Jade

Quando Cobra estava prestes a tirar o meu vestido eu o parei.

– O que foi? – ele perguntou assustado.

– Preciso fazer uma coisa antes – falei gentil.

– Tudo bem, vou ficar te esperando – ele disse compreensivo, me levantei
e fui até o banheiro e olhei na gaveta, eu havia guardado aquilo para a
noite.

Lentamente tirei o vestido e o coloquei num cabide no banheiro, olhei
para o meu corselet verifiquei se estava tudo certo, em seguida
coloquei meias 7/8 brancas e a cinta-liga, me olhei no espelho, tirei a
coroa de flores e a coloquei em um lugar qualquer, arrumei meu cabelo e
tirei o batom claro para passar um batom vermelho marcante. Eu estava
nervosa, não sabia bem porque, parecia que hoje era a minha primeira
vez, mas na verdade eu sabia o porque estava nervosa: tinha medo de que
Cobra não gostasse do meu corpo como estava agora, eu emagreci e voltei
a ter o corpo de antes, porém ainda assim tive medo. Tivemos noites de
sexo durante o crescimento dos bebês, mas, desde as primeiras vezes eu
fazia usando alguma blusa, estava com vergonha e medo de que ele não me
achasse mais sexy e até aquele dia eu o enrolei sobre isso, mas, agora
eu não tinha como escapar, precisava relaxar e aproveitar minha Lua de Mel.

Sai do banheiro e Cobra estava deitado na cama somente de cueca, ele
não percebeu minha aproximação e aquilo serviu para que eu o admirasse,
seu corpo musculoso e perfeito... Cobra era pura perfeição. Num momento ele se sentou e então me viu, olhou de cima a baixo e arregalou os olhos.

– Meu Deus – ele disse e eu acabei rindo – Qual é o nome disso ai? –
apontou para as minhas pernas.

– Meia? – respondi irônica ele fez uma careta – Estou brincando, se
chama cinta-liga – me sentei em seu colo e Cobra instantaneamente
segurou bem firme em minha cintura.

– Gosto desse negócio, sempre quis que você usasse isso, na verdade,
sempre quis fazer sexo com você usando isso – ele mordeu o lábio
inferior e passou uma das mãos em minhas coxas e apertou.

– Só tem um detalhe, não tenho como tirar a calcinha com isto, como
pretende fazer? – perguntei beijando seu pescoço.

– É fácil, você vai ver – sussurrou em meu ouvido, em seguida puxou meu
cabelo e me deu um tapa na bunda – Faz ideia do quanto está gostosa
assim? – ri de um jeitinho sensual e rebolei, percebi ele ficando duro.

– Então quer dizer que estou gostosa? – falei numa voz manhosa, ele
se arrepiou.

– Muito – falou com a voz rouca – Quero você Jade, agora – beijei seu
pescoço e rebolei mais uma vez, Cobra me deu outro tapa na bunda e me
beijou de forma intensa, um beijo extremamente selvagem.

Ele passou a beijar meu pescoço e todo o meu corpo, apertava minha
bunda com vontade e quando eu passei a beijar seu pescoço soltou um
grunhido selvagem. Cobra se levantou e me colocou de pé, tirou a cueca
liberando seu membro grande, o que ele iria fazer eu não sabia, mas,
assim que ele me virou e foi me fazendo abaixar eu já sabia o que
pretendia... Ele empurrou minha calcinha para o lado e penetrou, meu
corpo inteiro se arrepiou, e quando ele passou a fazer os movimentos
ficou impossível me manter quieta, eu gemia a cada estocada, gemia a
cada tapa, cada puxão de cabelo. Cobra saiu de dentro de mim e me
colocou sem eu colo, novamente colocou a calcinha para o lado e foi
minha vez de comandar, e pude perceber em seu rosto como nosso “amor
selvagem” era incrível, e quando Cobra começou a tirar o corselet e a
cinta-liga fiquei tensa e parei.

– O que houve? – ele perguntou ofegante.

– Não faça isso – pedi.

– Porque não? – não conseguiria mentir para ele então abri o jogo.

– Eu tive filha Cobra, estou com medo de que não goste mais do meu
corpo – Cobra então me beijou e continuou tirando o corselet, depois a
cinta-liga, me deixando somente com a meia. Quando finalmente conseguiu
olhou para o meu corpo fascinado.

