Graad Gakkou - INTERATIVA escrita por Casty Maat


Capítulo 27
Capítulo 26 – Laços Tavoros


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, ando focada em meu webcomic FlyHigh Shiny!. Leiam na Fliptru aliás!



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26 – Laços Tavoros

O caminho que era feito naqueles carros sob a chuva era feito em pleno silêncio. A bem real era que enquanto Aiolos focava em proteger a morena, Milo se continha para não sair distribuindo agulhas.

Aquelas sensações e sentimentos eram coisas novas. E mesmo tão esquentado, aquele nervosismo não parecia se encaixar ao loiro de longas madeixas. E ambos ali sabiam que eram vigiados pelo rabo de olho do moreno que Morgana chamara por “tio”.

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—Esse cara! Como vai confiar assim, mestre?!

Aiolia havia obedecido, claro, mas não sem ressalvas e com todos ali na sala, sem Kanon ainda preso, ouvindo. Todos estavam cientes da situação. Saori, na cabeceira da mesa de jantar.

—Se fosse um inimigo já teria nos atacado facilmente. O nível que ele escondia sua presença mostra o quanto ele poderia ser letal se desejasse.

—Ademais, acredito que ao menos a um pequeno grupo seremos expostos. – disse Saori.

—Atena, conhece do que se trata esses soldados? – indagou Shaka, com sua serenidade altiva.

—Sim. E no passado eles já colaboraram com o Santuário.

O olhar da deusa correu para Saga que ficou incomodado. Isso remetia a lembranças desagradáveis.

—Alguns anos após a morte de Aiolos, fomos solicitados por esse grupo militar, que havia sido solicitado antes pelo exército americano...

Aiolia o interrompeu:

—O caso da usina... John Black...

—Exato. – confirmou o geminiano.

Todos ali conheciam que foi a missão de um antigo aprendiz convertido em terrorista do qual o leonino fora enviado, terminando na baixa de um “civil” e do terrorista.

—Há algum tempo fui contatada pela última Suprema Ministra daquela época, a senhora Amélia Kroveland e conheci a irmã mais velha da senhorita Morgana. As duas estão cientes, mas não tem como impedir as escolhas da senhora Yomi e do senhor Stanley sem nos expor. – explicou a deusa.

—Isso significa... – indagou Camus.

—Eu disse a ela que se chegasse numa situação como essa e Aiolos e Morgana se apaixonassem mutuamente, a situação deveria ser exposta a senhora Yomi, que é a filha de uma das Supremas Ministras que solicitaram o deslocamento de um cavaleiro no caso da usina. – continuou. – E também por que a senhora Yomi foi criada parcialmente por um antigo companheiro da mãe dela, a senhora Yone Takagi, no seio mais profundo do Vaticano.

Obviamente todos entenderam. O Vaticano tinha seu próprio grupo protetor de usuários de cosmo como o Santuário, logo, Yomi Takagi era como eles e entenderia a situação.

—A senhora Yomi Takagi e sua amiga com grandes habilidades de computador tentaram invadir nossos sistemas várias vezes e só conseguimos conter graças as nossos especialistas que usaram cosmo também. – explicou Shion. – Eu sinceramente prefiro uma situação amistosa onde todos podemos ganhar. A felicidade de Aiolos e da menina Morgana, um aliado que pode agir como nossa máscara se precisarmos e eles também tendo nosso apoio.

— Eu concordo, com o senhor. A missão de ambos os grupos é a mesma. – disse o geminiano.

Dohko notava que o virginiano estava bastante pensativo e isso não era bom sinal. Tentou puxá-lo para o assunto.

—Shaka, o que acha?

Shaka ficou surpreso com a fala do chinês, deu um curto suspiro e assentiu:

—Estou de acordo. Não sabemos o que o futuro pode reservar, ainda mais com aquela jovem manifestando um cosmo potente e descontrolado. Não sabemos o que pode significar. Se precisamos de uma máscara que aja entre os civis, melhor um aliado fixo.

Ele não queria colocar ali ainda enquanto não tivesse certeza sobre o cosmo e borboletas que vira antes. Seria alarmar demais, mas os olhos afiados do tigre não deixaram escapar nada: Dohko sabia que o loiro estava encafifado com algo.

Aiolia, por sua vez, não conseguia se manifestar, mas sentia raiva de parecerem usar seu irmão como um príncipe num jogo de casas reais e casamentos de estado. Mas ele também sabia que aquilo era a chance dele poder ser feliz e viver a vida normal que todos tentavam.

— Que seja! – resmungou, saindo dali e tomando as ruas úmidas apenas recebendo a garoa naquele momento.

O leonino saiu andando sem rumo, tentando esfriar a cabeça. Estava furioso em estarem debatendo algo que envolvia o irmão, que tanto já havia sofrido. Aiolia parou próximo a uma kombini ao sentir a chuva se apertar. Buscou a cobertura do estabelecimento e se sentou ali, um pouco menos furioso.

