POV´S KATNISS

– Onde você acha que vai? – pergunta Cashdela me barrando na porta

– Você é tão inteligente, se está no horário da saída, pra onde mais eu iria? Pro laboratório? – ironizo

– Fica assim agora, mas depois verá o que eu vou fazer.

– E quem irá me impedir de fazer algo? Você? Não me faça rir – provoco-a

Ela estala os dedos e surgem mais algumas meninas na porta, todas as cadelas fieis a sua dona.

– Agora! – grita ela

Dizendo isso, elas vêm pra cima de mim. Uma me prende por trás e outra pela frente.

– Agora você pagará o preço por mexer com Cashmere – dizendo isso ela vem andando lentamente e com um sorriso sádico no rosto.

Ok, agora eu me ferrei.

POV´S PEETA

Após a aula, saio e já estou indo pro estacionamento pegar meu carro quando lembro que Kat está de castigo, sem moto. Provavelmente ela irá ter que pegar um ônibus ou um táxi pra ir até minha casa. Então decido voltar pra sala, pra chama-la pra comer lá em casa e após isso, fazer o trabalho.

Volto para o corredor da sala e este estranhamente está cheio. Todos riem de alguma coisa. Quando chego mais perto, vejo a Kat toda suja de tinta e farinha. Todos estão filmando e tirando fotos.

A Kat, por mais estranho que pareça, não está chorando ou chateada. Está com um olhar de fúria. Corro até ela.

– Kat, o que aconteceu com você? Quem fez isso?

– Depois te conto, mas agora, se me der licença, vou ao banheiro tentar me limpar.

Ela caminha até o banheiro e entra, me deixando sozinho com a multidão de alunos, que ao ver que o show acabou, vai se dispersando.

Mas como todo mundo estava aqui sendo que era o horário de saída? Como reposta, sinto meu celular tremer e postarem no facebook o vídeo dela. Vejo que há uma mensagem. Quando vejo, não acredito. Tinha sido enviada a uns cinco minutos atrás e chamavam todos pro corredor pra um “espetáculo,” que no caso era a Kat.

Depois de uns 10 minutos, a Kat sai do banheiro ainda toda suja, porém conseguiu se livrar um pouco da farinha.

– Vem, eu te deixo em casa – falo pra ela

– Tudo bem. Nenhum ônibus deixaria eu entrar mesmo.

Ela me fala o endereço e em 15 minutos chegamos na casa dela.

– Olha, brigada mesmo. Eu vou pra sua casa lá pras duas da tarde – agradece ela

– Tudo bem; você quer que eu te espere?

– Não precisa, Peeta. Ta tudo bem.

– Ok. Tchal

– Tchal

Ela desce do carro e caminha ate a sua casa e eu vou embora.

POV´S KATNISS

Não acredito que a Cashdela fez isso!

Depois que elas me prenderam, começaram a jogar tinta e farinha em cima de mim. Depois, além de me filmarem, ainda chamou a escola toda pra me humilhar. Tudo isso porque defendi a Jo naquele dia. Quem ela ta achando que é? Isso não vai ficar assim. Não vai mesmo.

Vou direto pro chuveiro, tomo um demorado banho e depois de limpa, vou ver o que posso fazer com as roupas, que estão tipo, muito sujas. Coloco-as pra lavar e vou comer.

A Prim não está em casa. Já deve ter ido pra casa da Rue.

Termino de almoçar, limpo as coisas e pego minha mochila pra ir pra casa do Peeta.

Já estou saindo de casa, quando uma Prim suada e esbaforida entra em casa e grita já subindo as escadas:

– Vou pro clube com a Rue e vim pegar minhas coisas, talvez eu demore, pode deixar a chave em cima da mesa que eu tranco a porta!

– Ta bom

Nessa hora o telefone toca. Pronto. Agora todo mundo vai me ligar.

– Alô – falo com mau humor

– Alô. É da casa dos Everdeen?

