Evil Ways escrita por Moonlight


Capítulo 19
Heart of Gold


Notas iniciais do capítulo

FELIZ DOMINGÃO DIA DE EVIL WAY.... opa, pera.
Não é domingo? Foi mal!
Domingo eu juro que tentei, mas peguei uma virose que me deixou dois dias em casa de atestado. Então como só volto a vida amanhã, vamos considerar hoje domingo, fechou?
FELIZ TERÇÃO DIA DE EVIL WAYS!!!



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— Haymitch! — Johanna gritou ao entrar no apartamento do vizinho.

Eram tempos difíceis para ela.

Johanna tinha seus 25 anos e completara a faculdade de economia no mesmo semestre que Katniss, escapando milagrosamente de uma PP e mais um semestre de sofrimento. Depois de formada, Johanna mandou seu excelente currículo para várias empresas, mas a crise e parte de sua indisciplina eram pedras no caminho para uma economista desempregada. Quando finalmente estava com o pé esquerdo dentro do New York City Bank, Haymitch aparecera com sua morte agendada, estragando todos os seus planos e obrigando a si mesma arrumar dinheiro rápido com o seu amigo dos velhos tempos de colégio e Ex-Capitão do time de Futebol Americano estudantil, Bobby T-Pain – Ou somente Bob.

Honestamente, trabalhar na PAREM era uma porcaria sem tamanho. Pra começar, eles não respeitavam nenhum dos direitos trabalhistas, e isso valia para todos os funcionários, tanto o Bobby T-Pain que trabalha naquele lugar desde o termino do colegial – Há exatos, sete anos! – quanto para Rick, o garoto que era a aposta do mês - com certeza não duraria duas semanas naquela empresa.

Além do mais, os horários de trabalho eram perigosos e pagamento de horas extras desprezadas. E, como se não bastasse, temos aquele famoso machismo. Johanna era uma garota trabalhando como segurança de festas e boates no meio de caras altos e musculosos, com grande impressão pra qualquer atrevidinho que tente bancar o engraçadinho pra cima desses caras. Já Johanna abusava de sua ousadia em seus 1,80 de altura, e por ter aparente seios – uma característica comum feminina – os rapazes bêbados de boates achavam que ela era a festa. O desrespeito vindo de todas as partes (os convidados das festas, alguns dos seguranças e às vezes seu próprio chefe) faziam com que a indisciplina e ira de Johanna aumentasse e, como brinde, sua mão direita passava a ficar cada vez mais roxa por socos dados. Somente depois de certo tempo que os rapazes aprenderam a respeitá-la, mas até então era tarde demais e Johanna estava prontíssima para pedir demissão.

A única coisa em que a demissão lhe pesava era o sinônimo de seu significado: “O ato de não ganhar mais alto valor em dinheiro num emprego tão fácil”. A PAREM costumava pagar muito bem para fazer os estúpidos que trabalhavam nela fechar os olhos a tanta negligencia com o trabalhador.

E depois de se livrar do inferno que era a PAREM, Johanna ainda teve que ouvir as reclamações de Katniss por semanas e como se não bastasse sua melhor amiga desprezar completamente a causa de sua demissão, Johanna ainda se viu sendo chamada de prostituta pelos melhores amigos. Tudo bem, não era como uma ofensa vinda de Haymitch, não se pode esperar muito dele, mas Katniss foi a quem realmente atingiu.

— Já faz duas semanas que eu fui um lixo com você. Você vai algum dia me perdoar? — Foi o que Katniss perguntou certa noite, quando Johanna a ignorava como fazia de costume naqueles tempos.

Obviamente, ela perdoou.

Os tempos melhoraram depois de seu recém conquistado emprego com a famosa, rica e divina Effie Trinket, mas Haymitch parecia se esforçar para deixar os dias tempestuosos.

Haymitch?! — Johanna gritou novamente, adentrando ainda mais o apartamento naquela noite e arrancando seus saltos altos com a mão.

— Ele só pode estar vomitando no banheiro, não tem outro motivo pra ele ter saído daquela festa e largado a gente lá como dois cachorrinhos recém-abandonados. — Katniss falou, irritadiça.

— Ele não pode vomitar na casa de Finnick não? — Johanna sentou-se no sofá e gritou para Katniss que ia em direção ao banheiro. — Ele e Peeta são os queridinhos do velho. Uma gorfada de nada naquele apartamento riquinho só ia servir de história pra eles se zuarem mais tarde.

— Verdade. — Falou Katniss, voltando do banheiro. — Mas nem o Haymitch ta aqui. Ele ainda deixa esse apartamento imundo aberto pra quem quiser roubar.

— Como se tivesse coisa pra roubar aqui. — Johanna murmurou, levantando-se do sofá e pegando os saltos do chão.

