Mente tortuosa escrita por MilaChan


Capítulo 15
Fim da eternidade


Notas iniciais do capítulo

Bom aqui estou eu com mais um cap, algumas pessoas estavam ansiosas pela continuação e hoje eu tinha um tempo sobrando e resolvi escrever. Espero que gostem, boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/598005/chapter/15

POV Thomas Markinstop

Meu corpo tremia, como isso pôde acontecer de uma hora pra outra? Emily estava em meus braços desacordada, foi como na primeira vez que a vi, a diferença é que agora eu sinto cheiro do sangue que escorre de sua cabeça e não do perfume de seu cabelo como foi naquele dia. Susanne e Paul chegam perto, ambos estão em pânico e em choque com tudo que aconteceu.

– Paul chame uma ambulância. Rápido - Diz Susanne extremamente nervosa, ela pede para que eu me afaste para examina-la rapidamente.

– Já chamei, chegam em cinco minutos - Diz o pai de Susanne aflito - Desgraçada - Diz Paul se levantando e indo até minha mãe - Como você se atreve a vir até aqui e fazer algo assim com a minha filha. Isso não vai ficar assim, guarde minhas palavras - Diz ele voltando para Emily.

Pouco tempo depois a ambulância chega, eles colocam em Emily o colar cervical e a colocam no oxigênio.

– Thomas, eu vou ir com a Emily. Se quiser... pode ir no hospital visita-la- Diz o pai de Emily com lágrimas nos olhos.

– Pode deixar, já estou indo para lá. Só tenho uma coisa para resolver antes digo - Falo olhando para minha mãe que até agora não disse mais nada.

Quando a ambulância sai em direção ao hospital, fico cara a cara com a minha mãe. A raiva que sinto naquele momento é tão grande que faz com lágrimas caiam dos meus olhos, não de tristeza e sim de ódio.

– Thomas... eu fiz isso pro seu bem, ela não ia trazer nada de bom pra você ... Entre no carro, vamos pra casa. E... esquecer o que aconteceu - Ela está aflita e nervosa, depois do escândalo que acabou de acontecer com certeza estaremos nos jornais amanhã. Mas que se dane isso.

– Cale a boca - Grito - A louca sempre foi você. Você é doente, sabe o que você acabou de fazer? Você podia ter matado ela. Se ela tiver alguma sequela, eu mesmo acabo com você. A partir de agora esqueça que eu existo. Vou mandar Jonathan pegar minhas coisas, os cegos que são privilegiados por não terem que olhar pra essa sua cara. Que o mundo saiba quem você é Cristine Markinstop, uma louca, insana, doente. E que o que irei te falar agora nunca saia da sua cabeça. Eu te odeio - Digo aos berros e saio.

Ouço ela gritando meu nome, mas não olho para trás nem por um minuto. Vou até um ponto de taxi e peço para que ele me leve até o hospital. Lágrimas caem dos meus olhos, a única coisa que desejo no momento é que Emily esteja bem.

Não demora muito para o taxi chegar ao hospital. Assim que chego, pago ao taxista e saio correndo até a recepção.

– Oi, eu quero saber onde que a paciente Emily Monroe deu entrada - Digo extremamente nervoso.

– Ela deu entrada a uns cinco minutos, leito dois senhor - Assim que recebo a informação saio correndo a procura de Emily. Assim que encontro o leito dois, vejo uma das senas mais chocantes da minha vida.

Emily estava em uma camisa de força, enfermeiros estavam segurando para que outro pudesse aplicar o sedativo. Ela gritava e lágrimas corriam de seus olhos, quando alguém encostava em seu pulso ela gritava de dor. Isso partiu meu coração por completo, tento entrar... sei que posso acalma-la mas dois enfermeiros me impedem. Não posso deixa-la sofrer desse jeito. Empurro um dos seguranças e consigo entrar na sala.

– Emily, eu estou aqui. Fique calma vai ficar tudo bem - Digo em voz alta. Os músculos dela relaxam um pouco e ela olha pra mim. Eu pude ver por um breve momento a minha Emily, aquele olhar belo, aquele rosto angelical. Emily diz uma única palavra com a voz extremamente rouca.

– Thomas... - Então uma enfermeira a seda, rapidamente a equipe injeta o soro e a levam para outra sala e me mandam embora.

Fico em uma sala de espera junto com o pai de Emily.

– Tente se acalmar Thomas, saiba que ela te ama muito. E eu agradeço sempre por ela ter encontrado você - Disse ele, apesar de Paul estar sofrendo muito e com lágrimas nos olhos, ele ainda conseguia ser um pai para quem precisasse.

– Muito obrigado, Emily tem muita sorte por ter o senhor como pai - Digo em meio das lágrimas. Ficamos esperando por mais algumas horas até que Susanne aparece.

– Ela quebrou um pulso, teve uma pancada feia na cabeça e teve que levar alguns pontos nas costas devido ao chute. Mas felizmente não será necessário nenhuma cirurgia, ela está em um quarto e ainda não acordou. Podem ir até lá - Disse Susanne - Vou pegar alguma coisa para vocês comerem.

Eu e o pai de Emily caminhamos até o quarto para ve-la. Quando chegamos lá a imagem não deixava de ser angustiante. sua cabeça estava enfaixada, seu pulso imobilizado. Seu batimento cardíaco estava sendo monitorado e ela respirava com o auxílio do oxigênio.

Entramos no quarto e me aproximo dela. Está com cheiro forte de remédios no ar, seguro sua mão e esta está gelada. O pai dela chega perto de seu rosto e beija sua testa.

– Ela precisa mais de você nesse momento, daqui a pouco volto - Diz ele e em seguida sai.

