Graad Gakkou - INTERATIVA escrita por Casty Maat


Capítulo 22
Capítulo 21 - Ecoando


Notas iniciais do capítulo

DESCULPA A DEMORA, TINHA EMPACADO E NAO CONSEGUIA SAIR AAAAAAAA
Mas to voltando, to tentando usar o cosmo e quebrar as barreiras...



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#21 – Ecoando

Minutos antes de Maise explodir seu cosmo...

Haruka observava o pisciniano, decidindo enfim se aproximar do mesmo. Queria afinal entender por que ele sempre o desprezava, sempre que vestia-se de “príncipe do colégio”, mas fora dele era um fofo.

—Olá, Hugel-san...

Afrodite sorria de forma falsa e afetada, tentando esconder sua inveja e rivalidade. A bem verdade que olhava aquele rapaz sutilmente mais baixo mas igualmente andrógino.

—Olá, príncipe...

—Bela noite não acha? – não deixava de ser imperceptível o sotaque francês.

—Não há nada mais belo do que eu.

Haruka rira do comentário, até que ele parecia divertido. Olhou fundo nos olhos cristalinos e continuou a conversa.

—Soube que o talentoso Afrodite que irá desenhar os figurinos do clube de teatro. Estou feliz pela sua colaboração.

—Ao menos terão algum toque de classe e não vestirão os trapos que andaram usando pelo que andei pesquisando. Quem fazia tinha um péssimo senso de moda!

O riso morrera com o comentário.

—As roupas eram feitas por minha mãe. – respondeu desanimada e incisiva. – Trabalha a anos na cena teatral no Takarazuka!

Afrodite riu afetado e maldoso, com uma arrogância que até seus amigos estranharam, tamanho envenenado pela inveja estava.

—Então está na hora dela aposentar.

Haruka suspirava desanimada. Ele claramente tinha algo contra si.

—Serei objetivo: qual o seu problema comigo, Friederick?

—Não há dois sóis, não há duas luas no céu. Simples assim.

—Você me vê como um concorrente? – indagou a rosada fazendo sinal de aspas com os dedos, indignada, ao falar sobre concorrência. – Esse é seu problema comigo?! Sabe que estou aqui há três anos, esse ano me formo. Claro que todos estão acostumados comigo.

—Isso é bom. Logo minha querida pedra no caminho será retirada.

A garota num gesto repentino apertou as bochechas do sueco, as esticando.

—Então terá de aprender a conviver comigo! Nem que eu grude em você, Afrodite Hugel!

Enquanto isso em outro canto...

—Ora se não é senhorita sabe-tudo. – resmungou Aiolia ao ver a garota mais baixa. – Até que ela sabe ser gentil e delicada.

“Delicada uma ova!” – pensou Wanda encarando furiosa o grego, mas por fim dando um meio sorriso. – E eu não sabia o quão demoníaco você poderia ser. – apontando para a fantasia de diabinho do grego.

—Um mero improviso. Não tinha vontade de vir, mas só assim para meu irmão interagir mais sendo tão mais tímido. – dando de ombros.

Wanda então desviou o olhar para onde avistava o garoto parecido com Aiolia, mas vestido de anjo e interagindo timidamente com Morgana.

—Então ele é seu irmão? Ele me parece ser uma boa pessoa, me ajudou dias atrás.

—Bem a cara dele. Aiolos é uma pessoa muito gentil e carinhosa.

—Ao contrário de você. – murmurou consigo.

—Disse algo?

—Não.

O leonino ficou olhando o irmão ao longe.

—Ele tá gamado na Smith, mas não tem coragem de se declarar a ela. Achei que vindo ao baile e com Saga ele poderia enfim se aproximar e criar coragem.

A garota sorriu. Aquele garoto pomposo tinha seu lado gentil e bacana.

—Morgana é muito tímida também. Seu irmão se quiser ficar com ela terá de ser muito corajoso e superar a própria timidez.

—Ao menos ele poderá ficar com ela em paz... – Aiolia de repente ficou sério, suspirando de forma pesada. – Ele merece...

A garota tinha notado a mudança brusca do loiro. Aiolia estava triste? Ela permitiu seu dom agir de forma discreta e a leitura da aura do mesmo estava cinza, denotando tristeza. Então o grego já havia vivenciado uma dolorosa decepção amorosa...

—Às vezes a vida tira para dar uma nova possibilidade.

—Por que diz isso, gótica?

—Apenas senti que devia dizer isso... – desviou o assunto.

Enquanto isso ocorria, lentamente Saga e Milo desviavam a roda que cercava Morgana e Aiolos para não segurarem vela. O grego e a australiana simplesmente estavam presos no olhar um do outro como no primeiro dia de aula.

Era como se o tempo novamente tivesse parado para eles. Talvez o efeito mágico que as festas causavam dava aquele novo encontro uma sensação intensa.

—Boa... boa noite, senhorita Smith... – disse timidamente o sagitariano.

—Noite...

Ambos estavam vermelhos feito pimentões, mas pouco a pouco a coragem em superar a timidez vinha de novo.

—Pode me chamar só de Morgana, por favor.