– Você continua tendo o corpo mais perfeito que já vi – ele sorriu,
aquilo me acalmou por completo – Acho que já está na hora de tirarmos
essa calcinha, já está me atrapalhando muito... - Nossa noite foi de
imenso prazer e paixão, nos entregamos de corpo e alma, sentimos um ao
outro, e, eu me senti verdadeiramente completa ao lado dele.

Acordei na manhã seguinte sentindo seu braços me envolvendo, quando me virei lá estava Cobra, dormindo feito um anjo, parecia quase sorrir e
quando percebi ele estava rindo, estava apenas fingindo.

– Bom dia meu amor – falou me enchendo de beijos.

– Bom dia – sorri e observei o quarto, roupas estavam jogadas, coisas da
escrivaninha estavam espalhadas pelo chão, minhas meias se encontravam
totalmente rasgadas na cama, parecia que um verdadeiro furacão havia
passado ali. Aquela bagunça toda se devia a Cobra, que resolveu transar
na escrivaninha, na cadeira e até mesmo no banho.

– Definitivamente a noite foi boa – Cobra mordeu minha orelha de leve e
sorriu.

– Não acredito que fizemos toda essa bagunça!

– Engraçado, não lembro de você ter se preocupado com a bagunça quando eu te levava para os lugares – olhei para ele e dei um tapa – Ai!

– Respeite a sua mulher!

– Tudo bem senhorita Cobreloa – ele fez uma voz engraçada ao dizer o
sobrenome – Que tal fazer uma coisinhas na cozinha hum? – olhei para ele
boquiaberta.

– Cobra, está falando sério?

– Achei que a Lua de Mel fosse feita pra isso – deu de ombros.

– Acabamos de acordar – resmunguei.

– Assim que é bom – ele riu – Ok, façamos assim, vamos a cozinha,
preparo um café da manhã delicioso e como recompensa transamos na
cozinha – pensei por um momento, Cobra me olhava com cara de pidão e
não pude dizer não.

– Tudo bem, mas só se for Aquele café da manhã – pisquei para ele que
levantou rapidamente e me pegou no colo.

– Não se preocupe, esse café da manhã você nunca vai esquecer – ele
disse com malícia me carregando escada a baixo...

(...)

Alguns anos depois

– Mamãe, vai demorar muito? – perguntou Julie, mal conseguia segurar a
ansiedade.

– Não, já estamos chegando amor – minha princesa estava muito ansiosa,
eu não podia culpa-la, era a primeira vez desde o primeiro mês que iria
finalmente visitar o trabalho do pai, e aquela ligação maior que tinha
com o Cobra só aumentou com o passar dos anos.

– Você falou com o papai? – perguntou ela.

– Sim, já vai estar nos esperando, lembre-se, tem de se comportar! – ela
assentiu animada.

Nos mudamos a 3 anos para uma cidade do outro lado do país, uma casa
na praia moderna que tinha nos custado bons anos de trabalho duro.
Cobra fez faculdade de Gastronomia e eu de Enfermagem, conciliar a
maternidade e os estudos não foi fácil, porém eu precisava dar um futuro
digno a minha filha, e por sorte, conseguimos realizar tudo de forma
que não perdemos os momentos mais importantes da vida dela: as
primeiras palavras, os primeiros passos, nada foi perdido. Agora com 5
anos de idade, percebo como o tempo passou, estava tão crescida!
Adorava sair e brincar na praia e era um verdadeiro anjo. Mas, o verdadeiro motivo de nos mudarmos para lá, foi que Cobra finalmente conseguiu abrir seu
próprio negócio, um sonho antigo realizado a um mês, e com apenas um mês
desde sua inauguração o Cobreloa’s Gourmet era um dos restaurantes mais
famosos da cidade, e com o grande sucesso o restaurante
estava crescendo muito, e para comemorar um mês de sua inauguração,
Cobra decidiu fazer um evento especial e nós deveríamos estar
presentes, nomes importantes do mundo da culinária estariam presentes e
amigos de trabalho e íntimos, era apenas um jantar com música porém,
Cobra queria que tudo saísse perfeito.

– Chegamos – falei ao estacionar o carro – Pronta?

– Sim! – gritou. Saí do carro e abri a porta para que ela passasse.
Entramos no enorme restaurante, e falando com a recepcionista lá estava
ele, meu marido, meu perfeito, meu Deus grego.

– Amor! – falei, Cobra olhou para nós e sorriu. Estava lindo, usava uma
camisa branca, jaqueta verde- azulada e um jeans escuro, quando me dei
por mim, Julie já estava agarrada ao pai, abraçando-o e
ganhando beijos.

