POV Emily Monroe

Hoje é dia 31 de dezembro. Ou seja é ano novo. Tenho muita coisa pra falar sobre esse ano, muita coisa louca, triste, mas também tenho coisas maravilhosas. Estou me arrumando para a minha consulta com a doutora Lauren e tenho alguns exames para serem refeitos.

– Está pronta querida? - Pergunta Susanne entrando no meu quarto.

– Estou sim, só vou pegar a minha bolsa - Respondo para ela.

– Vou te esperar lá no carro - Diz ela, eu concordo com a cabeça e em seguida ela sai.

Pego minha bolsa, me despeço do meu pai e em seguida saio da casa. Ando até o carro e sento no banco do carona. Susanne começa a dirigir a caminho da clínica, que já é minha velha conhecida.

Quando estamos na metade do caminho aproximadamente, Susanne olha de relance para mim e pergunta.

– Está nervosa Emily? - Pergunta ela com relação aos exames e a minha consulta.

Respiro fundo, reflito por um tempo e por fim respondo.

– Já passei por isso tantas vezes desde que fui pra casa. Sempre há um frio na barriga, mas eu me sinto mais forte a cada vez que vou pra lá.

– Sinto muito orgulho de você Emily. Você amadureceu muito, em um período tão curto. É incrível.

Sorrio para Susanne e não demora muito para ela estacionar o carro na frente da clínica. Entramos no prédio e já vou para a sala de exames. Faço eletros, hemogramas e outros vários testes. Depois de algumas horas caminho em direção ao consultório da doutora Lauren. Pouco tempo depois, ela me chama para entrar. Lá dentro, eu me sento no sofá frente a frente para ela.

– Animada para a última consulta do ano Emily? - Pergunta Lauren sorrindo.

– Claro, principalmente que agora eu sei que ao invés de voltar para o meu antigo quarto aqui, vou para a minha casa - Respondo sorrindo - E isso não tem preço.

– Fico muito feliz por você. Pelo que andei percebendo, seus exames estão muito bons e a esquizofrenia está sendo controlada - Diz ela - E isso é ótimo. Mas nessa consulta eu gostaria de falar de um único assunto.

Ela pega a prancheta de anotações e olha para mim.

– Como foi esse ano pra você Emily? - Pergunta ela.

Demoro um pouco para responder.

– Doutora Lauren, para mim esse foi o ano mais louco que eu já vivi em toda a minha vida.

– E por que diz isso? - Pergunta ela para mim.

– Foi o ano em que eu completei seis anos aqui na clínica. Eu comecei esse ano perdendo todas as minhas esperanças. A esperança de sair daqui, da minha doença ser controlada... estava tudo se esvaindo. E de repente em meio a uma crise, eu me deparo com um rapaz. E ele virou a minha vida de cabeça pra baixo.

– Eu tentei me distanciar dele, chegamos até a nos separar por um tempo. Mas depois eu percebi que ele me fazia muito bem. Depois que eu conheci o Thomas, eu voltei a ame alimentar, a minha estabilidade aumentou, eu voltei a tocar. E agora encerrando esse ano, eu vejo o quanto ele foi absurdo. Mas ao mesmo tempo magnífico.

Lauren olha para mim, sorri e por fim diz.

– Acho que não preciso te pergunta mais nada. Feliz ano novo Emily, te desejo tudo de bom.

– Obrigada. Feliz ano novo - Eu me levanto e saio da sala.

Susanne está me esperando do lado de fora. Ela me pergunta se foi tudo bem e eu respondo que sim. Nós entramos no carro, mas antes que ela o ligue, diz.

– Precisamos ir no centro, comprar os vestidos para a festa de hoje a noite - A festa que ela está dizendo, é a virada do ano aqui em Zurich. É uma festa muito conhecida.

– Nossa! É verdade, já tinha me esquecido. Vamos lá então - Quando digo isso, Susanne liga o carro e dirige até o centro.

Chegando lá, nós olhamos várias vitrines e provamos várias peças. E dentre vários modelos, cores e formatos, finalmente achamos aquele que me agradasse http://walkingonthestreet.com/wp-content/uploads/2014/10/Look-Vestido-coral-01.jpg. O de Susanne é um vestido azul escuro de renda, que ia um pouco abaixo do joelho. Quando finalizamos a compra, voltamos para casa.

Já era aproximadamente seis horas da tarde. Como alguma coisa e depois começo a me arrumar. Depois do banho, maquiagem e vestiário, estou finalmente pronta. Ao olhar pela janela do meu quarto, percebi que a neve caia do céu. Coloquei o meu casaco e saí do meu quarto.

Encontro Susanne e meu pai na sala.

– Thomas vem? - Pergunto um pouco preocupada, pois não tinha visto o carro dele na frente da casa.

– Ele vai nos encontrar lá. Thomas disse que tentou te ligar, mas dava caixa postal - Disse meu pai.

É então que me lembro que eu havia desligado o celular para fazer todos os exames e a minha consulta. Devo ter esquecido de liga-lo.

– Então vamos? - Pergunta Susanne animada.

– Claro - Respondo sorrindo.

O local da festa é um pouco longe da minha casa, demora um pouco até chegarmos lá. Quando finalmente chegamos, percebemos que o lugar está muito cheio, mas por incrível que pareça encontro Thomas com facilidade.

Ele vem até mim e me beija.

– Você está linda. Feliz ano novo - Diz ele animado.

– Obrigada. Feliz ano novo - Respondo um pouco alto, para que ele possa me ouvir.

A primeira coisa que resolvemos fazer é comer, pois estou faminta e ele também. Lá há vários canapés frios, além de fondue de queijo e chocolate. Depois que já estamos satisfeitos, resolvemos dançar.

E quando faltava cinco minutos para dar meia noite, fomos para um local mais reservado.

– O que achou desse ano? - Pergunta ele pra mim.

– Foi o ano mais extremo e louco da minha vida. Foi extremo, pois eu comecei ele totalmente destruída e sem nenhuma esperança e estou terminando ele feliz ao lado do garoto ruivo que bagunçou a minha vida e levou ela ao extremo - Respondo sorrindo.

– Pois saiba que esse ano também foi louco para mim, eu saí do buraco do álcool e consegui combater alguns fantasmas que ficavam me rodeando há anos. Conheci a garota mais incrível de toda a minha vida e espero passar vários anos novos com ela - Diz ele e em seguida nos beijamos.

É nesse momento que que um garçom chega com duas taças de champaing.

– Gostariam de uma taça para brindar por mais um ano que se passou e outro que irá começar? - Pergunta ele sorridente.

Sei que Thomas está nervoso, pois está na frente de uma bebida alcóolica, mesmo que de baixo teor. É então que eu respondo.

– Não, na verdade nós gostaríamos de duas taças de suco de maça por favor - Quando digo isso, Thomas sorri.

O garçom confirma com a cabeça e trás as taças com o suco.

– Você é incrível sabia? - Diz ele e eu sorrio.

A contagem regressiva começa e quando os fogos começam a pintar o céu, nos beijamos e por fim ele diz erguendo a taça.

– Pronta para mais um ano cheio de loucuras?

Eu ergo a taça.

– Só se essas loucuras forem com você - E é com essas palavras que brindamos.