Graad Gakkou - INTERATIVA escrita por Casty Maat


Capítulo 14
Capitulo 13 - Uma guerra santa chamada semana de provas


Notas iniciais do capítulo

primeiro capitulo de 2016! e misterios no ar :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/594126/chapter/14

#13 – Uma guerra santa chamada semana de provas

Véspera da semana se prova. Saori estava lá para poder conversar com Shion. O lemuriano servia como o líder do dormitório. Eram repassados diversos pedidos dos cavaleiros, assim como Atena trazia algumas coisas do Santuário para Shion opinar.

Shion até mantinha certa atenção, mas frequentemente se lembrava da oriental do clube de arco e flecha. A deusa notara que o ariano estava distante e se levantou buscando fazer duas xícaras de café expresso na máquina do escritório, retornando com ambas e deixando uma na frente do rapaz.

—Está corado... – comentou docemente a mulher. – Shion, por acaso está apaixonado?

O lemuriano só faltou gritar um potente “O QUEEEEEEEEE” e cair da cadeira. Mas tudo o que aconteceu foi ele perder a cor das bochechas e virar uma estátua pálida suando frio.

—De forma alguma!

—Não há nada de errado em se apaixonar. Na verdade estou feliz em perceber isso, pois é meu desejo que vivam uma vida normal.

—Não temos como levar uma “vida normal”, senhorita, com todo o respeito. – o ariano desviou o olhar.

—Shion, não se preocupe com miudezas. Eu trouxe vocês de volta para serem felizes, tanto que não são os cavaleiros oficiais das casas atualmente. Se encontrarem um amor, podem conviver bem com ambas as facetas. – a deusa se ajoelhou diante do cavaleiro, segurando o rosto dele para que ele não desviasse. – Mesmo os que estão lá, cuidando de tudo, muitos se casaram e tem outras profissões.

—É a vice presidente do clube de arco e flecha. – disse Shion sem saída, fechando os olhos muito envergonhado. – Tsuki Tsukuyomi.

Saori sorriu e amorosamente fazia carinho no rapaz, que se encontrava sem jeito. Shion não conheceu o carinho de mãe, e legalmente sua deusa era sua mãe agora.

—Soube que é uma estudante exemplar e que ficou entre as finalistas do campeonato nacional de arco-e-flecha. – comentou a deusa. – Seu coração escolheu bem.

—Nada adianta escolher bem, senhorita, para alguém que veria ela partir em poucas décadas. É como o castelo de areia se desfazendo diante do poder do mar. – Shion se afastou. – Com licença.

Saori viu angustiada o tibetano se afastar e sair do cômodo. Mas com aquela pista, ela sabia a quem recorrer.

=====================================================================

Ao invés de estudar, Fernanda estava vendo vídeos no tablet. A ruiva até salivava com as imagens do carneirinho tímido, mas solícito.

Ver de novo a imagem de Mu girando os parafusos a fazia pensar se ao beijar ele faria movimentos circulares tão cuidados como fazia com os parafusos. Na distração de seus devaneios, ela deixou o aparelho cair na cabeça, visto que estava deitada e com os braços erguidos para cima.

—Ai, essa doeu!

Com esse “despertar”, a brasileira se levantou e foi para cozinha preparar a janta para si. Vivia sozinha enquanto estava no país, então precisava se virar nos 30 para conseguir encher a barriga.

Ao menos pingava dinheiro na sua conta e sempre que podia, tinha o amor e carinho de seus pais pela internet ou semestralmente seria a partir daquele ano. Mas seu lindo e fofuxo carneirinho não teria isso.

—Ele deve ficar tão solitário... – pensou consigo enquanto mexia o caldo do missô na panela, se apoiando na gaveta que abrira para retirar uma colher.

Para o azar da garota, ela tanto apoiou peso que “empenou” os parafusos, causando um verdadeiro e grandioso estrondo de gavetas no chão, desfigurando o móvel da cozinha. Fernanda observava aquilo se perguntando como conseguia ser tão desastrada.

Não teve remédio senão terminar a sopa com os demais ingredientes e arroz, mesmo que a brasileira. Então se lembrou que na primeira vez que fora no clube de trabalhos manuais, ela e Mu trocaram telefones.

O ariano seria sua salvação! Mas logo murchou um pouco a idéia por conta da timidez. E num pico de coragem, finalmente discou.

=====================================================================

Haruka estava sentada numa das mesas da cafeteria de sua família, pensativa. Tentava entender por que toda santa vez que tentava ser gentil com o lindo e andrógino garoto do primeiro ano era rechaçada.

—Apesar daquela aparência e gostar de moda, ele deve achar que sou um menino mesmo e é hétero. – murmurou pensando alto.

—Tá falando do loiro com pinta? – perguntou Leona, que agora limpava aquela mesa. – Ele ainda não sabe, aliás, nenhum dos alunos do primeiro ano sabem ainda.

A garota olhava para a amiga e suspirou.

—Você fez amizade né, com aquele outro loiro e o ruivo do primeiro ano?

