Até o julgamento escrita por Paola_B_B


Capítulo 12
Capítulo 11. La Hermosa Mexicana


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Demorei de novo né? Perdão, minha faculdade está me deixando louca. Mas o capítulo está aí e maior do que normalmente. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/595272/chapter/12

Capítulo 11.La Hermosa Mexicana

PDV Edward Cullen

Juro que tentei fechar minha boca, mas foi impossível me controlar. A agente estava bem em minha frente usando um vestido mais justo que Deus. O azul escuro contrastava com sua pele pálida enquanto o tecido contornava sensualmente todas as suas curvas. O decote generoso também não me ajudava a manter meus olhos no rosto de minha protetora. E as pernas?! Jesus! Não vou nem comentar sobre as pernas expostas e alongadas pelos malditos saltos foda-me!

Para completar o visual ela usava uma peruca ruiva cenoura e um par de lentes azuis. A maquiagem pesada destacava sua boca pintada de vermelho.

Depois de engolir em seco e me mexer desconfortavelmente dentro de minhas calças eu fiz de tudo para segurar meus olhos nos olhos dela. Ela não tinha uma expressão lá muito boa. Ok, era uma microexpressão, mas ainda assim não parecia boa.

– Eu ainda não gosto dessa ideia. – torceu os lábios me olhando de cima a baixo.

Algo brilhou em seus orbes chocolate e eu rezei para que fosse desejo e não raiva. Afinal eu estava bem apresentável com minha calça jeans de lavagem escura e minha camisa preta. E não posso esquecer, é claro, da maldita peruca loira, que coçava como o inferno, que me deixava parecido com aqueles surfistas da Califórnia.

– Você não tem que gostar, eu sou o único aqui que conseguirá invadir o computador da gangue.

– Porque você não pode me dar um pen-drive com o programa que invade o computador e você acessa remotamente?

– Porque não temos uma internet estável e você acabará arriscando sua vida por nada. – fiz tanta força para não coçar meu nariz, para não entregar a mentira, que meus olhos quase lacrimejaram.

Acredite em mim quando digo que não é nada fácil mentir para Isabella Swan. Sua natural falta de expressão me impedia de saber se ela estava desconfiada ou não. Acho que senti uma gota de suor escorrendo pela minha espinha. Mas eu estava ficando durão... Er, não nesse sentido, pois nesse sentido eu estava no momento em que a vi chegar à sala. Mas eu não estava me deixando levar pelo medo e consegui manter minha mentira.

– Que seja. Mas lembre de seguir minhas regras. Nada de sair de perto de mim. Nada de bebidas alcoólicas. Nada de arregalar seus olhos quando vir algum membro da gangue. Nada de falar com algum membro da gangue. E tente, pelo amor de Deus, parecer estar se divertindo. Você parece alguém prestes a entrar num covil de vampiros.

– Em minha defesa eles são tão ou mais perigosos que vampiros.

– Vampiros não existem Tony.

– O fato de nunca ter visto um não quer dizer que eles não existam. – ela apenas ergueu uma de suas sobrancelhas e eu revirei meus olhos. – Que seja.

Respirei fundo antes de ser arrastado para fora. Apertei a mão da agente com firmeza. Sim eu estava apavorado. E por breves segundos me arrependi de ter mentido sobre a minha necessidade de ir junto. Ela estava completamente certa, eu podia muito bem ter acessado remotamente o PC da gangue, mas veja bem, eu não podia deixá-la sozinha. Não numa situação dessas. Eu nunca me perdoaria se algo acontecesse a ela. Ainda mais por ela estar fazendo tudo isso para me proteger. Então se fôssemos morrer que fosse juntos.

Deus! Eu sou patético.

– Não acha perigoso não levar sua arma? – perguntei com quem não quer nada, afinal eu a tinha visto colocar o aparelho celular dentro de seu decote e não me pergunte como a coisa ficou escondida! Ela não estava levando nenhuma bolsa, e tenho certeza que uma arma ficaria marcada naquele vestido indecente.

– Quem disse que não estou a levando?

– Aonde você a enfiou?!

Minha pergunta foi ignorada com apenas um erguer de sobrancelha.

