Evil Ways escrita por Moonlight


Capítulo 9
Moça de Nebraska com bochechas coradas e diploma em direito.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores!!!
Esse capítulo foi escrito agora, e revisado. Mesmo assim, se tiver erros, perdoem.
Eu planejava colocar Johanna nesse cap, mas ele ia ficar muito longe e cansativo. Vou fazer unzinho especial pra ela, tudo bem?
Não nos próximos. Os próximos serão pra chutar o pau da barraca, preparem-se!
Vamos conhecer o Sr. Gale Hawthorne vestindo terno cinza? :3

Capítulo dedicado a Arabella MHSI. AMOR, OBRIGADA PELA RECOMENDAÇÃO LINDA!



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Katniss estava a meia hora de encontrar o Sr. Hawthorne.

E pensou que talvez suas mãos estivessem tremendo muito para uma advogada formada, e que seu chefe de maneira nenhuma poderia ver aquilo ali. Não depois de todo seu esforço diante do ultimo mês.

Não depois de ficar hora a mais do que necessário naquele escritório, fazendo coisas que nunca eram sua obrigação somente para que seu chefe veja e lhe toque uma luz daquelas: “Vou te dar um aumento de salário, Srta. Everdeen”. Até porque recentemente, todas as frases que saiam antes do ‘Srta. Everdeen” nunca eram as de se esperar. “Pode ficar aqui e arrumar os documentos do processo trabalhista contra a firma Locutys, Srta. Everdeen?”, “Alguém poderia nos dar a baixa do lucro desse mês? Srta Everdeen, que tal a senhorita?” E, em um certo dia frio e nevoso, que Katniss se foi a única no escritório que se dispôs a trabalhar, foi buscar um Starbucks para ela e seu chefe, Sr. Craig.

Se aquela metidinha a esperta da garota com Cara de Raposa conseguiu casos particulares e aumento, Katniss também conseguiria. Argh, as vezes achava que Cara de Raposa teve relações sexuais com o Sr. Craig por um aumento, mas é um tipo de pensamento muito machista para uma empresa séria. E Katniss odiava pensamentos machistas. Talvez a cara de raposa conseguiu porque era espertinha, assim como Katniss conseguira sem envolver seu corpo ou seu sexo com.

E Katniss conseguiu, quando seu chefe lhe contou que estivera com um cliente há minutos atrás e ele solicitou a assistência de Katniss em seu caso de divórcio. Naquele sábado (mais um dos que ela se submeteu a ficar mais tarde do que necessário), ela chegou em casa, jogou a notícia em cima de Haymitch e Johanna e chorou.

Chorou, porque depois de todo esse esforço, o julgamento seriam somente em 3 meses e talvez, Haymitch não veria seu primeiro caso ganho. Chorou porque não acreditava na quantidade de dinheiro que o Sr. Hawthorne se mostrou disposto a pagar, e em breve, talvez estivesse rica com um Haymitch morto.

Agora, Katniss Everdeen estava a meia hora de seu primeiro contato com o Sr. Hawthorne.

Ela nunca o vira, de fato. Viu suas costas deixando o escritório no sábado a noite, e também nunca ouviu falar do que quer que ele seja dono para ter tanto dinheiro. Seu chefe lhe contou detalhes sobre o caso, e disse que o próprio Sr. Hawthorne havia pedido pelos serviços de Katniss, o que a deixou confusa, já que ele também não a conhecia. Internamente agradeceu-o mesmo assim, já que agora tinha sua própria sala no escritório, um salário mensal aumentando, um caso nas mãos e uma cara de vitoriosa para cima da cara de raposa.

Katniss estava a meia hora de conhecer o Sr. Hawthorne, e ele aparecera vinte minutos mais cedo, dirigindo-se em direção ao seu escritório novo com o auxilio de Clove, a recepcionista. E lhes digo, caro leitor, pela graça de Deus, Katniss era uma profissional.

Levantou-se de sua cadeira, frente a sua mesa com plaquinha Dra. Everdeen e gentilmente se apresentou dando um aperto de mãos com o homem inacreditavelmente bonito que estava a sua frente. Ofereceu um lugar para sentar-se, e fez o mesmo logo em seguida, concentrando-se em seus documentos. Porque convenhamos, se Katniss deixa-se fitar pelo rosto de seu cliente... pelos deuses, não.

