Evil Ways escrita por Moonlight


Capítulo 10
Água Doce e Água Salgada


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas!
Esse é o primeiro capítulo dedicado a Finnick e Annie, e claro, serve de ponte para o Capítulo a seguir, que não é querendo por expectativas, MAS................
Aguardem.
(aliás, as cenas Fannie serão fodas. juro, já tenho algumas escritas õ/)
Enfim, até as notas finais!



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Finnick Odair andava pelos corredores do Libertas pela terceira vez na sua vida.

A primeira vez recordava-se bem, fora a vez que Finnick tirou seu amigo do trabalho frente a seu chefe Dra. Paylor e lhe levou para receber o envelope branco que continha o nome de seu pai. Naquele mesmo dia, lembrava, Peeta fora alertado sobre todos os riscos envolvidos ao concordar em deixar Boggs e Marvel fora de perigo, e também decidiu que não abriria o envelope naquele momento.

Desde então, passaram-se duas semanas e Peeta simplesmente decidira que seria algo de mais dar satisfações a Finnick sobre o paradeiro do envelope lacrado. Ao menos, era isso que ele imaginava.

Portanto, Finnick fez questão de andar pelos corredores brancos do centro de Trauma e Transtorno Pós Traumático onde Peeta estagiava por um salário mínimo e o puro prazer da experiência. Era um dia da semana qualquer com baita dia frio congelante, e a neblina e garoa juntos fizeram Finnick se auto dispensar de seu trabalho. Sejamos justos: Finnick Odair trabalhava feito um condenado, já que seu pai não era rico como Peeta. Sair do trabalho naquele dia lhe traria prejuízo financeiro, mas se fosse por Peeta estava tudo bem.

Estava frio de qualquer maneira. Ninguém em sã consciência iria nadar na piscina publica onde Finnick trabalhava para pagar a faculdade de Ciências Biológicas e logo depois a pós-graduação em Biologia Marinha.

Lembrem-se: Finnick Odair era Salva Vidas. Contaremos mais sobre as utilidades de um salva-vidas em Nova York mais tarde, depois da presença de Annie Cresta. Aguardem.

De qualquer forma, Finnick andava correndo pelos corredores brancos do lugar onde Peeta trabalhava, buscando alguma explicação decente do melhor amigo. Talvez quem sabe uma explicação pra, depois de tanto tempo de procura, ele ignorar totalmente o envelope. Talvez quem sabe, o nome do pai.

Finnick andava distraído demais pra captar os detalhes de como um acontecimento poderia mudar sua vida em quase três segundos. Ele só lembrava-se que corria, e olhava para os lados, e às vezes para o chão, mas não sabia o que fizera nos três segundos antes de esbarrar em uma moça ruiva e baixinha.

Senhoras e Senhores: Finnick Odair acabara de conhecer sua futura esposa, Annie Cresta.

Naquele dia da semana frio, ele esbarrou numa moça que saia correndo de um consultório, talvez este estivesse à direita, Finnick não sabia. Ela usava uma calça jeans, um moletom vermelho e um cachecol branco, que a cobria tanto que Finnick quase não conseguiu ver seus lábios. Mesmo que fosse possível ver os lábios de Annie Cresta, Finnick certamente não prestaria atenção, pois a garota olhou para cima, para seus olhos e, meus caros amigos... Finnick não conseguia desviar os olhos da moça. Olhos verdes, cor de alga verde punto. Olhos de água doce. Finnick gaguejou alguns segundos antes de dizer qualquer coisa pra moça aparentemente assustada a sua frente.

E logicamente, Annie estaria. Quer dizer, uma pessoa qualquer esbarra com ela assim e não parava de olhar com adoração. E não importa se tentasse olhar para o chão, o problema de Annie era a incapacidade de mexer suas pernas e caminhar para longe dali. Aquele cara tinha olhos de água salgada, e ele não tirada de cima dela nem por um segundo. Então, quando ele foi falar alguma coisa, Annie apertou os olhos e pensou que talvez conseguisse forçar a parte de audição dentro de sua cabeça e então ficaria surda. Mas não adiantou: Ele falou. E ela, ao ouvir a voz dele, desmoronou mais.

— Você... viu o Doutor Peeta Mellark por aí? — Foi o que ele disse.

