Minha Falsa Namorada escrita por CuteGirl147


Capítulo 19
A Primavera Chegou.


Notas iniciais do capítulo

Heey ya! S2 Vooltei, finalmente voltei. QWQ Bem, aqui estou eu, ás 23:19 da quase madru, editando dois slides, um vídeo no Sony Vegas, batendo cabelo (e me segurando pra não gritar e acordar o povo~) ouvindo Fall Out Boy e trazendo um novo caps pra vocês. :') Eu consegui um tempinho na agenda aqui e revisei o capítulo, editei legal e postar o mesmo. Eu estou bem atrasada no cronograma, eu sei. Q3Q Sorrys, o 2º ano tá puxado pra mim. Acredita? Eu tô no segundo ano do ensino MÉDIO! (/3) Nem eu acredito, maas foi possível :'D ~mintira, foi fácil tá? :v Só é puxado, mas eu amo~

Mais dessas podem acontecer durante o ano, mas eu não paro de postar pra vocês o conteúdo que vocês tanto me pedem :') ♥ E por falar nisso, eu não tenho nem palavras pra agradecer TAMANHA popularidade que a Fic tá tendo! Q3Q Muito OBRIGADA de CORAÇÃO por tudo o que vocês fizeram e fazem, lindosos! o/ Eu amo vocês e podem cobrar MESMO esses capítulos! :v Eu tardo, mas não falho! shuahsua
Sem mais delongas e agradecimentos S2 Vamos ao capítulo e boa leitura, até as Notas Finais! o/ s2



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Durante o longo“encostar” dos nossos lábios, podia sentir que Erika ainda estava surpresa com meu ato, apesar de tudo. Então me afastei para encará-la e me deparei com sua expressão de raiva. Eu não sei se deveria me desculpar ou algo do tipo. Afinal, é BEM difícil pensar em alguma coisa com ela sem sua camisa.

— Olha... – Assim eu comecei. –... Eu-!...

— Três meses. – Ela me interrompeu, me julgando com os olhos e tom de voz.

— E...?

— E você ainda não aprendeu...

 

Erika se colocou de joelhos na minha frente, esticando suas costas, ficando assim mais alta que eu, que ainda estava sentado no chão. Ela puxou os fios de cabelo da minha nuca bruscamente, me forçando a olhá-la. Gemi pela pontada de dor que me veio.

—... Eu que tenho de tomar a iniciativa por aqui. – Completou ela, abrindo um sorriso um tanto sádico e malicioso para mim.

 

Logo após suas palavras, Erika me beijou fortemente, cravando suas unhas nos meus cabelos. Assim que percebi o momento, eu o retribuí, colocando minhas mãos em suas costas, sentindo sua pele fria e úmida. Isto era real ou apenas um sonho meu? Ainda estou na aula dormindo, não é?

 

Por um momento, eu espero que não. Eu quero viver isso com ela. Mas, então se é real, se eu posso senti-la tocar minha nuca e clavícula lentamente enquanto seus lábios dançam pelos meus: Isso significa que Erika também sente o mesmo por mim?

 

Tudo o que sei é que paramos rapidamente com o tal ato assim que ouvimos alguém tentando destrancar a porta. Apenas deu tempo da Erika sair correndo e se trancar na área de serviço da casa, a qual eu também iria, se ela não tivesse me empurrado para fora. O jeito foi ir para a cozinha, fingir que estava despreocupado, esperando por alguém mesmo.

 

E esse alguém me olhou torto assim que me viu na cozinha. Era minha mãe e ela provavelmente estaria se perguntando o que EU em minha plena sanidade estava fazendo na cozinha, já que só vivo trancado no quarto.

— Armin? Meu querido filhote... É você? – Ironizou ela, colocando as compras no balcão.

— Ah, oi mãe. Tudo bem com a senhora? Quer ajuda?

 

Isso não vai dar certo.

— Tá... Com certeza. – Ela levantou a sobrancelha, me olhando com um sorriso de lado como se soubesse o que eu estava aprontando. – Mas por Deus, filho, você está encharcado! Eu disse pra levar um guarda-chuva, lá fora está horrível.

