Rise Of Olympus - Primeira Temporada escrita por Rise Of Olympus


Capítulo 2
Capitulo 2 - Saudações




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/594114/chapter/2

Capítulo 2 - Saudação

Por um momento fiquei com muito medo, achei que fosse mais uma visão. Pensei em correr daquele lugar, mas Emma não parecia tão assustada.

– Sim, exatamente - Disse Emma tentando não gaguejar -

– Vocês já sabem o motivo pelo qual conseguiram passar pelo portão? - Disse o homem metade cavalo olhando para o meu rosto -

– Sim - Emma falou colocando as mãos no bolso da calça jeans rasgadas -

– Bom, meu nome é Quíron.

– O meu é Emma e o dele Gary - Ela olhou para mim um pouco tímida - E você é o que?

– Um centauro, Emma. - Disse ele sem se ofender com a pergunta -

Ele sorriu, olhou para nós como se tivesse esperança. Ele inclinou sua cabeça dando um sinal com a mão para seguirmos ele. Eu e Emma caminhamos pela grama tentando não entrar no caminho dele. Nós olhamos várias vezes, depois olhávamos para seus pés de cavalo. Passamos por vários lugares estranhos, um pouco destruídos, porém, a maioria estava bem conservado.

– Aqui é a Casa Grande. Podem entrar. - Ele entrou no local, tirou várias armas da poltrona deixando eu e Emma sentarmos -

Fiquei realmente muito triste pelas coisas que aconteceram. Lógico que nunca seremos como os antigos semideuses que viveram aqui. Fiquei pensativo, olhei para Quíron e perguntei:

– Só tem nós três aqui?

– Sim - Ele assentiu - Bom, depois desses anos o Acampamento foi esquecido. Geralmente, os semideuses como vocês estão escondidos, alguns vivem uma vida normal, mas estudam em casa, outros não viajam para nenhum lugar.

– E nenhum vem para o Acampamento? - Perguntou Emma -

– Eles ..

– Eles o que? - Perguntei curioso -

– Eles morrem no caminho. Temos um filho de Ares nesse Acampamento, ele foi o primeiro a chegar, chegou ileso.

– Que filhos de Ares? - Perguntou Emma colocando seus cotovelos no joelho inclinando seu corpo para frente enquanto olhava par Quíron -

– Seu nome é Will Fletcher, ele teve muita sorte como vocês. Entendam, a partir de agora é vida ou morte, quem chega aqui são apenas os raros. Em cinco anos os monstros evoluíram muito, existem muitos deles.

– Que monstros? - Perguntei -

– Maioria Ciclopes - No momento em que Quíron respondeu eu me congelei, me senti como um deus só de ter chego no Acampamento -

– Eles se alimentam de que? - Perguntou Emma -

– Já pude ver a vida de vários ciclopes, mas quando estão com fome nunca fiquei para ver o que comem. Ouvi falar que se alimentam de semideuses. Então, se for verdade, eles estão cinco anos com fome.

– Se tiver muitos semideuses aqui o Acampamento fica protegido? - Estava tentando ser muito cauteloso para não dar nenhuma ideia para Emma, ela parecia muito ansiosa, um pouco nervosa mas sempre com novas ideias -

Vi a boca de Quíron ser aberta, uma nova frase ia ser dita. Mas, Emma o interrompeu falando:

– Com certeza! Quanto mais campistas mais proteção. Não se preocupe Quíron, se aquele filho de Ares está ajudando também vamos ajudar. Tem como voltarmos para nossa casa?

Arregalei meus olhos, fiquei pensando em como iria voltar para casa sem ver minha mãe.

– Sim, a forma mais rápida é o Taxi das irmãs cinzentas - Disse Quíron com a maior naturalidade do mundo -

– Perfeito. Eu e o Gary vamos fazer panfletos em grego e distribuir por nova York, escrito: "Acampamento Meio Sangue Está Aberto!", assim, apenas os semideuses poderão ler, eles vão tentar vir pra cá e esse tal filho de Ares estará lá na floresta ajudando eles a chegarem seguros - Disse Emma falando com um tom alto se levantando da cadeira dando um sorriso -

Quíron foi até o chão onde deixou as armas, pegou duas adagas e nos entregou.

