Cidade Dos Corvos escrita por Dyêgo


Capítulo 6
Cidade Dos Corvos: Capítulo Seis: Volte Enquanto É Tempo.




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CAPÍTULO SEIS:

Residência dos Beaumonts.

Mykaella estava na internet procurando por algo até que acha uma notícia que tinha como título “Acidente de laboratório mata cinco”. Outro tinha “Explosão na escola deixa cinco adolescentes mortos”.

– Cinco? Por que sempre cinco? – Perguntou a si mesma.

Ela ouve um barulho de pedras batendo na janela e levanta pra ver o que é, era Heleno querendo que ela descesse para conversar. Ela o manda esperar e desce ao seu encontro.

– Meu pai não quer que fale com você. – Falou Mykaella.

– Minha mãe não quer que fale com você. – Falou Heleno.

– Pelo menos concordam em algo.

– O que faremos sobre isso? – Perguntou Heleno chegando mais perto.

– Eu não sei. – Falou Mykaella o beijando. – Você jogou pedras na minha janela.

– Sim, meu celular esta destruído, pensei que o seu também. – Falou ele e Mykaella senta-se num balanço com um sorriso no rosto. – Era assim que faziam antes.

– Bom você é uma pessoa bem romântica. – Falou Mykaella.

– Mas não diga a ninguém, vai estragar a minha imagem. – Falou ele fazendo uma pose de “machão”.

– Segredo nosso. – Falou Mykaella rindo.

Heleno coloca uma expressão de tristeza no rosto e se aproxima dela, pega as sua mãos e as beija.

– Eu quase perdi você. – Falou ele.

– Ela agarrou minha mão, não pude...

– Não é culpa sua.

– Vi como sua mãe me olhava.

Heleno a beija novamente.

– Chega de conversar por hoje, tudo bem? – Falou Heleno.

– Tudo bem. – Falou Mykaella.

Residência dos Collins.

Narração de Dyêgo.

Lá em baixo, numa maca, o corpo de Ellen “descansava” enquanto o Sr. Raymond Collins aprontava-o para o velório. Não tinha certeza de que alguma pessoa além de mim, o Sr. Collins e Carla iriam aparecer. Talvez Mykaella, Eduarda e Heleno não estivessem nem ai já que não a conhecia. Lá em cima no quarto, eu tentava descansar, mas não conseguia tudo que eu fazia era pensar, pensar e pensar, até que um livro cai sozinho e eu me abaixo pra pegar. Abri na última página que tinham parado e li um trecho destacado.

– “Eu e nem ninguém pode viajar essa estrada por você, você deve fazê-lo por si mesmo”. – Enquanto eu lia, não fui percebendo que umas coisas estranhas iam acontecendo, uma escova se mexia e um perfume começava a borbulhar. – “Talvez você esteja aí desde que nasceu sem saber”. – Lá em baixo o Sr. Collins pega um bisturi para abrir o corpo de Ellen e aplicar o formol. Quando percebo que as coisas do quarto estão tremendo. Até que o espelho quebra sozinho e cacos de vidros se espalham pra tudo quanto é lado, mas nada me atingiu, quando dei por mim estava no meio de um circulo feito com os cacos.

Residência dos Mathersons.

– Porque está me dando isso agora? – Perguntou Eduarda a Heleno segurando um papel.

– Quase não chegamos vivos ontem, você tem o direito de saber. – Respondeu ele.

– Ela está lá embaixo, fazendo o café da manhã. – Falou Eduarda se referindo a sua mãe. – Não pode deixar as coisas correrem bem por um dia?

– Não, não posso. Porque não está tudo bem. O papai escreveu esta carta para a mamãe. Leia onde diz: “Estou com medo do que anda acontecendo”.

– Onde conseguiu isso? – Perguntou Eduarda.

– Apenas leia. – Falou Heleno e Eduarda começa a ler. – Acho que a mamãe estava traindo ele.

– Pare.

– Leia! “Não posso explicar, mas aconteceu e temos que encará-la”? – Falou Heleno citando um trecho da carta.

– Pode ser qualquer coisa.

– Estava no escritório sozinho, ela foi a última a vê-lo, e não consegue explicar onde ela estava depois. Tenho a sensação de que algo ruim acontecia entre eles. – Heleno falou isso e Eduarda rasgou a carta e jogou os pedaços no chão.

Em algum lugar da cidade.

