No capítulo anterior...

— Ela está feliz, amor! -- Disse emocionada para León, que a encarava sorridente também.

— Mamãe! -- Ela correu até a minha direção sorridente -- O tio Clemonte me deu um urso grandão de presente!

— É lindo, meu amor! Já agradeceu a ele pelo presente?

— Obrigada, tio Clemonte! -- Ela correu na direção dele do abraçou. Ele a levantou no ar arrancando fofas gargalhadas dela -- Eu te amo! -- Ela gritou meiga e ele paralisou. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto e ele a abraçou.

— Eu também te amo, princesinha!

...

DEZ ANOS DEPOIS...

Aqui estamos nós, mais felizes do que nunca na festa de aniversário de quinze anos de Valentine. O que parecia demorar uma enternidade, passou diante de meus olhos sem eu nem perceber mas agora, vendo minha menina se tornando uma moça tão linda, inteligente e querida, vê-la crescer era ter minha felicidade renovada a cada estante e eu agradeço muito pela filha maravilhosa que tenho e essa família tão linda que tive sorte de formar com León e meus queridos filhos.

O tempo não havia passado rápido. Muito pelo contrario, pudemos aproveitar muito esse tempo.
Todos aqueles que eram bebezinhos, brincando juntos de boneca e bola hoje estão nos dando orgulho e ainda nos transmitindo a alegria de sempre.

Clermont mostrou daquele dia em diante que tinha mudado de verdade e que estava disposto a se tornar um pai para Valentine. Mas é claro que León sentiu seu famoso ciúme quando Vale começou a se aproximar de Clermont mas ela sempre fez questão de apreciar os dois igualmente e com muito amor e carinho.
Clermont se casou mês passado com uma moça que conheceu em uma de suas viagens à Europa. Ela era animada, divertida, muito bonita e tratava Valentine como se fosse sua própria filha. Uma companheira perfeita para ele.

— Mamãe, cadê o papai? -- Ela perguntou cumprimentando alguns convidados que chegavam animados.

— Não sei, meu amor. A última vez que o vi, ele estava conversando com o Bê.

— Ele quase não falou comigo hoje... Ele está agindo de forma diferente desde hoje cedo, não sei o que é.

— Talvez eu esteja agindo assim porque me recuso a ver minha bebezinha se tornar uma moça. Me recuso a ver a minha bebezinha namorar com o garoto que queria distância quando era pequena -- León disse emocionado por trás dela e eu acabou por me emocionar também -- Talvez eu esteja assim porque não quero que a minha bebê cresça... Quero que minha bebê seja eternamente minha princesinha!

Vejo uma lágrima tímida percorrer o rosto todo de Valentine e então ela o abraça apertado. Ele enche seu rosto de beijos e ela sorri, ainda emocionada.

— Eu te amo, Papai... E serei sempre sua princesinha, não se preocupe! -- Ela deu um beijo em sua bochecha e ele sorriu, terno.

— Mas promete pra mim que só casa depois dos trinta e cinco?

— Papai!—- Ela o repreende e ele ri -- Eu não prometo nada...

— É o quê? -- Ele fingiu estar com raiva e ela riu -- Espere aí, vão ser dois contra um...

— Como assim? -- Ela perguntou e León veio em minha direção e me abraçou de lado.

— Sua mãe está comigo, não é amor? -- Ele perguntou e eu ri, enquanto Valentine me encarava segurando o riso.

— Eu? Por mim ela casa quando ela quiser... Contanto que já esteja sendo bancada por ela mesma, não vejo problemas! -- Digo e Vale me abraça.

— Dois contra um, Papai. Acho que você perdeu! -- Ela disse confiante León revirou os olhos saindo em seguida sem falar com ninguém. Ela me encarou se entender -- Eu disse algo que o magoou, Mamãe?

— Não, ele só foi chamar reforços! -- Digo apontando para León, que trazia consigo Clermont e Diego.

— E então... Repita tudo o que disse pra mim agora na frente deles.

— Eu vou me casar antes dos meus trinta e cinco anos -- Ela repetiu e Clermont pareceu perder o fôlego mas todos percebemos que era apenas encenação e todos caíram na gargalhada, menos Diego.

