Minha Falsa Namorada escrita por CuteGirl147


Capítulo 18
Sentimentos Chamam-se: Clark e Sparks


Notas iniciais do capítulo

HELLO! It's me... i'm in California dreaming... ~ Okay, okay.
Bem-vindos ao último capítulo de Minha Falsa Namorada!
*O último capítulo postado de Minha Falsa Namorada* Melhorou né? Calmes, não vai acabar hoje, não hoje.

Bem, vou á um acampamento e vou ficar fora até quarta, meus pais devem adorar isso. Estou indo hoje mesmo. Por isso quero informá-los para não se preocuparem se não respondê-los ou outros assuntos até quarta. É só eu virando um bicho do mato mesmo. Me desejem sorte! o/
E... Bem longo esse caps né? Pois é, também achei. Eu não tenho o que falar ME DESCULPEM, minha mãe tá me mandando desligar isso o mais rápido possível, eu tenho que me arrumar e arrumar minhas coisas e ainda não fiz nada disso ;u;
MAS Ganhamos o segundo lugar do Fanfic Awards 2015 meu querido povo! S2 ~ganhei certificadinho fofo X3~ Eu nem esperava que chegaríamos á isso, mas foi possível. Muito obrigada á todos! S2

*Neste capítulo sugiro que ouça uma música que goste, que te faça rir, que te faça chorar ou tudo junto. Uma música que goste define tudo. Eu por exemplo, ouvi Fire Meet Gasoline - Sia para este capítulo ;D*
Agora, capítulo. Leitura boa. Até.



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Armin’s P.o.V

[...]

Tentava me endireitar melhor na cadeira, mas era impossível. A aula de Biologia não era das melhores e eu estava cansado ao extremo. Alexy me avisou que não era boa ideia eu fazer um raid ontem. Tipo ficar acordado a noite em inteira. Mas – é claro – eu fiquei e se tornou insuportável pela manhã, pena que não posso dormir agora ou a professora vai me dar um carão daqueles.

Enquanto ela anotava algo no quadro, aproveitei e cruzei os braços, os debruçando sobre a minha carteira e afundei minha cara neles, descansando brevemente. Depois de me faltar o oxigênio, virei meu rosto para o lado á fim de consegui-lo novamente e manter os olhos atentos em Íris, que anotava as informações do quadro em seu caderno. Ora olhando para o quadro ora para o caderno, parecendo tão concentrada que não me notou a observando.

Mas eu queria que você me notasse tanto quanto eu noto você.

Porém nada é tão fácil assim, principalmente agora que ela me evita ou algo do tipo. Diante dos devaneios, quase dei um pulo ao ouvir meu nome sendo chamado pela professora. Tomara que não pense que estava dormindo.

— Armin. Poderia me fazer um pequeno favor e levar algumas coisas para o depósito do terceiro andar? Creio que não vamos mais utilizá-las. – Pediu ela com indiferença nas palavras. Por sorte não parece zangada ou nada assim. – Ah, Íris, tenho que pedir um serviço á você também. Para facilitar quero que vá ao mesmo lugar.

— C-claro, professora. – Íris se levantou, indo em direção da mulher que a pedira um serviço.

— Oh, estou á caminho. – Me levantei quase que num instante.

— Finalmente parece animado, Armin. Nunca quer fazer nada. – Sussurrou a professora quando me aproximei.

— É. Mas é só que antes eu não queria. – Abri um largo sorriso, pegando o necessário e indo em direção da porta.

Afinal, posso conversar com Íris. É algo empolgante e me deixa animado apesar de que carregar duas caixas empilhadas seja algo cansativo e meus olhos pesarem um tanto também não sejam tão bons assim. Bem, durante o percurso ficamos em silêncio e os corredores estavam calmos e quase que vazios, pois era horário de aulas. Eu tenho que tomar atitude, eu gosto dela sim e já é hora dela saber disso.

— Sabe, eu adoraria conversar com você. – Por incrível que pareça, Íris tomou a iniciativa e olha que eu já iria abrir a boca para dizer o mesmo. – Digo, é bem difícil ficar sem conversar com você. Acho que sinto falta. – Ela sorriu.

— Eu queria voltar á falar com você também. É como se estivéssemos nos evitando... De alguma forma.

— Desculpe, e-eu não estava querendo...! Eu estava na verdade querendo f-ficar sozinha. – Por um momento, foi como se ela não fosse dizer aquilo.

— Olha, eu estou aqui pra você ta bom? Se tiver alguma coisa te incomodando pode falar para mim que eu ajudo.

— Foi uma coisa familiar e não era nada grave! Mas gentileza sua de qualquer forma.