— É, pois é, eu iria me trocar-!...

 

Ouço – e minha mãe também – a porta da área de serviço sendo aberta e de lá sai Erika timidamente com uma camisa azul sem estampa minha. Ela ainda mantinha a saia do uniforme que não estava tão molhada.

— Olá, senhora Williams. – Cumprimenta ela dando um leve aceno, mostrando um sorriso torto em direção da minha mãe.

— Erika? Veio de passagem?

— Isso.

 

O silêncio pesou por uns míseros segundos, até Erika retornar à consciência e fazer vários gestos apontando para certos lugares, como eu, a área de serviço e partes da casa.

— Eu... Nós... Acabamos no meio dessa chuva e como aqui era mais próximo, ficamos aqui juntos. Não totalmente, mas literalmente. Digo... – Digo que foi uma PÉSSIMA explicação. Um dos pontos fracos de Erika aparentemente é se comunicar com adultos que não sejam os pais dela. Já é a terceira vez que ela vem aqui em casa e fica se esquivando dos meus pais ou fica tão sem jeito que não consegue conversar direito com eles. Mas óbvio, ela sempre consegue se safar depois de um tempo, com seu modo “princesa” ativado.

— Como eu dizia eu iria me trocar, mas a Erika estava usando a área de serviço. – Interrompi a sua quase explicação para ajudá-la. Como sempre, aliás.

— E acabei achando essas roupas limpas lá e usei. – E a ruiva me seguiu, sorrindo.

— Oh, tudo bem. – Minha mãe concorda se voltando ás compras. – Eu achei que pelo Armin estar aqui na cozinha, ele iria querer algum dinheiro para gastar com seus jogos. – Ela pega uns suprimentos de dentro da sacola e começa a guardá-los, enquanto eu e Erika suspiramos aliviados.

— Mas, olha querida mãe, já que a senhora tocou no assunto, eu bem que gostari-!...

— Não comece.

 

Lá se vão minhas esperanças.

 

Porém, algo me incomodava, mas eu não sabia dizer se era o olhar de minha mãe sobre mim – sem contar certo sorrisinho que ela dava quando o fazia – ou se era o olhar de julgamento que Erika estava me lançando – como se fosse me jogar para leões até –. Então a ruiva percebeu que eu não estava notando nada e passou o polegar em seu lábio inferior, como se estivesse limpando algo nele, discretamente. Então se voltou para minha mãe, sorrindo.

— Quer ajuda, senhora Williams?

— Ah, claro. E por favor eu já lhe disse, sem tanta formalidade. Lucy já está de bom tamanho.

 

Ignorei a conversa das duas por um instante e procurei algum lugar para reflexo, afinal, eu fiquei curiosamente desesperado para saber o que estava acontecendo no meu rosto. Ao pegar uma colher discretamente e olhar para meu reflexo nela, percebo que minha boca está vermelha... Pelo batom da Erika. Entendi os olhares. Passo minha mão – como quem não quer nada – pela minha boca, tirando o excesso daquilo.

— Comeu alguma coisa, filho? – Minha mãe se direciona para mim ainda concentrada nas compras.

— Hm? – Eu congelo.

— Sua boca está vermelha.

— Morangos... – Confirmo timidamente terminando de limpar.

— Morangos? Não me lembro de ter comprado morangos.

— Foi o Alexy... Que me deu uma caixa. A senhora sabe... Eu costumo me sujar muito. Nem notei isso aqui.

— E por falar nele, onde o Alexy está?

— Shopping. Ele foi ao shopping...

 

Que momento constrangedor.

 

[...]

Erika pegou suas roupas quase secas e foi se trocar no meu quarto, enquanto eu me trocava na área de serviço mesmo. – recebendo ameaças da mãe caso eu não fosse tomar banho depois –. Tinha certas roupas lá, então eu não precisava passar pelo quarto para isso – bem, eu ainda precisava do banho, mas como eu disse: isso é depois! –, mas eu fui lá para checar como ela estava.

 

Dessa vez eu bati ok?