– Obrigado- Digo, quando olho novamente pra ela, choro. É só isso que consigo fazer por um tempo, chorar. Minha cabeça está doendo - Me perdoe meu amor. Eu não pude te proteger, me desculpe - Seguro sua mão com firmeza e continuo a chorar.

Fico segurando sua mão por mais algum tempo até o pai dela voltar e eu os deixar sozinho. Vou até a cafeteria e Susanne me obriga a comer alguma coisa, ligo para Jonathan e peço para ele arrumar as minhas coisas e deixar no apartamento que é meu por direito.

Paul chega e se junta a nós na cafeteria. Ficamos lá até umas quatro horas da manhã. Emily demora a acordar resultado devido a sedação, a pancada na cabeça e aos analgésicos. Passo a madrugada indo da sala de espera, ao quarto dela, a cafeteria. Sem duvida foi uma das noites mais apreensivas da minha vida.

Quando ó sol estava prestes a nascer uma enfermeira sai correndo pelos corredores.

– Necessito de médicos. A paciente do quarto 7 acordou e está descontrolada - Quarto 7, é o quarto da Emily, sigo a enfermeira até o corredor onde o quarto dela fica. Vejo que Emily está andando perturbada pelo hospital, ela parece estar procurando alguém, consigo ouvir ela dizer.

– Mãe- Diz ela em uma voz rouca - Por favor aparece, não foge de mim de novo - Quando me avista pela primeira vez sinto que ela não me conhece. Ela sai correndo de mim e se depara com o fim do corredor, ela entra em pânico e se agacha no chão e começa chorar.

– Por favor, não me machuque de novo. Vocês já me tiraram da minha mãe uma vez, eu não consigo encontrar ela por culpa de vocês - Diz ela entre os soluços. Eu me agacho e a abraço e sussurro em seu ouvido.

– Emily, sou eu Thomas, Eu estou do seu lado, não vou deixar você cair. Lembra da promessa que eu te fiz, eu estarei sempre ao seu lado. Sempre - Digo.

– Thomas- Ela parece voltar a si - Não me deixe sozinha por favor. Pouco tempo depois ela cai no sono, os enfermeiros a levam de volta para o quarto.

Mais algumas horas se passam, a agonia cresce no meu peito de tal forma que começo a sentir dor. Cochilo na sala de espera mas não me atrevo a deixar o hospital. Um médico chega até a sala e diz.

– Quem aqui se chama Thomas - Quando ele diz meu nome, meu coração quase sai do peito.

– Sou eu - Digo.

– A senhorita Monroe deseja falar com você - Diz ele. Eu me levanto e sigo em direção ao quarto 7. Quando entro, ela está com os olhos inchados e vermelhos, está sentada na cama sem se mexer mas me parece estar calma.

– Emily - É a única coisa que consigo dizer.

– Thomas - Diz ela e em seguida Emily diz algo que me deixa em choque - Me desculpe.

– Como assim me desculpe? Sou eu que preciso me desculpar com você. Foi a minha mãe que te deixou nesse estado, eu não consegui te proteger...

– Thomas a culpada sempre fui eu. Eu te coloquei nessa bagunça que é a minha vida, eu não tinha o direito de fazer isso com você. Thomas... você é bonito, alegre, bondoso, pode ter a garota que quiser não precisa se prender a mim - Diz ela começando a chorar. Eu seguro seu rosto e a beijo.

– Por tudo que é mais sagrado nunca mais diga isso. Eu te amo Emily, eu já te disse isso. Por favor não diga algo assim, eu te amo- Digo começando a chorar.

– E eu acredito Thomas, mas daqui a um tempo vai se tornar cansativo, você vai querer sair com a sua namorada e não vai poder pois ela vai estar presa a uma clínica, terá de contar os remédios dela- Ela começa a soluçar - Eu sei disso por que eu me canso.

– Emily, você está cansada, descanse esqueça disso, por favor- Digo começando a me preocupar.

– Não, eu preciso dizer isso - Ela começa a movimentar o anel de compromisso e meu estômago começa a revirar - Eu te amo Thomas, por favor não se esqueça disso jamais, mas eu também sei que eu preciso te dar liberdade pra você ser livre.

– Emily não por favor... Não diga isso - Digo em meio as minhas lágrimas.

– Na nossa primeira conversa nós completamos uma frase que dizia quanto tempo durava o que é eterno - Diz ela e apesar de estar chorando consegue dar um sorriso -E eu posso dizer com toda a certeza que o meu eterno durou muito mais do que um segundo ou um momento. E esse tempo que eu passei ao seu lado será eternizado dentro de mim - Ela então retira o anel de compromisso - Mas está na hora da nossa eternidade acabar e você dar início a uma outra - E por fim ela diz - Seja feliz Thomas.

Ela pega a minha mão e me entrega o anel.

– Por favor... não faça isso... eu te amo... eu não quero começar nada com ninguém só com você - Digo praticamente implorando pra ela - Por favor - Minha garganta dói de tanto que eu chorava, mas não podia deixa-la sair da minha vida.

– Por favor Thomas, vá embora siga com a sua vida - Diz ela chorando. Não posso força-la a nada, eu simplesmente me calo, seguro o anel com firmeza em minha mão e saio do quarto. Desabo no chão, eu a perdi. Perdi a pessoa que eu mais amo no mundo. Me levanto e saio do hospital, olho para o prédio e só consigo dizer.

– Emily, pra mim você sempre será a minha eternidade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom pessoal é isso. Não se desesperem com o que aconteceu nesse cap. Temos muito chão pela frente. Comentem o que acharam. bjoooossss



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mente tortuosa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.