Olhei para o rosto de Quíron e vi o sorriso que ele deu para Emma, depois vi o quanto Emma estava orgulhosa de ter tido essa ideia, eu, sentado, nunca me senti tão inútil e fraco. Emma abriu a porta da Casa Grande e saiu, me levantei e fui atrás dela. Passamos pelo portão, a única lembrança que eu tive de lá foi Quíron em pé.

Percebi que Emma estava indo para o sentido contrário de onde deixamos minha mãe. Caminhamos lentamente, olhávamos cada árvore para ver se logo depois dela vinha um monstro. Eu já não suportava a ideia da falta de assunto meu e da Emma. Ou falávamos do como nossa vida era ruim, como vamos sobreviver ou como vamos achar o filho de Ares. Então, eu resolvi dar o primeiro passo. Ouvi falar que Atena é muito severa, mas a personalidade de um semideus só pode ser puxada até certo ponto, ou algo assim.

– O que você sonhava em ser quando crescer?

Ela olhou para mim com a expressão confusa e nervosa.

– Como? - Ela olhou para mim guardando sua calça no jeans rasgado -

– Uma profissão, sabe? Adulta..

– Se quer puxar assunto, isso não vai funcionar. Gary, eu tenho uma tarefa agora e eu tenho que cumpri-la.

Isso pareceu ser uma das afirmações mais normais que Emma me deu desde que soubemos que sua mãe está no Olimpo agora.

Eu tentei colocar minha cabeça para funcionar, pensei em coisas mais inteligentes enquanto andava, eu olhava para as plantas, flores esmagadas e galhos destorcidos.

– Ouviu isso? - Perguntou Emma -

Tínhamos ouvido um grito agudo vindo de algum lugar. Emma olhou para mim, puxou sua adaga do bolso e correu - esperando que eu fosse atrás dela. Bom, eu fui - corremos muito rápido. Passamos por uma gruta que deveria ter uns seis ciclopes, aceleramos mais. Eu não aguentava correr atrás de Emma, a cada metro ela desaparecia no meio das árvores, eu corria mais e a encontrava. Achamos algum tipo de trilha, era como se pessoas já tivessem andado por lá, seguimos a trilha e no final dela tinha duas enormes árvores. Assim que passamos por elas avistamos um campo gigante de golfe, tinha dois carros de golfe deitados e quebrados, velhos.

– Gary, olhe para o Norte.

– Sim, estou vendo - Menti. Eu estava tentando saber onde ficava o Norte mas me fiz de esperto para que ela pudesse falar algo mais -

– Está vendo aquele Clube?

– Sim.

– O grito veio de lá. Deve ser o filho de Ares - Disse Emma com sua adaga na mão andando pelo campo até chegar no Clube -

Estranhei. Aquele grito era de uma menininha e não de um filho de Ares. Comecei a pensar conforme andava pelo gramado do campo, e cheguei a conclusão que Emma estava curiosa de mais para ver o tal filho de Ares, talvez porque ele seja corajoso, forte? Eu achei que Emma gostasse de meninos alegres, depois de meninos inteligentes, e agora de valentões? A cada passo a ideia que eu tinha de Emma ia mudando.

Corri até o lado de Emma, dei um passo na frente dela e cheguei primeiro na porta do Clube. Quando abri a porta destrancada vi um bar cheio de bebidas de marcas que eu nunca tinha ouvido falar. Quando olhei para a direita lá estava uma menina com 1,60, cabelos ruivos, lábios carnudos, olhos claros, luvas brancas e roupas caras. Lá estava aquela miragem de uma adolescente sentada com seu pé torcido. Ela arregalou aqueles lindos olhos para a gente.

– Você precisa de ajuda? - Perguntei correndo até ela -

Ela parou de suspirar, limpou o suor da testa com sua luva, com a mesma mão tirou alguns fios de cabelos da sua boca, engoliu seco e finalmente falou.

– Eu vim atrás de um Acampamento. Quer dizer, eu vim com o meu amigo Lucas. Mas dai apareceu uma coisa enorme, ele, ele fez alguma coisa, eu corri, aí apareceu um outro menino, mas eu não conseguia fazer nada além de gritar e fugir - Ela estava a beira de um longo choro mas conseguiu se conter -

– Acampamento Meio Sangue - Emma descruzou seus braços e se aproximou de mim e da menina e se ajoelhando -

– S-sim, eu descobri que a minha vida era uma mentira e que minha madrasta não é a minha mãe e ela está no céu!

