Efeito Dominó escrita por Snowflake


Capítulo 7
Capítulo VII


Notas iniciais do capítulo

Saudações! Depois de tanto tempo na escuridão, resolvi voltar para a luz, junto de mais um capítulo. Impressionante, não? Estou viva! Com isso, quero dizer que esperei toda essa poeira de provas, simulados e vestibulares abaixar para dar início à sétima parte de Efeito Dominó. Escrevi, nesse meio período, o que meu tempo livre e a minha criatividade permitiram-me, mas garanto que dei o melhor de mim e que, nas férias, compensarei-os, nobres leitores, com um capítulo consideravelmente maior. Ah, antes que eu me esqueça, criei um Tumblr para a fanfic, assim posso estimular minha imaginação e evitar bloqueios criativos. Além do mais, vocês podem acessar e dar uma olhadinha em imagens, playlists e alguns posts referentes à história! Até o próximo capítulo, aproveitem!

Aqui vai o link: http://efeitodomino-nyah.tumblr.com/



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POV Dominique

Para início de conversa, eu não sou propensa a sentir ciúmes. Minha irritabilidade foi causada única e exclusivamente pelo porre que tomei ontem, o qual me deixou em uma ressaca fodida. Devo enfatizar que não tem relação alguma com o fato de Van der Bilt estar compartilhando com Deus e com o mundo o quão a transa da noite passada foi prazerosa. Não havia vínculo algum com a felicidade dele ao proferir o nome da garota que, pelo que pude ouvir, chamava-se Caitlin. Afinal, a vida sexual de Jude não afeta meu estado de espírito. Por outro lado, aquele resto de aborto insistia em levar nosso inocente jogo para níveis mais avançados, e fico contente em mostrar a ele que eu sempre venço.

Minha conversa com Meg seguia por um excelente rumo quando James aparecera, seguido por alguém que não via há anos. Após desviar o olhar da química que rolava entre meu primo e minha melhor amiga, instalei meus olhos no acompanhante de Jay, tentando lembrar da onde conhecia-o. Foi aí que a minha memória provou-se útil e providenciou-me uma resposta completa: Harrison Morgan.

Desde quando éramos crianças, Harrison era como um irmão para James. Visto que sempre fui muito próxima de meu primo, acabei por desenvolver um forte laço com Harr. No entanto, Morgan e eu construímos uma longa e complicada história juntos, e acabamos nos afastando quando ele e Jay foram para faculdades fora de New York. Admito que senti tanto sua falta quanto senti de meu primo nesses últimos anos. Afinal, Harrison significava (e ainda o faz) muito para mim. Sua aparição foi uma surpresa e tanto, aliás, a única boa que tive nessa semana.

Assim que o reconheci, foi inevitável não correr e abraça-lo no mesmo instante. Com o canto dos olhos, percebi a expressão de desgosto no rosto de Van der Bilt e sorri mais ainda com sua reação. No intuito de provoca-lo ainda mais, convidei Harr para tomar um froyo em um estabelecimento perto de onde estávamos. Contudo, antes de sair, dirigi um leve e 100% maldoso sorriso na direção de Jude. Todos já estavam fora de vista quando meu pequeno e singular gesto fez efeito: fui segurada pelo pulso por meu nem tão querido “namorado”, impedindo-me de seguir em frente. Virei-me imediatamente, sorrindo vitoriosamente.

– O que aconteceu, Jude? Esqueci alguma coisa? – Alfinetei. Van der Bilt encarava Harrison com a testa franzida.

– Hey, está tudo bem? – O desconforto na voz de Harr era evidente.

– Melhor impossível. – Resmungou Jude. – Se me dá licença, preciso ter uma conversinha com a minha namorada. – Mesmo causando o efeito desejado, não esperava que Van der Bilt usasse esse termo, e arrepiei-me assim que ouvi. Mesmo assim, pedi alguns minutos para meu amigo e me afastei.

– Pode falar. – Comecei, cruzando os braços.

– O que diabos você está pensando, DiNozzo? Nós ainda estamos naquele maldito teatro, e até onde sei essa porcaria de aliança – ele indicou o anel em meu dedo e um igual no seu – confirma a minha tese. A propósito, nós estamos em público, love. – Jude já estava vermelho de ódio, o que me inspirou ainda mais.

