Graad Gakkou - INTERATIVA escrita por Casty Maat


Capítulo 11
Capitulo 10 - O código para ser um adolescente


Notas iniciais do capítulo

milagres sao reais, os capitulos estão vindo rapidos. ♥



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#10 — O código para ser um adolescente

Os homens caíram apenas com um leve roçar das borboletas azuis que cercavam a jovem aluna do colégio Graad. Inexpressivos olhos dourados demonstravam que alguém usava o corpo da jovem como intermediário.

A garota olhava os homens estranhos que tentaram atacar a sua jovem hospedeira, que apesar de esperta e grande conhecedora de várias formas de fuga e defesa, ainda era gentil demais.

Aqueles eram os últimos homens que juraram vingança a sua família que sabiam sobre a jovem e onde estudava e agora eram levados pelo curso do Aqueronte para o inferno.

A entidade buscava nas memórias recentes uma imagem gravada na mente e na alma de seu receptáculo dando um sorriso de lado.

— Que ironia. Ser justamente você que capturou o coração desta menina.

Enquanto isso a poucas quadras, Shaka vinha lidando com um certo “encosto” ruivo. A garota que tentara assaltar e lutar com ele no primeiro dia parecia estar de voltar ao seu verdadeiro “eu”.

Durante as semanas que se passaram até ali, o indiano tentou aproximar-se da arisca garota, com o intuito de fazê-la aceitar um treinamento. Kay ainda não aceitara, mas achou que seria divertido sempre que desse atormentar o loiro com cabelo de manteiga. E naquele dia em específico, achou divertido brincar de “sombra”, irritando minimamente o tranquilo cavaleiro de Virgem.

O loiro podia até não externar seu descontentamento, mas que o conhecesse, sabia que seu cosmo estava um pouco alterado. Mesmo dessa forma, ele sentiu o estranho cosmo ao chegar a poucos metros do local onde as borboletas voavam, ao redor de sua senhora.

Rapidamente, Shaka pegou Kay e lhe tampou a boca, fez sinal de silêncio e pôs-se a observar o grandioso cosmo estranho. Espiou rapidamente, conseguindo gravar rapidamente quem era a garota, ficaria a observar de algum modo.

Logo o cosmo da entidade desapareceu e a garota ficou confusa, até olhar os homens e sair correndo assustada. Shaka ficou então pensativo, quem era aquela estranha entidade e por que as borboletas?

— Ei, mané loiro. – resmungou Kay ao ser libertada. – Que foi, parece até que viu a morte.

—Não sei. Apenas sei que essa cidade tem bem mais surpresas que você moldando uma espada com cosmo.

—É treta? – disse com um sorrisão de orelha a orelha a garota.

—Treta? Por que fala de uma das eras da mitologia hindu? – indagou o virginiano com uma sobrancelha erguida.

—Mitologia o que?

Shaka suspirou. Bem via-se que a jovem não parecia ser do tipo que ia as aulas, o que era justificável seu atraso escolar.

— Deixa. – suspirou desanimado, seguindo seu caminho após claramente a garota seguir o dela. Kay continuava vindo atrás, o cutucando.

Shaka continuava em absorto silêncio, tentando decifrar o enigma que se fazia a sua frente, quando Kay praticamente pulou na sua frente. Não teve como não abrir seus olhos e encarar a garota que era menor do que ele.

—Você não me respondeu, loiro de farmácia.

—O que?

—Se é coisa de briga. Sabe? Encrenca, porrada. – a ruiva ia explicando enquanto dava soquinhos no ar. – Sacou?

Shaka por dentro fazia uma reza em cada cultura que conhecia para cada divindade que conhecia. Pedia por paciência e iluminação, pois aquela garota parecia ser seu suplício.

—Talvez, não sei informar.

A ruiva de longos cabelos pensou, pensou, pensou. Até coçou a nuca e olhou para algum canto imaginário acima, tentando resolver.

—O lance que tu falou iria me fazer mais forte e sem ficar dando B.O.?

—B.O.? – o indiano suspirou desanimado. Outra gíria desconhecida.

—É! Problema, confusão, treta.

—Essa é a ideia.

—Então eu topo a tal ajuda sua, cabelo cor de miojo.

—Você poderia apenas me chamar de Shaka ao invés de inventar tanto apelido que não entendo. – resmungou o virginiano.

—Te chamar de apelido é mais engraçado. – e deu as costas para continuar andando.

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Shura vinha caminhando lado a lado com Suikya, conversando. Haviam feito uma amizade graças a confusão com o professor no primeiro dia e frequentemente se encontravam para conversar.