— Sr. Hawthorne, o Dr. Craig me passou os dados que o senhor cedeu a ele, e estão nessa pasta que eu estou vendo agora. Divórcio, sim? — Disse ela, enquanto abria sua pasta azul e mexia até a letra H para encontrar o sobrenome e caso de seu cliente.

— Hm... é, perdão, você é de Nebraska? — Perguntou Sr. Hawthorne, distraído demais com sua nova advogada ao ponto de não ouvir nenhuma de suas palavras depois daquele –suado- aperto de mãos.

Katniss finalmente largou os documentos a sua frente e se permitiu olhar novamente para seu cliente. O Sr. Hawthorne era alto, moreno e com os olhos cinzentos, numa aparência similar a dela. Ele sorria – por motivos que Katniss desconhecia – e apoiou os braços no joelho, deixando os músculos marcados dentro daquele terno cinza.

— Sim, eu sou. Por acaso você está rindo do meu sotaque? — Perguntou Katniss, se arrependendo logo em seguida. Ela não tivera a intenção de ser rude, mas sempre saia resposta assim de si. Katniss se esforçava para mostrar seu lado gentil, mas o convívio com Johanna e Haymitch não fazia este lado aflorescer mais vezes. E se seu cliente considerasse sua resposta desrespeitosa? Ah, não, eu acabei de conseguir essa chance, pensava ela.

Para sua sorte, seu cliente riu ainda mais de sua resposta, e seu sorriso perfeito aumentou por dois centímetros, fazendo Katniss esboçar um sorrisinho sem graça.

— Na verdade, eu reconheci seu sotaque. Eu sou de Nebraska também. — Katniss esboçou sua casa surpresa e suas bochechas fortemente coradas, claramente com vergonha de sua reação inicial. Na frente do seu primeiro cliente, que profissional, Katniss. — Ah, não fique assim, me perdoe. Isso não foi muito formal da minha parte.

— Tudo bem, Sr. Hawthorne. — Katniss afirmou. Dessa vez, abriu um sorriso maior, e ao ver que ficaria com essa cara boba por mais tempo se voltasse a fitar seu cliente, voltou para seus papéis. — Hãm, eu estava... no seu divórcio, isso. Pode me falar o seu caso e como posso te ajudar?

— Eu e minha esposa... Bem, minha ex-esposa temos três filhos, e eu estou disposto a brigar pela guarda deles.

— Sim, o Dr. Craig me deu esses dados. Guarda dos filhos, processo contra sua ex-esposa, correto?

— Sim, nós temos juntos uma linha de produtos de limpeza. Ela patenteou algumas criações, mas eu fui o principal investidor de capital da empresa. Ela quer 80% dos lucros, mas eu exijo 60% deles.

— Qual é o motivo do divórcio, Sr. Hawthorne?

Katniss via nos papéis a sua frente detalhes dos lucros e da empresa de seu cliente e sua ex-esposa quando fez a pergunta a Gale Hawthorne. Portanto, ela provavelmente não viu o rosto de seu cliente declinar em desgosto ao dizer:

— Traição. Da parte dela.

O ambiente permaneceu em silêncio até Katniss olhar para seu cliente e encontrar ali toda uma estrutura profissional que foi perdida há dois segundos, quando este declarou a traição da esposa. Katniss então começou a agir como sua profissão exigia, de maneira sensata e sem contato pessoal com a vida de seus clientes.

— Bem, o fato de ela estar te traindo em nada influenciará na decisão de quem fica com a guarda das crianças. A guarda será concedida à parte que provar melhores condições para as crianças. Condições não significam só financeiramente, mas educação, desenvolvimento da criança e bom relacionamento com ambos os pais. Normalmente, as mães sempre tem preferência quando se trata do assunto guarda. Esta preferência não está na lei, é fato.

— Eu não quero que meus filhos fiquem com Madge. — Interrompeu Gale, pronunciando o nome da esposa pela primeira vez, provando o gosto amargo que este deixara em si — O que preciso fazer? Provar a traição, mostrar que tenho melhor estrutura para criá-los?