— Eu como seu padrinho me recuso a aceitar isso! -- Ele disse sério e Tini o encarou triste -- Estou brincando, meu amor. Você é a garotinha do dindo, te ver crescer só me faz ser mais feliz!

— Vocês amam me fazer chorar, não é? -- Ela disse com lágrimas nos olhos e abraça o padrinho -- Pai, você nem pense em concordar com o Papai, ele faz de tudo para que no futuro eu não me mude.

— Mas ele está errado? -- Clermont perguntou rindo -- Pensa só na mordomia que você perderia se mudando daquela mansão?

— Até você, Pai? -- Ela pergunta incrédula e ele beija sua bochecha.

Depois dessa conversa, tratamos todos de curtir a festa. O salão estava lindo nas cores azul e roxa. Flores enfeitavam as mesas em lindos arranjos e a mesa onde estava o bolo era enfeitada de fotos e palavras escritas com grandes letras de madeira pintado de branco, como ela queria. Um gigantesco adesivo roxo estava colado um pouco antes da mesa escrito "Valentine 15 Anos" Em letras finas e delicadas. A pista de dança estava cheia de seus amigos e Valentine estava lá dentro dançando junto à sua melhor amiga, Sarah e junto ao namorado, Sebas. Sim, ela está namorando o garotinho que tanto odiava quando criança. Mas quer saber? Eu sempre soube que um dia eles iriam ficar juntos. Ele sempre a fez feliz e nunca a magoou nem a traiu. Sempre foi fiel a ela e é isso que eu gosto nele.

...

A hora do cerimonial havia chegado e León estava mais nervoso que nunca e eu não parava de rir de suas caretas ao olhar no relógio de dez em dez segundos.

A música escolhida por Tini começou a tocar e ela parou no primeiro degrau da escada e os fotógrafos subiram para tirar fotos dela. Seu vestido longo na cor azul deixavam seus olhos destacados, já que eram tão azuis quanto. Ela começou a descer devagar e quando chegou no último degrau, foi recepcionada pelos dois pais, que a levaram até uma grande poltrona de veludo roxo, onde ela sentou e esperou que o cerimonialista começasse a falar.

Depois de pouco mais de vinte minutos, León decidiu que diria algo lá na frente de todos, era uma mensagem que ele queria dizer para ela e me chamou para que eu falasse algo para ela também.

— Valentine... Princesinha do Papai. Eu lembro como se fosse ontem quando você nasceu. Me deu um susto, sabia? Você e sua mãe... -- Ele deu uma pausa e riu -- Era tão pequena e já tinha trago tanta alegria! Sempre carinhosa e muito sorridente, tratou logo de transformar nossas vidas em puro amor e alegria. Você pode não ter o meu DNA correndo nas veias mas teve e sempre terá o meu amor junto a você, nunca se esqueça disso. Pai é quem cria, cuida e ama e eu te amo com todas as minhas forças, minha bebê!

Ele terminou de falar e Valentine correu para abraçá-lo chorando feito um bebê. Ele e grande parte dos convidados, inclusive eu, estávamos bastante emocionados com tudo o que ele havia falado. Me aproximei deles segurando a mão de Bernardo e nós quatro nos abraçamos.

Bê cutucou León e pegou o microfone da mão do pai. Nós três olhamos para ele, esperando que ele dissesse alguma coisa.

— Vou falar da minha irmã também... -- Ele começou tímido -- A gente sempre brigou. Mas, que irmãos não brigam, não é? Mas ela é legal... Muito legal! Ela deitava comigo quando eu tinha medo e sempre que eu fico triste ela é a primeira que vem para tentar me alegrar. Eu não te trocaria por nada... Eu amo muito você, Tini! -- Ele diz todo fofo e a irmã deposita um beijo em sua bochecha.

Os convidados o encaram abismados com tanta fofura. Aproximo-me dele e depósito outro beijo em sua bochecha antes de pegar o microfone. Era a minha vez de falar.

