~Pov Narradora

Todos foram até o tal endereço, deixando apenas Draco e Hermione em casa com as crianças. Era uma casa velha, no centro de Londres, e eles estavam conversando enquanto esperavam que a porta se abrisse.

–Não acham que o Draco e a Mione estão brigando demais? –Gina perguntou. –Eles acabaram de se conhecer e já estão quase se matando como na escola!

–Também acho. –Rony concordou.

–Pensaram que eles iriam aceitar tudo numa boa? –Blásio disse e todos olharam pra ele. – Eu conversei com a Annia e ela concorda comigo. Não percebem que é isso que temos que deixar acontecer?

–Amor, está dizendo que a Annia concorda que devemos deixar que os dois se matem? –Luna questionou pensando se o marido estaria com zonzóbulos na cabeça. Isso explicaria.

–Não Luninha, eu acho que se os dois começaram assim, devemos deixar que briguem até se cansarem disso, a baixinha concorda comigo. Foi assim que eles começaram a namorar.

–Nisso você tem razão.

–Acreditem em mim. Ao mesmo tempo em que eles se odeiam, eles se amam. E se o anel não saiu, é porque eles ainda têm uma chance juntos.

Foi quando uma garota, de aparentemente 16 anos apareceu na porta. Ela tinha os cabelos castanhos até a cintura, pele pálida e uma expressão arrogante.

–Posso ajudar?

–Estamos procurando uma mulher que morou aqui. O nome dela é Britany Davis. –Harry disse.

–Ela não mora mais aqui. – A garota disse direta.

–Não faz ideia de onde ela pode estar morando?

–Sou a neta dela. –Sorrisos de esperança surgiram no rosto deles e ela cruzou os braços percebendo que talvez fossem demorar um pouco mais ali.

–Poderia nos dizer onde ela mora? –Meg pediu. –É muito importante mesmo.

–Quem gostaria?

–Somos filhos de um amigo muito próximo. – Blásio mentiu. –Até trouxemos Harry Potter, olha só. –Ele apontou o castanho, que arregalou os olhos como se perguntasse se ele havia enlouquecido.

Depois de olhar a cicatriz de Harry completamente admirada, a adolescente passou o endereço e eles foram até a tal casa. Assim que bateram na porta, uma senhora baixinha, de cabelos brancos atendeu.

–Sim? –Ela perguntou.

–Com licença, a senhora é Britany Davis? –Luna perguntou com seu sorriso meigo e olhar sonhador.

–Sim, sou eu. E quem são vocês minha querida?

–Sou Luna Lovegood, senhora. Esses são Harry Potter, Gina Weasley, Meg Malfoy, Rony Weasley, e meu marido, Blásio Zabini.

–Harry Potter? –Harry sorriu um pouco envergonhado pela atenção que estava recebendo e balançou a cabeça concordando. –Por favor, entrem.

–Uma cicatriz abre portas. –Blásio sussurrou pra Harry, que revirou os olhos ao entrar.

–A que devo a honra senhor Potter?

–Por favor, me chame de Harry.

–Senhora Davis? –Gina chamou e ela se virou encarando a ruiva. –Ficamos sabendo que a senhora conseguiu se recuperar sozinha de um feitiço da memória aparentemente impossível de ser desfeito.

–Sim.

–Sabe quem é Hermione Granger?

–A moça bonita dos cabelos enrolados, membro do trio de ouro. Com certeza sei, a coragem daquela menina é incrível!

–E sabe com quem ela se casou?

–Todos sabem. Hermione Granger se casou com um Ex-Comensal da Morte, Draco Malfoy se não em engano. Até tiveram uma filha. –Meg remexeu-se desconfortável na cadeira ao ouvir a velha senhora falando do passado do irmão, mas preferiu ficar calada. Precisava dela.

–Estamos precisando de sua ajuda. Lucius Malfoy apagou a memória dos dois, e agora eles não se lembram de um dia ter se conhecido, e muito menos da menina.

–Mas isso é horrível! Como a menina está?