— Aonde você vai? — Perguntou Katniss ao ver sua amiga andando desanimadamente em direção a saída.

— Trocar de roupa, tomar um banho, fazer um café. — Johanna rebateu a pergunta de Katniss com agressividade e pouca paciência. — Você deveria fazer o mesmo. Haymitch vai aparecer mais cedo ou mais tarde, então é melhor você descansar sua cabeça agora pra ter que aguentar merda depois.

E Johanna estava certa, como poucas, mas algumas situações. Claro que suas sugestões eram sempre as mais agressivas e radicais, mas em momentos onde a solução – por pior que fosse – é a mais simples, Johanna orientava Katniss a largar a cabeça preocupada e lembrar que tem uma vida também. Se bem que nos últimos dois meses, o estado sentimental da amiga estava pesado demais para suportar, e tudo o que Johanna – Katniss e Haymitch também, inconscientemente – queriam era que tudo isso acabasse logo.

Johanna, claro, era a única a admitir em voz alta.

Foram necessárias uma hora e meia de café, conversa jogada fora e preocupação para que Haymitch pisasse em seu apartamento novamente, e tentasse antes de acalmar os próprios nervos, explicar a situação envolvida para as duas tempestades a sua frente. Infelizmente, Haymitch decidiu começar da pior maneira possível.

— Peguei o dinheiro da Haymitch Box.

Os gritos agudos que “o que?!” e “puta que pariu, Haymitch!!” tomaram conta da cozinha do apartamento do velho. Já eram duas horas da manhã, e se depois daquele escândalo o Sr. Lottero não os expulsasse daquele prédio, eles nunca mais iriam sair de lá. É engraçado dizer que duas semanas depois o Sr. Lottero quase foi a óbito e nenhum dos três jamais soube. Coisas da vida.

— Parem de gritar! — Haymitch ordenou, recebendo os olhares fulminantes de ambas as garotas para si. — Escutem! De todas as coisas que nós três já passamos, vimos e ouvimos, essa com toda certeza é a mais... eu não sei que adjetivo usar aqui. Fica essa lacuna desgraçada. Peeta não me deu o que pensar...

— O quê? — Katniss perguntou, chocada.

Desde o primeiro encontro, Katniss sentiu uma certa atração pelo Mellark. O rapaz era bonito e mesmo com toda a cena de carregar Haymitch sangrando dos pés a cabeça, parecia ser um bom moço. Aquela frase dita por Haymitch soou tão estranho aos ouvidos de Katniss que ela não podia acreditar que era aquilo o que Haymitch quis dizer... sabe... Katniss duvidou da sexualidade do rapaz até Haymitch dizer algo tão chocante quanto.

— O garoto é meu filho. — Pronto. Diferente da delicadeza e precaução que Peeta tomou ao chegar no assunto com Haymitch, ele despeja todo o resumo em cima de Katniss e Johanna. O que, obviamente, deixou as duas chocadas e cheias de perguntas despejadas simultaneamente em cima do velho.

— Eu vou explicar, calem a boca! — Haymitch pediu. — Ótimo. Bem, eu não sei nada sobre a mãe, mas Peeta me chamou de Skywalker. — Ele voltou a falar, com Katniss e Johanna a olhos e ouvidos presos a cada palavra. — Quando eu era mais novo, doei esperma pra uma clinica em Manhattan sob esse pseudônimo. Johanna sabe disso, já contei essa história para ela. Eu só doei uma vez, porque o lugar era caro e chique, e precisava passar por uns seis exames até que liberassem meu esperma. Daí, como eles tinham toda essa burocracia e pagavam caro pra quem doava, eu fui lá, consegui a grana e eles armazenaram meu esperma como se fosse um grão de milho no meio do saco de pipocas estouradas. Nunca pensei que fossem... pegar o meu grão de milho.

— E então você tem um filho? E só descobre agora? — Johanna pergunta, com uma expressão surpresa.

— Sim. Por isso eu peguei os sete mil dólares que vocês juntaram e arrumei mais três mil. Fui falar com Nieves, Snow, sei lá qual o nome daquele velho babão maldito pra quem eu devo 20 mil dólares. Paguei metade, e ele me deu mais um mês de sobrevivência.

— Agora você tem dois meses de vida e deve 10 mil dólares pra esse Snow, é isso? — Johanna falou. Mesmo usando o tom de pergunta, sua maneira de olhar para Haymitch era mais de uma afirmação, esperando com que ele dissesse um “sim” que ambos sabiam que não ia sair.

— Devo 16 mil agora. Ele cobrou juros.

— E de onde saiu os três dólares que faltava do nosso dinheiro pra completar dez mil dólares? — Katniss perguntou.