PDV Agente Swan

Eu não estava gostando nada dessa história. Levar Edward era um erro. Eu deveria tê-lo deixado em casa em segurança. Porém eu era péssima em computação e provavelmente perderia uma grande chance de estar, pela primeira vez, um passo a frente. Neste momento eu precisava de Edward no campo.

Um arrepio subiu pela minha espinha assim que entramos no táxi. Edward fez seu papel de marido provedor e pagou a pequena viagem com o dinheiro que havia lhe dado.

Em pouco mais de dez minutos já estávamos na fila prontos para entrar. Engoli em seco. Agora não havia mais volta. Coloquei um sorriso artificial em meu rosto e enlacei a cintura de meu “marido” como uma adolescente possessiva. Ele deslizou sua mão esquerda lentamente pelo meu braço. Aquilo me causava mais arrepios do que me acalmava. Mas acho que ele estava apenas entrando no papel.

Fomos rapidamente revistados por um homem e mulher da segurança. A mulher parecia desinteressada e me olhou com nojo. Sorri afetada enquanto ela passava rapidamente as mãos pela lateral do meu corpo e pelas minhas costas. Como imaginei aquele tipo de roupa não despertava desconfiança de quem escondia algum tipo de arma.

Logo a música alta nos atingiu em cheio. Meus olhos correram rapidamente por toda a parte interna da boate. Havia muita gente dançando na pista a nossa frente. Tinha um bar a nossa esquerda e a nossa direita uma escada que levava ao mezanino. Lá em cima também estava lotado e logo imaginei que seria por lá que estaria a porta do escritório da parte administrativa. Sorri satisfeita para um Edward que torcia os lábios em nervosismo. Voltei a abraça-lo e me coloquei na ponta dos meus pés para falar em seu ouvido.

– Apenas finja que estamos na boate para nos divertir.

Ele apenas assentiu e me abraçou pela cintura com força. Seu corpo estava trêmulo e eu podia sentir sua mão gelada no decote de minhas costas.

– Apenas respire fundo. Que tal uma dança?

– Eu não sei dançar. – resmungou envergonhado.

Apenas sorri e o puxei em direção a pista. Tratei de mexer minha bunda com o ritmo da música. Meu rosto estava doído com o sorriso congelado nele.

Quando estávamos cercados por pessoas dançando e bebendo despreocupadamente me virei de frente para o meu protegido e colei meu corpo ao seu. Balancei-me lentamente tentando guiá-lo, segurei o bufo irritado e enfiei minhas mãos nas passadeiras laterais de sua calça jeans. Grudei meu quadril ao dele e o guiei com mais afinco. Edward que até agora olhava para todos os lados de maneira nervosa abaixou seu olhar para o meu. Observei com satisfação seu pomo de adão subir e descer lentamente.

Não consegui segurar a vontade de me colocar nas pontas dos pés e lamber aquele local. Antes de voltar com os pés completamente no chão pude escutar o gemido gutural de meu “marido”.

Sorri realizada e excitada, pois Edward puxou-me com força pela cintura e uma de suas pernas enfiou-se entre as minhas. Por um momento lamentei, pois se minha arma não estivesse bem presa na parte interna da minha cocha esquerda sua perna chegaria .

– Então foi aqui que escondeu... – sussurrou ele em meu ouvido e em seguida sugou o lóbulo de minha orelha.

Inspirei com força antes de abrir meus olhos com determinação.

– Continue no ritmo Tony. – ordenei rebolando e virando-me de costas para ele.

Sim eu o provoquei com a minha bunda, mas meu objetivo não era exclusivamente ele. Nós estávamos em uma missão e eu já havia ultrapassados limites suficientes para ser detonada pelo conselho de ética do FBI. Então comecei a vasculhar a multidão.

Na pista tudo o que encontrei foi jovens bêbados, drogados e festeiros. Nada incomum para o local. Então meus olhos foram para o mezanino. Perdi o fôlego quando os longos dedos do garoto rasparam nas laterais dos meus seios e desceram para segurar com firmeza minha cintura. Uma de suas mãos escorregou para a minha barriga e me puxou para ainda mias perto de seu corpo. Oh! Olá! Estamos animados aí embaixo!

– Tony... – grunhi irritada, ele estava me distraindo.

– O que foi Mary? Minha dança não lhe agrada? – perguntou com a boca colada em minha orelha esquerda.