Ah, Íris.

Chegamos ao lugar e ela teve que abrir a porta para mim, já que minhas mãos estavam ocupadas. Quando achei um canto para entocar aqueles materiais, a olhei de soslaio e percebi que ela estava com dificuldades para alcançar uma prateleira. Eu, como um cara bastante prestativo a ajudei, mas acabei encarando a mesma depois de lhe entregar o pequeno pacote que ela estava querendo. Ela percebeu e parecia desconfortável, mas não conseguia esconder sua ruborização quanto aquilo.

Sua franja estava me incomodando, pois eu queria ver sua expressão melhor. Então guiei meus dedos até os fios de cabelos que cobriam brevemente seus olhos e os tirei lentamente da frente deles – eu estava tremendo, basicamente –.

— Queria te contar já faz tanto tempo. – Sussurro baixando os olhos.

— Bem... Que seria...?

Tive medo. Por um breve momento, eu tive medo. Meu coração batia mais forte que tudo e meus pensamentos iam e viam, mas eu fiquei com medo dela por algum acaso não aceitar e ficarmos ainda pior do que estávamos. E fosse verdade o que Erika diz á todo momento? E se fosse mesmo platônico? Como eu iria olhar na cara dela de novo? Acho que iria me sentir péssimo. Por isso tive medo.

Porém, por outro lado eu tive mais medo se ela aceitasse.

Digo, como tudo iria ficar? Que desculpas daríamos quanto á eu ou Erika acabarmos de terminar um namoro e eu iniciar outro. Rumores correriam á solta com isso, poderia ficar mal para mim e até mesmo para Erika. E então como eu e Íris faríamos? Namorar em segredo até tudo baixar e então começar algo?

Eu teria que contar a verdade ou omitir mais ainda a mentira que faço para Íris todo dia?

E a Erika? Ainda nos falaríamos depois disso? Depois de tudo que passamos, ainda teríamos algum contato?

Não.

Erika quer que isso acabe. Desde o início foi apenas um trato para ela e nada mais. E tudo o que eu fiz foi servir como um cachorrinho em suas mãos, cuidando dela, me humilhando a ela, obedecendo a ordens e servindo como tapete. Engraçado, no começo eu quis quebrar tudo isso e até mesmo quis trapacear para ela desistir de mim e agora... Eu não quero perdê-la. Quero continuar a ter a relação que temos. Diante de tudo e durante esses três meses nosso relacionamento mudou sim, uma típica montanha-russa, mas mudou.

Sim, eu acho que tenho mais medo da Íris aceitar minha confissão e perder toda a mentira que criei. Que irônico. Quero ser feliz ao lado da menina que gosto, ao mesmo tempo em que quero continuar andando com a garota que me abomina. Tudo isso vai levar á um dos dois e prefiro saber qual deles eu tenho que me preparar.

Fitei a ruiva que parecia esperar por uma resposta minha.

— Íris, eu gosto de você e esperaria nunca ter te contado desse jeito. Não... Em um relacionamento.

Ela levantou o cenho, surpresa e corando.

— M-mas... Isso... Armin, é b-bem errado... Logo agora que eu estava tentando não entrar entre vocês... – Ela deixou escapar, já se afastando lentamente.

— Como?

— A E-Erika é bastante assustadora... Sem ofensas! – Ela faz gestos com as mãos rapidamente, como se quisesse apagar o que disse. Mas dei uma leve assentida com a nuca, afinal não é mentira. – Ela parece estar te observando agora e indo á todos os lugares que você e eu estamos...

Óbvio! Ela tinha que ver se eu havia conseguido te conquistar ou teria que refazer um plano novamente. Não sabia que os “disfarces” da madame eram tão óbvios assim.

— ... Então eu achei que fosse ciúmes e eu não queria ter que acabar brigando com ela por causa disso. Por isso não conseguia ficar perto de você, mas mais ainda quando você teve que ir vê-la na casa dela quando íamos ao shopping juntos.

Agora que lembrei que eu não contei pra Íris o que fui fazer na casa da Erika, que seria apenas cuidar dela. Ok, agora o troféu de cara mais imbecil do mundo pode vir para mim que eu aceito. De braços abertos, pois mereço.

— E agora você fala isso, complica demais pra mim. Me... Desculpe.

— Não, não! Eu tenho que me desculpar, Íris. Me desculpa, mas eu gosto mesmo assim de você. Já faz um ano praticamente, quando estávamos no primeiro ano do colégio.

— E a Erika? Vocês estão namorando. Como isso é possível?

Dou um suspiro.