—Vai se resfriar.

O grego olhou para o lado e viu a baixinha e morena colega que vivia trombando e brigando.

—Você...

—Quando não é você, eu esbarro em seu irmão. – respondeu Wanda, arrumando o óculos, ainda coberta pelo guarda-chuva. – Saiu sem proteção, está furioso?

—Estou. Estou vendo uma situação complicada de usarem meu irmão depois de tanta coisa complicada que ele viveu... E para não dizer bobagens preferi sair. Nem pensei em chuva ou algo assim.

Wanda o analisou, entrou na loja e fez sua compra, trazendo para o loiro um copo fumegante de cappuccino.

—Tome, vai lhe aquecer. Eu te dou carona de guarda-chuva...

Aiolia ficou surpreso, pegando a bebida e a tomando. A garota não é tão estranha afinal. Aceitaria a carona.

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Não demorou para Aiolos e Milo verem as instalações militares. Ouviram o moreno mais velho dizer algo para a passagem ser liberada.

Adentraram a área e logo estavam em um dos prédios onde uma esquipe já os esperava com uma maca.

—Senhor Tavoros, deve deixar a Morgana aos cuidados da equipe médica. – disse enfim Brian para o jovem. Diante de um claro olhar de preocupação, precisou repetir. – Senhor Tavoros, ninguém o impedirá de vê-la, mas nesse momento...

—Eu já estou cuidando dela com...

—Sim, eu sei. Mas esse desmaio e febre é por estresse. Existe uma pessoa que deseja falar com vocês dois. Por favor.

Por um mero segundo o moreno permitiu escapar um relance de seu cosmo como aviso. A contragosto, Aiolos deitou com cuidado sua amada na maca e ela foi levada.

O trio ouviu o som do salto baixo de uma loira que vinha na direção deles, num traje militar mais social e menos prático, os cabelos loiros presos.

—Afrodite. – cumprimento o moreno de meia idade.

—Eu assumo aqui, tio Brian. Obrigada. – ela olhou os cavaleiros. – senhor Tavoros e senhor Galanós, Eu sou Afrodite Kroveland, meia irmã mais velha da Morgana. É um prazer conhece-los. Por favor, peço que me sigam.

Os adolescentes se entreolharam e seguiam a jovem.

—Eu sei que estão desconfiados. É uma atitude segura vindo de guerreiros que são...

Os dois ficam surpresos em ouvir aquilo. Ela sabia?!

—Oh, sim, sim, eu sei quem são vocês. Minha sogra é a Suprema Ministra atuante, e como tal, ela sabe do que se trata a organização de vocês. Fui eu quem tentou convencer meu pai e minha madrasta a se acalmarem, mantendo a Morgana no colégio. Eu sei que vocês dois se tornaram tudo de mais importante que ela tem e estarem aqui significa que vocês correspondem aos sentimentos da minha irmã.

—Eu sou só um irmão para ela. – começou Milo. – Mas o meu amigo aqui enfim se declarou para sua irmã.

—Milo!

—Você é muito puro, puro até demais. – coçando a cabeça. – Mas a mãe e o pai da Usamomo não sabem de nada ainda, né?

—Apenas eu e minha sogra. E a senhorita Kido sabe que eu sei. – a loira continuava a caminhar – a Suprema Ministra deseja conversar com vocês, mas vai esperar até Morgana acordar e tomar uma decisão.

Afrodite abriu a porta, dando acesso ao escritório da loira. Ela deixou os rapazes entrarem e ela lhe ofereceu o sofá. Os cobriu com toalhas bem felpudas para tirar o excesso de umidade e preparou café quentinho para ambos.

—Precisam se aquecer, Morgana ficará triste se vocês dois griparem! – vendo o sagitariano ainda agir ressabiado, enxugando as madeiras enroladas com delicadeza. – Ainda mais você, mocinho, o quase namorado dela.

Milo riu da situação, vendo o amigo ficar vermelho. Enxugava o próprio cabelo, bebericando a bebida.

—Ganhou uma onee-chan para te cuidar! – gracejou o escorpiniano.

Afrodite olhou o outro e repetiu o gesto no mesmo:

—Seu cabelo é maior e você não está enxugando direito. – dizia mexendo na longa cabeleira do grego mais novo, que ria divertido e de gelo quebrado.

—Oh, eu sei, é trabalhoso. – riu Milo, também cuidando dos cachos junto da mais velha.

Aiolos não conseguia se concentrar em nada além da preocupação pela morena. Enxugava mecanicamente os cabelos, ignorando o aroma fumegante do café.

—Não queime neurônios agora com isso, Tavoros. – a loira terminou o longo cabelo do escorpiniano e agora cuidava do sagitariano. – Vamos, tome o café, vai ajudar a se manter quente. Não quer ficar doente e deixa a Momozinha preocupada, quer?

Ele aceitou tomar, mais por educação que por qualquer outra coisa. Sua cabeça estava a mil e tinha receios de ser rejeitado. E ouvir a loira mais velha dizer para não gastar neurônios não ajudava muito.