— Filha, primeiro de tudo quero dizer que me orgulho muito de você. Ver você se tornar assa moça linda, educada, carinhosa, inteligente... Você me faz muito feliz, viu? -- Mandei uma beijo no ar para ela e então prossegui -- Desde o momento que eu descobri que você estava vindo, me apaixonei de cara. Sempre soube que você me faria a mãe mais feliz do mundo e eu sempre fiz de tudo para que você se sentisse uma filha mais do que amada e querida. Olhe só, amada você já é e por muitas pessoas... Só na família tem duas mães e dois pais! -- Disse e todos riram, principalmente Clermont e sua mulher, Catarina, que estavam bem emocionados naquela altura -- Mas eu tô aqui na frente pra dizer a você o quanto eu agradeço a Deus por você ter entrado na minha vida, minha filha. O quanto de felicidade e amor você trouxe para mim, para seus pais, para seus avós, para todos. Você é minha jóia preciosa, aquela jóia que não se pode dar e nem vender porque é única e especial, transbordando de tudo de bom que é possível de se ter na vida. Você e essa jóia, minha princesa. A jóia mais linda e preciosa que já vi na vida! Eu te amo, meu amor! -- Terminei de falar chorando bastante e o resto da família não estava diferente. Valentine me abraçou com força e eu dei um beijo em sua testa. Ela sorriu e pegou o microfone da minha mão.

— Como todos já devem ter percebido, eu sou MUITO amada! -- Ela exclamou arrancando uma risada dos convidados -- Mas agora é a minha vez de falar. Primeiramente, quero agradecer a todos que aqui estão presentes, vocês são muito especiais para mim! -- Ela disse meiga e educada e todos pareciam satisfeitos e felizes -- Papai e Mamãe, vocês são as pessoas que eu mais amo nessa vida... Bernardo, você também, não fique com ciúmes... Queria agradecer por sempre terem estado presentes na minha vida para tudo. Descobri pela Mamãe há algum tempo, que no meu primeiro dia de aula, quando eu ainda era pequena, Papai havia ficado sentado em um banco em frente a escola até eu sair, com medo de que eu não gostasse e quisesse ir embora, mas isso meio que não aconteceu. Eu gostei, gostei muito... Não da escola, mas sim da persistência dele. Desde que soube disso, pude perceber que aconteça o que acontecer eles estarão sempre ao meu lado. Sempre. Eu jamais, jamais, jamais trocaria vocês por outros. Vocês me fazem ter vontade de seguir em frente, viver intensamente, viver apaixonadamente feliz. E eu é que tenho que agradecer a vocês por tudo o que proporcionaram para a minha vida. Tudo o que vocês batalharam para me dar e me fazer feliz. Você são meu tudo... E isso vale para vocês dois aí, hein! -- Ela apontou para o pai e a madrasta, que choravam, emocionados com o discurso de Valentine -- Amo todos vocês! -- Ela grita e todos nós vamos abraçá-la muito contentes e realizados.

A hora da valsa havia chegado. León acompanhou-a na dança primeiro e depois, Clermont. Diego dançou com ela em seguida. Ela se divertiu com o avô por alguns minutos e ele então a entregou à Sebastian, que tratou de dar um show, com direito a levantá-la e a girá-la no ar. Ele se encorajou a beijá-la ali mesmo. Uma cena linda, como em filmes e novelas.
León a encarava emocionado e então o abracei, para que ele se sentisse um pouco melhor. Ele me beijou calmamente, mostrando o quanto ele era grato por tudo.

E aquilo tudo era muito reconfortante. Saber que sua vida estava dando certo em todos os aspecto. Saber que era amada, saber que sempre teria meus filhos, meu marido, meus amigos e família sempre perto de mim, animando minha vida e a transformando num verdadeiro conto de fadas.

— Acho que vou sentir saudade de ver eles correndo pela casa, tentando arrancar a fralda. Aquele chorinho à noite... -- Ele deu uma pausa e encarou os filhos que dançavam juntos, parecendo se divertir quase pisando um no pé do outro.

— Amor, acho que isso não será mais um problema... -- Disse por fim e ele me encarou sem entender.

— Por que não será mais um problema? -- Ele perguntou e um sorriso brotou em seu rosto quando ele parou para pensar melhor.

— Parabéns, você será papai mais uma vez!

...

Sim, esse sim era o final mais do que feliz que sempre esperamos. Aquele em que todos saíam ganhando e se sentindo felizes e realizados. Era isso que eu queria para todos nós... Um "felizes para sempre" de verdade!

E aquele Amor Impossível? Parece que que, no fim, era para dar certo mesmo!

FIM ❤