 

E quando ela aceitou eu entrei no quarto, me deparando com a mesma, sentada na minha cama, ajustando seu cabelo para amarrá-lo em um rabo de cavalo e seu prendedor estava á postos em sua boca. Ela já estava com seu uniforme.

— “Voxê” tem que aprender a disfarçar sabia? – Ela resmungou com o prendedor ainda em sua boca, impedindo a mesma de pronunciar as palavras direito.

— E você tem que a aprender a falar com as pessoas, sabia? – Rebati indo sentar na cadeira de escritório em frente ao meu computador, já o ligando. Preciso checar meus níveis, aliás.

— Touché. – Ela finalizou o penteado e se levantou. – Tenho que ir, a chuva já passou.

 

E no fim, nem debatemos sobre o que aconteceu. Minha mãe apareceu e não seria bom falar sobre isso na frente dela. Então eu viro ainda com a cadeira e á encaro.

— Sobre aquilo antes da minha mãe chegar... Você sabe.

— Não aconteceu nada.

— Como?...

— Você ouviu. Não aconteceu nada. Nós dois acabamos naquilo sem querer.

 

Então, quase arrancar o meu pescoço foi algo sem querer?! Mas que raios ela quer?

— Ah, ok. – Me voltei para o computador, tentando ignorá-la. Eu não acredito que vamos brigar como um casal de verdade. Minha vida realmente está muito errada.

— O que está acontecendo com você, caramba?!

— Nada. – Continuo sem olhá-la.

 

Ela fica em silêncio e posso sentir seu olhar pesar sobre mim. Percebo que a mesma vai em direção da porta, mas antes se vira para mim novamente.

— Está apaixonado por mim agora, não está? – Ela abre um sorriso de canto, como se fosse a dona da verdade.

 

Eu não quis pronunciar nada. Afinal, era verdade, eu acho, pelo menos. A ruiva suspirou aceitando meu silêncio como resposta, então deu uma risada irônica.

— Eu te disse para não fazer algo tão estúpido. Olha, toda essa história de brincar de namorinho fez você achar que está apaixonado, mas não é. É apenas uma quedinha que você tá tendo por passar um tempo comigo. – Ela explicou cínica.

— E porque fez aquilo naquela hora? – Finalmente a encarei de novo. – Eu não consigo entender mais nada.

 

A ruiva me encara, bufando.

— Você é avoado mesmo hein? Sabe por que eu disse naquele dia que você estragaria meus planos ao estar gostando de mim? Foi porque se você fizesse, eu sentiria pena de você. – Enruguei o cenho ao ouvi-la falar isso. – Sim, pena. Eu não ia conseguir esquecer sua cara depois que o Nathaniel voltasse e tudo fosse como o planejado. Por isso o amor é a pior coisa já existente. Nós não temos nada além de um relacionamento chamado “ficantes”, querido. Conhece? Adolescentes fazem muito hoje em dia.

 

Erika abriu a porta do quarto e iria seguir, mas como ainda me devia minha resposta, ela parou e me olhou de soslaio.

— Olha, é como eu disse, é apenas uma queda. E para mim, você é apenas um tira gosto. Aceite. – A ruiva respondeu seca, quase cuspindo as palavras. – Eu te disse também que eu não resisto aos seus olhos. Fique com a Íris que é o melhor.

— Claro... Eu fico sim. E por falar nela, eu não preciso mais de ajuda sua, ok?

— Por que isso?

— Porque eu já dei meu jeito. Não preciso mais de você, querida “ficante” do meu coração... – Ironizei.

 

Ela semicerrou os olhos e depois saiu do quarto, batendo a porta atrás de si. Me deixando com uma mistura de emoções naquele momento. Eu sentia raiva e repulsa de mim mesmo, pois como eu posso gostar dela? É como eu penso, a madame me trata como um mísero tapete. Tira gosto? Que droga de vida ela leva? Que droga de vida EU ando levando? E como moral de toda essa história, eu nunca deveria ter inventado nenhuma merda de mentira sem noção. Desse jeito, eu ainda estaria feliz com meus jogos, sem me importar com nenhuma garota como a Erika! Sem virar um “tira gosto”. Ah, mas pense no melhor, agora nós também somos “ficantes”, óbvio. Por que o ano não acaba logo?

