Enquanto você dança escrita por Raissa Vilas Boas


Capítulo 5
4 - Fome


Notas iniciais do capítulo

oi Gente!
Eu sei... Ja fazem 5 anos desde a última atualização da fanfic.
Infelizmente não tinha tempo, e depois acabei me esquecendo completamente dela.
Tentarei atualizá-la sempre que possível.

Comentei o que esperam/querem que aconteça nos próximos capítulos.

Beijos e boa leitura!



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POV Edward.

Seria cômico se não fosse trágico.

Eu estava agora na frente do espelho arrumando novamente o curativo da minha sobrancelha. Alem da bochecha vermelha, marcada pelos dedos da Swan, o tapa ainda tirara o curativo e abrira novamente o corte em minha sobrancelha, causado pelo soco de outrora.

Ela tinha a mão pesada!

Fitei meu rosto no espelho, observando as manchas roxas, que já estavam cicatrizando. Era para ela estar marcada desse jeito, não eu. Peter já estava cobrando fotos e vídeos de sua situação, mas eu nada tinha conseguido fazer a respeito.

Eu não conseguia machuca-la. Era parecia tão indefesa, tão necessitada de proteção! Eu ri de mim mesmo ao pensar nisso, enquanto me lembrava do que a pequena já fizera a mim, era só olhar para perceber. Puxei meus cabelos, grunhindo, enquanto tentava pensar em alguma solução. Estava ficando louco!

— Ei mano, o que aconteceu? A pirralha ta eufórica lá no quarto, gritando tanto que não sei se tenho mais tímpanos. Não me lembro dela ter gritado desde que a trouxemos para cá – Emmet disse, entrando no banheiro, e se encostando a um pilar.

Era verdade. Eu podia ouvir os gritos da menina daqui, mas felizmente consegui ignorá-lo.

— Não sei, ela é louca. – Desconversei, enquanto lavava as mãos.

Ergui o rosto e através do espelho pude ver Emmet sorrindo malicioso.

— Olha, ela está gritando que você a atacou. Mandou bem Ed, estava pensando se você não poderia dividir...

— Eu só a beijei e ela já surtou. Estou cansado e não pretendo viola-la, Emmet. Passe o celular, por favor. – Pedi.

Emmet buscou o aparelho dentro do bolso de sua jaqueta e entregou a mim. Percebi que ele pretendia ficar, curioso como sempre, mas fiz um gesto com a mão pedindo para que ele saia.

Eu estava cansado e precisava suprir algumas necessidades, já que a Swan se provara difícil. Como sequestrador, eu poderia muito bem conseguir a força o que queria quando bem entendesse, mas a ideia parecia tão horrorosa para mim. Estuprador. Não queria mais isso na minha lista pessoal.

Busquei o numero na agenda e disquei, ela tendeu no segundo toque.

— Amor, que saudades – Sua voz ela melodiosa e levemente rouca. Sorri antecipando o que logo mais aconteceria.

— Tânia. Está livre hoje a noite? – Perguntei, sem rodeios.

Com a Tania não precisava paparicar. Ela bem sabia o que eu queria, e ela queria também. Isso poupava muito de meus esforços. Era só ligar e ela prontamente me atendia. Jasper a chamava de puta, eu não a via assim. Era só uma mulher bem resolvida e pratica, que gostava de sexo. Bom,  e eu também.

— Sabe que sempre estou livre pra você, Ed. – Ela respondeu, melosa. – As 7:30h, no Restaurante Viello?

— Não. Venha no depósito, não estou podendo sair daqui. Te esperarei no mesmo horário – Respondi e desliguei.

O constante silencio então me chocou. A Swan havia parado de gritar.

Curioso, caminhei até o quarto e percebi que a porta não estava trancada, estava apenas encostada.

Meu coração parou por alguns momentos e senti a temperatura do corpo subir. Havia dado tanto trabalho para a sequestrarmos, se ela fugiu...

— Apenas pense no que te disse. – A voz feminina se fez ouvir.

