Serena escrita por Kikonsam


Capítulo 25
Quarteto Fantástico


Notas iniciais do capítulo

Desculpa não ter postado ontem, mas aqui vai mais outro! :))



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Estamos todas sentadas nas mesas de café da manhã estilo Harry Potter. Na minha frente, está um prato intocado de torradas com ovos que foi posto. Angie também não come nada.
– Comam! - disse Kathy, para mim e para Angie. - Vão ficar fracas.
– Estou sem fome - disse Angie.
– E eu não consigo parar de pensar em ontem a noite. - digo, deixando as palavras saírem da minha boca. - E se a gente estivar presa aqui?
Em um milésimo de segundo, ouço um estrondo vindo da janela ás minhas costas. Olho para trás, e vejo um papel grudado no vidro.
Cordelia, Zoe, Queenie e Misty se levantam em direção á janela. Mas já que a mesa que estou sentada é em frente á janela, consigo ler claramente o que se diz no bilhete:

Esta praga amaldiçoa a humanidade desde Salém
Indo atrás, perseguindo e oferecendo perigo aos cidadãos de bem.
Com a sociedade cega, foram aceitas
Mas cuidado, pois para serem queimadas vocês foram feitas.
Estamos chegando.

Sinto a mesa inteira se afastar, e o "quarteto fantástico" aparecer na abertura dessa mesa, em direção á janela.
"Quarteto fantástico" foi o nome cômico dado por Angie a Zoe, Cordelia, Queenie e Misty. Realmente, no momento em que ela deu este nome, todas rimos.
Todas leem o bilhete, e ficam espantadas.
– Todas para seus quartos, agora. - disse Cordelia, autoritária.
Minha aspiração sempre foi poder viver para ser Suprema. Nunca gosto de ser deixada de fora de assuntos importantes para a academia. Gosto de me sentir dentro, uma líder. Principalmente depois do exorcismo de Misty. Agora não aguento mais.
– Não, Cordelia. - falo, alto. A última vez que fiquei falando alto em público foi para anunciar a caçada de Misty Day, a três meses. Mas realmente não gosto muito de falar em público.
– Como é? - diz Queenie, com sua expressão ameaçadora.
– Isso mesmo. - disse, me levantando. - Vocês insistem em ser esse "quarteto fantástico" que dá conta de tudo e de todos, mas no final somos nós quem roubamos a cena. Acham que uma barreira feita a partir de sal grosso e que mata abelhas vai mantê-los fora? Esse bilhetinho provou que não. Agora, tentem o possível para nos manter fora disso, mas da minha vida eu vou preservar.
Nunca me senti tão inspirada para falar publicamente, tanto que me esqueci do detalhe que não tenho vida para preservar já que sou imortal.
Queenie me olha com ódio. Zoe me olha com indagação. Cordelia me olha com indiferença. Misty me olha com orgulho.
– "Quarteto Fantástico"? - pergunta Zoe.
– É... - começo, corando meu rosto. - Sabe, vocês são quatro, e...
– Já entendi. - disse Queenie, me atropelando. - Vadia, quem você pensa que é?
– Queenie, menos. - diz Cordelia, falando, finalmente. - Então vocês querem ser incluídas nisso?
Todas as meninas da sala fazem que sim.
– Então, existem algumas coisas que vocês precisam saber. - disse Cordelia. - Vocês serão testadas, todas vocês, dia e noite, a hora que for, quando menos esperarem. Não serão avisadas, não serão treinadas, não serão selecionadas. Vocês acham que o treinamento para livrar o demônio do corpo da Misty foi pesado? Não sabem o que está por vir. Sabem, a um ano eu fui casada com um caçador de bruxas que participava de um grupo de caçadores, que simplesmente o fez se infiltrar aqui para matar nós todas. Esses homens, desde nossas descendentes de Salém, dedicam sua vida a livrar o mundo das bruxas. Esses não são como os outros. Sabem, nas pesquisas da nossa querida Claire, nós não simplesmente pesquisávamos as armas utilizadas e novas. Pesquisávamos, também, os grupos que se localizam em New Orleans. E já sabíamos que planejavam algo.
– O quê? - grita Angie. - E não fizeram nada?
– Fizemos, Angelina. - continuou Cordelia. - Colocamos proteções, guardas, e reforçamos nossos poderes. Pode dizer o que quiser, mas eu não queria que você fosse morta pelo dardo envenenado. Mas continuando, ontem, lançamos o mais poderoso feitiço feito com sal grosso sobre a casa, como proteção. Mas esse grupo é diferente de todos que eu já vi. Mas no final, eles são todos iguais. Simplesmente partem pra cima, sem distinguir nenhuma.
– E o que fazemos? - pergunto.
– Foi o que eu falei - disse Cordelia. - Vamos treinar, dia e noite, sem aviso, qualquer hora, para a qualquer momento estarmos preparadas para a possível invasão. Eu não me surpreenderia se esse grupo recorresse a magia para lutar contra a própria magia. Enfim, todas concordam?
Ficamos paradas um pouco, olhando uma para a cara da outra, por mais ou menos trinta segundos.
– Sim. - disse a menina Claire. Ela nunca falou em público alto assim antes.
– Ótimo - disse Cordelia. - Agora, só nós quatro, o "quarteto fantástico", vamos nos reunir. Vamos, meninas.
Vejo o quarteto transmutar sabe-se lá para aonde.
– E agora? - pergunta Abby, ajeitando seu cabelo rosa para um lado do ombro.
– Precisamos de mais informações sobre esse grupo. - digo.
– E como vamos conseguir? - pergunta Maggie.
– Já sei muito bem como vamos conseguir - diz Angie, andando em direção ao corredor que dá para a cozinha, onde Claire está indo também, sabe-se lá por que. - Sigam-me.
Andamos atrás de Angie até o corredor que dá até a cozinha, atrás de Claire, vendo seus cabelos loiros curtos na altura do ombro, e pedaços de seu óculos grande.
Claire se joga na parede da cozinha, sabe-se lá por que. Mas se joga muito forte. Até que uma luz é jogada na minha cabeça.
– Concilium! - digo. - Angie, pare.
– Não. - diz ela, indo até Claire, se colocando cara a cara com ela, que está presa por Concilium na parede da cozinha.
– Angie, para! - diz Maggie.
– Precisamos tirar informações! - fala Angie, alto. - Ou vocês querem morrer na mão desses caçadores?
Todas ficamos caladas.
– Foi o que pensei. - termina ela sua frase, e se vira para Claire, encostando suas mãos na parede enquanto olha nos seus olhos. - Oi, Claire.
– Angelina - diz Claire, com a voz trêmula, suada e com cara de espanto - Quanto tempo, não é? Quando foi a última vez que...
– Chega de papo! - interrompe Angie.
– Certo, certo. - diz Claire, como um cachorro treinado.
Angie olha bem nos olhos dela, aproxima seu rosto do dela e diz:
– Pode começar a falar.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo amanhã!