 

Sorte no jogo, azar no amor. Dois no mesmo mês? Que droga hein, Armin? O que falta agora? A Lety não te seguir mais?

 

Ah, eu nem sei mais. Eu só quero dar um jeito de deixar as coisas equilibradas. Eu poderia muito bem tentar algo com a Íris, mas sei lá, as coisas estão bem confusas em minha mente agora. Acho que desapegar é fácil pra mim, mas ao mesmo tempo é um pouco difícil.

 

Argh, antes era Íris... Agora... É o rosto de Erika que não sai da minha cabeça. Por que comigo?

 

[...]

 

No outro dia ainda estávamos nos ignorando, mas claro, para manter papéis, estávamos andando lado a lado no corredor, mas creio que ninguém acreditou muito, já que nossas expressões não eram das melhores. Até Ambre aparecer sozinha em nossa frente com um grande sorriso, como se sacasse tudo. O que piorou a situação.

— Olá casal. Acordaram com o pé esquerdo hoje? O climão tá pegando. – Ela riu confiante em suas palavras.

— Nada de mais, eu apenas estou sem meu PSP. – Menti sem interesse nenhum em qualquer coisa.

— E eu me esqueci de um trabalho para hoje. – Erika me seguiu.

— Ah claro. Como se isso fosse fazer vocês nem se olhar por hoje. Creio que agora o moreno aqui não está mais vendo graça em você, princesa. Que pena, a vida é assim mesmo. Umas pessoas são enjoativas nesse nível.

 

Erika estava de mau humor o suficiente para sair empurrando Ambre – como na maioria das vezes – sem dar-lhe uma resposta, mas eu fui mais rápido e enlacei a cintura da ruiva ao meu lado, abrindo um sorriso.

— Exato. E olha que estamos olhando para ela agora. Eu tenho certeza que enjoaria depois de um dia com você. Bem, já enjoei.

— O quê?!

— Ouviu não, criatura? Deixa eu explicar melhor. A vida é assim mesmo, umas pessoas são enjoativas nesse nível... – A imitei, sentindo uma grande surpresa vinda de Erika quanto minhas respostas. –... E outras... Apesar de tudo te fazem querer elas mais e mais, não é pequena? – A admiro ficando cada vez mais vermelha com meus atos. Consegui calar a princesa sombria, finalmente?

— C-com toda a certeza, meu doce de leite. – Respondeu ela, entrando no ato.

— M-mas... Como explicam essas caras á alguns segundos antes?! – A loira á nossa frente, reclama à procura de erros.

— Eu já te disse: estou sem meu PSP.

— E eu esqueci um trabalho importante. Mas obrigada por nos mostrar o lado amoroso da vida de novo. Até. – Erika dá um aceno à Ambre, nos fazendo seguir ainda colados pelo corredor.

— O-o q-quê? Afe! – Ambre volta a bufar e sai pisando fundo indo à direção contrária que a nossa.

— Essa... Foi totalmente sem comentários. – Eu murmuro dando um longo suspiro de alívio.

— Essa EU nunca vou esquecer. Você finalmente disse umas poucas e boas nessa vida. – Erika enfatiza me fitando. Então ao nos encararmos por segundos, começamos a rir juntos.

— E você viu a cara dela? Ela ficou totalmente boquiaberta. – Eu relembrei ainda rindo.

— E olha que faltou pouco para eu dar alguns mata-leões nela. Sério, que irritante! Agora parece que a patricinha se ferrou. – Rimos mais uma vez, até Erika cessar sua risada e me olhar. – E pela primeira vez alguém me defende, eu sempre resolvo esse tipo de coisa sozinha. Eu acho que te devo uma por essa, idiota. Obrigada.

 

Outro de seus belos e sinceros sorrisos discretos, que me fez lembrar por um segundo o porquê que eu acabei nesse level com ela. Eu simplesmente amo seu jeito.