De onde saiu toda essa segurança e sexy appeal?

– Nós estamos em missão. – murmurei contrariada, meus olhos correndo pelo mezanino.

Lá encontrei gente suspeita. Na verdade não eram apenas suspeitos, estava bem óbvio que eram os membros da gangue. Em um sofá em forma de meia lua da cor vermelha um homem de descendência latina estava sentado despreocupadamente. Em cada um de seu lado uma garota com pouca roupa. Em sua frente, sentados em outro sofá vermelho havia mais dois homens, cada um com uma garota no colo. A volta estavam vários homens escondendo de maneira negligente suas armas. Consegui contar pelo menos 5 homens em pé armados. Os três sentados provavelmente também tinham suas armas. Isso me dava 8 homens armados para lidar.

– Você é a agente. – lembrou Edward em meu ouvido.

Oh! Ele não precisava me lembrar disso, pois no momento em que meus olhos captaram os homens armados eu percebi que havia feito uma grande burrada em trazer o homem o qual eu deveria proteger para a toca dos lobos.

Em um movimento rápido me virei de frente para Edward e enlacei seu pescoço. Minha dança nunca parou. Às costas dele estava o bar com três garotas cuidando dele. Até então eu não tinha achado nenhuma porta que pudesse levar ao escritório da boate. Mas finalmente eu o encontrei. Ali estava, bem ao lado do bar, em um ponto escuro. Em frente à porta havia um homem portando perigosamente um fuzil. Era o único segurança.

– O que acha de um drink, querido?

– Você disse que...

– Esqueça o que eu disse. – resmunguei e colei minha boca em sua orelha. – Eu vou distrair o segurança e você vai entrar. Faça o que tem que fazer o mais rápido possível.

Senti suas mãos me apertarem com mais força.

– Vai dar tudo certo. – afirmei com mais segurança do que eu realmente sentia.

PDV Edward Cullen

Por alguns minutos eu tinha esquecido completamente de minha atual situação, esquecido o que eu realmente estava fazendo nesse clube e o que realmente Isabella Swan representava.

Ela era a minha protetora. Ela iria distrair o cara armado com uma arma maior que o meu braço, agora que estávamos perto do bar eu podia vê-lo com clareza, para que eu pudesse lançar um vírus no computador da gangue.

Sentei-me sozinho no ultimo banco da ponta esquerda do bar. Ficava há apenas três passos da porta protegida. Pedi uma bebida e aguardei com tensão. Pelo canto dos olhos observei minha protetora ir com tudo para cima do homem. Não, ela não bateu nele. Ela se insinuou para ele.

Pobre cara, ele não tinha nenhuma chance.

A agente sorriu e olhou sob seus longos cílios. Sua mão direita caminhou com delicadeza sobre o braço do latino que não conseguia desgrudar os olhos do decote de minha protetora. Os delicados dedos dela acariciaram a arma como se ela fosse uma parte importante para nós homens, se é que você me entende. Então com o bandido completamente hipnotizado pelos seus seios ela o puxou para um canto ainda mais escuro.

Por um momento senti inveja do homem. Mas então lembrei que ela estava o distraindo para que eu pudesse fazer o que sei fazer de melhor. Invadir um computador.

Controlei o monstrinho verde dentro de mim querendo ir na direção da agente e segui com quem não quer nada em direção a porta. Olhei rapidamente para todos os lados com medo de que alguém estivesse me observando, mas tudo o que encontrei foram pessoas desorientadas pela bebida.

Respirando fundo adentrei o escritório e para o meu completo pavor não estava vazio.

– Oh! Esse definitivamente não é o banheiro! – exclamei sorrindo sem graça, meu pescoço já estava quente pelo nervosismo.

Virei-me para a porta já segurando a maçaneta.

– Eu acho que devo...

– Parado aí.

Engoli em seco e apenas virei minha cabeça com um sorriso sem graça.

– Mil perdões, não quis invadir, apenas pensei que fosse o banheiro. Não estou tentando roubar nada, ou mexer em suas coisas... – alguém cale a minha boca!

A mulher a minha frente me lembrou um pouco minha protetora, pois ela não tinha nenhuma expressão em seu rosto enquanto me observava. Mas então ela ergueu um revolver e eu automaticamente ergui minhas mãos para cima.

