Até o julgamento escrita por Paola_B_B


Capítulo 6
Capítulo 5. Superobservadora


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, novo capítulo para vocês na área :D Percebi que muitos leitores novos estão aparecendo então sejam todos muito bem vindos e espero que a fic corresponda às suas expectativas ;)



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Capítulo 5. Superobservadora

PDV Edward Cullen

Não sei ao certo que horas eram quando fui delicadamente sacudido de meu sono conturbado. Abri os olhos sem saber ao certo onde estava, meu coração estava a mil e meu corpo se impulsionava para sair correndo.

– Ei, ei! Calma! – o sussurro veio de alguém ao meu lado. A mesma pessoa que segurava meus braços com força.

Virei meu rosto lentamente e imediatamente relaxei ao reconhecer o rosto da agente do FBI que estava me protegendo. Deitei novamente no sofá da cada da mecânica Rosálie e respirei pesadamente tentando controlar minha taquicardia.

– Tudo bem? – o sussurro era preocupado.

– Sim... Apenas... Pesadelos.

Com minha visão periférica a observei assentir. Ela esperou alguns segundos antes de tomar a palavra.

– Estamos saindo. Se precisa ir ao banheiro vá agora, será suspeito acompanhá-lo em banheiros públicos.

– Somos recém-casados apaixonados, uma rapidinha num banheiro público faz parte. – eu só poderia estará bêbado de sono para falar uma merda dessas, mas não poderia ficar menos arrependido pela minha língua solta.

A agente Isabella Swan soltou um riso baixinho e bem humorado que arrepiou até os pelos do meu... Enfim.

– Este é o espírito Tony.

– Minha mãe costuma me chamar assim, a não ser nos momentos de bronca. – fiz uma careta e sentei-me no sofá.

Isabella estava ajoelhada no chão e sua pequena bagagem sobre a mesa de centro. E por mais incrível que pareça ela estava sorrindo. Sorrindo! De uma maneira que era melhor eu me manter sentadinho para não parecer uma garota adolescente apaixonada. Deus! Eu era um homem! E já havia passado da adolescência há um bom tempo. Agir desta maneira em frente a uma mulher bonita era ridiculamente infantil e inseguro da minha parte. Mas porra! Ela estava sorrindo para mim!

– Vamos?

– Não é arriscado usar meu nome do meio e o sobrenome de solteira da minha mãe?

– Bem... O documento que o FBI havia preparado para você era John Smith, é um nome difícil de rastrear por ser comum. Aro Volturi conhece o padrão de nomes comuns que o FBI monta para proteger suas testemunhas então usar um nome diferente do padrão vai atrasá-los em sua perseguição. O mesmo vale para quem quer que seja o agente corrupto trabalhando para Aro, ele achará que eu seguirei os padrões.

– Então o óbvio se tornará menos óbvio.

– Exatamente.

Agora eu estava um pouquinho mais apavorado do que o normal. Aquilo era arriscado. Muito arriscado. Porém dei um voto de confiança para a agente. Afinal eu estava vivo ainda, não estava?

– Vamos? O ônibus parte em dez minutos.

***

Por ter dormido por quase seis horas eu não estava com nem um pouco de sono. Na verdade eu estava um pouco acelerado. Pelo curto percurso até a rodoviária, que ficava na quadra de trás da mecânica, eu praticamente me grudei a minha protetora.

As ruas desertas e silenciosas estavam me deixando em pânico. Por mais estúpido que pareça eu admito que temia que a qualquer momento algum capanga de Aro Volturi pulasse de trás de uma lata de lixo ou de um poste ou de um carro estacionado ou de uma janela, e a agente não tivesse tempo de sacar sua arma escondida em sua cintura e nós dois acabaríamos mortos.

Quando chegamos então à rodoviária pensei que meu medo ficaria mais brando por terem mais pessoas circulando pelo local, porém quando estamos em fuga parece que todo mundo está olhando para você e pensando “eu sei que você está fugindo” e eu não via a hora de entrar de uma vez no ônibus para me esconder embaixo de um banco.

Graças aos céus não paguei este mico.

A morena ao meu lado simplesmente sorriu e segurou minha mão me conduzindo ao ônibus. Por um momento tudo, absolutamente tudo, sumiu de minha mente e só o que eu tentava fazer era compreender aquela mulher.

Foi então que percebi, ela estava entrando no papel e a partir daquele momento nós éramos recém-casados. Me apavorei mais ainda.