– Está vendo isso, Van der Bilt? Chama-se ciúme. – Percebi ele revirar os olhos. – E não banque o hipócrita comigo, ou esqueceu da sua distração da noite passada? Como ela se chama mesmo? Ah é, Caitlin. – Dei uma inflexão totalmente maldosa àquela última palavra. – Fique tranquilo, querido, o show continuará.

Estava quase me afastando quando Van der Bilt impediu-me novamente, segurando firmemente a minha cintura e deixando seu rosto a centímetros do meu. Estávamos em uma posição favorável para que Harrison assistisse de camarote nosso repugnante contato.

– Tem razão, Dominique. Então, usando suas próprias palavras, vamos continuar o show. – Foi a sua última sentença antes de me beijar ferozmente, levando uma de suas mãos até o meu cabelo e a outra desceu até a minha bunda, mas não me importei, uma vez que estava ocupada me derretendo nos braços daquele verme. A pior parte é que eu não queria que aquele beijo terminasse. Não estava nem aí para meu fôlego, o qual se esgotava a cada segundo que eu mantinha meus lábios selados aos de Jude. Paralelamente, detestava essa onda de sentimentos que se apoderavam de mim ao mínimo toque de Van der Bilt. Odiava esse paradoxo que ele provocava, começando um duelo entre meu orgulho e meus anseios. Uma parte de mim queria que ele nunca mais me soltasse, e a outra se segurava para não empurrá-lo para longe. Contrariando minha vontade, finalizamos o beijo com longos selinhos, até que ele se afastasse completamente. – Sim, o nome dela é Caitlin. Traga um frozen yogurt para mim, love.

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Já estava com um belo froyo em mão e meu ódio por Van der Bilt já tinha sido amenizado e substituído pelo contentamento por estar junto com Harrison depois de tanto tempo, quando uma notificação em meu celular trouxe-me para a terrível realidade e removeu imediatamente o sorriso que estava estampado em meu rosto. A tela do aparelho iluminou-se, mostrando um número que não poderia ser idenficado, o qual enviara-me uma imagem com uma legenda que dizia o seguinte:

“Aparentemente alguém não é tão boa de cama... Parabéns pelos chifres, sis!”

Fiquei estática por um tempo que não consegui calcular. Ampliei a imagem, cuja revelou-me a captura do exato momento em que Jude se esforçava ao máximo para engolir Caitlin. Percebi que meus olhos se arregalando cada vez mais a ponto que encarava aquela foto. Paralelamente, meu cérebro começou a trabalhar incansavelmente. “Pense, Dominique. Tente com todas as forças fazer com que algo aconteça nessa enfadonha e imóvel caixa de areia dentro do seu crânio”, ponderei comigo mesma. Milagrosamente, a resposta para uma das incógnitas caiu no meu colo, revelando-se pateticamente óbvia. Digo, não tenho nenhuma irmã e, mesmo assim, o anônimo tinha se referido à mim por “sis”. Consequentemente, era estupidamente claro que o remetente era Melissa, logo que sua mãe tornar-se-ia, em breve, minha madrasta. No entanto, se ela pretendia certificar-se de que eu teria conhecimento da suposta traição, significa que ela não sabia que eu também estava presente naquela festa.

– Domi, está tudo bem? – A voz de Harrison despertou-me do meu terrível devaneio. – O que aconteceu? – Ele esticou o pescoço em uma tentativa de espiar a tela de meu celular. Contudo, fui mais rápida e bloqueei o aparelho.

– Estou bem, – gaguejei – apenas lembrei-me de que tenho um compromisso e... – suspirei – Apareça na minha casa mais tarde, ok? – Despedi-me com um sorriso e fui direto para meu carro.

Utilizando todas as artimanhas que me foram ensinadas pelos colegas agentes federais de meu irmão, consegui encontrar a exata localização de Van der Bilt sem a menor dificuldade. Com isso, o endereço posto no GPS levou-me até um pequeno café no centro de New York. Desembarquei do automóvel e parei em frente à fachada de vidro do estabelecimento, e, ao vasculhar o ambiente com os olhos, deparei-me com Jude sentado em frente à sua mais recente parceira de coito, sorrindo como nunca tinha o visto fazendo anteriormente.

