Muitos acham que foi o destino. E talvez fosse. Existem coisas na vida que vão além da nossa compreensão, mas essas razões não me interessam. Eu acredito em pessoas que fazem acontecer e é para isso que eu vivo. Para encontrar essas pessoas que destruíram a minha vida.

1 ano atrás..

— Acooorda Rose! Temos que ir. - As mãos quentes da minha mãe me balançavam, enquanto ela me chamava.

Levantei num sobressalto, enquanto recobrava a consciência e meus olhos se acostumavam com a claridade do quarto.

— O que houve? – perguntei franzindo o cenho. O relógio marcava 4:00 horas da madrugada.

— Precisamos ir, querida. – minha mãe respondeu, enquanto jogava coisas em minha mala.

— Mas já? Não ficou combinado que íamos amanhã às 7:00 hrs? - perguntei sem entender a mudança de planos.

— Sim, mas seu pai já resolveu tudo por aqui e amanhã cedo ele terá uma reunião de última hora. – ela respondeu vagamente. – Agora vamos, levante-se. Já está na hora de irmos. – ela estava nervosa, percebi, mas achei melhor guardar minhas perguntas para mais tarde.

Vesti um par de calças e calcei umas sapatilhas que já estavam separados. Peguei meu casaco atrás da porta e saí. Caminhava em direção às escadas, quando ouvi murmúrios vindo do último quarto.

Parei abruptamente ao reconhecer a voz do meu pai, ele conversava com uma mulher.

— Ibrahim essa é uma oportunidade única. – a mulher parecia implorar. Tive a impressão de que não era a primeira vez que ela falava isso para ele.

— Victor está cegando todos vocês com essa proposta irrecusável. – disse meu pai ironicamente. – Mas eu sei além, e vou mostrar para todos vocês a verdade por trás disso tudo.

— Você sabe que ele não vai deixar isso barato, não sabe? – ela não parecia desafiá-lo, pelo contrário só parecia cansada e amargurada. Eu sabia muito bem como meu pai era uma pessoa difícil de lidar. Eu havia herdado isso dele.

— Pronta Srt. Hathaway? – a voz de Pavel atrás de mim me fez saltar de susto. – Velhos hábitos nunca mudam, não? – continuou com um sorriso cúmplice no rosto.

Revirei os olhos para seu comentário. – É verdade, você deveria parar de ficar me dando sustos por aí. Meu frágil coração pode não aguentar. - dramatizei com a mão direita no peito.

Ele balançou a cabeça em exaspero, mas pude ver a sombra de um sorriso se formando em seus lábios. – Sua mãe está esperando. – falou descendo as escadas. Eu o acompanhei, mas a conversa com a minha mãe e a que eu tinha acabado de ouvir, não saiam da minha cabeça.

— Pavel, você sabe com quem meu pai está conversando? – resolvi perguntar. Pavel era fiel ao meu pai, mas eu também não tinha segredos com ele.

— Não Rose, eu tinha ido buscar o carro quando ele saiu. – respondeu sinceramente.

— Porque nós temos que ir agora? – talvez ele pudesse me contar algo do que estava acontecendo.

— Ele tem alguns negócios para serem resolvidos amanhã logo cedo.

— Que negócios?

— Coisas da empresa Rose, nada com o que se preocupar. – era algo grande, eu sabia. Ele sorriu como se quisesse mostrar que estava tudo bem, mas seus olhos lhe contradiziam.