Deus! Como eu conseguia me meter nessas confusões? Eu devia ter ficado em casa como Bella tanto queria.

A mulher devia ter pelo menos uns 40 anos. Tinha os cabeços curtos em um corte masculino. Eles combinavam com os olhos negros como a noite. Usava um vestido preto elegante.

– Você tem um minuto para explicar o que faz aqui. – sua voz era cortante.

Era óbvio que ela não cairia na história do banheiro. Seja convincente Edward! Seja. Convincente!

– É... Bem... Você vai achar até engraçado. – Jesus! – Er... Ah... Eu estava aproveitando a música. – apontei com o dedão para as minhas costas distraidamente. – Quando eu vi você entrar aqui...

Uma das sobrancelhas dela se ergueu. Engoli em seco.

– Então... Eu achei você... Achei... Tão bonita e atraente... E sexy...

– Ok, já chega. – ela resmungou de mau humor e caminhou para perto de mim.

Ela sinalizou com a arma para que eu saísse da frente da porta e obedientemente eu o fiz. Ela provavelmente chamaria seu segurança para me expulsar da boate. Ela o veria com a agente e também a expulsaria. Missão fracassada. Isso na melhor das hipóteses. Na mais provável eu acabaria espancado e morto.

Porém para o meu completo espanto assim que a mulher colocou a mão livre na maçaneta, sua arma nunca deixou de mirar minha cabeça, a porta se abriu em um rompante a acertando em cheio.

Arregalei meus olhos para a bandida desacordada no chão. Uma mancha vermelha formava-se em sua testa. Na porta Isabella me olhava sem expressão.

– Porque a demora?

Ela só podia estar brincando!

PDV Agente Swan

Entrei rapidamente no escritório e fechei a porta.

– Vá logo! – ordenei sem olhar para o garoto.

Fui direto para a mulher jogada no chão e a arrastei até uma poltrona verde musgo para amarrá-la. Imagine só a minha surpresa quando distraindo o segurança e aguentando a mão boba do filho da mãe em minha bunda ele não me vem com:

– Nunca imaginei que ficar de guarda para a Senhora Montez fosse me dar sorte com as vadias.

– Hum... Senhora Montez é? Quem é essa para eu agradecê-la mais tarde? – joguei o verde.

– Ela fica trancada no escritório fazendo a contabilidade do clube.

Paralisei nos braços do homem que agora tinha a boca em meu pescoço. Suas mãos subiam pela lateral do meu corpo em direção às minhas meninas. Meu choque durou apenas dois segundos. No momento seguinte eu já agia.

– Quer saber um segredo? – perguntei sedutora.

Minha mão direita desceu entre nossos corpos e ele riu de maneira sacana. Quando alcancei o cabo e coloquei meu dedo no gatinho eu sussurrei.

– Você não é o único a carregar armas.

Ele não teve tempo de reagir. No segundo seguinte ás minhas palavras eu atirava em sua barriga para em seguida descer-lhe um belo gancho para desacordá-lo. O escuro e a música alta abafaram qualquer chance de ser pega.

Com minha pistola em mãos eu parti para o escritório. Olhei rapidamente para o mezanino notando que ninguém estava olhando para cá e adentrei com toda a força empunhando minha arma.

Meu timing assustou até a mim mesma.

Após amarrar a tal chefona vasculhei o escritório inteiro. Sobre a escrivaninha havia muitas notas de cem e tratei de passar a mão enquanto Edward digitava furiosamente no teclado ao lado.

– Não acha que já temos dinheiro suficiente?

– Não é para usar. Se sairmos daqui sem nada eles desconfiarão do computador.

Ele assentiu e voltou ao seu trabalho.

Voltei a vasculhar o lugar e veja só se não encontrei uns belos diamantes. Coloquei o saquinho em meu decote e olhei ansiosa para o meu protegido que arrancou o pendrive com os olhos arregalados.

– Vamos.

– Vamos. – concordei.

Com a arma ainda em punho a escondi atrás de meu corpo e fiz Edward colar em minhas costas. Seguimos cautelosos desviando dos dançarinos de plantão, porém assim que chagamos na porta nos deparamos com um dos membros da gangue com as mãos ensanguentadas. Quando ele me olhou ele soube que eu havia sido a responsável.