— Olha, eu não devia te contar, mas... Nós não estamos namorando, Íris. – Ela entreabriu a boca e ficou confusa, o que me fez segurar na mão dela. – Eu inventei uma mentira dizendo ter uma namorada pro Castiel e pro Dake, então a Erika me ajuda com isso... Mas eu não gosto dela. Eu gosto de você. E-eu amo você, Íris. Quero ficar com você, te abraçar e fazer coisas de casais, eu acho. – Dou um sorriso torto, já que não sou muito bom com relacionamentos normais, percebe-se né?

A observo com clareza o suficiente para perceber minhas palavras, fazendo com que meu coração palpite forte demais até mesmo para pensar em próximas palavras. É isso, eu acabei de me declarar para ela e estou com as pernas tremendo de alguma forma. É como se a qualquer momento eu estivesse esperando a jogada dela, que decidiria se o meu chão se desabaria ou ela iria me levantar daquilo tudo. É, amar é um tiro no escuro. O tiro no escuro mais assustador que qualquer princesa sombria.

— A-Armin... Isso... É simplesmente muito lindo. – Ela singelamente sorri para mim. – E você é muito fofo... – Ela coloca uma mão no meu rosto, para então me puxar para um abraço apertado.

Me surpreendi. Afinal, isso foi um sim?

— Me desculpe. Eu não posso. Nós... Não podemos.

É isso. Essa foi a jogada dela. E a própria resposta. Nós não podemos e não iremos.

— Por quê...? – Minha voz saiu quase como um murmúrio em seu ouvido.

— E-eu não gosto de você desse jeito. Eu... Eu sinto muito, Armin. Você é um garoto muito legal e divertido, mas eu realmente te aprecio como um grande amigo. – A voz dela retornou assim como a minha, mantendo o mesmo tom.

Então, isso se chama sentir-se sozinho? Eu não sei, meu coração dói como se tivesse prestes á sair ou á parar. Eu quero chorar ao mesmo tempo em que quero tentar ajudar meu coração á parar de sentir aquilo. Acho que passa com alguns jogos. Talvez.

Ela se afasta para me olhar.

— Aliás... – Então um sorriso discreto surge em sua face. -... Eu acho que você fica muito bem com outra pessoa. Percebi o jeito como olha para ela.

— Ela? Ela quem?

— A sua namorada. – Ela deu uma piscada. O que me faz levantar as sobrancelhas. – Sabe, eu nunca pude notar se era mentira ou não, afinal, vocês parecem se dar tão bem. Parecem mesmo um casal.

Parecer é um de nossos esquemas, afinal. Eu não creio que eu seja capaz de me ver com Erika, não como namorados, apenas amigos ou... Não faço ideia.

— Pode tentar.

— Hm?

— Me beije. Eu não sei como, mas dizem que ajuda um pouco... Se eu for mesmo a garota que você gosta, deve haver sentimentos envolvidos.

Que uau, vindo da Íris, mas não hesitei quando toquei em sua nuca á trazendo para um beijo rápido. Ao nos separarmos, eu não entendi.

— E então?

— F-foi... Foi bom... Mas...

Eu preferia o beijo da madame.

Mas que burrice, Armin! Você tá pensando nela?! Foca aqui! Você foi rejeitado e tá de coração partido – ao menos eu acho –, tem que prestar atenção no momento, idiota!

— Não teve aquela coisa...? – Perguntou ela como se lesse meus pensamentos.

— É... A-acho que me enganei.

— Não. Acho que seu coração decidiu mudar os planos. – Ela sorriu. – Eu também gosto de você, Armin. Sempre vou. Fofo. – Ela me deu um beijo na bochecha, algo que me acalmou. – Vamos voltar, antes que venham nos procurar.

— Verdade. – Me alertei. – Ah... Amigos?

— Amigos!

Não que eu esteja feliz, ainda estou me sentindo desolado, mas estou mais calmo. O meu primeiro amor foi totalmente pro ralo e quase que chorei ali, porém o que mais me invade os pensamentos são... Erika. Eu amo MESMO ela? Acho impossível. Tive medo de perder um contato com ela e não por gostar dela desse jeito totalmente... Forte.

Sinto que ela não vai sair da minha mente agora.

[...]

Erika’s P.o.V

Depois da aula e já em casa, por volta das seis horas da noite, Leila me ligou e deu um bom motivo para nos encontramos no parque em alguns minutos. É, não conversamos já faz um bom tempo e estou mesmo com vontade de sair de casa – afinal, nossas “reuniões” sempre foram no meu quarto ou no dela –. Como estava um pouco frio, deixei meu cabelo solto, vesti uma camisa cinza de manga longa, uma calça preta um pouco justa e uma sapatilha preta. Íamos apenas ao parque, não tinha motivos para vestir uma “vida inteira”.