—Uhum. Milo é uma fofura de gente, mas perto de mim um péssimo jogador. E o Camus é o único que me derrotou no xadrez, mas ele só joga isso. – disse se sentando a frente da patroa e amiga. – Mas parece que o Afrodite é bi.

A de melenas rosas inclinou um pouco a cabeça, olhando nos olhos da ítalo-brasileira.

—Afrodite?

—É o apelido do loiro da pinta, o Friedrick. Parece que era assim que o chamavam desde criança por ser bonito.

—Friedrick... – suspirou sonhadora. – Ele se chama Friedrick... É bonito... – e então piscou os olhos, despertando. – Quero ficha completa! O que mais sabe?

—Só isso. Friedrick Hugel e é bi.

Então se o loiro metido era bi, o problema não era ela estar vestida de príncipe, era alguma outra coisa. Haruka fez um biquinho, então afinal, qual era o motivo do sueco lhe tratar com tanta aspereza?

—Hmmm... Friedrick... Friedrick... – se levantou, toda feliz da vida e saltitante, sendo observada pela morena.

=====================================================================

A semana de provas havia sido uma guerra santa, sugando dos cavaleiros ressuscitados todo seu esforço mental. Para alguns, havia sido facílimo, como Camus, Saga e Shaka. Outros apanharam por viverem vadiando como Máscara da Morte e Kanon.

A propósito, Kanon andava bastante sumido, praticamente só voltava a mansão para dormir. Os dias do antigo general marina se resumiam a usar uma identidade falsa para beber e nos bares conseguir alguma garota para se divertir.

Mas o mistério sobre as marcas de Maise lhe intrigavam a ponto de muitas vezes enxergar a morena no corpo de alguma parceira. Ficava sempre vigilante se descobria onde a garota vivia, mas não achara pista.

“Um cosmo como aquele não ficaria escondido!”, pensava.

E e o irmão não tinham passado, eram dois jovens abandonados cujo o que tinha de história se resumia a saber que derivavam de uma família tão pobre e estúpida que os jogaram ao abandono por serem gêmeos.

“Gêmeos e ruivos são sinal de má sorte e do mal”. Foi o que ouvira de Saga ainda jovens, quando ele vivia escondido. “Foi por isso que os Onassis nos abandonaram”.

Mas ao contrário de seu irmão, Kanon jamais quis conhecer ou tentar entender seus pais. E no final, seja lá quem fossem, eles acertaram: ambos foram maus e deram má sorte. Os culpados pelo declínio do Santuário.

E por isso seguia a morena de forma obsessiva. Se fosse de fato uma inimiga, eles poderiam limpar um pouco a barra que tinham diante dos demais cavaleiros, diante de Atena. Um perdão de palavras não bastava para si, não importa o quanto Atena lhe dissesse que estava tudo bem.

E assim continuaria a ser o perseguidor, a sombra da garota demônio.

=====================================================================

Camus acordou ouvindo gemidos estranhos e ao olhar para o lado, Milo parecia estar preso num pesadelo. O escorpiniano nada falava senão gemidos que pareciam falas sufocadas.

Dentro do sonho, o loiro se via correndo por uma floresta fechada, parecia desesperado para chegar num determinado lugar que nunca chegava. E então ele foi despertado pelo toque gélido do amigo.

Seus olhos azuis se focaram no ruivo, estava suando e ofegante, totalmente perdido.

—Estava tendo pesadelo... – disse simplesmente o francês.

—A última vez que sonhei isso... Foi aquele dia de chuva quando criança.

Camus se recordou de uma vez, durante uma tempestade, ouvir a tímida voz infantil do amigo murmurar “ela tem medo de raios, preciso proteger”. Mas na ocasião, Milo disse que nada lembrava, deixando o assunto de lado. Era a primeira vez que ele tocava no assunto.

—Uma floresta e eu corria desesperadamente. Eu não sei onde, por que, mas eu precisava “voltar” para um lugar, tinha alguém em perigo, alguém que eu sentia uma necessidade enorme de proteger.

—Igual ao “ela que tinha medo de raios”?

—Raios? Não sei do que você tá falando.

Camus se pos a pensar. Afinal, por que Milo teve esse sonho de novo?

=====================================================================

Tsuki estava na biblioteca da escola. Procurava por um livro que havia sido recomendação de um colega de clube quando ouviu um barulho. Ao olhar para trás, havia um livro caído, próximo a ela, justamente o título que ela procurava.

“De novo essa coisa esquisita?”, pensou a garota, pegando o livro.

Livros caírem próximos a ela, justo os títulos que queriam era algo um tanto quanto incomum quando ela estava em locais de muitos deles. Mas ela jamais entendeu a estranha coincidência.

=====================================================================

Aiolos recebera o pedido para ir até o escritório. Sem saber ao certo, descera, encontrando com Milo que saia todo feliz.

—O que foi, Milo?

—Consegui liberação para as meninas do clube de música ensaiarem aqui. A Momozinha vai poder vir aqui.