Até aquele momento, Haymitch se encontrava em pé apoiado ao fogão da cozinha. Katniss e Johanna ainda se sentavam a mesa, ouvindo cada palavra absurda que saia da boca de Haymitch. Foi a resposta de Haymitch que fez Johanna se levantar e circular pela cozinha, Katniss argumentar rebatendo-a e, assim, os três terminaram em um circulo no meio do cômodo.

New York City Bank. — Haymitch respondeu.

— Ah, veio de um banco... Um banco, Haymitch!! — Johanna levantou-se, como já narrado, e passou a andar pela cozinha, como também já dito. — Até porque os bancos não vão cobrar a porra de um juros, não é mesmo?! Que merda Haymitch! Se lembra do por quê não nos metemos com banco? Porque eles te dão 3 mil dólares, e quando você não consegue pagar, eles te emprestam cinco mil pra pagar os três mil. Depois te dão 8 mil pra pagar os cinco mil até você dever sua mãe pra eles! — Johanna gritava, irritada. Katniss não fazia nada a não ser olhar para a cara de Haymitch com seu semblante que dizia: “Sinto muito, mas ela tem razão”. — Agora temos dois meses pra te deixar vivo e rezar para o juros do banco não me fazer finalmente virar uma prostituta.

Sinto muito por esse engano, não tivemos intenção de supor algo assim. — Disse Haymitch, ainda tendo sua cabeça e sua boca controlada por álcool.

— Okay, vamos pensar. — Katniss se levantou da mesa, acalmando os ânimos ao redor. — Temos dois meses. Em dois meses, é provável que o processo de Gale já tenha saído, e a grana que vou ganhar por isso é absurda.

— Isso é só um talvez. — Haymitch rebateu. — Precisamos de uma certeza.

— Eu estou trabalhando com Effie Trinket agora. — Johanna falou, meio a seu sorrisinho vencedor. — Ela vai me pagar bem, mas nem que eu juntasse meus salários desses dois meses daria o total de 16 mil. Preciso de ajuda.

— Porque você não pede dinheiro para Peeta? — Katniss perguntou a Haymitch.

Havia alguns motivos. Podiam resumir-se só em orgulho, mas uma vez que Katniss e Johanna também estavam nessa, com toda certeza esse não era o principal.

— O garoto acabou de me conhecer, não vou jogar minha dívida e morte na cara dele assim.

— Peeta é rico só de olhar pra cara dele de garoto propaganda de sabonete de espinhas. — Johanna debochou. — diga que está doente, 16 mil dólares é o que ele gasta com o cachorro por semana.

— Eu não vou mentir pra Peeta.— Haymitch impôs, fazendo as duas garotas encara-lo com uma expressão indignada. — Eu sou o pai dele! Ele me procura e a primeira coisa que faço é cheirar seu dinheiro? Deixem Peeta fora disso, vamos conseguir a grana, vou ficar vivo, deixar vocês em paz, dever as duas para sempre e ele nunca vai saber que nada disso já aconteceu.

— Legal, temos dezenas de opções e não vamos tirar 16 mil reais de nenhuma delas. Que inútil nós três somos. — Johanna resmunga, tomando um gole de seu café abandonado na mesa, vendo que ele está horrível e gelado e jogando-o todo resto na pia.

— Porque Katniss não pega dinheiro com o bonitão do divórcio? — Haymitch propõe, sorrindo para cara da moça, sabendo que esse apelido a provocaria.

Katniss não gostava que se referissem assim a Gale, nem que o citassem dessa forma. Também não gostava das insinuações que faziam com seu cliente e amigo. Haymitch e Johanna provavelmente a zombariam se ela contestasse, de modo que assuntos como esse só são compartilhados com o bonitão do divórcio, porque só Gale seria capaz de entender como ela se sente.

— O bonitão está no meio de um divórcio, não pode mexer nos seus bens financeiros. — Katniss respondeu, tão fria quanto o café de Johanna.

O ambiente se guardou em alguns segundos de silêncio, com os três pensando em soluções, até os olhos de Katniss se arregalar para o óbvio.

— Espera um pouco, como ele descobriu que o doador é você? — Ela questionou, séria. É claro que o “Eu não faço a menor idéia” vindo da boca de Haymitch era a resposta mais obvia a ser ouvida. E foi. — Ele não pode. Quer dizer, quando você doa esperma, eles te garantem total anonimato e nenhum contato com a criança. Se Peeta descobriu sobre você, a clínica quebrou contrato de sigilo e pode muito bem ser processada por danos morais.

— Processos não demoram anos? — Johanna perguntou, roendo a unha do dedo mindinho.

— Sim, mas você não está processando por uma doação errada ou uma doença. Processos de anonimato são os que mais acontecem em clínicas de fertilização. E como Haymitch disse, a clínica fica em Manhattan. Eles são ricos, e uma indenização de 50 mil dólares é o preço de uma tentativa de fertilização em uma só mulher. É provável que eles queiram um acordo para amenizar o processo e retirar a acusação de danos morais se concordamos em receber um valor de indenização...