– Sim. Quem é?

– É do hospital Apolo. É para avisar que os exames de Clara Everdeen estão prontos.

– Quais exames exatamente?

– Os de suspeita de diabetes. Quando você vem pegar?

– Bem, eu vou amanhã. Obrigada. Tchal.

– Tchal.

Então minha mãe está com suspeita de diabetes? E não me falou nada. Bem, de qualquer forma, amanhã irei saber se ela está ou não.

Saio de casa preocupada com ela. Tento achar o endereço que Peeta me passou e acho rapidinho. Só que não mesmo. Eu fiquei uns quarenta minutos rodando, pedindo informação pra tudo que é gente e só depois de uns quarenta minutos, acho o endereço.

Aquilo não é uma casa! É uma mansão enorme!

Peeta é rico e nem por isso sai se exibindo por ai. Isso realmente foi uma surpresa. Se bem que daria pra saber pelo carro dele, mas como eu estava com muita raiva aquela hora, nem prestei atenção.

Vou até o portão e toco o interfone. Me deixam entrar então vou até a porta, onde há uma senhora me esperando com um sorriso de orelha a orelha.

– A garota! – ela grita, mas logo depois coloca a mão na boca. Estranho. Vendo que eu fiquei confusa, ela se desculpa:

– Desculpa. Você veio fazer um trabalho com o Peeta, não é? Então você deve ser a Katniss – ela estende a mão a qual eu aperto.- Eu sou Mags, a governanta da casa. Pode entrar.

– Obrigada.

Entro na enorme casa e ela fala:

– Bem, o Peeta está na piscina, que fica ali – ela aponta pra uma daquelas portas de vidro que dão para o jardim – Desculpa, mas você poderia ir lá chama –lo? Estou com um bolo no forno e tenho que ir ver.

– Tudo bem, eu vou lá chama-lo.

Ela entra vai pra cozinha e eu vou chamar o Peeta. Quando chego até a piscina, o vejo nadando como se fosse a ultima vez. Fico observando por um instante até que ele percebe e sai da piscina.

Meu Deus! Peeta tem um corpo tipo... modelos ficariam com inveja. Foco, Katniss, foco.

Ele olha pra mim e acho que percebeu que eu estava olhando-o. Fico vermelha.

– Oi. Desculpa, eu não tinha te visto antes.- ele fala

– Oi, não tem problema, ta tudo bem

– Eu vou me trocar e já volto.

Ele entra na casa e alguns minutos depois, sai com uma bermuda e uma camiseta regata.

– Então, você já teve alguma ideia? – ele pergunta.

– Não, e você?

– Eu tinha visto uma musica, mas desisti porque só daria pra tocar com banda.

Uma ideia me ilumina e falo:

– Já sei. Mas antes você poderia me mostrar qual musica é?

– Tudo bem. Vamos pro meu quarto.

Nós vamos até o quarto dele e ele coloca uma musica pra tocar, que é muito legal: https://www.youtube.com/watch?v=eQctVDvIFWg

– Já sei! A gente podia juntar com a Johanna e o Gale! – falo. A Jo ficou com o Gale.

– Boa ideia. Vamos chamar eles. Hoje é o dia de folga da Jo não é? Liga pra ela – Peeta falou já animado

Pego meu celular e ligo pra Johanna

Ligação on:

– Alô Jo?

–Oi kat, sua vaca, tudo bem?

– Você já fez o trabalho do Cinna?

–Ainda não, porque?

– Então vem pra casa do Peeta, você e o Gale pra gente juntar tudo.

– Uma banda?

– Sim, vem logo. Você toca guitarra né?

– Sim, gostei da ideia, to indo com o Gale.Xau

– Xau.

Ligação off.

– Ela vem? – pergunta Peeta

– Vem com o Gale.

– Ele toca bateria?

– Não sei, mas tenho quase certeza que sim.