— Como se eu fosse deixar minha querida e pequena namorada ser rebaixada desse jeito.

— Você fala como se eu fosse uma anã. Sou quase da sua altura, imbecil.

— Mas não é. – Abro um largo sorriso a provocando.

— Se não estivéssemos no corredor... – Murmura ela, zangada.

— Mas que pena, madame, nós estamos... – Eu praticamente cantarolo aproveitando o momento, mas depois sinto um forte peteleco no meu rosto, seguido de um riso sádico dela, zombando da minha expressão de dor.

 

Depois de um tempo, nos afastamos de novo e durante nossa caminhada pelos corredores o clima pesou novamente. Somos como uma montanha-russa, sempre com seus altos e baixos, creio que sempre vamos continuar do mesmo jeito.

— Eu preciso conversar com você.

 

Gelei até a espinha ao ouvir isso. E olha que geralmente isso só me acontece quando é minha mãe quem fala.

— Ok, então. Onde quiser. – A olhei de soslaio procurando alguma expressão, mas foi impossível.

 

Erika iria falar algo de novo, mas foi interrompida por alguém que chamava meu nome e acabou abraçando meu braço meigamente. Era Íris, uau, que sonho.

— Oi Armin! Estava querendo te ver para falarmos sobre o nosso trabalho. – Ela se afastou me fitando com um grande sorriso.

— Vejo que já está em boas mãos. – Erika revirou os olhos e virou-se para seguir seu caminho pelo corredor, não demonstrando nada além de raiva.

— Ei, madame. Onde pensa que vai? Não íamos-?

— Agora não. – Ela me interrompe, acenando de leve.

 

Ô, criança.

— Pensei que tinha dito que apenas fingiam ser namorados. – Íris sussurrou contraindo o cenho, provavelmente constrangida.

— E somos. Mas ela não está de bom humor hoje.

— Desculpe Armin, eu realmente não queria...-!

— Não se preocupe, depois a gente se reconcilia.

 

Íris não acreditou muito, mas também deixou uma leve risada escapar, o que me fez a olhar confuso.

— Desculpa, é que é realmente muito lindo quando a chama de “madame”. Fica tão fofinho.

 

Eu não pude conter um sorriso também. É o tipo de coisa que me faz parecer um idiota mesmo, eu confesso. Logo, eu ouço meu nome sendo chamado de novo pelo corredor (nome doce não?), sendo seguido por um abraço apertado por trás que eu conhecia muito bem.

— Min, seu lindo. Nós precisamos conversar. Agora mesmo. – Lety se afastou e inflou uma de suas bochechas, algo parecia a incomodar.

— Claro. O que houve? – Troco um olhar de soslaio com Íris e depois retorno minha atenção à Lety.

— Quero saber agora o que sente por mim. Sabe, se eu ainda tenho chance com você. Pois... Eu não desisti ok? É apenas que eu acho que com certeza eu tenha achado uma razão á mais para vir á escola. – A morena começa a brincar com uns de seus fios de cabelo, admirando uma parte dos armários do corredor.

 

Que maneira de dizer que está gostando de alguém.

— Então, por favor, me diga logo e esqueceremos tudo por aqui ou continuamos á tentar nossa história de amor. Saiba que não sou boa com concorrências e a Erika que se cuide.

 

Eu dou uma risada. Que coisa não? E olha que eu tinha comentado sobre isso no dia anterior. Agora nem mesmo a Lety vai estar atrás de mim. O que significa que todo o caminho e todo o meu pensamento vai estar repleto de apenas uma pessoa agora, algo que facilita muito, né?

— Eu realmente gosto muito de você, Lety. De verdade. Mas tenho certeza que seremos melhores se formos apenas amigos... Porque eu também tenho certeza de que gosto bastante da Erika. Amo, sim. – Ruborizo só de lembrar a feição dela.

— Boa sorte, lindo. E obrigada por ser sincero. – Lety me dá um beijo na bochecha e segue alegremente pelo corredor. Fico pensando no por que disso agora. Será que foi um teste?