O som de batidas quebrou o clima, um dos guardas informando que Morgana estava bem e logo acordaria.

—Usamomo terá mesmo que trocar de escola e ficar longe de nós?

Milo quebrou o silêncio, segurando seu café e olhando para Afrodite, que se sentara numa poltrona de frente aos dois gregos.

—Não creio que ela vá se mudar após hoje. Mas existe o risco. – respondeu a loira com um sorriso gentil e amável. – Se as coisas correrem bem a minha sogra irá determinar que ela fique aqui.

—O quanto... sabem de nós?

A voz hesitante do sagitariano ecoou, inseguro.

—Quem são, suas patentes, seus nomes e históricos. Incluindo o fato de cronologicamente vocês serem mais velhos que eu.

—Não se... sente insegura de o que somos?

Afrodite balançou a cabeça em negativa.

—Quem melhor poderia proteger minha irmã que um rapaz poderoso como você, Tavoros? Como poderia ficar insegura? – ela deu um sorriso maternal. – E não apenas é poderoso, como um garoto gentil, educado e respeitoso? E mesmo Milo sendo mentalmente 6 anos mais velho que você, em momento algum desrespeitou minha irmã e esteve sendo um excelente amigo. Eu seria boba se ficasse insegura com vocês. Bom, bom... Estão com fome?

—Não... – respondeu Aiolos.

—Milagrosamente não – respondeu um pouco mais animado o escorpiniano.

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Aiolia caminhava dividindo o guarda-chuva com Wanda. No final ele estava segurando pela diferença de altura e seguia rumo ao apartamento dela. Não tinha vontade alguma de voltar tão cedo a mansão, mas estava atento a todo e qualquer sinal.

Ele sentia que o irmão não havia saído tão longe e apesar de sentí-lo inseguro, sabia que Aiolos estava bem e nenhuma situação perigosa ocorria.

Wanda sentia de algum modo que o coração daquele rapaz sempre implicante estava magoado e apreensivo. Não havia qualquer hostilidade ou implicância, tampouco barreiras. Aiolia parecia intuitivamente precisar de ajuda.

—Ah, seu irmão... Ele tem olhos azuis, mas é parecido com você, né? – ela perguntou de repente.

—Sim.

—Ele me ajudou um tempo atrás e no final tem uma blusa dele em casa. Está lavada e dobrada, mas acho que no final será útil para você não ficar com essa blusa molhada e gelada. Assim não ficará doente. Chegamos.

Eles pararam de frente ao apartamento térreo. Ela abriu a porta e deu espaço para que ele entrasse primeiro e por fim entrou, guardando o guarda-chuva em um compartimento para escorrer a água.

—Irmã!

Aiolia se virou confuso ao ver um garotinho vindo recepcionar a morena com um abraço e então ambos se encararam.

—É seu namorado, irmã?

Wanda corou imediatamente, seguido do loiro.

—De forma alguma! É apenas um colega de escola em dificuldades.

—Ele parece legal, devia namorar ele...

—NICO! Oh, me desculpe, Tavoros-kun! Esse é meu irmãozinho, Nico.

Aiolia meio sem jeito estendeu a mão ao garotinho.

—Prazer em conhece-lo, Nico. Eu sou Aiolia Tavoros.

—Prazer! – disse o garotinho retribuindo o gesto com um sorriso fofo. – Oh, é grego, né? Esse nome parece grego!

—Ah, sim... Eu sou grego sim.

Os olhos do garoto até brilharam, o que deixou Wanda um tanto aflita, ela sentia que haviam pessoas “especiais” e perigosas por perto, mas ainda não sabia quem. Não podia dar bandeira.

—Nico, já terminou o seu dever de casa?

O moreninho fez bico, negando com um resmungo.

—Então precisa ir terminar e não ficar atrapalhando um convidado.

—N-não se incomode comigo, Silveira-san. – disse educadamente o leonino.

Wanda o olhou brava nos altos de seu tamanho baixo.

—Eu sim, você está com roupas úmidas e assim pegará um resfriado. E Nico tem deveres a fazer. – terminou por olhar o irmão que saiu num disparo. – Eu vou pegar a blusa do seu irmão e ali na porta é o banheiro, tem uma toalha lá pode enxugar seu corpo. Só não ofereço que tome um banho pois não tenho calças masculinas de adulto e você... Bem, é bem alto.

—Ah, sim... mas as calças estão quase secas onde molhou, não se preocupe.

—A sala está ali, fique a vontade. E eu vou fazer sopa para a janta, assim ficará mais aquecido. – ela se retirou, deixando-o sozinho.

Ainda que o irmão e sua quase cunhada não saísse da cabeça, estava se sentindo confortável ali, ainda que a poucos dias tivera uma de suas implicâncias com a garota. Ao final, Wanda era uma garota legal, ainda que se fizesse de durona e chata.


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