– E-ela não está no céu. Está no Olimpo. - Corrigi tentando não assusta-la -

– Você é filha de Atena? Deméter? Talvez seja uma deusa menor, tipo Nêmesis - Disse Emma olhando para seus olhos -

– N-não, minha mãe é Afrodite.

Emma bateu suas mãos em sua calça jeans limpando-as e depois levantando.

– Ah, então não fique surpresa de apenas ter fugido. Você irá fazer isso para qualquer coisa, esse é o seu extinto, filha de Afrodite.

Olhei torto para Emma, achei muito rude de sua parte falar algo daqueles para uma campista tão bonita. Me levantei também indo até Emma, olhei em seus olhos e disse:

– Por que está agindo assim como uma sabe-tudo? Você é nova nessa coisa de mitologia grega e já se acha a líder de tudo. Você queria ajudar, né? Então ajude de uma forma que não faça as pessoas quererem fugir de vocês.

– Ela não vai ajudar nada nessa missão. Nós precisamos de gente boa e forte como o filho de Ares.

– Quem liga pra essa merda? Se você prefere ficar no grupo dos melhores, vá em frente que eu cuido do que importa. Eu cuido das pessoas - Respondi com um tom alto, ergui minha mão para a menina ruiva e puxei suas mãos levantando-a -

Emma ficou parada, parecia arrependida das coisas que disse, ou não. Seu orgulho não permitiu que ela deixasse ir comigo e com a nova filha de Afrodite. Emma sacou sua adaga do bolso da calça jeans rasgada, se virou e entrou no escuro do corredor do Clube.

Olha, eu gostaria muito de contar cada detalhe do que aconteceu enquanto ela estava a procura do "melhor" filho de Ares. Mas, eu estava mais preocupado com a quantidade de pessoas que viriam para o Acampamento.

A menina ruiva de olhos claros colocou seu braço em volta do meu pescoço, eu segurei sua cintura e ajudei ela andar mancando - confesso que foi a melhor sensação do mundo. Nunca fiquei agarrado com uma menina tão bonita, quem diria uma filha de Afrodite - Passamos lentamente pelo longo corredor do Clube, tentei evitar de ficar pensando na minha briga com a Emma. Até, que ouvi aquela voz angelical novamente.

– Ei, meu nome é Cheryl. Olha, isso é muito estranho, e obrigado por estar me ajudando nessa, meu pé dói muito.

– Relaxa, já estou acostumado a conhecer pessoas em acidentes.

– Então, eu nunca fiz essa pergunta pra ninguém assim que conheço. Mas, quem é o seu pai?

– Meu pai é um deus menor, Moros.

Ela se calou um minuto tentando entender.

– Ele é deus do destino e da sorte - Continuei -

– Legal, e qual é o seu poder?

– Cheryl, isso é bem complicado. Ser um semideus não é como esses filmes de pessoas super-poderosas. Eu apenas tenho visões.

– Visões do destino de alguém?

– É..

– Em uma das suas visões você viu algo de mais, né?

– É..

– Vou parar de falar.

Eu queria poder contar a ela sobre minhas visões, mas aí ela ia pedir para eu ver o que iria acontecer no futuro dela ou sei lá. Ouvimos um barulho vindo de uma das salas, eu tentei correr junto com ela.

– É o Lucas! Gary, vai lá e salva ele. Eu chego lá.

Tirei os braços dela do meu ombro, olhei para seus olhos e corri. Nunca me senti tão forte e heróico. No momento em que abri a porta do local, era uma sala cheio de equipamentos de golfe, uma enorme sala. Dois gigantescos Ciclopes atrás de um único menino. Tentei não ficar apavorado, peguei minha adaga, me aproximei e furei o pé do Ciclope mais próximo. Corri até o lado do menino de camisa branca, cabelo castanho e olhos azuis, e mesmo sem conhecê-lo dei minha adaga para o menino e corri a te o armário e peguei um taco de golfe.