Ao chegar lá, fiquei na mini ponte em forma de arco, observando o pequeno rio do parque correr lentamente sob a luz do luar. Até ouvir Leila chegando.

— Oi, amiga. – Já faz tempo que não ouço o tom de voz “normal” e calmo de Leila, ela sempre está animada demais na escola. – É sério! Você se lembra da última vez que fizemos as unhas juntas? Séculos!

Rimos juntas.

— Como vai? – Ela se junta á mim e apoia os braços na ponte, ficando lado a lado comigo.

— Indo normalmente. Só sentindo um leve vazio... Saudades... Muitas saudades! – Eu confesso por fim, a fazendo rir de leve.

— E o plano?

— Cansativo. Eu só quero ficar fora do mapa quando tudo isso acabar.

— Percebe-se! Mas eu não tava falando desse. – Ela me olha com uma sobrancelha arqueada.

— E qual seria este outro plano?

— Seu querido e nada romântico plano com o moreno de lindos olhos azuis. – Ela praticamente cantarolou as palavras.

— Ei, se aquieta que você tem namorado, “gracinha”. – Ironizei, bagunçando com ela, que riu.

— Eu sei que tenho, “gracinha”, então devia parar de ciúmes.

— Olha a ideia da louca!

Assim, damos risadas juntas. Já faz tempo que não bagunçávamos assim. Então, me debrucei na ponte, mas o humor não me seguia mais.

— Eu já não sei mais, Leila. Digo... É errado pensar que ele nunca mais vai voltar e então tudo isso foi pra nada... E aí querer tentar achar a felicidade em outro lugar? – A pergunto observando o rio do parque.

— Ah, Erika... Nunca foi e nunca vai ser errado tentar ser feliz. – Diz ela, passando a mão por minhas costas, alcançando meu ombro. – No que quer que você pense eu vou estar aqui e te apoiar. – Ela sorri discretamente e eu o retribuo. – Bem, menos se isso for querer matar alguém, se cortar ou pular da ponte, saiba que vou tá lá, mas pra te impedir!

— Que ótima amiga eu tenho. – Abafei o riso. – Mas acho que não vou tentar fazer isso.

— Eu concordo plenamente e espero imensamente!

O silêncio pesou.

— Ei... – Comecei. –... Se lembra como nos conhecemos?

— Como esquecer daquela garotinha ruiva de onze anos escondida dentro do vestiário falando pra si mesma “eu tenho que conseguir a atenção do Nathaniel antes da Melody, mas como eu vou fazer isso? Eu não sei nada sobre essas coisas.”? – Indagou ela imitando minha antiga voz.

— Você falando assim parece ridiculamente idiota.

— E era ridiculamente idiota! Você já era grandinha, pelamor!

— E você não foi uma bela conselheira quando me encontrou e disse apenas pra me confessar logo.

— E não era melhor?

— Não!

Rimos de novo com nossas memórias e bagunças. Ficamos conversando até nossos pais nos lembrarem de que temos casa também. Foi uma bela e calma noite, onde finalmente pude desabafar mais um pouco. Por isso gosto da Leila, ela sempre vai me ajudar de alguma forma. Mas agora minha cabeça não vai descansar depois do que ela disse, seria bom mesmo eu procurar a felicidade novamente, mas em outro lugar?

[...]

Dia Seguinte...

Armin’s P.o.V

Ok... Eu conto para a Erika o que se passou ontem ou deixaria esse fato só para mim? Melhor manter um segredo – porque ela iria esfregar na minha cara que sempre esteve certa –, e então depois eu vejo como vou falar. Agora, tenho que tentar esquecer a Íris e tentar provar para a mesma que eu não sinto o mesmo pela Erika – apesar de eu ter pensado no beijo dela ontem – e que não temos nada em comum.

Agora, no intervalo novamente, estou sentado na baixa janela do corredor com fones de ouvido – para não levantar tantas suspeitas – observando Erika limpando a janela com algumas garotas. Devem ser Letícia e Vitória que a ruiva uma vez mencionou para mim. As três riam enquanto faziam o serviço, mas eu não tirei os olhos de Erika. “O que me atrairia nela? O que seria esse “algo” que eu sentisse que não sentia com Íris?” E outras coisas desse tipo rondavam na minha cabeça, tanto que nem percebi quando a ruiva olhou de soslaio na minha direção enquanto as outras duas garotas tinham se retirado. Ela deu um sorriso de canto e veio na minha direção. Eu ainda estava olhando pra ela com cara de otário, não estava?