– Então vamos pra sala de musica.

Ele me leva até uma sala que tem uma bateria, baixo, guitarra, violão, caixas de som, amplificador, uma mesa e um notebook.

–Nossa, não sabia que você tocava tudo isso – falo surpresa

– E não toco. Meu irmão tem uma banda e eles deixam o equipamento aqui.

– Ele não vai ligar se a gente usar?

– Não. Eu acho.

Nós entramos e nos sentamos em um sofá que eu nem tinha percebido estar ali. Peeta pega um notebook que estava ali numa mesa e começa a procurar as notas da musica na internet.

– Oi gente! – fala Gale

– E AI CASAL?! – grita Jo

Olhamos pra ela como se ela fosse louca.

– Casal?

– Sim, não vê o jeito que estão?

Eu e Peeta nos ao mesmo tempo. Nós dois debruçados em cima do computador, bem próximos. Coramos e Jo fala:

– Calma povo, não precisa ficar nesse constrangimento todo, sabemos que vocês estavam...

– Jo! – grito interrompendo-a

– Calma aê – diz e levanta as mãos em redenção

– Vamos tocar qual música? – Gale pergunta

– Desperate, da fireflight- Peeta responde e mostra pra eles.

– Gostei – fala Jo quando a musica termina

– Eu também – Gale – Quem vai tocar cada instrumento?

– Eu toco guitarra – fala Jo

– Eu também – fala Peeta – Eu toco o solo e você a base. Pode ser?

– Pode – responde Jo

– Eu fico na bateria – Gale

– Bem, falta uma cantora. Só sobrou você, Kat - Peeta

– Tudo bem. Mas eu também vou tocar. Vou tocar baixo. – eu falo

Então Peeta vai até uma guitarra, começa a tocar igual ao cara, todo mundo vai pro seu instrumento e começa a tocar e cantar perfeitamente bem, igual hight school musical. Mentira. Após Peeta mostrar as notas pra todos, tentamos tocar uma vez. Como o esperado, não conseguimos tocar muito bem. Colocamos o Peeta e a Jo como vocal de apoio.

Ficamos a tarde toda ensaiando até que a Jo fala:

– Cansei! Não dá mais

– Verdade. Minhas mãos já estão doendo – fala Gale – outro dia ensaiamos mais.

– Ok então, vamos comer alguma coisa que meu estomago esta roncando. – Peeta

– Reclamam mas não é vocês que estão quase roucos – eu, que estou quase rouca.

– Vamos logo, gente – chama Peeta.

Vamos pra sala e Peeta tem uma ideia:

– Vamos ver um filme?

– Qual? – pergunta Gale

– O motoqueiro fantasma, invocação do mal, sei lá – fala Jo

– Não gosto de terror – falo – Vamos ver divergente.

– É de ação? – pergunta Gale

– Sim –respondo

– Então vamos ver esse mesmo – fala Peeta.

Peeta pede pipoca, refrigerante e brigadeiro porque eu pedi pra ele pedir brigadeiro.

Sentamos todo no sofá e o filme começa. Senta Gale na ponta esquerda, Jo do seu lado, eu do lado da Jo e Peeta na ponta direita do meu lado.

O filme é super legal, tava numa das partes mais legais quando o Gale pede pra pausar:

– Gente, desculpa, mas tenho que ir, já são nove e meia.

– Eu vou com você e aproveito a carona. Eu não quero ficar de vela sozinha.

– Que vela, Jo? – pergunto irritada com essa implicação.

– Olha como vocês estão – ela fala

Vejo como está a situação. Eu estou com a cabeça encostada no braço de Peeta, que está com o braço em torno de mim. Não tinha percebido isso acontecer. Apenas uma parte que eu estava tentando encontrar uma posição confortável e achei onde encostar minha cabeça pensando que era uma parte do sofá. Ficamos constrangidos com a situação. Já é a segunda do dia.