— O que foi? – Pergunto ao notar que a ruiva ao meu lado estava me encarando com olhos brilhantes e um grande sorriso no rosto, como se estivesse sonhando com mundos fantásticos de jogos.

— Você. Vocês. Isso é tão bonitinho! Vá logo atrás da Erika. O nosso trabalho espera até semana que vem, mas eu não acho que ela vai. Eu posso te mandar uma mensagem mais tarde se quiser.

— Claro... Mas eu nem... Isso o que eu disse...! – Eu ruborizo de novo, pois lembrei que confessei abertamente o que sinto por aquela garota. Ah, agora já foi.

 

Me despedi de Íris e saí correndo pelos corredores á procura da madame. Não sei aonde ela foi ou o que planejava fazer. Só sei que saiu batendo o pé com raiva. Paro em frente á uma sala que parece vazia, eu observo pela pequena janela da porta e confirmo isso. Sem contar que o corredor está vazio, ninguém anda por aqui não? Todos devem estar aproveitando os últimos minutos do intervalo pelos arredores e eu aqui procurando uma ninja que pelo visto usou seus poderes de Naruto e desapareceu. Quando ouço a porta atrás de mim abrindo, viro bruscamente e sou puxado pela gravata para dentro da sala á força. Quem eu estava procurando fecha a porta atrás de si me encarando com os braços cruzados. Que coincidência, mas eu pelo menos completei o meu objetivo.

— Finalmente! Eu estava te procurando. Cara, você some ás vezes e não deixa pistas hein? – Tento quebrar o gelo dando algumas risadas, mas vendo que nada muda, paro de sorrir e vou direto ao assunto: - O que você queria conversar, madame?

— Senta. – A ruiva ordena ainda na mesma posição e assim eu obedeço. – Quero saber o que está aprontando dessa vez.

— Hã? Como o quê? Bem... Por que a pergunta?

— Íris. Como conseguiu tanta intimidade da noite pro dia? E que história foi aquela que não precisa de ajuda com ela? Isso está relacionado por acaso?

 

Tentei digerir tantas perguntas, então limpei a garganta e quando ia responder, Erika se senta sobre a mesa da carteira onde eu estou sentado e puxa minha gravata novamente, me fazendo olhar para ela.

— O que o idiota virgem teve de fazer para conquistá-la? Contou pra ela sobre nós...? Será? – Intimidou ela me olhando semicerradamente nos olhos.

— C-contei sim... Mas não tem nada haver! Como isso teria alguma mudança? – Bufei já cansado dessas histórias dela.

— Tem... Bastante. Se ela continuar com esse chamego todo pra cima do meu querido tira-gosto eu ficarei bastante zangada. Já não bastasse uma... – Erika vinha se aproximando mais e mais. Então ela parou a alguns centímetros do meu rosto e assim olhou para a marca que ela havia deixado – e que já estava pouco visível – no meu pescoço. Então sorriu maliciosamente. – Que pena não? Já nem está tão visível assim.

— É, ainda bem.

— Hora de ganhar novas marcas, então. Que tal de morangos?

 

Antes que eu pudesse entender qualquer referência, Erika colocou seus lábios contra os meus. Então eu a puxei contra mim pela cintura, a fazendo ficar de lado no meu colo.

— Madame... Eu não mereço ser chamado de um idiota virgem. – Erika levantou uma sobrancelha como quem diz “Ah é?”. – Afinal, eu também posso dar uma upada¹, não acha?

 

E assim a beijei, mostrando que não mereço tanta discriminação assim, e que eu posso muito bem lidar com garotas. Bem, para conquistar essa, eu preciso mostrar que um gamer como eu tem suas qualidades na vida.

 

[...]

Não sei se devo me gabar ou me vangloriar do momento, porém eu estou acompanhando a Erika durante nosso percurso até o portão da escola e estamos de mãos dadas. Tá, okay, isso ocorre todos os dias, mas EU tomei a iniciativa, tá? E ela simplesmente deixou. Não achei que fosse pensar isso por um minuto sequer na minha vida, mas estou adorando ser um “tira-gosto” da madame, pelo menos eu posso ficar do lado dela. Acho que finalmente a vida pode ter completado.

