~Pov Hermione

Depois de tomar o café da manhã e trocar de roupa, Draco e eu fomos para o Ministério. Depois de passar pelo tumulto causado pelos jornalistas encontramos nossos amigos, todos eles estavam tensos, até mesmo Rony e Harry.

–Receberam suas cartas de Hogwarts? –Luna perguntou quebrando o silêncio e todos assentimos. –Que ótimo! Vocês pretendem voltar?

–Claro que sim. –Falei animada, foi quando Draco saiu de perto, se afastando de todos. Eu fui atrás dele preocupada. –Meu amor, o que foi?

–Quero que saia daqui, ele vai te matar!

–Ele não vai me matar aqui.

–Hermione, por favor! –Ele me olhou com os olhos cheios de lágrimas e segurou minha mão. –Eu não vou aguentar perder você pela segunda vez, eu já perdi minha mãe!

–Draco, calma. Ele não vai fazer nada okay? Você não vai me perder nunca.

–Como fica se eu não voltar?

–Vai voltar. Eu sei que vai. –Falei beijando-o. –Já está na hora, vamos?

Eu estendi minha mão e meio relutante ele segurou entrando de mãos dadas comigo. Lucius já estava lá, sentado no centro da sala algemado. Havia uma cadeira ao lado dele onde Draco se sentaria, péssima ideia colocá-los tão perto.

–O QUE ELA ESTÁ FAZENDO AQUI?! ELA ESTÁ MORTA! EU A VI MORRER! EU MESMO A MATEI! –Lucius gritou ficando mais pálido que o normal, me encarando e tentando se levantar.

Draco me deu um selinho e depois um beijo na testa. Eu me sentei e ele também.

–Achou que eu não daria um jeito? –O loiro murmurou.

Foi quando o Ministro tomou a palavra fazendo todos ficarem em silêncio:

–Os senhores Lucius e Draco Malfoy estão aqui para serem julgados por se aliar a Lord Voldemort, perseguição, tortura, sequestro e assassinato de, tanto bruxos quanto trouxas, vocês negam as acusações?

–Não. –Os dois responderam juntos.

Eu estava totalmente nervosa e angustiada. Peguei o braço de Harry e Rony e entrelacei aos meus em uma tentativa de me acalmar e aliviar um pouco a tensão, mas foi inútil.

–Vamos ao interrogatório. Todos estão de acordo em usarmos Veritaserum? –Eles assentiram.

Eles deram a poção a Draco primeiro. Ele confessou várias coisas, disse que torturou alguns bruxos e que até gostou uma vez, que matou vários trouxas e também alguns bruxos, que usou a Maldição Imperius e conseguiu com ela controlar Madame Rosemerta por quase um ano inteiro – surpreendendo a todos, pois são poucos os bruxos que conseguem por tanto tempo.

Meus olhos se enchiam de lágrimas a cada pergunta que ele respondia. Eu apertava com força a mão de Harry e Rony sem tirar os olhos do loiro, que evitava olhar pra mim. Foi quando lhe fizeram a pior pergunta de todas...

–Por acaso se arrepende de ter se aliado? –Eu já sabia a resposta, ele me disse uma vez e isso só poderia piorar sua situação.

–Não. –Ele respondeu e eu desabei em lágrimas

–Hermione, vem comigo. –Disse Rony pegando minha mão e me puxando. –Você precisa de um ar.

–Não, eu estou bem.

–Por favor? Voltamos logo, só pra você se acalmar um pouco. –Ele me estendeu a mão e meio relutante eu segurei indo com ele pra fora dali.

–Pronto, tomei um ar. Agora eu tenho que voltar, tenho que ficar com Draco. –Falei refazendo o caminho para a sala onde o julgamento acontecia, mas Rony segurou meu braço fazendo-me dar meia volta.

–Se acalma, você precisa de um copo d’água.

–Não Rony, eu tenho que voltar! –Insisti.

–Beba um pouco e nós voltamos. –Ele pegou minha mão e foi comigo buscar água. Eu bebi e me acalmei um pouco.

–Será que vamos conseguir? –Perguntei.

–Vamos sim. –Ele me abraçou e pegou minha mão voltando comigo como havia dito.

Draco já havia parado de falar, agora era a vez de Lucius. Ele disse que havia matado muitas pessoas, torturado ainda mais e que serviu Lord Voldemort porque sempre acreditou em seus ideais. Se dependesse dele tdos os sangues-ruins e trouxas deveriam estar mortos – essa ele fez questão de responder olhando pra mim.

–Senhor Malfoy é verdade que matou sua esposa? –Draco abaixou a cabeça e fechou os olhos ao ouvir a pergunta. Eu queria tanto poder me levantar para abraçá-lo!

–Ela mereceu o fim que teve.