— Talvez. — Respondeu Katniss, ajeitando-se em sua cadeira. — O fato é que não há nada a fazer com a traição, porque para um Juiz, isto é irrelevante. Ele vai ver os interesses da criança, e a justiça pode enxergar que neste caso talvez o traído esteja tentando usar as crianças como ferramenta de vingança. Lutar pela guarda não é de melhor interesse da criança. Minha sugestão é que você peça pela guarda compartilhada e mantenha um bom relacionamento com sua ex, assim você serve o melhor interesse dos seus filhos.

— E como funcionaria a guarda compartilhada? — Questionou Sr. Hawthorne.

Katniss poderia ver claramente a decepção no rosto de seu cliente apenas em questionar que talvez, a guarda de seus filhos não fique com ele. Katniss não queria isso: Claro que a total satisfação de seu cliente era seu interesse, mas lhe parecia que Gale Hawthorne só queria criar seus três (!) filhos sem qualquer joguete com a ex-esposa.

Talvez esteja magoado demais com ela. Talvez a amava. Mas nada disso interessava a Katniss.

— Será fixada a residência da criança, e aquele que não tem a custódia física exercerá o direito de convivência, por exemplo, com alternância de finais de semana ou de um ou dois dias na semana. — Respondeu ela, seriamente. — Despesas como médico, escola e roupas é dever de ambos (pai e mãe), na proporção da possibilidade de cada um, ou seja, quem pode mais paga mais, independentemente de quem tenha a guarda ou se ela é compartilhada. Somente com eventual mudança na possibilidade de quem paga, como perder o emprego, ou receber um aumento de salário, por exemplo, é que o valor da pensão pode ser revisto, para menos ou mais.

Gale Hawthorne escutava atentamente as palavras de sua advogada.

Inicialmente, confessara a si mesmo, ele pediu a Dr. Craig – advogado pessoal de seu pai – para ceder seu caso a advogada bonita que carregava papéis e tomava café nos dias em que ele visitava o escritório. Não a ruiva, mas a morena de olhos elétricos. Gale poderia imaginar a vermelhidão no rosto de Madge ao vê-lo com uma advogada gostosa, mas depois de toda a consultoria que a teve com a Dra. Everdeen, viu o quanto foi um pensamento vingativo e infantil. Ele percebeu que, novamente, mais um de seus impulsos rebeldes estava prestes a prejudicá-lo, mas por sua sorte a advogada bonita era também competente. Viu que, por deuses, só ter a guarda de seus filhos Rory, Vick e da sua garotinha Posy lhe bastavam.

E confessava a si mesmo que seus planos de convidar a Dra. Everdeen para um café ainda teimava mais do que a ideia fixa de causar ciúmes em sua ex esposa.

A Dra. Everdeen era puramente linda. De um jeito diferente que sua esposa é. Quero dizer, ex-esposa. É que Madge nunca ficara corada em 10 anos de relacionamento como a Dra. Everdeen ficou com apenas uma piadinha sobre Nebraska. E Madge nunca lhe pareceu adorável como a Dra pareceu.

— Eu sou da cidade de Lincoln, Srta. Everdeen. — Disse Gale Hawthorne, mudando totalmente o assunto que tratava com sua advogada, falando sobre sua cidade natal em Nebraska.

Katniss poderia muito bem paralisar novamente e ficar corada, mas ela entendeu aquilo como uma tentativa de Gale em fugir de um assunto que o decepcionava. Talvez fizesse isso com frequência, e a possibilidade de perder os filhos pode tê-lo atingido.

— Eu sinto muito... Em decepcionar o senhor, ou não corresponder suas expectativas hoje, Sr. Hawthorne. — Disse Katniss. Em seguida, ela sorriu com a ansiedade da piada: — Mas eu sou de Omaha.

Gale Hawthorne não pode evitar em sorrir encantado com a Moça de Nebraska com bochechas coradas e diploma em direito.

Mas ainda sim, não poderia a convidar para um café.


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Notas finais do capítulo

Então? mereço comentários ou vocês continuaram me dando seus dolorosos vácuos?