Enquanto aguardávamos na fila para entrar no automóvel Isabella aproximou-se de mim e ficou na ponta dos pés para enlaçar meu pescoço em um abraço pra lá de intimo. Senti seus lábios em minha orelha e automaticamente repousei minha mão direita na base de sua cintura.

– Você precisa se acalmar. – sussurrou. – Sei que seu pesadelo o deixou nervoso. Eu entendo Edward. Mas tente esquecê-lo. Imagine que é apenas uma viagem de férias.

Ofeguei quando percebi que ela havia notado algo que nem mesmo eu tinha percebido. O pesadelo que tive era exatamente sobre os capangas do Volturi estarem a espreita. Instintivamente trouxe-a para mais perto do meu corpo e abaixei meu rosto beijando levemente seu ombro.

Ela tremeu em meus braços, porém antes que eu pudesse sentir algum orgulho por isto minha protetora largou-me e me puxou para dentro do ônibus.

Sentamos-nos nas poltronas do fundo. Eu fiquei na janela e ela no corredor. Não demorou para que o veiculo entrasse em movimento. Notei que a agente estava exausta, provavelmente, diferente de mim, ela não havia descansado. Me senti culpado mesmo que a culpa por estar na mira de um mafioso não fosse minha... Se ele não fosse um bandido eu nunca teria testemunhado seu crime. Simples assim. Então a culpa é inteirinha dele.

– Você está quieto. – murmurou a morena sem me olhar.

Franzi o cenho e fiquei observando seu perfil.

– Pensei que estava cansada da minha língua descontrolada. – comentei encostando a lateral do meu rosto na poltrona.

Não sei se seu cansaço era tão grande que ela não conseguia mais controlar sua expressão endurecida ou se ela simplesmente não estava mais se importando em ficar com uma máscara em minha frente, pois seu rosto iluminou-se com um sorriso divertido.

– Gosto do silêncio. – falou ela e eu quase me joguei pela janela do ônibus de tamanha vergonha. – Mas acostumei com sua voz e agora parece estranho quando ela não soa.

Senti meu rosto pegar fogo.

– Sou um tagarela irrefreável. Mas eu juro que não consigo controlar, quando vejo, as palavras já saíram da minha boca e é tarde demais. Já tentei ser diferente, controlar minha língua, ficar em silêncio em momentos constrangedores, mas acho que minha língua é uma rebelde que não atende as ordens do meu cérebro. Está vendo só? Já disparei mais uma sequência de frases desnecessárias. E agora você está me olhando como o idiota que eu sou.

Será que ainda dá tempo de eu me esconder embaixo da poltrona?

– Não o acho um idiota. Da onde tirou isso? – ela parecia realmente surpresa por eu achar que ela achava isso de mim.

– Bem... Não é como se sua expressão me dissesse muita coisa. – me encolhi com medo que ela se ofendesse.

– Não lhe acho um idiota Edward. Na verdade tenho grande admiração por você. Está se mostrando corajoso, não reclamou nenhuma vez por ter que desistir da sua vida pelos próximos meses e em nenhum momento o vi ponderar a possibilidade de não testemunhar. Essas atitudes dizem muito mais sobre você do que seu descontrolado falatório.

– Oh... Obrigado... Eu acho. Mas, ah, porque você fica sempre com essa expressão de tédio? Desculpe, vou calar a minha boca.

– Como sua tagarelice eu também não tenho controle sobre a minha expressão.

– Mas parece que você tem muito controle sobre ela.

– De acordo com o psiquiatra com o qual me consultei quando criança eu presto atenção em tantas coisas ao mesmo tempo que minha expressão, na maioria das vezes, não consegue acompanhar meus pensamentos.

– Como assim?