– Não tenha pena de matar! - Disse eu gritando para o menino -

Ele segurou a adaga, forçou seus músculos da mão e pulou na perna do Ciclope cortando-a toda. Eu peguei uma cadeira, coloquei ao lado do guarda roupa, escalei até lá e fiquei batendo várias vezes na cabeça do outro Ciclope. Porém, as nossas ações juntas só piorou tudo, os deixou mais estressados.

O Ciclope que eu estava tentando matar socou o chão, as paredes e o teto fazendo eu cair de cima do armário, eu cai.

– Menino, os Ciclopes são imortais! Vamos sair daqui e achar minha companheira de viagem - Disse o menino de camisa branca -

Pensei rápido. Peguei outro taco de golfe tendo dois em minhas mãos. Enfiei o taco na perna dele fazendo furar. Dpois, deixei ele de joelhos, corri para atrás do armário e o empurrei cheio de tacos e mochilas grandes. Vi a cabeça do ciclope ser esmagada, uma gosma verde saiu de baixo do armário. Senti muito nojo, mas um ciclope já tinha ido.

Corri mais rápido que pude até a porta, tentei escapar dos socos que o outro ciclope dava em todos os lugares. Assim que cheguei na porta, passei por ela correndo, não via ninguém, nem Cheryl nem o suposto Lucas.

– Ei, Gary - Gritou Cheryl alguns passos atrás de mim -

Meu coração parou de acelerar quando a vi novamente, ela estava agarrada com seu amigo de camisa branca, me senti um pouco sozinho.

– Meu nome é Lucas, sou filho de Dionisio. Sei que não sou tão poderoso quanto você, mas, eu posso ajudar - Disse o menino de camisa branca com seus braços em volta de Cheryl -

Enquanto dava um sorriso falso para a cena a minha frente ouvi uma outra voz, não, não era uma voz. Era um rugido de orgulho e desprezo.

– Ei, Gary - Gritou Emma atrás de mim, suas mãos no bolso da calça e a seu lado um menino alto, forte com olhos verdes e cabelo um pouco arrepiado -

Sim, sim ela falou "Ei, Gary", mas dava para sentir pelo tom da frase que ela estava querendo provar para mim que ela conseguiu e eu me ferrei.

– E-esse aí é o filho de Ares? - Perguntei -

– Pode me chamar de Will, mas se preferir criar títulos, eu estou feliz com o meu - Disse ele dando um passo para frente -

Eu vi um sorriso enorme aparecer no rosto de Emma, vi o quanto ela pode ser cruel quando quer. Ver seu amigo ser diminuído por um que ela achou a alguns minutos?!

– Que tal vocês todos irem para o Acampamento? Eu e o Will iremos até Nova York distribuir alguns panfletos - Disse Emma dando um passo para frente ficando ao lado de Will -

– Mas, eu achei que eu e você iríamos distribui-los - Respondi -

– Ela mudou de ideia. Ir para Nova York é perigoso, ela precisa de alguém preparado para protege-la - Interferiu Will -

– Isso não é assunto seu - Retruquei -

Cheryl saiu dos braços de Lucas e foi andando com dificuldade até o meio de nós dois. Ela virou para mim, olhou nos meus olhos e disse:

– Temos que ir.

Depois ela me puxou, dai eu resolvi ir com ela e o Lucas. Eu não olhei para trás, nem mesmo tive nenhum contato visual com Emma.

Saímos para fora do Clube, caminhamos lentamente. Cheryl já parecia boa o suficiente para andar, mas ela preferia usar o Lucas como apoio o resto do caminho. Não tivemos problemas com Ciclopes, mas tivemos problemas com a chegada até lá. Bom, talvez eu tenha me perdido mas foi difícil admitir isso para eles, e eu nunca fui muito bom em seguir uma trilha.

– Já está de tarde, daqui a pouco vai escurecer, quando vamos chegar? - perguntou Lucas -

Demorei um pouco para responder mas não hesitei.

– Chegaremos logo. Mas, que tal vocês falarem um pouco sobre a vida onde moravam?

– Conheci o Lucas na escola, morávamos em Ohio. Era uma porcaria.

– Por que não gostava de onde estudava?

