O Sequestro - Cobrade escrita por Keth


Capítulo 32
Conhecendo meu sogro




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Cobra

Estou neste momento olhando para o meu sogro, o senhor Edgard chega a ficar vermelho de tanto ódio, as veias de seu pescoço estavam
quase saltando e ele suava, nem mesmo Jade pôde acalmá-lo, aquele
homem quer me ver morto ou preso, e sinto de certa forma que ele me quer
mais morto do que preso, não é preciso muito para saber disso. Respirei
fundo, eu tinha de me colocar no lugar dele, se eu fosse pai – na
verdade logo serei – e estivesse na mesma situação eu também ficaria
louco, também iria querer matar esse ser, afinal, eu sou um bandido, eu
sequestrei sua única filha, eu a peguei somente para mim sem nenhuma
permissão, sinceramente eu o entendo e se ele viesse me dar chutes e
socos não revidaria, talvez eu realmente mereça. O fato é que ele não
sabia se me matava primeiro e arrastava Jade consigo ou se fazia o
inverso, ela estava desesperada e se colocou entre nós dois mais de um
modo protetor para o meu lado, ela hesitava, os dois homens de sua vida
se encontravam ali e ela não sabia por qual optar, e o problema só
piorava com aquele nervoso todo, Jade tinha passado por situações
muito tensas e isso podia prejudicar o bebê.

Bom, o que aconteceu é que a mãe de Jade contou ao pai dela tudo o que contamos a ela quando planejamos a fuga, e com o desaparecimento da
filha no hospital o desesperou a tomou e ela contou tudo, obviamente ela
não confiava em mim. Agora, o pai dela nos encontrou e estava furioso, e
provavelmente chamou a polícia o que significava que eu estava ferrado
de novo, eu tentei conversar mas ele não queria me ouvir, eu estava
dependendo da minha mulher agora.

– Papai por favor, vamos conversar...

– Você é um desgosto! – o pai dela fez uma careta – Eu não te criei para
ficar com um bandido! – ele gritava, e eu tentava me controlar para não
entrar na briga.

– Papai, você não entende! Você não o conhece! – ela gritou de volta –
Tente ao menos deixar eu explicar tudo.

– Eu não preciso de explicações! Vi muito bem quando cheguei aqui que
está se envolvendo com esse bandido, sua mãe me contou tudo, não posso
acreditar que você pode se envolver com um cara que te sequestrou e que
só quer o meu dinheiro! – ele se aproximou da filha e apontou para mim –
Acha mesmo que ele ama você? Acha mesmo que ele sente algo por você?
Quando vai perceber que ele está fazendo tudo isso pelo dinheiro? E que,
quando eu entrega-lo ele simplesmente vai sumir? – ok, agora eu fiquei
confuso.

– O que quis dizer com “quando entrega-lo”? – perguntou Jade, o senhor
Edgard saiu rapidamente, e quando voltou estava com uma maleta preta,
ele a colocou em cima da mesa e abriu: a maleta quase transbordava
dinheiro, mais do que eu já havia visto mesmo trabalhando para Lobão. O
senhor Edgard observou bem a minha reação, provavelmente imaginando se
eu estava tentado a pegar aquele dinheiro, o que na verdade, eu não estava.

– Essa é a quantia que foi pedida, deixe minha filha em paz e lhe darei
todo esse dinheiro e vou cancelar o seu julgamento – Jade me observou
confusa, eu não contei a ela sobre o julgamento e nem que tinha sido preso.

– Julgamento? Do que está falando? – o pai dela sorriu vitorioso para mim.

– Então você não contou a ela? – ele riu com desdém – Ele foi preso logo
depois de te deixar no hospital, ficou na cadeia pouco tempo na verdade,
bem menos do que eu queria – seus olhos cintilaram pelo ódio – Ele
conseguiu um bom advogado, minha ideia era mantê-lo até o julgamento que
está por vir e lá deixa-lo até que apodrecesse, mas, isso não aconteceu
– Jade não sabia para qual de nós olhar, estava confusa e assustada.

– Que julgamento é esse papai? – ela perguntou com a voz baixa.

– O julgamento do seu amado bandido, ele vai ter de pagar pelo seu
sequestro e outros crimes que cometeu – ele me observou – Você sabe
muito bem que não está longe, logo você será preso, estou com o melhor
advogado, e farei o possível e o impossível para manda-lo
para a cadeia, bem longe da minha filha! – Jade entrou na frente do
pai antes que ele viesse me socar.

– Papai pare com isso, por favor, vamos nos sentar e conversar! Tenho
muitas coisas a dizer, e posso provar que Cobra não é nada do que
pensa, apenas deixe que eu te diga... – ele ergueu a mão, entrei na
frente dela achando que ele iria bater em Jade, ele se
assustou a princípio mas logo abaixou a mão.

– Quero que tenha um bom motivo para que eu te ouça, mas, estou dizendo de um bom motivo mesmo! – olhei para Jade, tivemos uma conversa
desesperada nessa troca de olhares, nenhuma ideia me vinha a cabeça.

– Papai, venha até aqui amanhã, traga a mamãe e eu direi tudo a você,
tudo que ela já sabe e você logo vai compreender – ela saiu de tras de
mim e implorou ao pai – Por favor papai, eu quero explicar tudo, mas eu
preciso que venha aqui amanhã e que confie em mim – ela segurou a mão do
pai que a observou intrigado.

– Amanhã virei para busca-la, você querendo ou não, você tendo bons
argumentos ou não, amanhã você voltará para casa! Espero que amanhã você
já tenha recobrado seu juízo, ele não ama você Jade – meu sangue
fervia, eu já queria bater nesse homem que infelizmente é o meu sogro.

– Não diga que eu não a amo! Não se atreva a dizer o que não sabe! Eu a
amo mais que tudo, eu a protegi todo esse tempo, eu a salvei no dia em
que levou o tiro, e se não fosse por mim para leva-la ao hospital ela
estaria morta agora, então não venha me dizer que o que
eu sinto por sua filha não é real! Eu a amo com todas as minhas forças,
e eu espero provar isso a você amanhã – eu acabei explodindo, mas, eu
precisava falar, ele ergueu uma sobrancelha para mim e me
olhou intrigado.

– Veremos – ele olhou novamente para Jade, pegou a maleta e saiu
batendo a porta com força.

Naquele instante percebi que péssima segunda impressão eu havia causado ao meu sogro, que eu teria de fazer muito mais do que simplesmente dizer o que Jade significava para mim, eu teria de provar de alguma forma
que eu realmente amava aquela mulher e que eu precisava ficar com ela de
qualquer forma. Ele provavelmente viria pronto para levar
Jade para longe de mim, e com certeza iria exigir que eu fosse preso
novamente, mas, eu lutaria para conquistar a confiança dele e da minha
sogra, eu faria o possível e o impossível para que eles me aceitem e me
permitam ficar com sua filha, eu só esperava que tudo desse certo e que
eu não seja preso novamente na manhã seguinte. Jade não reagia, estava
atordoada demais, ela apenas se dirigiu a nossa cama em silêncio e lá
ficou quietinha, preferi não interromper seus pensamentos e ficar muito
em cima, apenas me sentei perto e a deixei, enquanto isso eu tentaria
bolar um plano para que o pai dela não a leve embora amanhã...


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