Eu esqueci de disfarçar isso enquanto pensava. Tiro os fones e os guardo no bolso.

— Oi, querido. – Cumprimentou ela, já se colocando de costas para mim e descansando sua nuca no meu peito, não sem antes segurar meus braços e enlaça-los em sua cintura.

— Você está com frio de novo ou o quê? – Indaguei sentindo o aroma delicado que saía dela.

— Cansada. Eu só queria sair desse serviço.

— Que seria pra quê?

— Favores para o professor Faraize. Não era pra mim, mas pediram ajuda e não sou tão má assim.

Que gentileza, madame. Não quer admitir, mas isso já vale. Hm, um ponto...

— Por que se acha tão inferior?

— Hm? Que tipo de pergunta é essa agora, madame?

— Você mencionou uma vez e vagamente que gostaria de ser olhado por garotas como seus amigos.

Isso foi á um mês atrás, acho. Ela estava prestando atenção no que eu dizia naquele dia?

— Mas é tão idiota... Sabia que só na minha sala você tem pelo menos umas sete admiradoras? Incrível... Você também não percebe os olhares que recebe toda vez que passa?

— Eu recebo?... Eu não fazia ideia ué, quer que eu faça o quê?

— Pare de prestar atenção no seu console e preste atenção no mundo.

É realmente chato quando recebo essas na cara. Quase todo mundo já me disse isso. Tudo o que me faltava era a Íris falando isso também. Eu não tenho culpa, eu gosto de jogos e acho que não tem como mudar isso dessa forma.

— Mas... Você acha que eu jogo demais? Tipo exagerado?

Ela ri.

— Tem gente pior de qualquer forma.

Então estou entre os razoáveis. Nossa, que avanço...

— Eu não te julgo. Você é desse jeito e isso não te desmerece. Gosto de você do jeito que é, idiota. – Ela se vira para me encarar. – Afinal, você continua lindo e um panaca.

Com tantos elogios assim – e um nem tanto – eu vou acabar corando. Tarde demais. Como você pode falar coisas assim sem a menor vergonha?

— Agora...

Então ela me dá um empurrão que me faz perder o equilíbrio e cair para trás. Sorte que tinha umas moitas para amortecer a queda. Cruel. Quando olho para cima, a vejo apoiando o queixo na mão enquanto me observa com um sorriso nos lábios.

— Se machucou, querido?

— Por que isso a importa? – Falei entre os dentes, me levantando e a olhando nos olhos.

— Se você estiver machucado eu vou ter uma desculpa para sair do serviço. Alguém teria que cuidar de você.

— Nem morto eu te deixo cuidar de mim.

— Que facada no coração, Min. – Ironizou ela ainda sorrindo. Depois de me olhar por um tempo, ela continuou. – Você iria querer sim. – Confirmou ela como se fosse possível ver em minha expressão a resposta. – Até a saída, querido.

Ela se despediu me dando um beijo na bochecha. E assim voltou ao seu serviço. Que garota...!

Dois dias Depois...

Erika’s P.o.V

Sério, o que aquele idiota está aprontando? Ele não foi lá em casa hoje – nem ontem – para virmos juntos pra escola, ele sempre manda mensagem quando não vai também, mas dessa vez foi diferente. Ele está começando a me preocupar de alguma forma. A melhor maneira de saber isso é indo na sala dele no intervalo para o almoço.

[...]

Quando cheguei á porta, dei de encontro com o irmão agitado do Armin, Alexy.

— Oh, desculpe. Ei Erika! – Cumprimenta ele assim que me vê.

— Ah, oi. O Armin tá por aqui?

— Ali na cadeira. – Ele aponta para dentro da sala, indicando Armin dormindo em cima dos seus braços cruzados sobre a mesa da carteira. – Eu não sei o que deu nele, mas não dorme faz três dias, acho que é algum desafio de um tal de “raid” que ele faz ou sabe-se lá. Se ele me contasse de vez em quando o que acontece... Bem, deve ser diferente com você.

Assim espero.

— É, eu vou ver o que posso fazer, purpurinado. – E escapou. Ele me olhou confuso, mas depois abriu um grande sorriso.

— Você é mesmo uma fofa! – Disse ele apertando minha bochecha.

Depois que o mesmo foi embora, fitei o moreno dormindo e me aproximei, notando algumas pessoas que ainda estavam na sala. Armin fica tão sereno enquanto dorme e seus cabelos parecem macios, tanto que os toco levemente com receio de acordá-lo.

— Você é mesmo lindo. – Murmuro depois de tanto analisá-lo. Me aproximo e dou um beijo em sua bochecha. – Bons pesadelos... – Sussurro antes de beijar no canto de seus lábios levemente.