– O colégio era legal, o problema era a casa. Meu pai trouxe uma vadia para dentro de casa, ela dizia ser minha mãe mas não era. Sempre me tratou mal, nunca teve consideração com nenhum dos meus amigos.

– Era impossível ela ser mãe da Cheryl. Comparem o corpo e rosto - Disse Lucas dando uma piscada -

– Vocês namoram? - Perguntei diretamente -

– Não, ele é meu amigo gay.

– Mentira. Somos apenas grandes amigos. Ela sempre teve dúvidas em várias matérias, e sempre ficávamos depois da aula para estudar mais. Foi aí que nós nos conhecemos.

Andávamos a floresta inteira atrás do Acampamento. As nuvens estavam ficando cinzentas, o céu escuro e uns pingos de chuva começaram a cair. Outros três ciclopes nos viram e correram atrás de nós.

– Gary, Lucas, corram! - Cheryl gritou correndo na chuva, seu casaco preto de couro estava cada vez mais encharcado -

Já estava de noite, sabíamos que uma hora ou outra mais e mais ciclopes apareceriam. Estávamos perdidos, sim, eu sou um idiota.

Eu parei de correr, encostei em uma árvore e me sentei. Cheryl olhava para mim com seus olhos brilhando com o reflexo da Lua, ela segurou as mãos de Lucas se sentindo cada vez mais insegura.

– Olha, gente, me desculpa, me desculpa mesmo. Eu não consigo fazer isso.

– Fazer o que, Gary? - Perguntou Cheryl -

– Guiar vocês. Eu me perdi, não sei para onde estamos indo - Naquele momento, eu olhei para os olhos de Cheryl e bem no fundo eu via uma luz. Sim, era uma visão -

Eu fiquei parado, olhava para os olhos da Cheryl assustando-a.

– Gary? - Perguntou Lucas -

– Eu acho que ele está tendo uma daquelas visões.

– Chery, não temos tempo para visões.

Balancei minha cabeça, pisquei meus olhos e atrás de Cheryl e Lucas vi uma pessoa com um casaco gigantesco preto, usava toca e luvas. No escuro parecia um monstro, algum ser misterioso. Eu ia dizer o que eu tinha visto na visão, mas na hora que vi desviei meu olhar de Cheryl para a sombra. Cheryl arregalou seus olhos sentindo uma respiração em sua nuca.

– Ahh, o que diabos? - Disse Cheryl gritando e correndo para atrás da árvore -

Lucas andou alguns passos para trás e ficou olhando para a "coisa" do seu lado. A pessoa tirou a toca deixando seu rosto visível.

– Oi?

Olhamos um para os outros, confusos e com medo. Era uma menina, pele morena, cabelos ondulados castanhos.

– Ah, Olá. Você veio para o Acampamento? - Perguntou Cheryl se levantando do chão e saindo de trás da árvore -

– Sim, é, claro! Exatamente isso que estou procurando. Meu nome é Abbadon, e, vocês são de lá?

– Mais ou menos - Disse Lucas -

– Então, sabem o caminho, né? - Perguntou Abbadon -

– Não, estamos perdidos - Eu me levantei, passei do lado de Abbadon, logo me deparei com um trenó, junto a eles tinham três lobos presos a uma corda de ferro -

– Que lindos! Eles mordem? - Cheryl correu para frente do trenó -

– Sim! Cuidado. Bom, eu acordei hoje de manhã e vi esse trenó em frente da minha casa, meu pai que fez.

– Hefesto? - Perguntou Lucas -

– Exatamente - Respondeu Abbadon dando um sorriso de canto - Que tal acharmos o Acampamento antes que apareçam monstros? -

– É melhor irmos para o lado contrário de onde estamos indo, deve ser por lá - Afirmou Lucas -

– Subam! - Falou Abbadon com um sorriso estampado em seu rosto -

Ela parecia realmente muito feliz de ter encontrado companheiros de viagem, tinha quatro lugares no trenó. Subimos lá, ela mexeu a corda e os lobos logo deram meia volta e correram. Os lobos iam tão rápido que o vento ficava em nossos rostos, os pingos da chuva ficavam mais forte e era quase impossivelmente é ver o caminho. Cheryl escondeu seu rosto no casaco de Lucas, os dois estavam nos bancos de trás do treno e eu ao lado de Abbadon nos primeiros bancos. No final da escuridão da floresta, o fogo de duas tochas

iluminavam o gigante portão do Acampamento. Fiquei encantado com aquela cena, nunca tinha visto algo tão belo.