Então a correria começou. Sem nenhuma troca de palavras ergui minha mão e atirei no homem. Em seguida puxei Edward.

Nós conseguimos sair da boate graças a confusão de pessoas correndo para todos os lados. Porém não ficamos em paz. O número de bandidos dobrou e os disparos começaram sobre as nossas cabeças.

Empurrei o garoto para correr em minha frente e me virei para atirar na gangue. Meus tiros os atrasaram pelo tempo suficiente para eu me virar e continuar a correr.

Eu já havia planejado uma rota de fuga então eu e meu protegido viramos para a direita e na rua seguinte para a esquerda nos deparando com um beco sem saída.

PDV Edward Cullen

Meu coração estava prestes e sair pela minha boca. Meus músculos doíam pelo esforço. Quando vi o beco eu quase caí de joelhos para chorar ali mesmo. Estávamos mortos.

Todavia meu corpo foi empurrado brutalmente para trás de uma caçamba de lixo e minha boca imediatamente tampada.

– Faça silêncio. – ordenou a agente ofegante.

– Vão nos encontrar aqui. – murmurei apavorado.

Por um momento pude captar a preocupação em seus olhos, então ela começou a procurar por algo. Não demorou a encontrar.

Atrás de nós havia uma pequena janela para o porão da casa ao nosso lado. Swan rapidamente chutou-a e ordenou que eu entrasse. Ela me seguiu em seguida.

Eu mal conseguia ver o que tinha no cômodo. Sentei-me com as costas apoiadas na parede e apoiei minha cabeça entre meus joelhos. Achei que vomitaria bem ali. Eu podia ouvir minha própria pulsação tamborilando em meus ouvidos.

Respirei fundo e tentei me acalmar, aos poucos meu coração foi voltando a normalidade.

– Conseguimos despistá-los. – sussurrei erguendo a cabeça.

Não obtive resposta. Espremi meus olhos para achá-la na escuridão. A encontrei um pouco mais a frente encostada em um tipo de mesa. Pensei que ela só estava me ignorando, mas então percebi que ela estava quase caindo da mesa.

Levantei-me em um salto e corri até ela a tempo de segurá-la em meus braços. Algo molhou minha mão. Engoli em seco.

– Bella? – chamei assustado.

Procurei seu rosto e notei seus olhos fechados. Deus!

Em um ato desesperado segurei seu rosto apertando seu nariz e puxando seu queixo para em seguida soprar ar para dentro.

Fui rudemente empurrado.

– O que diabos você está fazendo? – seu tom mau-humorado estava quebrado.

– Eu pensei que não estava respirando. – murmurei assustado.

Seus lábios formaram um sorriso.

– Eu sou baleada e você tenta se aproveitar da minha fraqueza. Acho que deveria prendê-lo.

Foi uma tentativa de piada, mas eu não estava no humor. Eu estava assustado. Mais assustado do que qualquer momento que vivemos nas últimas semanas.

– Você pode me prender a sua cama se quiser. – retruquei, mas minha voz soava morta. – Você precisa de um médico.

– Não foi tão grave. Já passei por pior.

– Eu sei o quão durona é, mas você realmente precisa de um médico.

– Nós não podemos sair daqui agora.

– Você vai acabar morrendo se continuar perdendo sangue.

Minhas mãos já estavam ensopadas.

– Se eu parar de respirar você pode fazer respiração boca a boca novamente.

– Você não precisa morrer para ter uma desculpa para ter minha boca na sua.

Ela riu sua mão esquerda subiu até minha camisa e me puxou para perto.

– Eu não preciso de desculpa nenhuma.

E então seus lábios chocaram-se com os meus. Não foi como imaginei que seria. Não foi louco, apaixonado e cheio de desejo. Foi leve, doce e delicado. Era ela quem estava machucado, mas era com os meus lábios que ela tomava cuidado.

Retornei sua delicadeza com ousadia e desespero. Eu imaginava beijá-la desde o primeiro momento que coloquei meus olhos nela, mas nunca imaginei que seria nessa situação. Desejando que meus lábios pudessem soprar vida à boca da agente eu acrescentei minha língua na equação do beijo. E foi maravilhoso. Naquele momento eu esqueci completamente toda a nossa atual situação e apenas vivi o sentimento que crescia em meu coração.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Até o julgamento" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.