O que há de errado com Clark Kent? escrita por Maryusuke
O Batmóvel rasga as ruas de Gotham em alta velocidade. O motivo estava logo a frente. Uma combe verde escuro disparava através dos sinais vermelhos em direção aos armazéns da cidade. Um dos bandidos abre a porta do veiculo e com uma semi-automatica nas mãos dispara contra Batman. Mas o veiculo do Cavaleiro de Gotham já suportou coisa bem pior. Sua blindagem não foi nem arranhada.
Finalmente os enormes armazéns de Gotham foram alcançados. Rapidamente o grupo de bandidos desce da combe. Seu líder desce por último, Harvey “Duas-Caras” Dent. O grupo criminoso corre em direção ao armazém mais próximo e adentra o local. Batman freia a poucos metros e desce do carro. Ele para e analisa o local. As luzes estão todas apagadas e o prédio é bem grande. Não vai ser muito fácil, pensou. Quando ele da o primeiro passo em direção a sua caçada noturna, uma voz familiar o chama.
— Bruce preciso falar com você.
Batman se vira mas não há ninguém atrás dele. Isso o confunde por meio segundo, quando pensa.
— Ah é obvio. Olá Clark. Meio tarde para visitas, não acha?
Olhando pra cima lá estava Clark flutuando no ar ainda vestindo sua roupa de dormir.
— Eu preciso falar com você. Acho que tem algo de errado comigo. – enquanto dizia isso ele pousava levemente ao chão. Batman voltou sua atenção ao armazém ficando de costas para Clark.
— Creio que o quer que você precise falar poderia esperar até de manha. E caso não notou eu estou ocupado agora. Preciso prender seis bandidos que se esconderam nesse armazém. E pelos meus cálculos vai levar o resto da noite. – Bruce olhou para trás antes de terminar. – Espero que você me enten... – Clark havia sumido. Bruce ficou confuso. Virou sua atenção de novo para o armazém e algo o pegou de surpresa. Clark estava parado no ar novamente e no chão, logo abaixo dele, estavam os cindo bandidos e Duas-Caras amarrados e gemendo de dor.
— Podemos conversar agora? – perguntou Clark.
Meia hora depois já estavam na Batcaverna. Bruce tirou a mascara mas se manteve com o uniforme, sempre pensava melhor usando ele. Sentou-se em uma das cadeiras perto dos enormes e poderosos computadores. Convidou Clark para se sentar numa ao lado.
— Então – começou Bruce. – O que levou você a vim até Gotham na madrugada e de pijama?
— Algo está errado comigo, Bruce. Eu não consigo dormir direito a dias, me sinto inquieto, não consigo pensar direito. Houve um assalto hoje em Metropolis que eu poderia ter resolvido em minutos, mas não quis nem vestir meu uniforme. E eu não consigo saber a origem disso. Não tive nenhuma situação fora do comum nos últimos dias.
Clark parou de falar achando que Bruce iria dizer algo. Mas ele apenas observava o chão a sua frente. Clark ficou calado por um tempo esperando uma reação do Batman. Mas esse nada falou. Inquieto Clark rompeu o silencio.
— E então o que acha que esta acontecendo comigo?
— Sinceramente. – falou Bruce ainda olhando para baixo. – Não faço a mínima ideia.
Essa, com certeza, não era a resposta que Clark esperava. Bruce continuou.
— Conheço você há anos Clark e poucas vezes observei você demonstrando esses comportamentos que te incomodam. Mesmo quando você lutava contra os seus piores inimigos poucas vezes reparei em stress pós-traumático em seu comportamento. Tem certeza que nada te chateou esses dias?
Clark se inclinou para frente e olhou fixamente para o chão. Tentou recordar os acontecimentos das ultimas. As lembranças veio em sua mente. Ajudou Hal Jordam a salvar um sistema solar inteiro da Tropa Sinestro há um mês, ajudou Arthur a deter uma tsunami que iria dizimar a costa do Japão, prendeu bandidos normais e anormais e deteve mais um plano de Brainiac de atacar a Terra. Disse tudo isso a Batman que, mais uma vez, mergulhou em pensamentos. Quinze minutos depois, e já impaciente, Clark mais uma vez pergunta.
— E agora, você já sabe o que tenho?
Bruce desvia seu olhar do chão para Clark e o responde.
—Não.
— Como assim não? – Clark estava mais uma vez despontado?
— Ainda é pouca informação.
— Pouca informação? Mas eu disse tudo que lembro que fiz esses últimos dias. – Clark começava a se irritar.
— Ainda assim é insuficiente.
— Mas que droga de detetive é você Bruce? – gritou Clark
— Sou um detetive, não um psicólogo. – respondeu Bruce calmamente. – O máximo de psicologia que conheço é sobre a mente criminosa. E nem sempre acerto também.
— Então esta sugerindo que eu vá a um psicólogo, é isso?
— Talvez.
— Talvez? Você não tem uma resposta certa pra mim, droga? – A fúria de Clark o fez se levantar subitamente.
— Poderia ser perigoso. Ele poderia se aproveitar e descobrir suas fraquezas psicológicas e vender a informação para um inimigo seu.
— O velho Batman paranoico de sempre. – disse Clark sarcasticamente. – Então realmente não tem nada que você possa fazer para me ajudar.
—Bem... Posso pedir ao Alfred que prepare um chá para os nervos pra você.
Clark disparou para o alto com fúria e atravessou o teto da Batcaverna, junto com parte da mansão Wayne.
— Nunca mais tento fazer uma piada. – pensou Bruce olhando para o buraco no teto que dava para a noite de Gotham.
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