~Pov Hermione

–Ah que bom que vocês chegaram! –Meg falou assim que entramos. –Eu já ia mandar as coisas pra sua casa. –Draco revirou os olhos rindo e soltou a minha mão indo na direção dela e a abraçando demoradamente. –Hoje é um dia tão feliz!

Eu parei para observá-la e percebi que ela realmente era perfeita e se superava cada vez mais.

–Já está bêbada Meg? –Draco perguntou desconfiado pegando na cintura dela, fazendo-me cruzar os braços e bufar – coisa que o som alto impediu que fosse ouvida.

–Se uma garrafa de Hidromel significar bêbada sim. –Foi quando começou a tocar “Do My Thang” da Miley Cyrus e eu vi seus olhos azuis brilharem. –DRACO!!! –Ela gritou o nome dele, pegando sua mão. – Vem, eu quero dançar com você igual fazíamos antes. –Antes de sair ela se virou pra mim e sorriu. –Se importa? – Eu neguei, mas revirei os olhos quando ela se virou para Harry. –As bebidas estão ali. –Ela apontou para o balcão da direita. –E ali temos comida, essas coisas. Vem, vamos dançar!

Ela puxou Draco até a pista de dança e eu fui até a mesa de bebidas rapidamente, sendo seguida por todos.

–Quero um pouco de Vodka. –Falei pegando um copo pra mim. –Vocês também querem? –Eles negaram e eu me sentei.

–Mione, eles só estão dançando. –Rony falou se sentando ao meu lado.

–O quê? –Blás disse rindo. –Está com ciúmes da Meg? Olha eles são...

–Não fala! Por que todos querem me falar o que ela é dele? Que coisa! –Virei de uma só vez o meu primeiro copo de Vodka da noite.

“Do My Thang” acabou... Depois “Domino”... Em seguida “Really Don’t Care” e eles ainda não haviam voltado. Eu os observava dançar animadamente de longe, enquanto isso os dois conversavam e riam muito. Todos estavam na pista dançando, exceto Rony e eu.

–Ficar olhando não vai te deixar mais feliz, se é isso que acha. –Rony disse virando-me para si.

–Não estou olhando. –Cruzei os braços e ele me olhou desconfiado. –Talvez um pouquinho. –Ele cruzou os braços. –Tá bom, eu estou olhando. –Ele riu.

–Então, como Malfoy te trouxe de volta?

–Por favor, não vamos tocar nesse assunto tá? –Pedi baixinho.

–A escola inteira o viu entrar no Salão Principal com você nos braços, acho que vão levar um pouco de susto quando a virem viva. –Nós rimos.

–Pelo menos vai ser engraçado.

–A mãe dele morreu mesmo? –Assenti suspirando triste. –Como ele está reagindo?

–Não muito bem. –Olhei pra onde Draco estava e não vi nem ele e nem Meg. –Onde eles foram?

–Procurando alguém? –Alguém que estava atrás de mim sussurrou em meu ouvido, me abraçando por trás. Eu sabia que era o loiro.

–Achei que não voltaria mais. –Falei cruzando os braços e recebendo um beijo na bochecha.

–Vem Rony, vamos dançar! –Meg gritou puxando o ruivo para a pista sem nem lhe dar chance de resposta.

–Por que achou que eu não voltaria mais? –Draco perguntou sentando no lugar que antes era ocupado por Rony.

–Estava tão feliz dançando com ela, achei que ficaria a noite inteira. –Respondi.

–Ciúmes agora não né? –Ele falou pegando uma bebida pra nós.

– Se conhecem há muito tempo? –Ignorei a pergunta anterior.

–Crescemos juntos. Vamos dançar?

–Devia chamar a sua amiga de infância. –Cruzei os braços e virei o rosto.

–Eu já dancei com ela.

–Dance de novo. –Me levantei seguindo até Luna e Gina, mas Draco pegou meu braço e me virou pra ele.

–Morena não faz assim.

–Achei que preferisse mechas. –Draco bufou de raiva e me puxou, subindo as escadas, onde ele quer me levar? Olhei em volta e estávamos em um corredor.

–Por acaso sabe onde está indo?

–Sei, conheço a casa. –IDIOTA! Ele virou à direita duas vezes e entrou na quinta porta. Era um quarto.

–Quarto de quem? –Perguntei.

–Da minha “amiga de infância”. –Eu revirei os olhos ficando com mais raiva ainda. Se já não bastasse conhecer a casa o imbecil ainda sabe onde fica o quarto dela. –Tenho que te mostrar uma coisa.