Aiolos riu envergonhado, coçando a nuca.

—Desculpa... É o costume.

—Q-quer um suco?

—Eu aceito... obrigado. – ele olhou novamente para a morena, encantado. – Está bonita.

—Eu?! N-Não! De forma alguma... V-Você sim tá bonito assim... Não que não esteja nos outros dias, mas... aaah....! – se enrolando toda e ficando vermelha com o fato de seu interesse estar ali.

Já Shaka, sentado com Kay, conversava sobre os treinamentos que ele passava a garota. Mas a ruiva queria mesmo era mudar de assunto.

—Cara, só explica, como você é loiro e indiano?

—Tenho sangue britânico pelo que me contaram. É tudo o que eu sei. Nunca tive contato com minha família. – de repente Shaka ficou tenso. Sentia o cosmo da tal Maise ficar instável, seu rosto ficou sério. – Kanon está aprontando...

—Kanon? Tá falando daquele tal stalker?

Não houve tempo para respostas, o abalo causado pela explosão de cosmo foi rápida e potente. Os cavaleiros, por reflexo, elevaram seus cosmos.

Tal gesto não passou despercebido dos olhos de Sara. Nem mesmo as “luzes” que vinha de Maise.

—Uuuu! A esquentadinha é forte. – riu para si o italiano parecendo não se abalar.

Tanto Milo quanto Aiolos, de reflexo, protegeram a Leona e Morgana respectivamente num abraço.

—O que foi isso...? – murmurou assustada a australiana.

—Acho que um terremoto. – tentou trazer alguma normalidade a situação.

—Droga, Kanon seu idiota! – resmungou Aiolia de susto, sem sequer notar que Wanda guardara bem aquela informação. – Marin irá matar a gente.

A bruxa notou com aquele dizer informal do nome da diretora que a tristeza do leonino estava ligada a mulher.

“Afinal, o que aconteceu entre eles?!”

Kanon caira em meio ao salão, um tanto atordoado. Sentira que a garota estava assustada e fugia correndo. Mal pos-se em pé e saiu em disparada atrás da morena, sem notar que Saga ia ao seu encalço disposto a fazer patê de fígado de Kanon.

A confusão não seria simples apenas... O abalo que o cosmo de Maise causou fora tamnho que afetara a estrutura do local. As rachaduras cresciam, se espalhando pela parede. Shion dera alerta por cosmo a todos os cavaleiros presentes.

Camus tocara o ombro de Milo que ainda protegia a ítalo-brasileira.

“Tire ela daqui, eu vou ficar e ajudar a evacuar e conter um pouco a estrutura.”

“Camus!”

“Vá logo!”

Aiolos mal tivera tempo de ouvir a ordem e pegou nos braços a morena e saira do salão. Alguns alunos, entre assustados e aqueles que já haviam notado as rachaduras saiam em desespero em direção ao descampado aberto.

Máscara da Morte franziu o cenho, puxando Sara sem muita delicadeza.

—Vamos dar o fora, isso vai cair.

Afrodite até mesmo ignorava a fútil disputa entre ele e o príncipe e passara a ser o cavaleiro de Peixes.

—Saia daqui, pivete! Isso vai cair!

Mas o desespero do sueco só aumentava ao ver que o príncipe do colégio ignorou a própria segurança para ajudar outros alunos a saírem.

—Olha aqui, saia agora! – gritava sem rasgos de raiva ou inveja. – Hamaguchi!

—Mas ainda tem gente aqui! Precisamos ajudar as outras pessoas!

Shaka acompanhava Kay, não gostando muito da menina fazendo piadinhas.

Outro que também deixou a gentileza de lado foi Aiolia, puxando a bruxa que estava absorta em pensamentos para fora, mas Wanda que estava meio fora do ar reage, o jogando para o lado junto de si. O primeiro pedado de laje havia caído e iria atingir o leonino.

Aiolia vira o pedaço cair e resmungou furioso.

—KANON EU TE MATO SEU DESGRAÇADO!

—Ei, você tá bem?

Aiolia sabia que não havia muito tempo, deixou a pergunta no ar ao pegar a morena e sair com ela nos braços.

Milo e Leona saiam em meio a confusão. A garota lamentava sua péssima escolha de estar ali.

—Eu podia estar upando! Isso não dá xp!

—Eu também! – resmungou entre os dentes o grego, xingando mentalmente o ex-marina.

E já do lado de fora, seguros, Leona notara faltava uma pessoa em especial.

—Cadê a Haruka!?

Milo a olhou sem entender nada.

—“A” Haruka?!

Enquanto a maioria já se encontrava para fora, se reunindo com seus amigos e professores, Máscara da Morte notava que faltava ainda um deles. Estava inquieto, gesto repetido por Shura, que ainda segurava Suikya que estava assutada e preocupada.

—Será que você pode me explicar que luzes são essas que vejo em você?! – disse Sara encarando o italiano que ainda a segurava firme.

Ele notara que estava ainda segurando.

—Isso não é hora de perguntas, garotinha! – e saindo em disparada em direção ao ginásio que ruía lentamente.

—GIOVANNI!