POV Jude

Estava retornando para o campus, não muito depois de minha vitoriosa tentativa de tirar Dominique do sério, quando um simples “bipe” de meu aparelho celular mudou inteiramente meu estado de espírito. De qualquer forma, é notório que eu não estava nada mais do que incomodado, talvez um pouco atônito, mas a mensagem de texto deixou-me parcialmente contente. O número era desconhecido, mas, apenas pelo adjetivo usado pelo remetente, pude facilmente identificar que quem havia tornado meu dia minimamente melhor era Caitlin.

“Topa um café, gracinha? Encontre-me agora, no Brew.”

Sem pensar duas vezes, dei meia volta e entrei em meu carro.

Assim que entrei no estabelecimento, deparei-me com Cait ocupando uma mesa no centro do ambiente, já bebericando uma bela xícara de cappuccino. Sendo assim, caminhei um tanto apressado e me juntei a ela, a qual saudou-me com um sorriso.

– Que bom que veio, gracinha. – Sorri de volta, revirando meus olhos.

– Agradeceria se você parasse de me chamar assim. – Respondi e, sentando a sua frente, pedi um mocaccino. Aparentemente, minha fala arrancou-lhe risadinhas.

Poderia afirmar que ficamos jogando conversa fora por horas e tomando muita cafeína, mas realmente não vi o tempo passar. No caso, conversávamos alegremente sobre o desempenho dos Yankees no jogo da última terça-feira quando fui rudemente interrompido pelo toque de meu telefone. Para ser sincero, Caitlin teve de me perguntar se não iria atender, logo que eu estava tão entretido que o som proveniente de meu celular parecia apenas mais um componente ao longe da poluição sonora do Brew. Relutantemente, peguei o aparelho para ver quem incomodava, e o nome na tela trouxe alguns nervos à tona.

– O que você quer, DiNozzo? – Atendi, saudando-a cordialmente.

– Precisamos conversar. – Ela respondeu do outro lado da linha. – Onde você está?

– Agora eu não posso. Conversamos mais tarde. – Foi a minha última fala antes de desligar na cara da loira. Tudo bem, sei que me arrependeria perdidamente disso depois, afinal, assim que pressionei o botão que encerrava a chamada, coloquei a minha vida em risco.

– Está tudo certo? – Perguntou Cait, e voltei a depositar o celular na mesa.

– Sim, claro que sim. – Confirmei, e voltamos para nossa descontraída conversa.

Entretanto, é claro que Dominique não esqueceria isso e voltaria para seu estimado amigo. Alguns minutos mais tarde, meu telefone voltou a tocar, e seu nome aparecia estridente na tela do mesmo. Respirei fundo algumas vezes antes de atender, para garantir que não perdesse a paciência.

– Eu falei que precisávamos conversar, idiota. Agora olhe para a direita e saia dessa porcaria de café. – Em um ato automático, desviei meu olhar para a direção que DiNozzo tinha mencionado e, pela fachada de vidro, vi uma figura loira extremamente conhecida.

– Como diabos...? Estou indo. – Desliguei o telefone e, dessa vez, dirigi minha fala à Caitlin. – Escute, acabei de ser informado sobre uma emergência... – Suspirei – Tenho que ir. – A morena murmurou um simples “ok” enquanto eu pegava minhas coisas e pagava a bebida, saindo do estabelecimento à passos fortes.

Dominique estava escorada na parede ao lado do Brew, com os braços cruzados. De fato, ela parecia realmente furiosa, porém eu também estava perto disso.

– O que é que você quer? Não viu que eu est... – Minha fala foi interrompida pela sua resposta, a qual veio em forma de uma imagem exposta no celular de DiNozzo, cuja estava anexada em uma mensagem anônima. Inevitavelmente, engoli em seco. Digo, estava pasmo demais para expressar uma reação aperfeiçoada. – Quem te mandou isso? – Eu sei, soou completamente estúpido, mas foi o melhor que pude dizer. Dominique não respondeu, apenas pediu (ou melhor, ordenou) que eu a seguisse até seu carro. Ela mesma dirigiu e, durante o percurso, permanecemos em silêncio. A loira estacionou o automóvel em frente ao edifício onde morava, e, alguns instantes depois, já estávamos entrando em seu apartamento.

– O que diabos estamos fazendo aqui? – Perguntei. Afinal, ela nunca me traria para a sua casa por livre e espontânea vontade se não fosse para algo urgente.