– Ei, vai com calma, vai acabar me derrubando! – Cobra riu, me
aproximei sorrindo com a cena – Uau, esta muito linda! Quem é a
estilista? – Julie apontou para mim.

– A mamãe ué, você sabe pai! – ela disse sincera, Cobra me deu uma boa
olhada e piscou para mim.

– A estilista mais linda desse mundo – quando ele se aproximou e me
beijou Julie começou a gritar “eca”.

– Ué, porque esta dizendo isso? – perguntei.

– É verdade, você vai beijar alguém um dia também

– Que nojo! – Disse Julie.

– Ok, chega então – falei – Vamos comer? – eles assentiram e nos
seguiram até a mesa.

O jantar foi incrível, conhecemos muitos chefes e pessoas importantes,
tivemos o melhor jantar de todos e nos divertimos muito. Mais tarde, ao final do evento, fomos para casa, o céu parecia ainda mais estrelado, o ar estava quente mas não abafado, passando pela praia tive vontade de ir até lá, e porque não? Um passeio noturno a beira do mar, algo incrível, Julie adoraria. Ao chegar em casa, fomos recebidos pelo nosso filhote de labrador chocolate, Bob que seguiu Julie até seus quartos para que se trocassem, então comecei a
procurar as lanternas.

– O que está procurando? – Cobra me abraçou por trás e beijou meu pescoço.

– Lanternas, o que acha de um passeio noturno na praia? – Me virei e no
mesmo segundo Cobra me colocou no balcão da cozinha, continuava
beijando meu pescoço – Cobra... Julie...

– Não se preocupe, esta se trocando, va demorar a vir – ele então me
beijou intensamente, como se a qualquer momento nossa filha não
pudesse aparecer.

– Cobra – gemi entre o beijo, aquilo estava tomando outro rumo – Me
ajude a achar as lanternas – depois de morder meu lábio inferior Cobra
sorriu e me desceu, e quando passei por ele ainda deu um tapa na minha
bunda – Está muito animadinho hoje não?

– Com uma mulher que nem você fica meio difícil resistir – ele piscou e
mordeu o lábio.

– Vamos fazer o passeio ou não? – perguntei.

– Ok, nós vamos, mas, já sabe o que vai rolar mais tarde – revirei os
olhos mas acabei rindo, logo estávamos com as lanternas e trocados, Julie também trocada e Bob pronto para participar da brincadeira,
saímos e quando descemos as escadas já estávamos na areia, aquela casa
me lembrava a da Ronnie, personagem de A Última Música, nosso quintal
era a praia.

Julie ligou as lanternas e saiu correndo em direção ao mar,
Bob correu atrás delas brincando de pega, enquanto eles corriam de um
lado para o outro. A alguns anos atrás, eu jamais imaginaria ter um
futuro como este ao lado de Cobra, com nossa filha crescendo
saudável e feliz, com nossas profissões definidas e sonhos
realizados, quando fui sequestrada jamais imaginaria que encontraria o
homem da minha vida daquela forma, mas agora, olhando para trás, vejo
como isso nos uniu imensamente e nos proporcionou extrema confiança um
no outro. Peguei um lençol que havia trazido e o estiquei no chão,
Cobra e eu nos sentamos vendo Julie correr de um lado para o
outro com Bob, com a lanterna brilhando intensamente.

– Está tão pensativa, o que acontece? – Cobra perguntou colocando uma
mecha do meu cabelo atrás da orelha.

– A alguns anos atrás, quando você me sequestrou, se eu te dissesse que
nossa vida seria assim você acreditaria?

– Com certeza não – ele disse sincero – Quando eu te conheci eu era um
cara totalmente sem esperança, mas, você com sua teimosia me fez ter
esperança, e graças a toda a nossa luta nós estamos aqui – ele sorriu.

– Nunca acreditei em finais felizes – falei.

– E quem disse que esse é o final? – Cobra perguntou, se levantou e me
puxou junto dele – Esse é apenas o começo Jade – ele me beijou com
ternura e me deu uma lanterna – Nossa caminhada ainda é longa, porém
garanto a você que enquanto estivermos unidos nossos caminhos serão
repletos de alegria – sorri ao ouvir aquilo.

– Eu te amo – disse com a mais profunda emoção.

– Eu também amo você, e sempre vou amar – mais outro beijo apaixonado e ligamos as lanternas, e fomos caminhando pela praia, com nossa filha a frente. Cobra estava certo, aquele era apenas o começo da nossa história...

FIM