– Tchal povo! – grita Jo e Gale já indo embora.

Nós voltamos a ver o filme e quando terminamos, vejo que já são dez e meia, mas valeu a pena.

– Bem, eu já vou indo. Vou ir pegar minha mochila. – falo e vou até o quarto dele e pego minha mochila. Percebo meu celular tremer e vejo que é uma mensagem:

Oi linda

Peraí, ninguém me chama de linda.

Eu vou precisar ficar de plantão no hospital hoje e não volto pra casa. Você pode pegar a Prim na casa da Rue amanhã?

Beijos,

Mamãe

Ah, ta explicado, por isso o linda.

Procuro minha chave na minha mochila, mas não a encontro. Ai, eu to ferrada. Não tem ninguém na minha casa e estou sem chave.

Desço de volta pra sala e eu deveria estar com uma cara de assustada, pois Peeta pergunta:

– Está tudo bem?

– Não muito. Minha mãe está de plantão no hospital onde ela trabalha e minha irmã foi dormir na casa da amiga dela. O ruim disso é que eu deixei a chave com a Prim e agora não tenho com entrar em casa.

– Bem, você pode dormir aqui. Eu peço pra alguém limpar o quarto de hóspedes.

Ele vai chamar alguém para limpar o quarto. Cinco minutos depois ele aparece.

– Bom, por causa do horário, todos já foram embora, então não tem ninguém para arrumar e limpar o quarto.

– Então?...

–Você pode ficar no meu quarto, eu durmo aqui na sala.

Sem eu responder ele me puxa até seu quarto e me deixa lá. Depois ele aparece com um pijama feminino e estende pra mim:

– É da minha prima. Ela sempre esquece algumas roupas aqui.

– Brigada.

– Você pode tomar banho aqui – ele aponta pra uma porta que está no quarto dele – Eu tomo banho no banheiro principal

– Está bem.

Vou para o banheiro e tomo um banho rápido. Saio secando meu cabelo com a toalha que ele me deu. Vejo um colchão ao lado da cama e já estou indo me deitar nele, quando Peeta entra no quarto:

– O que você esta fazendo?

– Indo dormir

– Mas no colchão?

– Onde mais seria?

– Você dorme na cama, eu que durmo no colchão.

– Mas Peeta, a casa é sua, eu durmo no colchão

– Nada disso.

Ficamos nessa discussão boba ate que eu aceito dormir na sua cama e ele deita no colchão.

Quando estou indo dormir, percebo que está chovendo.

Ah não.

POV´S PEETA

Vou deitar no colchão que eu consegui achar num quarto de hóspedes, que por sinal estava uma bagunça, pois fazia tempo que nós não usamos.

Durmo pensando no que aconteceu hoje.

Kat, você

Sou acordado por gritos e só então percebo que estava sonhando com a Kat e que ela está gritando de verdade.

Subo na cama, então percebo que ela está tendo um pesadelo. Acordo – a e ela leva um susto.

– Calma, calma, foi só um sonho, relaxa – digo tentando acalma-la

– Desculpa, Peeta.

– Não tem problema. Bem, vou voltar pro colchão.

– Você pode ficar? – ela pede, como se fosse uma criança desamparada.

POV´S KATNISS

Ele deita do meu lado e coloco minha cabeça em seu peito e ele coloca seu braço em torno de mim. Ouço ele falar “sempre” em resposta ao meu pedido.

Depois, consigo finalmente dormir.

Acordo com algo quente batendo contra o meu rosto. Deve ser o sol. Devo ter esquecido de fechar a janela ontem.

– Bom dia – ele sussurra em meu ouvido

– Bom dia

– Peeta Mellark, o que significa isso?! – uma voz masculina ecoa no quarto.

Vejo um homem e uma mulher parados na porta.

– Essa é sua namorada? – pergunta a mulher

Namorada??!! Whatss?

No. Que. Eu. Fui. Me. Meter.