A garota tímida quase nunca mostrava seu rosto, mantinha-se de cabeça baixa, mas até que conversava bem. Shura despediu-se dela, pois decidiu se matricular num minicurso de espanhol, reviver sua língua natal.

No meio do caminho esbarrou com Máscara da Morte, que estava a olhar o prédio de certa distância e parecia ter visto o espanhol e a nepalesa conversando. O italiano fumava um cigarro, pouco se importando com o fato de estar dentro da escola.

—Devia largar isso. – reclamou o capricorniano.

—E você andando com a guria dos panos coloridos, é? Tá gamado? – desconversou o outro.

—É uma amiga e eu a ajudei com uns problemas.

O canceriano então ficou sério.

—Afrodite disse que o nome dela é Suikya, né?

—Sim. E qual o problema?

—Ironicamente persegui um cara com um nome parecido. – ele deu um meio sorriso. – Sabe, naqueles tempos brabos com o Saga doidinho, doidinho.

Foi como se um raio de luz iluminasse a mente. Agora sabia de onde viera o mal estar.

— Aquele cavaleiro de prata? Suikyo? Você não o matou?

—Mais liso que quiabo aquele cara. Conseguiu fugir, mas foi por pouco. Até que a piveta tem olhos parecidos com o dele. – riu o carcamano. – Será que o cara ainda conseguir carimbar uma marca no mundo antes de dar no pé?

—Que forma grosseira de falar, Máscara! – franziu o cenho. – Agora, se você não tem aulas extras ou algo do tipo, o que está fazendo aqui?

O rapaz de cabelos platinados vinha acompanhando um grupo de garotas com certa atenção, fazendo Shura olhar para a direção. Conhecia a ruiva de pele morena como a amiga de Saga e uma das meninas parecia bater com a descrição de uma menina que Aiolos estava interessado. Também tinha uma oriental com mechas coloridas e por fim uma latina, a pele levemente bronzeada de sol, cabelos castanhos.

—Se apaixonou? O temível Máscara da Morte de Câncer? - riu o espanhol.

—Nada disso. A gostosa do cabelo castanho ousou me desafiar e quero troco. E de quebra ainda a levo para a cama e a faço gritar.

Shura não gostou de ouvir aquilo. Todos tentavam um mínimo de esforço em se adaptar a nova vida, mas o quase albino se recusava a cooperar.

—Você vai arranjar problemas!

O que iria iniciar como discussão, parou ao sentirem uma cosmo energia pesada. Giovanni ergueu a cabeça e ficou procurando para os lados, vendo vir ao longe um homem e entrando no prédio.

—Parecia ser o yakuza que vi outro dia. Tava todo trajado na beca fina, então essa escola tem um criminoso dando aula? – riu irônico o canceriano.

Shura deu pescotapa no companheiro com os livros e foi para a aula de espanhol, deixando o italiano sem entender nada. O moreno logo chegou na sala e sentiu a estranha energia de novo ao ver o professor entrar. Era um rapaz jovem até, traços tipicamente espanhóis.

—Sou o professor Alejandro. Vou lecionar espanhol para os alunos deste curso.

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Enquanto Máscara da Morte continuava em seu canto, apenas observando o grupo, ele viu o grupo aumentar.

Milo, uma garota de cabelos curtos, Camus e uma ruiva também vinha junto. O loiro tinha um grande sorriso no rosto, abraçando sem cerimônia a mais baixinha das meninas do grupo de seu alvo, a tirando do chão e girando. Via Camus fazer uma cara desolada, sendo olhado de lado pela ruiva, enquanto a garota de cabelos curtos ria gostoso.

“Viraram um bando de pivetes bunda-moles!” – resmungou mentalmente.

Já na rodinha, Milo apertava as bochechas de Morgana. Fazia poucos dias que ele se tornara amigo da garota.

—Você tá com olheira, tá dormindo bem? – indagava o grego ao que a jovem respondia tudo distorcido pelo “carinho”. – Hum?

—Se você largar as bochechas da senhorita Smith, acho que ela responde, Milo. – dizia sem emoção o cavaleiro de Aquário.

O loiro soltou, com um sorriso maroto.

—Eu tô sim... – murmurou tímida a morena.

—A Smith é tão fofinha! – comentou Leona, se apoiando nos braços do loiro.

A mestiça corou até o ultimo fio de cabelo. Sara suspirou desanimada.

—Acharam infiltrações na sala de música. As atividades do clube vão acabar parando. – comentou a espanhola.