 

Narrador’s P.o.V

 

Suas órbitas douradas procuravam incessantemente por todos os lados. Já estava perdido o suficiente por aquelas ruas que se cruzavam entre si e nunca pareciam ter um fim. Melody o informou por SMS o endereço certo, porém algumas pessoas tinham dificuldades em lhe dizer um percurso confiável, apesar daquela escolar ser uma das melhores e mais conhecidas da cidade. Ele não havia nem parado direito em casa, apenas chegou e deixou suas malas e bolsas em qualquer canto e seguiu á procura de Sweet Amoris. O jovem vestia sua jaqueta jeans escura por cima da camisa branca, usando calça cor de caqui e o tênis branco já antigo. Seus cabelos estavam desarrumados de tantas das vezes que sua mão havia passado por ali, tentando acalmá-lo. Acalmar aquela ansiedade que estava batendo na porta fortemente. Ele sabia que tinha se passado apenas um ano, mas se perguntava sempre que lembrava: “Como ela estava? Será que continuava do mesmo jeito? Tinha ficado mais bonita durante esse tempo? Algum menino tinha dado em cima dela ou algo do tipo?”.

 

A ruiva que agora já estava na entrada da escola, sentiu um breve arrepio de repente, e só lembrava-se das histórias quanto alguém estar pensando em você ou algo do tipo, que agora ela não queria se focar. Em nada, para ser exata. Principalmente em algum tipo de jogo que o moreno estava debatendo animadamente com Kentin. Erika queria pensar em seus estudos por um tempo, deveres e trabalhos, mas algo a incomodava, ela só não sabia o que. Era como se previsse que alguma coisa aconteceria logo.

— Oi, você tá me ouvindo, pra variar? – Leila a chama, estalando os dedos na face da mesma.

— Hã? Tô, tô sim.

— E aí, o que você acha?

— Sobre o quê?

— Isso é porque tá me ouvindo né? – Ironiza a morena. – O jantar com o Kentin! Eu não sei se vou conseguir. Sei lá, é romântico e tudo mais, mas e depois? – Leila começou a observar o namorado que agora estava á alguns metros de distância.

— Use camisinha. – Opinou a ruiva, um tanto desinteressada.

— Erika! – Leila corou violentamente, dando um soco no braço de Erika, que começou a rir da situação.

— Que besteira, nada vai dar errado.

— Você me conhece, tudo dá errado.

— Não vai dar, ok? – A ruiva segurou os ombros da amiga e a encarou, sorrindo levemente. – Confie na pessoa que existe em você dessa vez. E não peça algo que vá grudar no dente ou dê mau hálito, ou eu te esgano se vier choramingando amanhã por isso, tá?

 

Leila contraiu o cenho e começou a pensar melhor no assunto. Afinal, que comida que ela gosta que não faça isso? Outra coisa para bater cabeça agora. Erika revirou os olhos identificando o olhar da morena á sua frente e isto significava que outro assunto viria á seguir. Bem, viria, se a ruiva não tivesse olhado por cima do ombro de Leila e percebido uma silhueta bastante familiar no meio dos alunos aos arredores da escola. Ele estava de costas, olhando para o lado, procurando com seus olhos por algo, ou seria alguém? Ela pensou em fugir, mas ao mesmo tempo pensou que seria uma má ideia. Logo, a garota planejou algo e encarou Leila de novo.

— Leila, eu preciso de um favor.

— Hein? Qual? – A morena ficou confusa com o pedido.

— Leva os dois embora daqui. – Erika apontou com a nuca para os dois garotos ainda conversando perto do portão da escola.

— Ué, por quê?

 

Erika a virou na direção do loiro á distância. A mesma ficou boquiaberta ao notá-lo.

— É ele?

— Pelo visto, sim.

— Leva o seu namorado e aquele ali pra uma lanchonete ou sorveteria, sei lá. Eu me cuido.

