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A garota acordou um pouco sonolenta ainda, ela havia caído no sono ontem logo após a longa e noturna conversa com seu pai, a menina sentou-se na cama e voltou seu olhar aos pés, "mais um dia a ser vivido, mais um dia sem ele" pensou a garota que logo depois se levantou um pouco desconcertada, caminhou atentamente até a janela, abriu a perciana bege e deixou com que o sol reinasse sobre o quarto, se apoiou sobre a janela observando tudo e todos, a única coisa que a garota se questionava era o porque de até hoje ele não ter mandado uma mensagem, um email, uma carta ou algo do tipo, todos esses anos sem ao menos sentir o cheiro dele, sem seu abraço, sem seu sorriso, era como uma tortura que não tinha fim. A menina despertou de seus devaneios e passou a observar a rua e as pessoas que nela caminhavam , umas apressadas, já outras caminhavam mais devagar, algumas passavam com crianças e outras com pastas de trabalho. Pra ela, morar em Amsterdã sempre foi um sonho, e esse sonho foi realizado há um tempo atrás. A menina soltou um suspiro de tristeza e de inconformação, ficou um tempinho olhando para o nada da rua e depois voltou ao mundo em que devia habitar a mais ou menos 10 minutos atras, era sempre assim, qundo pensava nele perdia toda noção do tempo. Caminhou até o banheiro preparada para tomar um banho quente, e foi isso que ela fez, logo depois do banho, a menina desceu as escadas rapidamente em direção a cozinha onde seu pai lia um jornal qualquer e bebia um caneca de café como todas as manhãs, o mesmo ao ver a menina abriu um sorriso de orelha à orelha e se pronunciou pela primeira vez :

–bom dia meu anjo, dormiu bem?. Ele disse e logo depois tomou uma golada do seu café

–bom dia pai, dormi bem sim. Ela disse e logo sorriu, abriu a geladeira e logo depois preparou seu café. O resto do café da manhã foi silencioso , enquanto a menina terminava seu café, seu pai tentava resolver uns problemas do trabalho antes de levá-lá para a escola.

...

Ambos entraram em silêncio no carro e partiram rumo a escola, no meio do caminho, o pai da mesma se pronunciou novamente:

–filha, você não esqueceu da festa não né?. O homem disse não tirando o olhar do trânsito, nesse momento a menina arqueou as sombrancelhas mas continuou calada, "não acredito que esqueci disso" pensou ela enquanto se culpava do acontecimento, chegando na escola a garota depositou um beijo na testa de seu pai e caminhou depressa portão a dentro, chegou na sala de aula ofegante o que fez a turma olhar torto para ela que não deixou de corar no mesmo momento, caminhou até a mesa perto a da sua amiga e sentou-se ao lado dela :

–atrasada né. Sussurrou a amiga o que fez a garota rir

–me desculpe. A menina disse em um sussurro

–OK, mas essa será a ultima vez. A amiga disse rindo e voltou seu olhar ao quadro. A aula continuou tranquila, a professora era mais legal do que a menina pensava o que fez a aula ser legal também, o sinal tocou e a turma inteira saiu deixando apenas as duas meninas na sala, as mesmas caminharam até o refeitório em um silêncio constrangedor para ambas elas, sentaram na primeira mesa que viram e começaram a conversar:

–acredita que eu esqueci da festa do filho do gerente do meu pai?. A menina disse e a outra riu

–sério?. A amiga disse e a garota apenas assentiu- será que vai ser divertida?. Continuou a garota

–tomara!. Foi a única coisa que a menina disse e voltaram a conversar sobre coisas aleatórias.

...

O resto do dia da menina foi tranquilo assim como todos, messe exato momento a menina estava parada em frente o notebook tentando tomar coragem para ver se abria no email e mais uma vez se decepdionar por não ter nenhuma mensagem dele, entre um suspiro e outro a menina tomou coragem e abriu na página, a menina ao se deparar com aquilo se surpreendeu, havia uma mensagem dele, mas ao mesmo tempo que ela estava surpresa, ela estava desesperada, o que responderia ? Falaria que sentiria falta do menino ou ignoraria a mensagem?. A segunda opção foi a que mais se encaixava com a ocasião, depois de tantos pensamentos, a menina abriu na mensagem e começou a ler:

" me desculpe por todos esses anos não ter entrado em contato com você! Penso eu que você não esteja nem aí para essa mensagem idiota de um garoto idiota, e que pra você eu fui um tonto de te-la deixado sozinha no portão de casa. Eu sei que pedir um simples perdão não adianta, eu também sei que se pudesse atravessaria o mundo só pra te ver novamente, sinto sua falta, sinto vontade de te abraçar novamente, mas fique sabendo, nao deixei de te amar. Queria poder sentir seu cheiro novamente, queria poder atravessar a rua e chegar na sua casa, a única frase que talvez me resumiria nesse momento é: 'eu feliz e não sabia' . Sinto muito a sua falta porque 5 anos não são apenas 5 dias, nem 5 meses, nem 5 horas, nem 5 minutos, nem 5 semanas, 5 anos são 5 anos, perdoe me por tudo, por ter te deixado, por ter tentado te esquecer, por ter feito de tudo pra não te deixar mal, por não ter te avisado o dia em que eu iria embora, por ter te falado que te amava mas não provar, por ter deixado que falassem que você nem lembrava mais de mim, por ter deixado que o orgulho reinasse, por ter sido um tolo e por não ter atendido ao seu pedido de 'por favor' naquele dia, me perdoe!."

A garota se derramava em lágrimas, como uma simples mensagem poderia mecher tanto com ela? Ela apenas sabia que ainda o amava, mas isso não poderia acontecer.