Eu falava com Julia no telefone.

– Sim, conhecemos o tio dela. Ele é uma figura. Ela está bem. Ela está na casa do tio, para falar a verdade. É muito complicado, Julia. – Virei-me e vi Mykaella. – Eu preciso ir. Eu ligo quando der certo? Não se preocupe. Eu te amo. – Desliguei. – Mykaella! – Chamei por ela e me aproximei.

– Oi. – Falou ela.

– Não sei o que está acontecendo. – Falei.

– Eu também não. – Ela falou e me abraçou do nada.

– Preciso da sua ajuda. – Falei me soltando dela. – A bolsa da Ellen está no carro, preciso pegá-la. Há algumas coisas nela. Algumas coisas que pertencem à Ellen.

– Está no ferro velho do Drexell, acho que a polícia não olhou ainda.

– Podemos entrar lá?

– A polícia vai querer olhar o carro primeiro.

– Não há nada do interesse da polícia.

– O que tem lá de tão importante?

– É difícil de explicar.

– Tá bom. Podemos ir depois da escola e que eu acabar meu trabalho.

– Certo ótimo. Te encontro no café, na cidade.

– Tudo bem. – Falou ela e eu me viro para ir embora e ela me chama. – Dyêgo! – Viro-me. – O que estava te dizendo na outra noite... Talvez eu tenha descoberto mais.

Escola.

Rafael andava no corredor e encontrou com Heleno.

– Uma pergunta. – Falou Heleno. – Você jogou aquilo na minha irmã?

– Não está cansado dos problemas da sua família? – Perguntou Rafael.

– Foi você?

– É patético. Você não tem vergonha?

– 5 minutos para eu não te prender nos armários.

– Acha que sou o único que você precisa se preocupar? Pense de novo. As pessoas já sabem sobre a sua família. As rachaduras estão aparecendo. E eu não sou o único com uma marreta. – Dito isso, Rafael sai e deixa Heleno sozinho.

Quadra da escola.

Dillon e Eduarda passeiam por ela.

– Perguntarei por ai. E encontrarei quem jogou aquilo e o farei pagar. – Falou Dillon.

– Isso não importa. – Falou Eduarda.

– Tentei te visitar. Sua mãe disse que estava descansando.

– Eu estava.

– Você está bem?

– Ficarei agora. – Eduarda o abraça.

– Cuidado com o PDA da escola. – Falou Vivi chegando com uma sacola nas mãos. – Eu disse que não choraria quando visse você. – Falou Vivi com Eduarda. – Sem chances. – Elas se abraçam.

– Está tudo bem. – Falou Eduarda. – O que tem na sacola?

– Seu vestido para as fotos. – Falou Vivi. – O retrato real. Não conseguimos tirar a foto naquele dia.

– As pessoas sentiram pena de mim depois do que aconteceu no desfile. É por isso que votaram em mim. – Falou Eduarda.

– Você está segura. – Falou Vivi. – Vale a pena celebrar com uma dúzia de coroas.

Corredores da escola.

Mykaella está parada vendo algo na parede e Heleno se aproxima.

– Nossos pais não gostarão que estamos conversando. – Falou Mykaella.

– Estamos juntos. Não podem fazer nada. – Falou Heleno.

– Seu pai dedicou o novo laboratório. – Falou Mykaella lendo uma placa onde dizia. “PREFEITO CHARLES MATHERSON DEDICA ESSE LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS EM HONRA AS VÍTIMAS DE 1992 NO ANTIGO LABORATÓRIO”.

– Era importante para ele. Estudava aqui no incêndio. Você pode dar uma fugida hoje? – Perguntou Heleno.

– Tenho que levar Dyêgo ao Drexell. Ele quer algo, fora o meu carro.

– Não o leve. – Falou Heleno.

– Eu prometi. – Falou Mykaella.

– Desprometa. Não se meta com esse garoto.

– Heleno, a amiga dele morreu. Ele está sozinho e precisa de ajuda. Nós cinco estávamos juntos. Quer que eu o esqueça?

– Sinto muito pela amiga dele, estou mais preocupado com você. Diga que não poderá leva-lo. – O sinal toca.

– Tenho que ir. – Falou Mykaella dando um selinho nele e saindo.

– Não o leve.

Café.

Eu estava lá, sozinho até que um policial aparece e se senta ao meu lado.