“Momozinha”. Era assim que o escorpiniano costumava chamar a outra amiga que fizera, justamente a garota que Aiolos estava apaixonado. Sentiu uma leve irritação, um ciúmes, ao ver o quão amigos eles eram.

Por outro lado, a notícia o deixava feliz, pois poderia ver mais vezes sua paixonite. Então sorriu.

—Que bom. – disse antes de entrar.

—Bom mesmo, daí vou poder juntar vocês dois. Tá estampado na cara de vocês. – comentou consigo mesmo o grego mais novo antes de sair do corredor em direção a cozinha.

Saori estava com algumas caixinhas sobre a mesa, encapadas de veludo como caixinhas de joias. Estava sentada no divã lendo uma revista sobre administração no momento que o cavaleiro entrou.

Aiolos se ajoelhou respeitosamente, mas sentiu as mãos da deusa tocarem seu rosto o fazendo olhar para ela.

—Não é para tanto, sente-se ao meu lado. De todos, você é o que menos precisa se ajoelhar, você foi o responsável direto pelo sucesso das Guerras Santas. – disse a mulher.

Totalmente corado e sem jeito, o grego sentou ao lado dela no divã, ainda acanhado.

—O que deseja?

—Minhas ordens foram para viverem a vida, depois de tantas dores, lágrimas e morte. Meu desejo é que vivam plenamente e isso inclui o amor. – ela olhou para o loiro, que permanecia vermelho. – Shion se apaixonou, mas ainda coloca um dever mais que tudo acima. O Santuário de agora não é o mesmo de antes.

Isso era óbvio. Desde construções modernas, reformas, eletricidade até nos costumes, como amazonas abandonando suas máscaras.

—Mas em que eu posso ser útil, Atena?

—A garota em questão está no mesmo clube que você, Tsuki Tsukuyomi.

Aiolos logo lembrou da morena, a garota era bastante fria e reservada. Era quase uma versão feminina e oriental do aquariano francês.

—Poderia me ajudar a fazer eles se aproximarem?

—P... Posso tentar...

Saori sorriu docemente, mexendo nos cabelos dele. Aiolos sempre se mostrava gentil, muito gentil, e talvez fosse ali o mais puro de todos. Ele não conheceu a vida adulta, não teve tempo hábil para sentir ódio ou algo assim. O sagitariano era, de fato, o único ali que era adolescente, conservando a pureza juvenil.

—Gostaria que me ajudasse a levar as caixinhas até a sala. Creio que Shion já deve ter avisado aos demais sobre eu querer falar uma ultima coisa antes de voltar a Grécia.

—Claro! – disse se levantando, mas ao invés de dividir a tarefa como a deusa queria, o próprio acabou levando tudo, sendo colocado na mesinha de centro e se juntando aos demais na sala de visitas e o sofá que seguia o contorno da parede.

A deusa mostrava seu olhar mais amoroso e maternal possível. E achava graça de Milo segurando uma gigante tigela de cereal com leite.

—Como estão na reserva, as armaduras de vocês estão servindo a outros cavaleiros. Eu e Kiki desenvolvemos amuletos para vocês. – ela pegou uma caixa, entregando a Shion, depois Mu, Aldebaran, Saga, Kanon e assim indo até chegar em Afrodite.

Cada um abriu, vendo um colar simples, com um pingente em forma de gota cristalino.

—São lacrimas. Armaduras substitutas estão dentro delas, mas reagiram quando for necessário e se necessário. Tem proteção forte pois foram feitos de minhas lágrimas derramadas em preces por vocês.

Todos, sem exceção, olharam para a deusa num misto de piedade, comoção, gratidão. A deusa tão bondosa e carinhosa continuava a cuidar deles como eles próprios cuidavam dela.

—Nós agradecemos sinceramente do fundo de nosso coração, Atena. – disse Shion de forma solene por todos ali.

—Meu coração está sempre com vocês, contem comigo. – ela sorriu e passou o olho em cada um deles. – Desejo de verdade que vivam suas vidas e não necessitem da proteção delas. Que se formem, tenham outras profissões. Que amem e achem alguém para compartilhar suas vidas. Posso ver que em alguns de vocês, o amor já começou a florescer, então, deixem fluir. Foi por isso que Perséfone lhes deu um corpo juvenil, para poderem recomeçar.

Todos ficaram e silêncio, pesando as palavras.

—Vocês fizeram muito, então, hora de relaxar. – ela foi e abraçou a cada um, mesmo que alguns ainda agissem de modo brusco e grosseiro, ou de forma tímida.

Ela se despediu, tomando a bagagem de mão, com alguns seguranças ao lado. Na saída, próxima ao carro, Saori ficou surpresa em ver uma mulher fardada, cabelos negros como a noite presos, olhos negros amendoados.

—Senhora...?

—Yomi Takagi, sargento da RETMAS. Eu gostaria de falar com a senhorita antes de sua partida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E continua...

PS: A Fic conta com um grupo no facebook para interagirem: Graad Gakkou Interagindo
https://www.facebook.com/groups/1662341990670883/