Em Busca de um Futuro Melhor escrita por Lyttaly


Capítulo 11
10


Notas iniciais do capítulo

Aviso: essa nota vai ser grande porque depois de 9 meses eu e vocês, meus fiéis leitores, se ainda estiverem ai, é claro, merecemos algumas palavras e notas, não é mesmo?
Olá pessoas o/
Quanto tempo!!! Que saudade que eu estava daqui! Vocês não tem ideia!
Primeiro quero recomendar que quem leu a história há 9 meses releia pra não perder nada. Eu editei os capítulos anteriores porque agora tem uma beta pra história.
Eu não vou prometer um dia pra postar os capítulos daqui pra frente porque isso depende de muitos fatores, mas eu vou tentar (do verbo "não sei se vou conseguir") postar todo domingo. A unica coisa que eu prometo é não desistir dessa história nunca. Então mesmo que eu demore postar não desta de mim por favor ^^
Estou com muitos projetos para o Nyah ainda, muitos dos quais já falei aqui.
Agora também tenho um canal no youtube de games, quem gosta do tema o link do canal tá no meu perfil. O canal tem parte da culpa de eu ter demorado mais pra voltar a postar e.e
Eu tava pensando em muita coisa pra falar mas agora esqueci tudo e.e
Bem, esse capítulo não é tão grande, mas o objetivo dele é matar a saudade dos personagens ok?
Obrigada por quem continua aqui e bem vindos novos leitores o/
Boa leitura ^^



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(...e surgem lembranças de uma vida que já foi e desejos por uma vida que nunca terei...)

Rafael acordou sobressaltado com o barulho de um trovão. Sentou-se encostado na cabeceira da cama. Olhou pela janela na parede em frente à cama observando a forte chuva que caía e se distraiu com uma lembrança: ele correndo para os braços de seu pai, com medo dos raios e trovões de uma tempestade. Naquele tempo era apenas uma criança inocente, que achava que seu pai podia lhe proteger de qualquer bicho papão que surgisse para assustá-lo. Não sabia que a vida podia dar mais medo do que uma tempestade ou monstros debaixo da cama. Não tinha responsabilidades e queria ser “adulto igual o papai”. Acreditava ser invencível e o homem da casa quando seu pai saía para trabalhar. Não sabia o quão cruel é crescer e como a vida pode dar rasteiras inesperadas e sem pedir licença e o quanto cada rasteira destroça osso por osso do corpo.

Um movimento de Kali que dormia ao seu lado na cama o tirou dos seus pensamentos. Olhou para ela, observando seus movimentos, seus olhos inchados, imaginando o quanto ela havia chorado antes dele chegar em casa. Sentiu-se inútil mais uma vez.

Olhou a hora no relógio de pulso em seu braço e viu que não tinham mais tempo para dormir. Pensou em como cada noite parecia cada vez menor e tentou em vão lembrar qual a última vez em que dormiu e descansou de verdade. Devia fazer séculos.

Tocou o ombro de Kali levemente e a chamou. Ela logo acordou. Respirou fundo, olhou para Rafael como que dizendo “bom dia” e sentou-se ao seu lado encostada na cabeceira da cama. Ficaram alguns instantes em silêncio olhando para a janela, observando a chuva, perdidos em seus próprios pensamentos.

— Às vezes, – Kali quebrou o silêncio – raras vezes, eu penso como poderia ter sido nossa vida, no que aconteceria se não tivéssemos ido ao zoológico aquele dia. Talvez hoje minha mãe entraria no meu quarto pra me acordar pra arrumar pra escola e daí eu veria a chuva e fingiria estar dormindo. Ela sentaria do meu lado afundando o colchão, passaria a mão pelos meus cabelos, daria um beijo em minha testa e cantaria: “Tá na hora de acordar, / não espere a mamãe mandar./ Já chega de dormir, / não espere a mamãe pedir.” Daí eu acharia graça da música infantil, – Kali sorriu – viraria de costas para ela, cobriria minha cabeça e pediria pra “ficar em casa porque está chovendo e não quero me molhar”. Meu pai nessa hora apareceria na porta do quarto, já arrumado para o trabalho e diria algo do tipo: “Está com medo de umas gotinhas, princesa?” E eles me convenceriam a ir pra escola. E chegando na escola eu seria uma adolescente normal que encontra as amigas e conversa sobre romances imaginários e desilusões de primeiras paixões. E eu provavelmente estaria apaixonada por um garoto qualquer que nunca saberia disso, porque eu teria tempo de me apaixonar... Eu ainda seria uma negação em esportes – Rafael e Kali riram dessa última afirmação –, mas provavelmente seria considerada a “nerd da sala”, porém não pela obrigação e sim por gostar de estudar...

— Eu também penso como poderia ser, não com tantos detalhes como você, porque não sou bom nisso, mas penso como talvez eu jogaria futebol em vez de trabalhar e me preocuparia em me divertir com algum videogame em vez de estudar...

— Eu te acharia um chato sem futuro. – Kali riu.

— E eu te acharia uma patricinha mimada. – Rafael respondeu.

— É bom ter você pra me segurar. – Kali sorriu.

— Eu te amo, irmã, você sabe, né? – Kali fez que sim - Você é o único motivo de eu ainda ter uma vida, o único objetivo claro pra mim. Eu não posso te ajudar como eu queria e isso me mata. Mas não esqueça que você é minha única família e que farei tudo ao meu alcance pra te tirar daqui.

— Eu sei que você faz tudo que pode, Rafa. Nunca te cobrei nada, não tenho esse direito. Também nunca cobrarei. Mas o fato de você continuar comigo, irmão, pra mim é o que importa no momento. Eu sei que com o dinheiro que você já juntou daria pra você sair daqui e me deixar, mas você não fez isso, o que mostra o quanto você tá se sacrificando por mim. Não se esqueça que eu sei disso, okay? Eu te fortaleço, você me fortalece. Sempre foi assim e sempre será e isso é o mais importante.

— Obrigado por ser essa pessoa incrível, Kah. Apesar de tudo, que bom que nós temos um ao outro. É a única coisa boa que nós dois ainda temos.

Rafael a abraçou e Kali retribuiu o abraço. Não podiam mudar a realidade, mas, por hora, aquela conversa aliviaria um pouco a carga do longo dia que teriam pela frente.


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Notas finais do capítulo

Se você leu até aqui #obrigada^^