– Tenho meus palpites, mas vamos confirmar quem é que está tentando acabar com nossos planos. – Ela bufou – Nunca pensei que diria isso, mas venha comigo.

Obedecia-a, caminhando atrás dela por um pequeno corredor. DiNozzo parou na frente da última porta, parecendo um tanto relutante para abri-la, e, assim que o fez, entendi o motivo. Para minha surpresa, Dominique tinha decretado que eu a acompanhasse até seu quarto, e um sorriso pervertido brincou com os meus lábios.

– Não sei como isso vai ajudar a descobrir quem mandou aquela mensagem, mas já que insiste... – Aproximei-me da loira, obviamente no intuito de alfinetá-la. Com uma facilidade impressionante, ela se livrou de meus braços e sentou-se em frente ao seu computador, o qual ficava em uma escrivaninha ao lado da cama.

– Você é patético. – Foi tudo o que ela disse antes de começar a digitar desesperadamente.

– Obrigado. – Agradeci – Se me permite, o que supostamente eu devo fazer?

– Por enquanto, apenas não me interrompa. – Dei de ombros, apreciando a ideia. Com isso, deitei-me em sua cama e vasculhei o quarto com os olhos.

Durante todos os anos de convivência, nunca tinha entrado nos aposentos da loira, e aproveitei a oportunidade que certamente aconteceria apenas uma vez na vida. Primeiramente, na parede atrás de mim, havia vários pôsteres de bandas como Green Day, Fall Out Boy e My Chemical Romance, o que arrancou de mim um leve sorriso. É claro que a enorme estante de livros não me surpreendeu, ao contrário do que estava próximo à mesma. Mesmo sabendo que Dominique gostava dessas coisas de super-heróis, garanto que nunca nem sequer passou pela minha cabeça que ela tinha o que chamavam de figuras de ação. Com o choque, levantei-me para ver os bonecos mais de perto. Pude identificar apenas alguns, como Iron Man, Thor e Batman, em meio a algumas figuras curiosas que eu não fazia ideia de quem eram. Mais para o lado, abaixo de um pôster enorme de Star Wars, encontrava-se, em toda a sua magnitude, um boneco do Darth Vader. Peguei-o, sem querer apertando um botão estrategicamente escondido que fez com que o brinquedo falasse e seu sabre de luz ficasse vermelho.

– Sério, DiNozzo?

– Eu falei para não me... Ei! Coloque o Vader onde você encontrou! – Ignorando sua ordem, continuei pressionando o mecanismo, e descobri que o boneco pronunciava mais três frases diferentes. É gratificante afirmar que tal ação enfureceu Dominique, e, no intuito de tirar a miniatura de Darth Vader de minhas mãos, ela se afastou do computador, caminhando até mim. Sendo assim, ergui o boneco o mais alto que me era permitido, afinal, DiNozzo era uns dez centímetros menor do que eu, o que obrigou-a a ficar na ponta dos pés, ainda sem conseguir alcança-lo.

Sorri maroto assim que notei o quanto Dominique tinha se aproximado de mim, e só assim ela percebeu que podia sentir a minha respiração. Como já era de se esperar, a loira tentou recuar, mas eu fui mais rápido, colocando uma das minhas mãos em sua cintura. Todavia, estava prestes a selar meus lábios aos dela, em uma atitude inteiramente irracional, quando uma notificação vinda do notebook nos devolveu à realidade. Afastando-se um tanto corada, DiNozzo voltou a encarar a tela do computador, deixando-me estático e com um Darth Vader em mãos.

– Consegui um número. – Avisou-me. – Dê-me o seu celular. – Demorei apenas alguns segundos para processar a informação, tirando a loira de seu ponto de equilíbrio. – Rápido! – Entreguei o aparelho a ela, que logo depois mostrou-me que o número indicado na tela do notebook era o mesmo que estava salvo em meu telefone com o nome de Melissa Houston.

– Merda. – Soltei, e Dominique apenas riu fraco. – O que foi?

– A vagabunda acabou de nos entregar um belo motivo para anunciarmos o final do nosso show.


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Notas finais do capítulo

Aqui vai meu twitter, caso queiram entrar em contato ou algo do gênero: @alphasqueen.



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