Finnick se xingou mentalmente por ter dito essas palavras. Nada de “Oi”, nada de “Meu deus, anjo que caiu da terra, como pôde esbarrar assim com minha pessoa e simplesmente decidir que me deixaria na terra ciente de sua presença e longe de ti?”. Nada de “Qual é o seu nome?”.

E ainda por cima, para a situação toda ficar a favor de Finnick, o Doutor Peeta Mellark aparece no mesmo corredor, e se apavora ao ver Finnick. Portanto, Finnick têm de equilibrar a situação em suas mãos:

Iria atrás de seu amigo, que no caso era seu objetivo principal ou iria perseguir pelo resto de sua vida a garota assustada com olhos de água doce?

Não foi necessário pensar. Annie Cresta recuperou sua incrível capacidade de andar, desviou de Finnick como num passo de dança, e foi embora. Finnick viu Annie Cresta ir embora pela primeira vez em sua vida, e naquele momento, sozinho no corredor com a atenção de Peeta, resolvera lhe dar uma intimação:

— Você vai falar comigo. Agora.

E Peeta não o desobedeceu.

Peeta estava pensando em como iria falar para Finnick que, depois da conversa com sua mãe, havia desistido de abrir o envelope para sempre. Quer dizer, ele gastou uma grana com o tal do Boggs e correu riscos por aquilo. E Finnick estava ali, aguentando suas inseguranças e o salvando de situações como fora a clinica de fertilização. Como Peeta iria dizer que já tinha um pai? Talvez não precisasse de um. E bem, Finnick já havia o compreendido uma vez, mas ele não entenderia Peeta pela segunda, principalmente por se tratar de sentimentos adversos.

— Eu acho mesmo que eu quero tomar um cappuccino.

Peeta seguiu Finnick pelos mesmos dez minutos até a mesma cafeteria, pensando em como explicar ao amigo o que sentia. Estava no plano M, depois de ter abortado os outros argumentos pertencentes as doze ultimas letras do alfabeto (inclusive a letra K), quando Finnick iniciou a conversa.

— Ficamos exatamente um mês com você determinado e desesperado a encontrar seu pai. Eu quase doei meu esperma, e flertei com a secretária de uma clinica por você, então saiba que a única coisa que eu quero é ouvir o que você tem a dizer. Não vou te julgar, nem procurar entender. Só vou te ouvir, falou?

E mais uma vez, Peeta ficou grato aos céus por ter um amigo como Finnick.

— Eu... — começou. — Eu não sei. Eu fiquei cansado, de verdade. Minha cabeça cansou de tanto pensar e quebrar por isso. E depois de uma conversa que eu tive com minha mãe, e ela praticamente me deu passe livre pra perseguir esse cara, eu vi... Que eu já tenho Effie. Eu não preciso mais. Eu não preciso de um pai com uma maldita mancha de nascença na mão.

Finnick se levantou da mesa, deixando um Peeta angustiado sem nenhuma explicação. Voltou 5 minutos depois, com dois cappuccinos nas mãos e o entregou um.

— Eu entendo, Peeta. Eu sou seu amigo, e eu sempre estive com você brother, em qualquer decisão. E eu vou estar nessa também, porque você precisa de mim. A única coisa que eu te peço é que você avalie sua situação. Que pense consigo mesmo porque tanto sacrifício para correr atrás daquele envelope e se agora, ele vale a pena ser aberto. Pense no prós e contras de ter essa informação, e nos prós e contras de não ter, principalmente agora que Effie entendeu como você se sente. Então Peeta, responda por fim a si mesmo: Eu devo abrir esse envelope?

E é por isso que Finnick estava andando pelos corredores do centro Libertas pela terceira vez em sua vida.

Ele tinha certeza que já tinha passado frente à sala 14 umas três vezes, mas quando a moça ruiva de olhos de água doce saiu daquela sala, tudo até ali valera a pena. O calor que ele passava dentro daquele corredor sem ar condicionado, o salário que lhe seria descontado por abandonar seu trabalho como salva vidas na piscina publica, e até mesmo o respeito próprio que tinha consigo. Tudo valera a pena quando ele viu aquela moça ruiva novamente, dessa vez com um vestido azul e batom vermelho.

— Com licença. — Ele começou, confiante. — Você viu o Doutor Mellark por aí?

Annie Cresta ainda desviava os olhos daquele homem que ele tivera a sorte ou infortúnio de encontrar pela segunda vez na vida. Como se controlar? Pensou. No entanto, outro pensamento a fez sorrir timidamente e encarar seus próprios sapatos ao dizer:

— Bom, parece que você vem procurando pro ele há uma semana...