– Parece que gostaria de mais. – Falou o policial pra mim. – Há quanto tempo a conhecia? – Perguntou ele se referindo a Ellen.

– Não muito tempo. – Respondi.

– Suficiente para saber se ela tinha problemas? Algo que a faria afundar o carro cheio de pessoas? – Ele perguntou e eu apenas dei um sorriso irônico. – Olhe as pessoas do hospital lhe viram falando com Mykaella Beaumont. Ouvi dizer que sua amiga jogou o carro para fora da estrada.

– Ela não estava tentando se matar.

– Vieram no ônibus juntos, mas vocês não pegaram juntos. Eu verifiquei.

– Nos conhecemos no ônibus, qual o problema?

– Só há conheceu um dia e meio. Não é muito tempo. Acho que você só sabia o que ela queria. Ela era fugitiva, ela te contou isso?

– Verificando mais?

– Deixe-me contar o que eu acho: acho que ela teve muitos problemas que não sabe. Acho que você tem sorte de estar sentado bebendo café. Com sua nova experiência, volte à sua cidade natal. – Falou ele levantando-se e saindo.

Academia da escola.

Heleno malhava quando as luzes apagam.

– Muito engraçado. – Falou ele e alguma coisa empurra o peso que ele estava levantando contra ele, ele tenta sustentar, mas a força era bem maior e empurrava contra o pescoço dele fazendo com que ele ficasse sem ar, até que as luzes acendem.

– O que está fazendo no escuro cara? – Perguntou Dillon, e Rafael passa por trás dele.

Residência dos Collins.

– Ele ainda está aqui? – Perguntou Sr. Collins a Carla se referindo a mim.

– Ele saiu cedo. – Respondeu ela.

– Acha que ele quer ficar?

– É uma possibilidade. Ele tem perguntas.

– Todos na idade dele tem perguntas. Quando envelhecem, param de perguntar.

– Esse é o problema, não é? Deixamos essas perguntas para se debaterem. – Carla falou e o Sr. Raymond parou de comer. – Há algo errado com a sopa?

– Tem muito conselho misturado nela. – Falou Sr. Raymond e Carla se afasta dele.

– Quando foi ao hospital, quantos corpos esperava encontrar? – Perguntou Carla e o Sr. Raymond Collins nada respondeu.

Ferro Velho.

– Disse que estaria aberto. – Falei pra Mykaella vendo que as grades estavam trancadas.

– Deveria. O reboque já foi. Ele deve ter ido trabalhar. Podemos tentar amanhã antes da aula. – Falou Mykaella, mas eu não podia sair dali, então dei a volta e peguei um tapete de carro e subi as grades para pular, depois que pulei...

– É simples. Vamos. – Chamei por Mykaella e um cachorro corre atrás de mim tentando me pegar, mas consegui me livrar dele o prendendo dentro de um carro.

Escola.

Eduarda se preparava para a sessão de fotos de rainha do baile.

– Mandei ajustar as luzes, as lantejoulas destaca melhor. – Falou Vivi. – Está pronta para ser imortalizada?

– Na verdade não. – Falou Eduarda de cabeça baixa.

– Sorria mesmo assim.

– Estou sorrindo o dia todo. Meu rosto dói de sorrir... Vivi, não acho que consigo fazer isso. A foto... Tenho tentando me convencer o dia todo, não consigo.

– Duda, é uma boa ideia. É uma ótima ideia. Um monte de pessoas votou em você.

– Estou cansada de ser o rosto público da família. Estou cansada de sorrir e ser corajosa... Fingir que está tudo bem.

– Às vezes fingir é o único jeito de superar.

– Como devo fingir que meu pai não foi assassinado? Ou que metade da cidade acha que foi minha mãe quem o matou?

– Não sei, mas você precisa tentar. Faça isso por você, Duda. Você passou por mais coisas do que todos dessa escola. As pessoas se importam com você. Além disso, amanhã pode ser melhor do que ontem. Então dê mais um sorriso. Você é a rainha. Pode se dar ao luxo de ser generosa. Vou ver se ele está pronto. – Falou Vivi saindo e Eduarda põe a coroa na cabeça e o celular de Vivi vibra, era uma mensagem de Rafael.

“Esta noite, mal posso esperar!”

Eduarda levanta-se e sai da quadra.

– Duda? – Vivi chamou quando notou sua ausência. Ela pega seu celular e vê a mensagem.


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