Enquanto você dança escrita por Raissa Vilas Boas


Capítulo 8
7 - Jasper... Cullen (?)


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Alguns mistérios sendo resolvidos...outros mistérios se iniciando... o que estão achando?



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Edward POV

 

Já estava chovendo quando Jasper começou a explicar sobre o que encontrara sobre o seu passado. A pasta preta parecia pesar toneladas em sua mão, de tão firme que ele segurava.  

— Foi a Isabella quem me disse para procurar esse cara, que ele teria pistas sobre o orfanato - Ele disse, pausando para tomar um copo de água que eu havia oferecido.

Eu sabia! Então era isso que eles estavam escondendo aquele dia de mim. Mas porque uma menina que estava sequestrada, daria informações valiosas a um de seus sequestradores?

— Porque ela ajudaria você? - Perguntei. - Você prometeu soltar ela depois disso?

Jasper trincou os dentes e me olhou sem mover a cabeça.

— É claro que não! Eu não pedi ajuda nenhuma. Ela que me contou sobre isso quando eu falei sobre o orfanato - Explicou - Continuando... Esse antigo funcionário que trabalhava lá, me contou que o incêndio não foi acidente Edward. Foi proposital.

E então entendi o porque ele estava tão nervoso. Todos esses anos ele pensara que havia perdido todos os seus laços e informações a respeito de sua família por conta de um cigarro que não foi apagado direito.

— E como aconteceu esse incêndio? - Perguntei

— Ninguém sabe direito. Mas a perícia confirmou que havia gasolina em algumas fichas de registro, mas isso nunca foi noticiado. - Ele explicou - E no laudo da perícia consta que o fogo começou em dois lugares diferentes. Não foi o cigarro.

— Mas por que não foi noticiado? - Questionei.

Em todos os jornais daquela época, estava escrito apenas que um incêndio acidental havia queimado alguns arquivos por conta de um descuido de um funcionário que jogara o resto do cigarro no chão. E na confusão que se conformou para apagar o fogo, muitas crianças fugiram, algumas se machucaram. O funcionário foi demitido e os documentos queimados jamais foram recuperados.

Jasper trincou os dentes, tenso. Ele olhou para mim como se pudesse dizer através dos pensamentos, e levantou uma sobrancelha.

A expressão dele fez um estalo no meu cérebro, clareando alguns pensamentos que eu mesma estivera obrigando-os a ficar escondidos. Fazia sentido, mas não fazia ao mesmo tempo. Eu sabia porque não havia sido noticiado, quem havia impedido os jornais de relatarem os resultados da perícia. Mas não podia ser...

Sempre que qualquer um de nós era flagrado por alguma câmera, algum jornalista, ou qualquer pessoa que pudesse nos denunciar, Peter impedia. Na maioria das vezes era Jacob, que gostava de andar no trilho de trem... pois sempre gostara de se aparecer mais do que o recomendado em todas essas missões.

E então Peter entrava em ação.

Ele tinha contatos na polícia, nos jornais, no tribunal. Ele costumava dizer que não havia boca que não se calava, se um bom dinheiro estivesse em jogo. Ele sempre escapara às custas de suborno.

Mas porque Peter não queria que isso viesse a público? Qual era a relação dele com esse orfanato? A não ser...

— Jazz, o que tem nessa pasta? - Perguntei, sério.

Ele abriu a pequena pasta preta, com as mãos ainda trêmulas e sem jeito. Retirou vários papéis e foi folheando um a um.

— Todos esses arquivos foram queimados também - Ele explicou - Mas o orfanato estava digitalizando os documentos aos poucos, pra ficar registrado no computador. Essas folhas foram as poucas que conseguiram digitalizar antes do incêndio. Mas foi o suficiente - Ele concluiu, me entregando uma folha e olhando pra mim, atento.

Era a ficha dele. 

Havia o nome do orfanato em cima, com os endereços e informações básicas.

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JASPER CULLEN

Entrada no orfanato: 23/07/1995

Adotado por: Peter Cullen    23/07/1995

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— Você foi adotado no mesmo dia que entrou no orfanato? - Perguntei.

Tudo aquilo estava muito estranho e sem sentido.

— Sim. Peter sempre disse que se encantou comigo na mesma hora que me viu, mas isso não deixa de ser estranho, pois existe toda a burocracia de um orfanato, e essa ficha parece ter sido redigida à mão. Mas Edward, o pior não é isso - Ele falou, calmamente. - Olhe na área da família biológica.

Passei os olhos rapidamente por todo o papel até encontrar a área destinada as informações da família biológica.

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PAI BIOLÓGICO: *NÃO INFORMADO*

MÃE BIOLÓGICA: RENEÉ HALE SWAN

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Meu coração parou de bater por um momento.

E quando voltou, batia tão forte que parecia que ia sair do peito.

SWAN.

— Jasper! O que significa isso? - Quase gritei, frenético— Swan?? Quem é essa mulher? - Perguntei, mesmo já sabendo a resposta.

— A ex esposa de Charlie - Ele disse, respirando descompassado e apoiando a cabeça nas duas mãos enquanto agarrava os cabelos. - A mãe da Isabella, Edward. A menina é minha irmã! - Ele disse a última frase tão baixinho, que se eu já não soubesse a resposta, não teria entendido nada.