– Acho que chegamos - Disse Abbadon descendo do treno e soltando os lobos da corrente -

– Ei, vai largar eles na floresta? - Perguntou Lucas descendo do trenó -

– No Acampamento não tem espaço para lobos ferozes como eles três, mas vão achar comida, um abrigo, terem crias e viverem felizes. Não quero que eles passem pela mesma coisa que todos nós passamos.

– Como assim? - Perguntou Cheryl descendo do trenó cruzando seus braços -

– Somos filhos de deuses, podemos querer, mas, nunca, nunca vamos viver uma vida normal - Respondeu Abbadon colocando sua toca e andando até o portão -

Respirei fundo, olhei para o chão, coloquei minhas mãos no bolso do casaco seguindo Abbadon. Passamos pelo portão, Cheryl ficou olhando para a chama nas tochas.

Lucas tocou no braço de Abbadon antes de entrar e disse algumas coisas.

– Abbadon, muito obrigado. Sério, estávamos perdidos e não chegaríamos aqui por nada sem a sua ajuda.

– O que importa é que estamos bem, relaxa.

Ele deu um sorriso, colocou seu braço em volta do pescoço de Abbadon e os dois passaram pelo portão. Fiquei em pé com Cheryl do meu lado esperando os dois, assim que chegaram nós quatro andamos um do lado do outro até a Casa Grande. Corri até a porta de lá para ser o primeiro a chegar, - queria mostrar para Quíron a quantidade de campista que eu tinha conseguido naquele dia. Quando abri a porta vi Will com sua mão no ombro de Emma que ao seu lado tinha uma menina loira com cabelos cacheados abraçada com outro loiro, dois gêmeos, uma menina não muito alta e outro menino. Todos adolescentes.

– Olá Quíron - Disse eu ao abrir a porta. Olhei para os lados um pouco tímido, todos olharam para mim, inclusive Emma -

– Olha, ele voltou - Murmurou Emma revirando seus olhos -

Coloquei minhas mãos no bolso da calça jeans e fui andando vagarosamente para frente de Quíron. Cheryl, Lucas e Abbadon foram juntos comigo.

– Eu vi que você reconstruiu o portão e colocou tochas novas. Ficou muito bonito - Disse sorrindo para causar uma boa impressão -

– Sejam todos Bem - Vindos. Quero agradecer pelo trabalho de Will, Emma e Gary por terem...

– Agradeça a Abbadon. Foi ela que nos trouxe para cá, não eu - Interrompi Quíron -

– Abbadon? - Perguntou Quíron -

– Sim, ela é filha de Hefesto. Nos trouxe com seu trenó - Disse para Quíron, percebi também que os gêmeos olharam para ela -

Quíron deu um sorriso de canto, olhou para Abbadon e disse:

– Obrigado Abbadon, pela sua ajuda. Bom, eu estava vendo a quantidade de pessoas que ficarão nos Chalés..

– Esperem. O que são Chalés? - Interrompeu Cheryl olhando para os lados descruzando seus braços -

– São dormitórios que cada campista dorme. Sou filha de Atena, vou dormir no chalé 6 com meu irmão em camas separadas. Esse é o propósito dos Chalés - Disse Emma colocando sua mão no ombro do menino de cabelo castanho ao seu lado -

Moreno? Sim, não fui o único a me perguntar se existiam filhos de Atena com cabelos castanhos. Quíron tentou distribuir seus olhares para todos nós na sala.

– Temos 12 campistas, ou seja, somos como um time. Quero que vocês, os iniciantes, convivam com paz e harmonia. Aqui tem um papel onde tem o número do chalé e depois uma certa quantidade de linhas que são para vocês escreverem seus nomes. Estamos conferindo o Chalé 7, então... - Perguntou Quíron segurando uma pena com a ponta suja de tinta para escrever em suas mãos - Quem vai ser o primeiro?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rise Of Olympus - Primeira Temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.