POV Narrador

Anos atrás

Algum tempo atrás, quando Amy e Karma ainda não haviam ingressado no ensino médio, algo importante aconteceu, em um dia das mães em particular.

– Vamos, Karma, não podemos nos atrasar, querida! – Molly chamou docemente por sua filha que estava dormindo profundamente.

Karma, que ainda tinha seus cabelos naturais, arrumou suas madeixas castanhas e lavou o rosto enquanto sua mãe chamava por seu irmão, que ainda não estava cursando a universidade e mesmo sem estar fazendo nada conseguia ser o filho perfeito.

Algumas quadras de distância, Amy estava alegremente acordando sua mãe com um café da manhã na cama, desejando um “feliz dia das mães”. Farrah sorriu para a filha e agradeceu-lhe docemente.

– Muito obrigada, filha! – ela repetiu enquanto abraçava sua filha.

Amy sabia que sua mãe não estava bem desde que seu pai as deixará. Então tentava ser a filha perfeita, nunca discutindo ou respondendo a mãe, sendo obediente e atenciosa. Mas hoje ela notará que sua mãe estava animada, esperançosa e até mesmo ansiosa pela comemoração do dia das mães que haveria na escola.

Era um dia especial, na noite anterior quando a doce Amy já estava dormindo, Farrah recebeu uma ligação de seu ex marido.

O telefone tocou estridente irrompendo o silêncio daquela fria madrugada. Farrah, que já estava em sua cama pronta para dormir e acalentar sua mente dos seus tristes e impossíveis devaneios.

–Alô?! – atendeu timidamente imaginando quem a ligaria a essa hora da madrugada.

– Farrah. Sou eu, Zack.

– Zack?! – o coração dela se alegrou e ela deixou um sorriso escapar.

– Eu só quero me desculpar pela traição e por todas as mentiras e por deixar vocês. Não voltarei, porque o orgulho me impede, mas saiba que eu a amei. E amei nossa filha! Mas muita coisa mudou e eu quero que você siga em frente. Assim como eu fiz! Seja feliz, Farrah e cuide bem da nossa princesa! – disse ele e desligou.

Farrah percebeu então como esteve triste e ausente, percebeu como Amy perdeu não só o pai, mas a mãe também. De madrugada ela chorou, com o desejo de ser uma mãe melhor para sua filha. E assim o fez! Fez o melhor que pôde!