Shura deixou Suikya junto do grupo de Aiolos e também seguia para o ginásio, ambos os antigos traidores chamando pelo companheiro.

Haruka estava ajudando uma garota que havia torcido o pé na confusão, mas um pedaço da laje havia caído e bloqueando o caminho. O pavor da possibilidade de tudo ruir em sua cabeça e mata-la foi tão grande que sua atuação de menino se desfez, gritando com sua voz natural e delicada.

Afrodite nem pensara, estava preocupado. Destruir a pedra poderia sem muito obvio e escancarar o segredo de quem era, mas também não podia deixar aquelas pessoas morrerem. Lentamente liberou seu cosmo e construindo vinhas poderosas para dar mais uma sustentação ao teto e criar um “bolsão” ao grupo ali acumulado.

Mas seu artifício não precisou ser usado por muito tempo, logo ele  escutou a voz de Máscara da Morte e Shura o chamando. Respondeu em berro e então eles o localizaram, destruindo o pedaço que bloqueava, sem causar maiores danos.

“Eu estou segurando a estrutura, os ajude” – disse por cosmo aos amigos.

“Certo” – disse Shura pegando a garota ferida nos braços e ajudando a um resmuguento italiano a coordenar a fuga.

Afrodite apenas saiu quando todos estavam seguros, levando consigo Haruka. Foram os últimos a sair antes de toda a estrutura vencer as vinhas do pisciniano.

—Meus pais irão surtar! – murmurou Morgana, segurando a camisa de Aiolos ainda muito nervosa.

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Maise após certa distância parou de correr, ofegante, ainda em desespero.

—Se acalme... precisa se... acalmar... acalmar seu... cosmo... – falava consigo mesma. Mas sua tranquilidade seria cortada ao escutar passos.

Olhou para trás e viu Kanon ali.

—Se tivesse me dito as respostas nada disso teria acontecido, sua demônia.

Maise tentava se manter firme, mas deixara as lágrimas rolar involuntariamente.

—Se não me responder, eu to pouco me lixando se você é inimigo ou civil, eu vou te matar. – disse elevando o cosmo e um olhar gélido.

A morena abriu os braços e mesmo com a voz vacilando pelo choro que queria conter disse.

—Então vem... me mata... Eu não quero mais ser um perigo...

Kanon estava prestes a iniciar a investida quando Saga apareceu e segurou o irmão.

—Já chega, Kanon.

—Saga! – resmungou incrédulo para o seu gêmeo, sendo empurrado para trás. Saga tinha um olhar calmo e carinhoso, tentando passar confiança a jovem assustada.

—Kanon não vai mais te atormentar, eu a acompanho até sua casa.

—O que... o que vocês são...?

Maise tremia, simplesmente olhava para os gêmeos.

— Quando tinha três anos, comecei a fazer essas coisas, ficava nervosa e me machucava sem querer. Minha mãe me dizia para tomar cuidado, para não atrair olhares curiosos para o que eu fazia... Ela sempre conseguia me fazer ficar calma... Ela queria que eu fosse para outro lugar, onde ela dizia que talvez me ajudassem... – dizia em murmúrio, sem saber direito por que ela se deixava falar.

Kanon suavizou um pouco a expressão. Ainda tinha raiva do irmão ter interferido, mas ouvir a história da garota ainda lhe prendia mais a atenção.

— Ela falava que quando era uma adolescente sofreu um acidente de carro no Brasil,  meu avô bateu o carro, um ônibus se envolveu no acidente... E ficaram presos nas ferragens e que achava que iria morrer. Mas um homem enorme, apareceu e a tirou com muita facilidade das ferragens. Ele era muito forte, mas me contava que havia algo nele que a deixava calma, acho que era a gentileza dele... – a garota sorria de forma triste, nostálgica, o belo rosto emoldurado pelas lágrimas que ainda desciam teimosas. – Depois ele ajudou as pessoas do ônibus e esperou o socorro chegar, e ela tomou coragem para agradecê-lo... As pessoas estavam assustadas porque o socorro demorava a chegar à estrada, mas ela não sentia medo perto dele... Ela falou que ele tinha uma aura dourada... Ela queria encontrar esse gigante gentil para me ajudar... Mas... Não teve chance...

—Um gigante?! – Saga se lembrava vagamente de que sim, houve certa vez que Aldebaran havia retornado a terra natal. Então o gigante gentil era ele!

—Eu machuco as pessoas... Minha mãe se envergonharia... – voltando a chorar com força. – eu não quero machucar mais ninguém... Por favor... Quando tiver chance me mataria?  – dando alguns passos para trás e sentindo a presença de um dos alunos preferidos de seu mestre e tutor que se aproximava calmamente. – Eu... preciso ir...

Os gêmeos viram o rapaz se aproximar e no quão falso era seus gestos de “carinho” e “proteção” dele para com a morena. Ela sorria com malicia para os gêmeos, dando as costas e a acompanhando.

—Tem algo estranho sim, Kanon... Mas não é ela o inimigo e sim a vítima. – concluiu Saga sem tirar os olhos dos dois que lentamente sumia na escuridão das noites pouco iluminadas do Japão.


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