Luna, Gina, Rony e Harry não sabiam que Narcisa havia morrido então arregalaram os olhos assustados quando Lucius respondeu.

–Alguém quer fazer o uso da palavra? –O Ministro perguntou e Luna levantou a mão. Ele fez um gesto para que ela se aproximasse e depois de jurar que só diria a verdade ela respirou fundo e logo começou a falar.

–Sou Luna Lovegood e eu queria dizer que o réu Draco Malfoy não só serviu a Você-Sabe-Quem como também se arriscou para me proteger enquanto eu estava presa na Mansão Malfoy.

Flashback On ~Pov Luna

Eu estava sozinha na masmorra da casa quando me levaram até um quarto escuro onde fui torturada. Por sorte Draco ouviu meus gritos e foi até lá ver o que estava acontecendo.

–O QUE ESTÁ FAZENDO?! –Ele gritou com o homem que estava me torturando, um antigo fugitivo já capturado, Murdor Beavir. –Estão precisando de você lá em cima, SUBA! Eu termino com essa aqui! –Na mesma hora Beavir subiu me deixando ali jogada no chão. –Luna... Está tudo bem Luna? –Draco disse me ajudando a me sentar.

–Estou melhor, obrigada.

–Eu disse que terminaria com você então preciso que finja estar sentindo dor. Quero que grite o máximo que puder, consegue fazer isso? –Eu balancei minha cabeça concordando. –Vai acabar logo.

–O que acontece se descobrirem que estamos mentindo?

–Acho que eu vou ser torturado mais uma vez, mas isso não importa agora não é? Se me matarem apenas diga a Hermione que eu a amo. –Ele deu um sorriso de canto. –Mas você vai ficar bem, você vai sair daqui. Pronta? –Eu balancei minha cabeça.

“CRUCIO!” ele gritou ainda me segurando, sem usar a varinha, apenas para disfarçar, foi então que eu comecei a gritar o máximo que eu pude como se realmente estivesse sendo torturada de novo. Depois de longos minutos fazendo isso eu já estava rouca e exausta. “Chega por hoje, vou ver se consigo trazer Blás aqui. Amanhã alguns deles vão sair e a casa vai estar quase vazia.”

–Obrigada Draco.

Flashback Off

–É esse tipo de pessoa que vocês querem em Azkaban? Alguém foi obrigado a ir para o outro lado, mas mesmo assim arriscou a vida para ver o nosso lado ganhar? Acho que não, né? Por isso eu queria lhes dizer que podem até levá-lo para Azkaban, mas não mudará o fato de que será um erro.

~Pov Hermione

–O que esta senhorita diz é verdade senhor Draco Malfoy?

–Sim. –Draco respondeu. Depois de debaterem para decidir se os condenariam ou não eles voltaram sérios.

–Quanto às acusações contra Lucius Malfoy? Como declara o réu?

–Culpado. –Eles responderam.

–E Draco Malfoy?

–Culpado. –Enterrei meu rosto no pescoço de Rony, que me abraçava tentando me consolar e assim conter minhas lágrimas. Senti os olhos do loiro em mim e então soltei o ruivo, me levantando pronta para dizer qualquer coisa que pudesse mudar essa decisão, mas o Ministro foi mais rápido que eu.

“O réu, Lucius Malfoy passará todo o resto de sua vida na prisão de Azkaban e quanto ao réu Draco Malfoy, que nos provou que não estava ao lado do Lord das Trevas por vontade própria a liberdade será concedida. Os feitiços de sua varinha serão monitorados por um ano, se tudo correr bem ele continuará em liberdade, mas se não também irá para a prisão de Azkaban.”

Eu saí correndo indo até ele pulando em seus braços quando o Ministro deu fim ao julgamento. O loiro me abraçou apertado e me deu um beijo, aliviado pela decisão do Ministro.

–Eu disse que ficaria tudo bem! –Murmurei abraçando-o mais uma vez.

–Posso me despedir de meu filho? –Lucius perguntou ao Ministro e ele balançou a cabeça assentindo. Quando ele se aproximou de nós Draco ficou tenso novamente. Eu peguei sua mão tentando tirar um pouco daquela raiva que transparecia em seus olhos, mas não deu certo. –Não tenho ideia de como conseguiu trazer essa sangue-ruim de volta, mas eu vou me vingar e da próxima vez ela não vai voltar.

–Podem levá-lo. –Disse o Ministro.

–GUARDEM MINHAS PALAVRAS! –Ele gritou enquanto o tiravam daqui.

–Não acredito que conseguimos! –Disse Blás animado, se aproximando de nós.

–Obrigado Luna, acho que eu não conseguiria sem você.

–Eu só disse a verdade. – A loira sorriu dando de ombros.