Foi como se o mundo girasse a minha volta, e eu estivesse perdendo os sentidos. Minha boca ficou seca e deixei a pasta cair sobre os meus pés. Todos os papéis se espalharam pelo chão.

— Você acha que isso pode ser verdade, Jasper? - Perguntei, sem saber ao certo se queria que fosse sim ou não - Você disse que a ficha parecia ser redigida a mão.

—  Eu sinto que é verdade, Ed. Eu nunca levei jeito pra essa vida, você sabe. Nunca pertenci a esse mundo. E eu nunca quis machucar a garota, mas eu nunca soube o porquê. Agora eu sei. - Ele disse, meio perturbado mas quase como se quisesse sorrir - Deve ser por isso que ela me estranhou logo no início da missão. Ela, de algum modo, me reconheceu.

E então eu lembrei sobre o que dera errado no início da missão, a desconfiança de Isabella, a forma como Jasper falava com ela... Jasper, assim como eu, não gostava de participar das missões de Peter. Mas não tínhamos escolhas, só o que podíamos pedir era ficar na parte menos violenta da situação.

— Ela reconheceu você? Ela sabe que tem mais um irmão? - Perguntei.

— Provavelmente não - Respondeu - Não tenho informações sobre meu pai biológico, então pode ser que eu seja apenas irmão por parte de mãe. Ela disse que tem mais uma irmã, Rosalie, e uma que fora adotada, Alice.

Ainda estava tudo muito confuso, e eu estava sem saber o que fazer. Achar os pais de Jasper foi nosso objetivo por muitos e muitos anos. Eu e Emmet fomos a vários  lugares procurando pistas e nunca encontramos nada... E tudo porque meu pai estava escondendo isso da gente.

—  Porque será que Peter esconderia isso? Será que ele sabe que sou irmão dela? - Jasper perguntou.

Não era assim que eu imaginava aquele momento. Por muito tempo imaginei como seria quando finalmente achássemos os pais de Jasper, a festa que faríamos, como iríamos comemorar... Emmet foi adotado quando tinha 12 anos. Peter o achara dormindo na rua, e seus pais o haviam abandonado. Para Emmet, quem quer que tenha sido sua verdadeira família, não era digna de seu afeto e sua preocupação, pois o tinha abandonado. Ele não tinha interesse em saber.

Mas Jasper procurou por isso a vida toda, e quando finalmente descobriu, foi da pior forma possível. Ele estava literalmente no meio do fogo cruzado entre as duas famílias. Eu odiaria desapontá-lo ainda mais, mas precisava ser franco:

— Eu acho que ele sabe, sim. E acho que tem algo a mais que ele não está nos contando. - Respondi, olhando pra Jasper. - Precisamos descobrir, o que pretende fazer agora?

— Eu não sei, não sei o que fazer. Mas não pretendo contar pra ela— Ele disse, olhando para a porta do quarto onde a menina dormia - E nem pra Peter, não agora - Ele disse, me olhando atentamente nos olhos - Por favor Edward, sei que ele é seu pai, mas preciso de um tempo pra decidir o que fazer - Pediu.

— Fica tranquilo, não contarei nada a ninguém - Respondi. - Não importa que Peter seja nosso pai. Ele faz muitas coisas erradas que nós sabemos, e nem por isso passamos a mão na cabeça dele. Ele ainda tem que explicar aquela história sobre matar a avó da Isabella.

Ele assentiu, perdido em seus pensamentos.

Provavelmente estaria pensando sobre a avó de Isabella, a avó que, se tudo fosse verdade, era dele também. Uma avó que ele nunca poderia conhecer.

Eu queria poder ficar feliz por Jasper. Ele finalmente tinha achado a sua família que procurou por tanto tempo... mas as circunstâncias eram horríveis demais para se comemorar.

A chuva estava quase parando quando escutamos o bip do meu celular recebendo uma mensagem. Ambos, Jasper e eu, nos assustamos com o barulho repentino. Ergui o celular para verificar a mensagem, e Jasper olhou por cima do meu ombro, lendo a mensagem em voz alta:

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De: Peter

Para: Edward

Edward, preciso de mais fotos da menina. Vou enviá-las todas essa semana, então capricha. Machuque o rosto dela, se for preciso. 

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Assim que leu, Jasper se levantou num solavanco que me fez derrubar o celular.

Você não pode machucá-la! - Ele disse, exasperado - Eu não vou deixar. Ela é minha família! Mesmo que eu ainda não esteja entendendo nada do que está acontecendo, não vou deixar fazer isso. - Ele disse, se colocando entre eu e a porta de Isabella

Engoli em seco temendo o que poderia acontecer se não mandasse logo essas fotos pra Peter. Machucar a única família que meu irmão havia encontrado era cruel, e além disso, eu não queria machucar Isabella, nunca quis. Muito mais contente do  que se tivesse tomado a decisão contrária, respondi a Jasper:

— Eu não vou tocar nela - Prometi. - Mas precisamos pensar em alguma coisa pra enrolar o Peter. E rápido.

 


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Notas finais do capítulo

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