Foi assim que ela quebrou totalmente a barreira de confiança de Finnick, fazendo-o rir e tremer ao mesmo tempo, como se fosse possível.

— Eu sou paciente dele, temos uma consulta em uma hora, sabe... e... — Finnick interrompeu-se quando viu Annie Cresta levantar a cabeça abruptamente, colocando aqueles olhos fixamente em sua cara que estava adquirindo uma cor vermelha. O que ela está fazendo? Era como se Annie estivesse lendo-o.

— Oh... — Ela baixou a cabeça, depois de constatar algo para si, decepcionada. — Eu não acredito que você já está mentindo para mim. — Finnick gelou completamente. Queria abrir a boca e perguntar “mas como...?” quando Annie decidiu explicar por si só. — Eu dou aulas para crianças, e elas fazem essa mesma cara quando quebram brinquedos e mentem para mim. Parece que não há muita diferença entre homens e crianças, não é mesmo? — Annie abaixa novamente a cabeça e preparava-se para dar as costas a Finnick novamente quando ele segurou em seus ombros.

— Tudo bem, eu menti. Mas eu menti porque venho pensando em você desde a primeira e ultima vez que te vi, e naquele dia eu tinha travado, e me chutei por uma semana porque não consegui te dizer um oi. E você pode olhar nos meus olhos e ver que não estou mentindo dessa vez, não pode? Eu travei porque eu achei você a coisa mais bonita que eu já pus os olhos. E se você quiser me deixar te ver de novo e conferir se estou mentindo, por favor, faça isso.

E Annie o fez.

Ela analisou a cara de culpa que Finnick fez. Constatou que era verdadeira. Deixou-se analisar os olhos, os traços que contornam a boca, os fios de cabelo dourados. E então, passou a secretamente considerar os dias que esbarrara em Finnick como dias de sorte.

— Eu sou Annie Cresta. — Ela disse. Finnick exibiu um sorriso precioso, e estendeu a mão para Annie.

— Eu sou Finnick Odair, e adoraria ter seu telefone, senhorita. — Ele disse, beijando a palma da mão dela, e se pudesse, deixaria uma cicatriz ali, como Tyler Durden em Clube da Luta. Ele realmente achava que estava tudo bem, tudo encaminhado, até a moça desmanchar um quase sorriso.

— Eu não tenho telefone. — Ela disse. — Eu não gosto deles.

Finnick também desmanchou o sorriso.

— Oh, Annie... — Disse Finnick, da maneira mais engraçada e charmosa que pôde. — Como eu vou fazer pra ter a honra de te ver outra vez?

— Parece que você vai ter que me procurar por aí, Finnick. Como as pessoas costumavam fazer. — Annie se permite sorrir, timidamente, mas depois baixou o sorriso e os olhos para seu sapato. — Como você vem feito com o Dr. Mellark.

E bom, como vocês devem imaginar, obviamente Finnick não deixou de sorrir. Seu sorriso agora se tornara uma extensão natural de seu ser, graças a dois minutos de conversa com uma garota que era tímida demais para ser irônica de propósito.

— Eu vou encontrar você, Annie Cresta. — Ele afirmou.

Annie também deixou um sorriso pequeno aparecer, e mesmo que este estivesse direcionado ao seu sapato branco, Finnick pode vê-lo de perto. Era lindo como imaginava que fosse.

— Espero que você encontre o Dr. Mellark também. — Ela disse, dessa vez, irônica como gostaria de soar. Desviou-se de Finnick, que a deixou ir embora pela primeira vez. E assim como Barney Stinson, porém menos malicioso, ele decidira: Desafio Aceito.

Claro que ele encontraria Annie Cresta novamente. Quanto ao Dr. Mellark, ele sabia que Peeta não estava no Centro Libertas naquele momento. Porque bem, Finnick sabia que naquele exato momento, no exato momento em que ele mudava a vida de Annie Cresta, Peeta estava falando e provavelmente também mudando a vida de seu pai.

Que, segundo o envelope branco, era um tal de Haymitch.


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Notas finais do capítulo

Punto: Punto é só uma espécie de alga verdinha, sacas? Finnick manja.
O que acharam? ta nã nã nããããããm
até amores! ♥