Ele se mexe um pouco e então murmura algo.

“Ok... eu sonho com você...”

Foram suas palavras abafadas. Idiota. Mordo meu lábio inferior e me lembro do meu batom, algo que me dá uma ideia.

— Você vai me pagar por isso, babaca... – Murmuro comigo mesma, abrindo um sorriso de canto.

Armin’s P.o.V

[...]

Acordei com os braços um pouco doloridos – acho que devo ter dormido de mau jeito –. Estico os braços para tentar melhorá-los e aproveito para bocejar. Tive um sonho estranho, a Íris vinha aqui na sala e me via dormindo, então ela me beijava. Aí a Erika apareceu e me desejou pesadelos. Que louco, eu respondi que eu iria sonhar com ela para isso acontecer, como da última vez. Acho que a história da confissão e tudo mais me deixaram assim.

Que coisa, tenho a impressão que todos estão olhando para mim. Parece até que nunca me viram dormir na sala.

Me levanto e vou em direção da porta, ainda deve ser intervalo, vou aproveitar para pegar pelo menos um refrigerante. Chegando perto da porta, me deparo com o Castiel e o Dake, que já estavam voltando para a sala. Eles me analisaram rapidamente, me lançando um olhar surpreso e malicioso, respectivamente.

— Gente?... O que foi? – Estou começando a ficar preocupado. Tem algo na minha cara?

— Nada. – Começou o ruivo dando de ombros. – Apenas sabemos agora que o seu relacionamento está indo bem, ô do console.

— É... Assim como você nos descreveu. Só... Limpa os rastros ou vão achar que fazem isso o tempo todo e aqui na escola. – Informou Dake, passando o polegar na sua bochecha brevemente, seguindo para o pescoço.

— E seria uma pena se a Delanay visse isso aí.

Peguei meu celular para ver pela tela do mesmo o que se passava no meu rosto. Eu tinha várias marcas de batom somente no lado esquerdo do mesmo, e ao seguir para o pescoço percebi um chupão.

Quem diabos fez isso?! Como eu não senti? Como não denunciaram?

Limpei as marcas de batom enquanto as pessoas que passavam no corredor ou que estavam na sala me olhavam surpresas e algumas riam da situação. Coloquei o colarinho da camisa social para cima á fim de esconder a marca do pescoço.

— E então? – Perguntei para os dois que ainda estavam na minha frente, abafando as risadas.

— Não gostei, tá imitando meu estilo. Pode abaixar isso aí. – Indagou Castiel, fingindo uma cara zangada.

— Pode deixar que eu não abaixo até isso sumir.

Segui rumo aos corredores evitando me aproximar de todos, afinal um lado da minha cara estava vermelho e se chegasse perto o suficiente era possível ver o marcado. Erika foi capaz de fazer isso? É crueldade, mas uma crueldade maliciosa. Pensando melhor, sim, ela faria isso.

Que arrepio. Erika beijou meu pescoço.

[...]

Eu não contei ou choraminguei para a mesma, apenas tentei parecer normal. Mas eu podia sentir que quando eu virava ela estava rindo de mim. Saímos cedo hoje, a diretora nos informou que precisava ajustar algumas coisas e era melhor sem alunos ou aulas acontecendo, ou seja, casa e videogames me esperam. Sem garotas por hoje, minha cota já foi.

Mas antes eu iria acompanhar Erika até a casa dela, como sempre. O caminho foi calmo e silencioso, apesar de não ser tão confortável segurar a mão dela durante todo o percurso. Parece que todo dia inovamos nesse assunto.

— Sabe... – Começou ela, parecendo indiferente. –... Eu estou curiosa quanto seu novo estilo. Teve algum motivo? – Erika fechou os lábios resistindo para não rir.

— Foi você, não foi?

— Digamos que foi bastante legal. – Ela deu uma risada, mas eu apenas fechei a cara. – Deixe-me ver como ficou. – Então, ela puxou o colarinho para baixo para ver sua “arte”, estava intacto e parecia mais forte.

— Obrigado, madame. – Ironizei. – Somos os safados da escola agora.

— Como se eu me importasse. Nós dois sabemos a verdade e isso basta, não acha?

Ela estava tranquila e sorridente. Bem estranho.

Mas antes que eu pudesse pensar no que estava acontecendo com ela, sentimos gotas de chuva cair em nós dois. Erika murmurou um: “droga” enquanto aumentou o passo e foi na frente. Eu logo a segui. E a minha mãe tinha avisado pra trazer um guarda-chuva hoje. Droga mesmo.