— Ok, logo trarei sua comida Isabella. – Ouvi Jasper responder, e em seguida ele caminhou até a porta. Não deixei de mostrar que eu estava ouvindo, cruzando os braços e deixando Jasper trancar a porta para falar:

— Ela pediu para você a soltar? Jasper, se você fizer isso, Peter vai ficar louco, não pode...

— Não seja idiota Edward, sabe que eu não faria isso. Muito menos ela me pediu isso – Respondeu, sério.

— Então o que ela lhe pediu? - Insisti.

Ele deu de ombros

— Carne, comida de verdade, e água. Não manteremos ela viva até Peter voltar se a alimentarmos mal. - Ele disse, me olhando seriamente.

Ele sabia que eu não havia acreditado, mas que uma hora ou outra eu descobriria. Não ia insistir nisso por enquanto, eu tinha coisas pra acertar.

— Isabella? - A chamei, enquanto abria a porta.

Ouvi passos apressados pela porta, e quando entrei, observei a pequena figura enrolada na coberta suja, na extremidade mais distante da cama, tentando ficar o mais longe possível de mim. Seu lábio inferior tremia levemente, e sua mão direita segurava firme a cabeceira da mão, até todas as articulações dos dedos ficarem completamente brancos.

Revirei os olhos. Não era possível que só agora ela estaria demonstrando medo.

— Nós te sequestramos - Falei atentamente e pausadamente pra ela entender cada palavra - Matamos sua família - Disse enfaticamente, embora não fosse EU que tivesse feito essa última parte. - E o que faz você ficar com medo, é um beijo? - Perguntei, incrédulo.

Ela mordeu os lábios e respirou fundo antes de responder:

— Se você ousar encostar em mim de novo, eu juro...

— Eu não sou esse tipo de pessoa - A interrompi, firme. Eu não sabia se estava falando isso pra ela ou pra mim mesmo.

Eu era esse tipo de pessoa? Por alguns segundos refleti sobre o assunto, lembrando de todas as oportunidades que tive para ser o que ela mencionara. Estuprador. Assassino.

Não. Eu não era.

Eu sabia que estava muito longe de ser uma boa pessoa. Mas esse peso eu jamais carregaria comigo.

— Não parece que não é - Ela disse, baixinho, olhando para os dedos enquanto esfregava uma pequena mancha na coberta puída.

E ela tem razão. Não parece.

— Você parecia estar gostando do beijo tanto quanto eu - Falei, mais para desviar o assunto sobre minha índole questionável, do que para realmente provocá-la.

Ela ficou em silêncio por tanto tempo que não tive certeza se havia escutado ou não. Mas quando levantou o rosto estupefado, com os olhos arregalados, não havia dúvidas de que a tinha provocado.

— Como ousa seu filho da... - Ela vociferou. E só não concluiu a  frase porque Jasper entrou no quarto, trazendo comida e água.

— Não tinha carne, mas consegui umas batatas, serve? - Jasper perguntou, enquanto entregava o prato com bastante comida para a garota.

Ela nem deu atenção mais para nossa recente briga, nem pro rato que tinha acabado de passar no corredor, e nem pro jasper que pela primeira vez estava sem camisa perto dela, e isso de fato era novidade, já que Jasper tinha muitas marcas no corpo que deixariam qualquer pessoa perturbada.

Não, ela não ligou para nada disso. Sua atenção estava toda na comida, enquanto ela devorava tudo, com as mãos sujas, sem deixar cair nada no chão. Comia tão rápido que mal dava tempo de mastigar.

Eu conhecia bem essa sensação. A fome.

Meu estomago embrulhou ao lembrar daqueles tempos difíceis onde não tínhamos comida por semanas... E então de súbito, tão rápido quanto a comida descia para o estômago de Isabella, decidi que não a deixaria mais com fome.

Arranjaria alguma forma de burlar as fotos encaminhadas a Peter, e depois me entenderia com ele. Mas a menina não sofreria mais, pelo menos não de fome.

 


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Não deixem de comentar por favor!



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