quer parecer uma guerreira.

–Está bem, não pergunto mais nada - diz ele.

Seguimos pelo corredor juntos, ela tal como eu parece desconfortável aqui, neste sítio.

Saímos para o exterior, a Tris tem razão, está muito calor.

–Toda a gente sabe que és filho do Marcus? - Pergunta Caleb, ao dizer o nome de Marcus desperta em mim um monstro. - Entre os Abnegados, quero eu dizer.

–Não me parece - Respondo olhando de relance para ele, é realmente irritante, não sei como é que a Tris o atura - E agradecia que não falasses nisso.

– Não preciso de falar, qualquer pessoa com olhos consegue ver por si - O que ele está a dizer é verdade e talvez será por isso que que estou a ficar com náuseas - Já agora, que idade tens?

– Dezoito.

– Não achas que és demasiado crescido para andares com a minha irmã mais nova?

Rio com o ideia de ele estar a tentar assustar-me sendo um «bom irmão mais velho».

– Mas ela já não te é nada...

E é verdade, será que ele não conhece a expressão «Fação antes do sangue». Quando penso nisto invade-me um pensamento de triste, as fações que conhecíamos já não existem.

– Parem com isso, os dois!

Uma multidão de amarelo e vermelho vai à nossa frente, a caminho a um edifício que mais parece uma estufa.

Lá dentro há uma enorme árvore cujos ramos se espalham por cima das nossas cabeças, as suas raízes no solo fazem com que este lugar seja um perigo para qualquer pessoa desajeitada.

Sobre uma das maiores raízes encontra-se Johanna Reyes, todos os outros cordiais estão sentados no chão.

Toco nas costas de Tris e conduzo-a até um ponto mas afastado da estufa onde não está quase nenhum Cordial mas sim um conjunto de Abnegados. Quando nos estamos a sentar encosto a minha a boca ao ouvido de Tris e digo-lhe:

– Gosto do teu cabelo assim - ela sorri-me, é verdade eu gosto. Encosta-se a mim ombro a ombro.

Johanna começa a falar:

– Temos hoje uma questão urgente sobre a qual nos devemos pronunciar, que é a seguinte: qual deve ser a nossa atitude, enquanto pessoas que procuram a paz, nestes dias de conflito?

Todos os Cordiais se voltam para a pessoa mais próxima e começam a falar com ela.

– Como é que eles conseguem fazer alguma coisa? - Pergunta-me Tris.

– Eles não se preocupam com a eficiência, mas com a procura do consenso. Repara.

Ela contempla toda a estufa e seu olhar fixa-se apenas durante alguns segundos em cada pessoa.

– Isto é estranho - comenta ela.

– Eu acho uma maravilha - insisto, talvez seja este o único aspeto que me agrada nos Cordiais, a opinião de toda a gente conta.

Tris olha para mim como se fosse uma pessoa diferente.

– Que foi? - pergunto - Todos eles têm um papel semelhante na governação. Sentem-se igualmente responsáveis. E isso obriga-os a preocuparem-se, torna-os simpáticos. Acho que é uma maravilha.

– Pois eu acho que é insustentável - continua ela - Claro que para os Cordiais dá resultado. Mas o que é que acontece quando nem todos querem dedilhar banjos ou dedicar-se à agricultura? O que é que acontece quando há alguém que faz uma coisa horrível e não basta falar disso para resolver o problema?

Sim ela é incrivelmente perspicaz

– É o que já vamos descobrir. - digo encolhendo os ombros.

Passado algum tempo levantam-se uma série de pessoas que vão ter com Johanna, e começam a falar com ela, tenho medo do que hão de decidir.

– Não vão deixar-nos discutir o assunto com eles, pois não? - pergunta.

– Não me parece - digo.

As pessoas que que foram ter com Johanna voltam ao ser lugar e ela diz:

– A nossa fação tem tido uma relação muito estreita com os Eruditos desde de que nos lembramos. Precisamos uns dos outros para sobreviver e mantivemos sempre uma cooperação mútua, mas também tivemos no passado uma relação muito forte com os Abnegados e não pensamos que seja correto afastar uma mão amiga que esteve estendida durante tempo. Pensamos que a única maneira de preservar a nossa relação com as duas fações é mantendo-nos imparciais sem nos envolvermos, mas a vossa presença aqui torna isso difícil.

Tenho a certeza que o seu olhar se crava em minha e em Tris.

– Chegamos à conclusão de que devemos fazer da nossa sede um refúgio para os membros de todas as fações, mas com certas regras. A primeira é que nenhum armamento, de alguma espécie, será autorizado no nosso complexo - sim, agora tenho a certeza que está a olhar para nós - A segunda é que se houver algum conflito grave, seja verbal ou físico, todas as partes, todas as partes envolvidas terão de partir. A terceira é que o conflito não seja objeto de discussão, nem sequer em privado, dentro dos limites dos limites do nosso complexo. E a quarta é que toda a gente contribua com trabalho para o bem-estar desta comunidade. Transmiti-lo-emos ás outras fações.

– São bem vindos e podem ficar se respeitarem as nossas regras e só se as cumprirem. É esta a nossa decisão.

Ainda bem que foi isto que decidiram, ainda bem.

– Não vamos poder ficar aqui durante muito tempo. - diz-me Tris.

– Pois não.

Ela tem razão.


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Notas finais do capítulo

Quero comentários porque se não deixo de postar tantas vezes por semana



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