— Olha, acho que se pegarmos aquele atalho, chegamos mais rápido na minha casa. – Informei, já sentindo a chuva aumentar a cada segundo. Erika assentiu e segurou minha mão, entrelaçando seus dedos nos meus.

— Você guia, então. – Ordenou ela.

Nos apressamos pelo atalho. E nos encharcamos bastante durante o percurso. Pelo menos mais na parte de cima.

[…]

Chegamos à minha casa o mais rápido possível e ao abrir a porta me deparo com a mesma vazia. Não imaginava que hoje a vida me daria um descanso.

Em cima de uma mesinha próxima á porta tinha uma nota que foi escrita por minha mãe, avisando que a mesma foi ao supermercado para reestocar tudo. Quanto ao Alexy, ele me disse para dizer aos nossos pais que vai chegar mais tarde, pois vai ao shopping – de novo – com os amigos.

Apesar de estar molhado, me deu preguiça de me trocar, então fui á um canto qualquer da casa e me sentei de costas para a parede tirando da mochila o meu PSP. Eu não poderia sentar no sofá com as costas molhadas, senão minha mãe me mataria! E nada melhor que a Lessie para me distrair.

Ou era o que achava, já que prestei atenção na ruiva que estava um tanto longe, mas ainda assim no meu campo de visão. Não era apenas isso. Ela estava tirando o blazer e tinha começado a desabotoar a camisa.

Fiquei boquiaberto.

— Mas... O que você tá...? – Sei que a resposta era meio óbvia, mas eu não consegui conter.

— Tirando a roupa molhada. Não quero ficar doente de novo. – Ela se explicou sem nenhuma emoção. Como se aquilo fosse comum de se fazer na frente de um garoto.

— E você não tem...? Bem... Vergonha desse tipo de coisa na frente de garotos, por exemplo?

— Você já me viu em condições piores de qualquer maneira.

Ela juntou as roupas e quase não conseguia olhar para ela, que agora estava apenas de sutiã na minha frente. Preto. Eu disse que ela combina com esta cor.

— Aqui tem secadora não tem?

— No final daquele corredor ao lado da cozinha. – Apontei ao local que ela deveria seguir.

Ela deu de ombros.

— Ah, e fecha a boca, não é um ato tão bonito de se ver. – Ela dá um grande sorriso e então vai até onde indiquei.

"Ah, e fecha a boca... bla bla bla". A culpa não é minha se você começa a fazer isso aí na minha frente, como se eu simplesmente não existisse, e ainda queira que eu aja normalmente.

Quando ela voltou, eu já estava jogando – bastante furioso até – em meu PSP. Sou meio que forçado á parar de jogar quando ela se posiciona ajoelhada, entre minhas pernas, me encarando como quem quer uma explicação. Depois de um suspiro com uma revirada de olhos, ela começa a tirar meu blazer e fico sem qualquer reação.

— O que você pensa que está fazendo? – Minha voz saiu quase como um murmúrio. Eu não sei, apenas, depois de tudo que presenciei, isso não me admira vindo dela.

— O que acha que estou fazendo? – Ela segue meu tom de voz anterior, sussurrando enquanto continua com os olhos baixados para minha camisa que agora estava sendo desabotoada. – Estou tirando suas roupas, pois pelo visto não vai fazer nada e aí vou ter que aturar você resfriado.

Ela me encara, parando de desabotoar.

— Não queremos outro caso desses, não é? – Sua expressão continuou imparcial e então a questão principal voltou á minha mente naquele instante.

Eu a amava mesmo?

Quais seriam os motivos para amar esses olhos que quase sempre não transmitiam quaisquer emoções? Conseguir amar aquela que sempre me tratou como um ser que não deveria nem existir? Amar a garota que parecia que se pudesse nunca mais iria querer amar outra pessoa de novo?

Isso seria possível?

Mas ela tinha suas qualidades. Podem parecer escassas – e apesar de eu mesmo acabar tendo que pesquisar sobre o signo dela para saber disso, e sofrer de insônia durante a noite por não conseguir parar de pensar nisso –, mas ela é gentil quando quer, além de carinhosa e atenciosa. As mudanças pelas quais ela passou, só demonstram a persistência e a determinação que ela tem pelos seus sonhos.

Exato. Seus sonhos. E um deles chama-se Nathaniel. Uma barreira que pode resumir o porquê de não podermos acabar juntos ou... De ela acabar gostando de mim.

Mesmo que eu goste de Erika Sparks, quem me garantirá que ela vai retornar a afeição? Acho que no fim seria o mesmo que com Íris. Diante de minhas perguntas incensáveis e meu silêncio, Erika já estava perto de desabotoar minha camisa por completo e ela o fazia lentamente, como se algo a incomodasse nos seus pensamentos.

