Clary POV

Posso dizer que o que contarei a seguir em alguns momentos me fez querer vomitar; não agüento dramas, – por mais que minha vida tenha virado um filme dramático – rio de palavras fofas e gestos de “amor” , por mais que por dentro eu saiba o que eles significam. Ficar sabendo dos últimos acontecimentos me fez sentir uma idiota, mudando os sentimentos a cada segundo. Eu estava naquele maldito dilema : Não sabia se ria ou se chorava.

Pois bem, vamos parar de jogar conversa fora e ir logo ao que interessa: “DJ, CHAMA O FLASHBACK!”

*FLASHBACK ON*

Lá estava eu vendo Flash- A Série a uma hora da manhã na sala, comendo uma panela de arroz, quando uma galinha polaca aparece do pé da escada se dirigindo para a cozinha. A polaca pega um prato e uma colher, senta do meu lado e começa a pegar o arroz da minha panela transferindo-o para seu prato. AGORA ELE SE FUDEU!

–O QUE TU PENSA QUE TA FAZENDO? – Jace arregala os olhos com o susto mas rapidamente volta a tirar arroz da MINHA panela.

–Tira os dedos do meu arroz – Arranco a mão dele do meu precioso arroz.

–Eu quero arroz! – Ótimo, agora ele virou bebê.

–Não me interessa, se tu quiser vai fazer que eu vou pro MEU quarto comer o MEU arroz.

Ia saindo quando ele me chama:

–Espera, Clary! Desculpa, desculpa, juro que não pego mais seu arroz – Não acreditei muito no que ele falou e já ia colocando o pé na escada quando ele recomeça a falar:

–Clary, precisamos conversar – Ai meu Deus, agora essa peste acha que eu vou fazer o que ele quiser? Ele quer dar ordens? Serio isso produção?

– Aham Jace, vamos sentar e conversar- Quando um sorriso começou a se formar em seu rosto eu continuo- E depois vamos nos beijar e falar coisas fofas um para o outro enquanto assistimos Rei Leão. Vai sonhando, Jace.

Virei as costas e fui para o meu quarto. Olhei no relógio e me espantei quando vi que eram apenas uma e meia da manhã. Deitei na cama e terminei de comer minha panela de arroz, logo depois cai no sono.

***

Duas e meia. Quem foi o desgraçado que me acordou as duas e meia da manhã? Se você pensou no Jace esta completamente errado, era Maia. Ela tinha ido a uma festa e voltara completamente bêbada. Agora vocês me perguntam, quem e o retardado que da uma festa na Madrugada de segunda feira? E quem é mais retardado ainda pra ir? Bem, Magnus Bane é retardado o bastante para fazer uma festa na madrugada de segunda feira e Maia Lightwood é perfeitamente louca para ir nela.

Maia estava agachada do lado da minha cama, olhando para mim como uma psicopata e falando meu nome sem parar.

–Maia? O que aconteceu? – pergunto.

–Clary, Clary. Tããããããão inocente Clary. Você finge que não gosta do Jacinhu, mas todos sabemos que você é apaixonada pelo MEU Jacinhu. Faça um favor para mim e pare de fazer ele te querer.

Ela saiu e eu fiquei com cara de pateta olhando para a porta. Ela simplesmente foi embora depois de ter dito aquilo. Que história é essa de “TODOS SABEMOS”? Ela só pode ter ficado louca.

Deixei isso de lado – pelo menos por enquanto- e voltei a dormir.

***

–Clary!

Será que não se pode dormir mais nessa casa? São quatro e quarenta e sete e parece que ninguém nessa casa está afim de ir para a cama. Dessa vez é o “Jacinhu”.

–O que você quer, desgraça? Já disse que não vou falar contigo.

– Espera, Clary. Só deixa eu me defender. Mas que droga! Será que eu posso tentar me desculpar? – Ele parecia mesmo puto da cara, então fiquei quieta. Ele continuou:

– Me desculpe, Clary. Eu juro que não fiz por gosto, só fiquei muito irritado por que ninguém pode ter pelo menos um dia comum, sem seus draminhas...

–Então eu faço “draminhas”? – Interrompi.

–Cala a boca! Sim, parece que você vive para o drama; não sabe passar um dia sem fazer com que alguém perca a paciência ou fale alguma merda. As vezes acontecem os dois ao mesmo tempo.

Ele parou para respirar, e eu fiquei chocada. Não posso negar que isso seja verdade.

–Mas também existe o lado bom disso tudo: Você fala as verdades nesse momento, mostra seus melhores lados. Até quando reclama, quando fica braba, me faz pensar por que nunca vi a beleza em algo como suas expressões.

“Não sei o que está acontecendo comigo, mas sei que isso me assusta e me deixa ao mesmo tempo feliz. Não estou aqui para falar dos meus sentimentos, até por que isso é muito humilhante e estranho. Só quero pedir desculpas, só dizer que a única coisa da qual eu tenho plena certeza é que de um jeito ou de outro você ocupa uma parte importante da minha vida.”

–Jace... – Ele, como Maia, simplesmente foi embora.

Antes de conseguir pensar em alguma coisa tranco a porta para que ninguém mais entre e somente depois disso me permito recapitular tudo o que ele falou.

UAU. Não tem o que pensar, por que eu já sei com certeza o que pensar. Como o Jace disse, ele é uma parte importante da minha vida, de um jeito ou de outro.

Junto o que pensei sobre o que Maia disse junto com os meus pensamentos sobre Jace e chego a conclusão perfeita: Jace é meu “irmão” e meu amigo/inimigo, nada mais. Maia quer ele, e eu nunca deixaria minha prima na mão. Não posso complicar mais minha vida, então não meterei uma relação com Jace nela.

Tudo parece tão estranho... Pensar em Jace como alguém com sentimentos, Maia com medo de perder alguém para mim... A semanas atrás tudo era tão perfeito, e eu ainda pensava que minha vida era uma droga.

Sim, conhecer um Jace que realmente fala com você, sem restrições, é bom. Uma Maia insegura tem suas partes boas, como deixar um pouco a parte fútil de lado – mesmo que seja bêbada- Mas parece que eles estão me deixando louca. Eu também comecei a pensar um pouco mais, me abrir mais. Eu estava tão focada em ver a droga que era ser sozinha que não percebi como isso era bom.

As pessoas entram na sua vida para estragá-la, agora tenho certeza disso. Só que as vezes algumas delas fazem com que você tenha que estragar as delas. Durmo pensando nisso.

***

Acordo com um único pensamento: Preciso terminar com Jace.

*FLASHBACK OFF*

CONTINUA...