O Sabor da Perdição escrita por Stephany Damacena


Capítulo 12
Você não sai da minha cabeça


Notas iniciais do capítulo

Em tudo que eu olho, vejo você;
Tudo que eu toco, sinto você;

Se isso não é amor, já não sei mais do que se trata...



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Acordei com o corpo dolorido e ainda com sono, verifiquei o relógio de cabeceira, já era perto do meio dia, rolei para fora da cama preguiçosamente, tropecei em alguns itens que estavam no chão e me lembrei de que teria muito trabalho pela frente. Tomei um café forte e sem açúcar, não suportava mais o doce, tomei um banho gelado e concentrei-me em cantar musicas que tocavam na rádio impedindo-me de recordar o passado, demorei alguns longos minutos para achar uma roupa confortável, acabei que vesti uma calça de moletom desbotado e uma camiseta de mangas longas igualmente gasto.

Comecei a minha arrumação pela cozinha, já que em breve teria que preparar algo para comer, sorte a minha que eles não quebraram muitas coisa, depois fui para a sala e assim por diante, fiz uma pausa perto das quatro da tarde para comer e voltei a trabalhar, perto das nove da noite eu havia terminado, felizmente juntei apenas dois sacos grandes de coisas quebradas e que eu não poderia mais usa. Exausto sentei-me na parede do corredor, onde eu podia ver quase todos os cômodos da casa. Fechei os olhos e inspirei profundamente, exausto. O perfume da Thamy invadiu minhas narinas e assustado, abri os olhos, vi uma silhueta escura passar por uma das portas, levante-me ofegante e corri em direção a ela, ao chegar ao quarto, ele estava vazio, não havia nada de diferente a não ser a janela, que se encontrava aberta e o vento balançava suas cortinas, fechei – a e voltei ao corredor, claramente eu estava imaginando coisas.

Resolvi fazer algo para comer, fiz arroz, feijão e um bife mal passado, sentei-me a mesa e deliciei-me com meu jantar, ao terminar, coloquei-me diante da pia para lavar a louça. Um arrepio percorreu meu corpo fazendo-me estremecer, olhei a janela da cozinha e depois a da sala e estavam fechadas, um sussurro surgiu ao longe até se tornar audível.

– Sentiu falta de mim, Baby? – Era a voz de Thamy, meu corpo gelou por completo. Senti seus doces lábios tocarem meu rosto, seu cheiro invadiu o ambiente, seus cabelos negros fizeram cocegas em meu pescoço e rosto. – Pois eu senti.

Sua presença se foi assim como surgiu, só percebi que estava de olhos fechados quando o prato que eu estava lavando caiu sobre meu pé.

­- Filho da ... – Gritei ao sentiu seus pequenos cacos se cravarem em meus dedos.

Já chega, disse a mim mesmo, ela acha que pode brincar comigo? Retirei os cacos do pé e os enrolei junto aos outros pedaços do prato em um jornal e os atirei no lixo. O que seria um machucado a mais para quem já tem tantos, não é mesmo? Fiz um curativo rápido e mal feito nos dedos e fui conferir a porta que estava trancada, não fazia sentido, como ela havia entrado aqui, se tudo estava trancado?

Passei duas semanas tentando voltar a minha rotina de entregar currículos pela cidade atrás de emprego, mas apenas na sexta da semana seguinte, lembrei que a algum tempo atrás eu havia conseguido um bico em um bar no centro, então resolvi voltar aquele lugar.

Assim que entrei, fui recebido pela bela garçonete, loira e turbinada, que sempre usava seus uniformes curtos, e mascava chicletes.

– Você por aqui bonitão? – Ela parou diante de mim, com um bloquinho em mãos, e falando com um engraçado e sexy sotaque Polonês.

– Pois é, um bom filho a casa torna... Guidha! – Demorei alguns minutos para lembrar seu nome. E ela já fazia biquinho, aparentemente chateada com minha falta de memória.

– Espere ai bonitão, vou chamar o chefe. – Ela se virou e foi até a cozinha, aparentemente exagerando nos movimentos do quadril para chamar a atenção, o que conseguiu com maestria, pois todos os homens do bar a olhavam admirados.

Guidha era jovem de uma aparência estonteante e incríveis olhos verdes, mas por incrível que pudesse parecer nunca namorará, dissera uma vez que homens são complicados de mais, e que estava bem como estava, não que lhe faltassem pretendentes. Nunca nem criei ilusões sobre ela, já bastava todos os fora que eu já havia levado. E foi nesse momento que Thamy voltou aos meus pensamentos, não fazia sentido ela me querer, era igualmente ou até mais que Guidha, pois era discreta e possuía um olhar misterioso e lindo, usava roupas igualmente discretas que afloravam as imaginações alheias. Quando Guidha estava voltando acompanhada por Jhoyew, me permiti imaginar Thamy naquelas roupas, com um vestido vermelho colado ao corpo e deixando toda a extensão das pernas à mostra, com o imenso decote aberto, com um avental branco amarrado a cintura, seus lindos cabelos negros presos para trás, com alguns fios soltos e batom vermelho delineando os lábios que agora sorriam maliciosos para mim. Com toda certeza era a visão de um anjo da perdição.