— E essa é a minha advogada falando! — Haymitch interrompeu Katniss, abraçando-a. Finalmente acharam uma situação que não coloca o dinheiro de Peeta, Gale, banco ou máfia no meio: Um processo contra a clínica.

Sim, caro leitor, abane sua cabeça. Mostre claro desprezo frente a essa situação. Mas perdoe-os. Quando se encontra numa situação sem eira nem beira, situações em que pessoas fudidas são capazes de se enfiar, suas soluções para resolver seus problemas são piores ainda. Querem saber o que aconteceria se pedissem dinheiro a Peeta?

Ele recusaria. Iria com as próprias pernas pagar a divida do pai, e os deixaria aprender essa lição.

O que aconteceu foi um pouco pior, e vocês vão entender mais tarde. Por agora, Haymitch, Johanna e Katniss se entreolhavam para concordar se essa era mesmo a melhor solução e quando os três concordaram que sim, Johanna fez questão de abrir a geladeira de Haymitch do qual NUNCA parecia estar faltando cerveja.

Dessa vez estava, no entanto, mas podemos perdoar também o brinde em três limpos copos d’água.

— Se tivéssemos nos reunido nessa rodinha tempos atrás, já teríamos pago esses 20 mil com um pé na cabeça. Devemos fazer reuniões todas as semanas com todas as dividas...— Johanna brincou, sorrindo.

Foi um erro não deixar explicito, ainda, a diferença que o álcool fazia entre os três daquele grupo: Haymitch ficava mais jovem, mais sem noção e mais genial, ambos na mesma medida. Johanna ficava mais irônica, mais sexy e tinha como brinde a capacidade de revelar um segredo adquirido em 1993. Já Katniss, quando tomava somente dois ou três goles, ficava muito mais atenta e esperta do que alterada. E esse foi o erro: Ela reparou o que esse plano a incomodava tanto.

— Espera, porque só agora estamos nessa rodinha debatendo como vamos deixar Haymitch vivo? — Katniss perguntou. O silencio e a expressão preocupada na face de Haymitch não deixava claro o suficiente para ela que a explicação poderia ser algo que ela não quisesse ouvir. — Por que agora você tem motivos pra viver? Por que só agoravocê conheceu um filho? O que aconteceu? Por que você quer viver agora?

Na cabeça de Haymitch, nesse momento sério, passou o começo de uma música do Johnny Cash – embora ele prefira a versão do Neil Young – chamada Heart of Gold. Seus primeiros versos são:


Eu quero viver
Eu quero doar
Estive como um mineiro atrás de um coração de ouro
São essas expressões que eu nunca entrego
Que me fazem ficar procurando por um coração de ouro
E eu estou ficando velho

Sabemos que é bem irreal para uma narrativa, mas foi isso mesmo. Fez muito sentido na cabeça dele explicar a si mesmo o que Peeta era: O Coração de Ouro.

— Esse garoto passou anos da vida dele sem um pai, e ele me procurou. Ele me achou, ele se aproximou de mim com a melhor das intenções. Eu não posso morrer agora e deixar isso pra ele: A morte de um pai que deve pra máfia. Não me importa se minha relação com ele vai ser a melhor ou a pior, mas eu não vou deixar com que ele pense que a vida é essa merda que foi pra mim. Não pra ele. Ele tem um coração de ouro, e o garoto não... merece isso.

— Então ele não merece sua morte? — Katniss falou, em voz alta. — Um grande foda-se pra quem passou dois meses morrendo por você, o garoto não merece sua puta morte?

Katniss abandonou o apartamento de Haymitch mais furiosa do que todas as vezes que o fizera antes. Deixando-o lá, tão perdido com sua cabeça e tão confuso com suas próprias palavras que achou que nunca consertaria um cano sem quebrar outro.

— Ela entendeu... errado, eu não quis... — Haymitch começou, passando as mãos nos longos fios loiros e brancos.

— Ela entendeu do jeito errado, mas ela está certa, Haymitch. — Johanna falou, apoiando a mão nos ombros do velho amigo. — Ela esteve os últimos dois meses de maneira insuportável tentando não perder você. Então não a despreze, e nem use o garoto como mártir pra viver. Você fala as merdas que a vida fez com você, mas esquece que évocê que faz o que quer da vida. Podem existir máfias, bancos, pobreza e o caralho a quatro, mas o verdadeiro inimigo não são eles.

Haymitch mirou para o rosto recém cheio de ensinamentos de uma garota quase 20 anos mais nova que ele e a viu preparando-se para também abandonar o apartamento, mas não sem antes, se virar e dizer:

— E Haymitch! Não esqueça quem o verdadeiro inimigo é.


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