Eu seguro sua mão direita, a fazendo me encarar com o ato.

— Você faria o mesmo por mim?

— O quê? – Ela me olha confusa.

— Você faria o mesmo por mim se eu ficasse doente?

Depois de pensar no assunto, ela baixa os olhos e dá uma risada irônica.

— Como ousa...? – Diz ela entre suas risadas. Então me olha nos olhos novamente, mas me mostrando um de seus mais meigos sorrisos. – Acha que sou sem coração o suficiente pra te deixar sozinho desse jeito? Seria uma ótima maneira de te atormentar.

Eu ruborizo. Não esperava essa resposta depois de uma risada quase sádica. É, ela é mesmo uma bipolar. Abafo um riso, afinal ela não consegue ser realmente sincera.

— Por que a pergunta? – Ela faz bico enquanto levanta uma sobrancelha, chateada.

— Por nada.

E nem mesmo eu.

Ela estala a língua, desviando o olhar. Me fazendo perguntar a mim mesmo se teria alguma chance de saber se "estamos apaixonados". Eu não sei, mas acho que posso tentar fazê-lo. Pode ser bem precipitado, mas não vale nada arriscar minhas chances.

Cara, meu rosto ardeu bastante por ter pensado nisso.

Segurei sua bochecha e a fiz olhar para mim, então pressionei meus lábios contra os seus, a beijando até mais forte que achei que faria.

Como pode a sensação ser assim tão diferente? Os beijos são tão iguais e ao mesmo tempo muito diferentes. Cada segundo eu só espero mais, só quero desfrutar mais e mais dessa sensação que ele me causa. Apesar de tantos beijos roubados, esse deve ser o nosso primeiro beijo. Um beijo que mistura leveza e determinação. Eu nunca senti isso antes.

Sim. Eu nunca havia sentido aquilo antes. O jeito como gosto da Íris é diferente. Pois, eu apenas sinto essa leveza e esse conforto com a Erika. Tantas e todas as vezes que estávamos juntos, eu não me importava se estava segurando sua mão por horas ou se estava do seu lado por minutos, eu sempre me senti em casa. A admirei em segredo, devo confessar, mas nunca parei para pensar no porquê. Eu não quis perdê-la estando prestes á me confessar para Íris, eu não parei de pensar nisso durante dias. Se fosse algo comum ou sem importância, eu teria esquecido. Mas não.

E no fim, eu acho que isso... É um sentimento de amor.

Sim, Íris estava certa. Eu amo essa garota.

Eu amo Erika Sparks. A princesa sombria.

[...]

Narrador’s P.o.V

Enquanto o casal da escola não prestava atenção nos pingos de chuva que caíam incessantemente. Melody suspirava na janela de seu quarto, observando o caminho das gotículas de chuva pela mesma. Ela se alarmou ao receber uma nova mensagem em seu celular.

Nath S2: Mel! Você não vai adivinhar, mas eu convenci meu pai e agora vou poder passar umas semanas aí com vocês. Estou voltando em breve.

— Não, não...

A menina ficou boquiaberta e inquieta, ela sabia que isto iria complicar tudo. Ele viria atrás de Erika, como sempre. Seria tarde demais, ele se entristeceria profundamente se soubesse que agora a ruiva está com outra pessoa. Ela não queria que ele sofresse, nunca quis. E agora, Erika iria fazer isto. De novo.

Eu: Não vejo a hora de te ver!

 Ela mentiu. A mesma sempre o apoiou e apesar de não gostar de suas decisões, ela sorria e concordava para vê-lo alegre e o fazê-lo ter bons momentos em sua vida. Porque não faria isso agora? Era tudo o que podia fazer.


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Notas finais do capítulo

Que corrido, que corrido. Sorry. Tô correndo e escrevendo. Eu posso atualizar depois? QWQ Eu atualizo depois.

Mas é sério, eu estava pensando em fazer esse ocorrido ~essas coisas que todo casal faz, isso de se pegar ¬u¬ eu não queria dar spoiler mas acho que já dei para aquele que leu essa caixa antes do capítulo~ nesse capítulo desde o início da Fic. Eu tenho um cronograma especial XD E vocês se afobaram capítulos anteriores e mais ainda no capítulo anterior, então né? ainda que foi :v
Enfim, enfim, mais virá no próximo capítulo. Sabe o que mais vem? Sim o loiro. :v e minha mãe com o cinto! Já vou e depois eu atualizo isso, beijos e espero que goste. Ah e tem capítulo especial para comemorar aqui no site mesmo! Vá checá-lo depois desse ou antes, ou agora! S2



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