– O motorista do ônibus traiu a esposa algumas horas atrás, havia uma marca de batom no colarinho de sua camisa, seu cheiro era de perfume feminino, ele estava olhando a foto da família dentro da carteira, mas assim que a mulher morena de vestido curto, que esta sentada na poltrona 8, entrou ele fechou a carteira e olhou descaradamente a mulher debaixo a cima, ela sorriu para ele e seguiu seu caminho. Ela é uma prostituta conhecida pelos motoristas, pois antes de entrarmos notei o motorista do ônibus com destino a Providence lhe dar um bolo de notas de vinte, enquanto recebia o dinheiro ela acenou para o motorista do ônibus com destino a Boston. O garoto sentado na poltrona 2 é menor de idade e provavelmente fugiu de casa, seus olhos estão vermelhos, mas não é pelo choro de medo e sim pela maconha que fumou antes de entrar no ônibus. A senhora na poltrona 11 junto ao senhor na poltrona 12 são casados há no mínimo 30 anos, eles falavam da tia morta da senhora que morreu quando eles ainda eram adolescentes e namoravam escondidos no cemitério, ela tem alergia ao sol, por isso estão viajando durante a madrugada, já ele tem sérios problemas de hipertensão e sua esposa lhe obrigou a tomar o remédio assim que se acomodaram em suas poltronas. O homem sentado na poltrona 3 junto a namorada na poltrona 4 tinha uma mancha de molho em sua camiseta e ele acaba de ir ao banheiro, sugiro não usarmos esse banheiro durante a viagem, provavelmente ele experimentou o sanduiche que vendiam na esquina e que o senhor da poltrona 9 falava ao da poltrona 10 que o dono na barraca não tinha nenhum senso de higiene...

Enquanto ela falava em tom baixo de cada um dos passageiros meus olhos iam arregalando cada vez mais. Deus! Eu mal lembrava do rosto do motorista!

– Acho que entendi seu ponto... – murmurei assustado. – Mas se é tão boa em observar os acontecimentos a sua volta como não conseguiu pegar o Volturi, você me contou que está há muito tempo tentando prendê-lo.

Seus lábios torceram em uma careta irritada.

– Minhas observações só o toram um suspeito. Nossas provas são todas circunstancionais, precisávamos de uma prova física, ou uma testemunha.

– Entendo.

A agente suspirou e finalmente tirou seus olhos do corredor para me olhar. Mais uma vez pude notar sua exaustão.

– Descanse, você parece que vai desmaiar a qualquer momento.

– Como você...

– Nos últimos minutos você mostrou mais expressões do que em todo o tempo em que estamos juntos... Quer dizer, não juntos “juntos”, como um casal, digo juntos no sentindo de um ao lado do outro, como testemunha e agente... Enfim... – mais uma vez passando vergonha Edward, parabéns! – O que estou querendo dizer é que como está cansada está prestando atenção em menos detalhes e consequentemente suas expressões estão aparecendo.

Suas sobrancelhas uniram-se de maneira adorável.

– Nunca havia pensado nisso.

– Fico imaginando quantas coisas consegue observar sem que esteja cansada.

Um sorriso foi crescendo em seus lábios e seus olhos castanhos mais uma vez me absorveram para dentro da sua alma.

– Cansada ou não, estou observando exatamente o que eu quero observar.

Minha boca abriu-se e fechou-se diversas vezes sem entender ao que ela se referia.

PDV Agente Swan

Como evitar o calor crescendo em meu peito? Nunca, ninguém, havia me perguntado o porquê de parecer sempre indiferente. E nunca, ninguém, havia reparado em minha “distração” por causa do cansaço. Meu protegido se tornava cada vez mais adorável. E minha vontade de mantê-lo a salvo só aumentava.

– Você quer dormir um pouco? Acho que você já verificou cada passageiro com os seus superpoderes de superobservadora e não correrei perigo até chegarmos a Atlantic City.

Como evitar o riso quando ele me olhava com aquele sorriso torto e olhos inocentes.

– Não são super... – bocejei. – Poderes.

– Descanse Bella.

Suspirei e deixei que meus olhos se fechassem. Eu realmente precisava de pelo menos uma horinha de sono. Aos poucos meu corpo foi amolecendo e me aproveitei disso para apoiar minha cabeça no ombro de Edward como quem não quer nada. Mas não fui a única a me aproveitar, pois meu protegido se remexeu com lentidão até conseguir colocar seu braço ao meu redor e me puxar ao seu peito.

Puxei o ar com força sentindo seu cheiro único. Minha nossa! Pela primeira vez em minha vida agradeci por minhas emoções serem contidas em minhas expressões, pois estava difícil me manter indiferente à atração que sentia por esse garoto/homem.

– Edward você está tão ferrado. – pude ouvi-lo sussurrar ao mesmo tempo em que passava seus dedos levemente pelo meu braço.

Estávamos percorrendo um caminho perigoso e não me refiro a nossa fuga do mafioso.


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Notas finais do capítulo

Esse foi um capítulo mais transitório para mostrar um pouco da relação entre os dois, a partir do próximo capítulo teremos mais ação ;)