 

A garota de órbitas cinzentas assentiu hesitante, e foi para o meio dos dois, chamando a atenção dos mesmos. Quando ela deu a ideia, Kentin logo aceitou. Armin olhou para Erika e veio na direção da mesma. Ele não queria ficar de vela, de qualquer forma.

— Você vai ou prefere que eu te acompanhe até sua casa?

— É que... Hoje eu vou de ônibus, tenho que passar em um lugar também. Prometi aos meus pais. – Ela não sabia o porquê, mas se sentiu péssima por ter mentido assim para ele. Era como estragar alguma confiança.

— Oh, tudo bem então.

 

Ele se curvou para beijar a bochecha da garota rapidamente, que se surpreendeu, mas não com o ato e sim com sua não relutância quanto ao assunto. Ele parecia sincero e totalmente compreensivo.

— Até amanhã, madame. – E então se distanciou sorridente, acenando para a mesma.

 

Ele queria melhorar seu relacionamento com ela, isso era fato, mas se a mesma prefere estar sozinha, isso não o incomodava de toda forma. Já Erika por outro lado, estava começando a repensar sobre o que iria fazer. Ou pelo menos tentar. Ela ficou bastante perdida em seus pensamentos, parada, observando os grupos se desfazendo e várias pessoas indo embora, deixando o portão quase vazio. O sol batia em sua visão, como se a quisesse expulsar daquele canto, mas ela permaneceu. Incapaz de pensar direito. Era o certo vê-lo? Talvez ele estivesse esperando por Melody que pelo visto já deve estar em sua casa. Ou seja, nada que a importasse, não é? Só foi apenas um ano e talvez menos do que isso, mas ele parecia tão diferente. Mais alto, decidido e responsável. Agora parecia até mais complicado chegar nele. Possivelmente, ele nem lembrava mais que ela existia.

 

Seus pensamentos logo foram cessados ao ouvir um murmúrio vindo de trás.

— Erika?... – O chamado ecoou em seu ouvido. A ruiva se virou hesitantemente, mas concluiu todos os seus pensamentos assim que pôs os olhos no loiro com órbitas âmbares que a estava observando precisamente, mas mais surpreso ainda por revê-la de novo.

 

Ela sentiu saudades. E mal sabia a mesma, que ele não passou um dia sequer sem pensar nela.


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Notas finais do capítulo

Upar¹ - Se em relação á jogos, upar significa subir de nível, aumentar. E em linguagem gamer e do Armin: Ele pode muito bem e vai melhorar suas habilidades ~aquela carinha~

—-
Oiie, de novo! :v s2
Então, o que achou? Gostou do capítulo? Comente o que achou e o que eu posso melhorar, se for o caso. Eu amo ouvir suas opiniões quanto ao caps! :3
Yeeeeep, ficantes né? :v Peguetes também rola, mas a censura não deixou e3e hsauhsuas Estamos chegando no ponto que todos esperavam: pegação! :v Sim, você leu MUITO bem. Há momentos na vida, que adolescentes entram na puberdade, depois disso eles descobrem que tem de upar! :v q?~ kkkkk
Bem, é sério de qualquer forma, Armin e Erika (~#EriMinIsReal o/ U-U) estão começando a desenvolver o relacionamento aos poucos (Leitores:~"Ainda"?¬¬' Eu espero dezenove capítulos da minha vida pra você dizer que eles "ainda" estão desenvolvendo?! Cadê o estágio final, fia?! Não chega não? QwQ') Eu sei, eu sei, seu pensamento pode ser esse... MAS RELACIONAMENTOS LONGOS SÃO OS MELHORES TÁ? O3O Eu amo quando demoram um pouco, assim tem um sentimento maior e mais "sentimental", digamos assim, ao pronunciarem a frase "eu te amo" U.U ~me julguem, eu acho isso~ e.e' Fica mais... romântico... :'C
Caham~ E assim... Se eu disser que tô começando a shippar EriNath e dar uma reviravolta na história... O que aconteceria comigo? QWQ'
shauhsuahs Caham~ Chega de faladeira, é meia noite e tô falando demais :v Vocês devem tá cansados de mim. Então beijos e até a próxima, lindosos! ;* o/ s2



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