– Olá meu rapaz! – Disse Jhoyew me tirando de meus devaneios, se aproximou limpando as mãos em um pano e as estendendo para mim.

– Oi Jhoyew, como vai? – Peguei sua mão e sorri.

– Vou bem garoto e você? Porque me procura? – Ele parecia adivinhar os meus planos.

– Como já me ajudou uma vez Jhoyew, pensei que talvez eu pudesse te ajudar por um tempinho? – Sorri, nervoso enquanto estralava os dedos das mãos.

– Ah Caio. – Ele balançou a cabeça negativamente. – Estamos com movimento baixo e não posso contratar agora. – Des...

– Amanhã Jhoyew, teremos show ao vivo, e sempre a casa lota, e como estou sozinha acho que seria interessante uma ajuda. – Guidha interrompeu Jhoyew, e piscou para mim.

– É mesmo, havia me esquecido. – Ele riu brincalhão. – Pode nos dar uma mão amanhã, Caio?

– Claro, que horas chego? – Disse claramente animado.

– As 16:00, para nos dar uma ajuda nos preparativos.

No dia seguinte sai de casa as 15:30, sentei no banco do motorista daquele imenso carro, e dei a partida, me sentia feliz por finalmente ser útil, mas já sentia meu coração apertado de saudade dela. Dirigi pela cidade até o bar do Jhoyew, estacionei nos fundos e entrei pela cozinha, todos ficaram animados por me verem ali, logo Jhoyew veio ao meu encontro e me deu instruções de como organizar as mesas, o palco e as luzes. Logo Guidha veio me receber, me abraçou forte esmagando seus seios contra meu tórax e eu sussurrei “obrigado” em seu ouvido, ela riu baixinho e respondeu “por nada” enquanto apertava seus lábios em minha bochecha direita. Arrumamos o lugar enquanto conversávamos sobre o que havíamos feito nesse tempo, rimos e tenho que admitir que me diverti muito naquele dia. Perto das oito da noite as pessoas começaram a chegar, Guidha amarrou um avental em minha cintura e me entregou um bloquinho e uma caneta.

– Ainda se lembra como faz, não é? – Ela sorriu, enquanto empurrava com o quadril a divisória do balcão.

– Claro. – Brinquei com ela.

Ajudei-a nos pedidos e nas entregas e perto das dez horas o lugar já estava cheio. Por já conhecer os gostos dos homens que iam aquele lugar, eu atendia a maioria das mesas que continham mulheres, passamos a noite assim. Por volta das duas da manhã, todos havia ido embora e eu pude me sentar um pouco, me esparramei em um sofá de canto e Guidha se sentou ao meu lado, apoiou sua cabeça em meu ombro e fechou os olhos. Por mais linda que ela pudesse ser eu só pensava em Thamy.

A semana toda ajudei no bar e em tudo que Jhoyew precisava, no outro final de semana teve outro show de uma banda da cidade e o bar chegou a lotação máxima, e apenas as quatro da manhã conseguimos sair, como todas as noite eu levei Guidha para a casa dela. Parando em frente a sua casa, me ajeitei no banco e como de costume eu esperei que ela abrisse a porta e saísse enquanto eu fitava as casas a frente.

– Você é muito diferente dos outros Caio. – Me assustei com seu comentário e a fitei, ela colou seus lábios carnudos nos meus, enquanto seus seios roçavam meu braço, ela deslizou os dedos por meu braço e soltou meu sinto, e como se já tivesse muita experiência nisso empurrou meu banco para traz e se empoleirou em meu colo, enquanto me beijava mais ardentemente. Por um momento, tudo que eu queria era possui-la ali mesmo, enquanto ela abria os botões da minha camisa, seu quadril tocou a buzina e rimos, ela colocou um dedo em meus lábios, me pedindo silêncio e eu a obedeci, toquei seus seios fartos e me senti completo de desejo, ela mordiscou minha orelha enquanto rebolava lentamente em meu colo.

– Preciso de você... – Ela sussurrou em meu ouvido e no mesmo instante em minha mente a voz de Thamy ecoou, completando a frase que ela mesmo me disse naquela noite “Agora”.


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Notas finais do capítulo

"Acho que é verdade
Não sou bom em casos de uma noite só
Mas eu ainda preciso de amor
Pois sou apenas um homem"
Sam Smith - Stay With Me



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