—Bom, onde moramos tem uma sala de música com piano. Acho que a Kido e o Shion não iam se importar. – dizia sorrindo o grego.

—Não creio que Shion vá liberar. – ponderou o ruivo.

—Mé, aquele carneiro é chato. Se eu pedir pra Kido ela libera. Só falar com o pocotó que tem mais meiguice que é garantia.

—Por favor, não queremos causar problemas. – disse Marie.

—Incômodo algum!

—Bom, eu vou indo na frente. Com licença – disse Sara fazer o comprimento oriental e se retirando.

—Hmmm, bom, tenho serviço hoje. Podem vir todos, o chá verde é de graça! – sorriu a ítalo-brasileira.

Antes de sair, Sara ainda esbarrou com Shion, que ficou um tempo olhando a jovem partir.

“Essa garota tem um cosmo forte. Curioso...”

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Sara caminhava tranquilamente e até um tanto desavisada. Tinha decidido trancar o curso de espanhol para se dedicar as matérias para o vestibular, se recusaria a depender apenas do renome do colégio para passar.

Mas alguém a prender por trás, tampando sua boca. Estava totalmente imobilizada. A pessoa que a pegara era forte e a arrastava para um beco.

—Nem tente lutar, Sara.

A espanhola arregalou os olhos assustada. Já ouvira aquela voz carregada de sotaque, rouca. E pior, como ele sabia seu nome.

—Da ultima vez você me pegou de guarda baixa, mas hoje vai ter o que merece. – e sentiu lábios tocarem em seu pescoço, um forte cheiro de nicotina.

Estava desesperada, seria violentada? Seu sequestrador era rápido, a prendeu contra a parede, permitindo que ele a visse. Era o novato pervertido do primeiro dia.

—Vai aprender a não bater na pessoa errada, ragazza.

Pela primeira vez sentiu medo. Não era um medo potente e imobilizador, mas era. Via aquela aura dourada em volta de seu algoz e olhos frios de alguém que parecia conhecer o sabor de sangue. Mas ainda sim, Sara enxergou um fraco brilho no fundo dos olhos cor de sangue que Máscara tinha.

Era... tristeza?

Havia uma parte daquele adolescente pervertido e perigoso que na verdade era um garoto assustado e triste?

Ela não notara, mas seu próprio cosmo estava minimamente elevado, ressoando com o do homem que lhe prensava contra a parede. Porém, Máscara da Morte sentiu, se afastando bruscamente assustado com o som do piano que lhe fora ativado ao sentir seus cosmos em harmonia.

Foi como seu seus cosmos se unissem como ele queria fazer ao corpo dela e por um instante ele não quis simplesmente possuí-la em vingança, mas por algo que ele mesmo não entendia. Eles se encaravam, cada qual com seu medo, seu susto.

O italiano se recompôs minimamente, jogando a carteira da garota.

—Suma da minha frente, moleca. Antes que eu me arrependa de não te dar uma lição!

Sara queria perguntar o que era aquela aula, por que havia tristeza no olhar, mas então lembrou do que quase houvera ali. Fechou a cara, pegou a carteira.

—Eu devia chutar seu saco de novo, seu desgraçado! – e saiu correndo, segurando as lágrimas.

Já para o canceriano, encostado de costas, havia apenas dor, flashs de lembranças que queria apagar. Rangeu os dentes e resmungou.

—Eu te odeio!

—Eu sinceramente não entendo por que implicou com essa garota.

Afrodite estava ali, tinha visto o final da confusão.

—Vai ser dedo duro e entregar minha pessoa para o carneiro chato e velho? Por que você é cheio de veneno, Friedrich. – disse com escárnio na voz, acendendo um cigarro, sem virar-se para o amigo.

—Não, não vou. Não ganho nada te ferrando, apenas lamento, mais lamento. – estranhou o italiano não encará-lo e começou a andar até ele, parando com um berro.

—Não ouse chegar perto, sua bichinha!

O pisciniano parou, o olhando com pesar.

—Tudo bem, Giovanni. Estou indo para casa com os Tavoros. Aiolia e Aiolos são uma companhia agradável, sabia?

O sueco saiu, deixando o outro dourado sozinho. A bem verdade é que o próprio cavaleiro de Câncer não entendia por que aqueles fios prateados desciam de seus olhos. Sara mexeu num terreno perigoso e aquilo doera como jamais pensou que poderia doer ao sentir novamente.

Seu pior pesadelo. Ter sentimentos.


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