–Mostre.

Ele pegou um porta-retrato que estava na mesinha de cabeceira e me entregou. Tinha uma foto dele pequeno com uma garota que reconheci ser a Meg. Eles estavam juntos abraçados, ele sorria e beijava o rosto dela, enquanto a garota fazia língua. Eram bem pequenos.

–Não tem motivo nenhum pra você ficar com raiva.

–Acho que o fato de você saber exatamente onde é o quarto dela pode ser considerado um motivo! –Eu o fuzilei com o olhar e ele riu. –Quero ver você achar graça quando eu te jogar pela janela.

O loiro me deitou na cama dela, cobrindo-me com seu corpo e me deu um selinho demorado, caindo na gargalhada logo depois.

–Morena, ela é minha prima. –Abri a boca procurando palavras, mas não achei nenhuma. –Não aquele tipo de prima que você pega, o tipo de prima que você é amigo e cuida.

–Primos? –Perguntei e ele assentiu saindo de cima de mim, se deitando ao meu lado, ainda gargalhando.

–Se tivesse me deixado falar nós não estaríamos tendo essa conversa agora.

–Oh meu Merlin, Draco me desculpa! Eu sou uma idiota.

–Só um pouquinho. –Ele riu de novo e eu o encarei. O loiro me puxou, me colocando por cima e me deu um selinho.

Mas aquele selinho foi sendo aprofundado cada vez mais, quando percebi meus pulmões já gritavam por ar, mas eu não queria soltar seus lábios de forma nenhuma. Ele não estava bem assim desde que Cissa havia morrido, nem me beijava direito.

–Com tantos quartos nessa casa você tinha que escolher o meu? –Ouvimos uma voz e nos levantamos rápido. Meg estava rindo e nos encarando com os braços cruzados.

–Me desculpe, é que... –Eu tentei falar, mas Draco me interrompeu.

–Ainda nem começamos. –Bati nele com o cotovelo, corando em seguida.

–Voltem pra festa, vocês terminam isso mais tarde e em outro quarto okay? –Balancei a cabeça e ele pegou a minha mão me levando de volta para o local onde a festa estava acontecendo.

–Finalmente vocês resolveram aparecer. –Disse Gina. –Onde estavam?

–No quarto da Meg. –Respondi e a ruiva e Luna me olharam com aquele sorriso que significa “eu sei o que estavam fazendo”. –Não fizemos nada.

Draco, Rony, Harry e Blás nos mandaram buscar bebidas. Quando chegamos lá resolvi contar as meninas sobre Meg antes que elas também enlouqueçam.

–Falei com o Draco sobre a Meg e descobri que ela é prima dele.

–Prima prima ou prima prima? –Perguntou Luna.

–Eles nunca ficaram se é isso que está perguntando. –Ela sorriu.

Depois de levar a bebida para o loiro nós resolvemos dançar. A música que tocava era “This Love”, uma música lenta, então a maioria dos que dançavam eram casais. Ele levou as mãos a minha cintura e eu coloquei as minhas em seu cabelo, acariciando-o.

–Nem imagino onde eu estaria se você fosse condenado. –Falei encostando minha cabeça em seu peito.

–Ainda não acredito que você ainda olha na minha cara depois de ouvir tudo o que fiz.

–O que foi obrigado a fazer, é diferente. –Eu o corrigi e ele revirou os olhos. –Você salvou a Luna, poderia ter morrido apenas por se aproximar de onde ela estava. –Eu lhe dei um selinho. – Não importa o que aconteceu na guerra.

–Eu nem estava me importando com Azkaban, meu maior problema seria se você encontrasse alguém que cuide melhor de você do que eu. Eu mereço Azkaban.

–Você não merece. E ninguém cuidaria melhor de mim, afinal você me trouxe de volta dos mortos. – Nós rimos. – Isso ninguém conseguiria fazer.

–Tem razão, eu sou insuperável.

–E convencido. –Ele revirou os olhos e me beijou intensamente. Ao fim do beijo ele encostou sua testa a minha olhando em meus olhos e eu reparei em como eles estavam diferentes. – Seus olhos estão diferentes. –Ele me deu um selinho. –Você viu muita coisa naquela guerra não foi? –Ele assentiu fechando os olhos. – Se eu pedisse para esquecer o que viu e fez você esqueceria?

–Não sei, mas por você eu posso tentar.