–Conseguimos acalmá-la por enquanto. –Harry disse. –Será que a senhora pode nos dizer como conseguiu recuperar sua memória?

–Creio que o que eu fiz não possa ajudá-los.

–Por favor, nos diga senhora Davis? –Meg insistiu. –Eles não param de brigar! A aliança dos dois é enfeitiçada e só vai sair quando eles deixarem de se amar. E mesmo sem se conhecer, e aparentemente se odiar, os dois não conseguem fazê-la sair! Por favor, é da minha sobrinha que estamos falando, ela não merece nada disso, só tem 5 anos!

–Interessante. Muito interessante. –Britany disse pensando. –Acho que sei o que pode trazer a memória dos dois de volta.

–Sério? O quê?

–Se a aliança não saiu é porque eles se amam, certo? –Todos assentiram. –Então é simples, faça com que eles se lembrem de tudo o que sentiam um pelo outro. A chave é o que sentem um pelo outro. Eles não têm que procurar a lembrança, tem que procurar o sentimento que está escondido dentro deles. Tentem um abraço, ou algo do tipo, pode despertar alguma coisa e trazer a memória deles aos poucos.

~Pov Hermione

Malfoy e eu passamos o dia todo com as crianças. A cada segundo eu estava me apaixonando mais e mais pela Annia. Como eu e ele estávamos proibidos de sair de casa nós acabamos pegando alguns filmes para assistir com as crianças, embaixo das cobertas e comendo pipoca.

Depois de dois filmes, ninguém havia voltado ainda, então todos nós acabamos dormindo no sofá. Annia no colo de Draco, James no meio, Ronan no meu colo e Alvo do meu lado.

Quando abri os olhos, vi que James tinha caído para o lado e deitado a cabeça no colo de Annia, que estava encolhida, envolvida pelos braços do pai, e que a minha cabeça tinha ido parar no ombro do meu “marido”, que por sinal tem o cheiro muito bom. Muito, muito bom mesmo, mas eu não admitiria isso em voz alta.

–Acho que a Mione acordou. –Ouvi a voz de Meg e tirei rapidamente minha cabeça de lá, o acordando. –Pelo visto o clima estava bom né?

–Não aconteceu nada. –Falei.

–Tiveram sorte com o endereço? –Ele perguntou ainda sonolento.

–Na verdade sim. Acabamos encontrando a neta dela. A garota nos disse onde a Britany estava.

–Eu disse! –Falei rindo e ele revirou os olhos.

– Conseguiram alguma coisa?

–Vamos levar as crianças lá pra cima, nós conversamos na biblioteca. –Blás sugeriu e Malfoy pegou Annia, Blás pegou Ronan, Harry pegou James e Rony pegou Alvo, eles subiram as escadas e me deixaram sozinha com as meninas, que me olhavam com um sorriso divertido.

–O que foi?

–Você e o meu irmão hein Mione!

–Já disse que não aconteceu nada. Eu dormi e acabei caindo nele, só isso.

–Sei. –Ela deu um sorriso irônico e eu saí de lá ouvindo risinhos, que foram completamente ignorados.

E ao que tudo indica, a mesma coisa estava acontecendo com o Malfoy, já que ele entrou sério e em seguida Blás, Rony e Harry entraram rindo.

–E então, como faço pra me lembrar dele? –Perguntei.

–Vocês têm que se amar de novo. Se lembrar do que sentiam. –Gina disse.

–O QUÊ?! –Gritamos juntos.

–Como querem que eu a ame de novo?! Ela é tão... Aah, eu não sei, mas isso não vai acontecer! –Revirei os olhos.

–Britany disse que uma coisa pode ajudar.

–Fala logo, Luna!

–Um abr...

–Um beijo! –Meg interrompeu.

–Isso já é demais! Eu não vou beijá-lo, me recuso!

–Por que não? –Gina levantou a sobrancelha e sorriu, e o loiro apenas cruzou os braços esperando a resposta.

–Por acaso tem algo de errado comigo Granger? –Ele perguntou com as sobrancelhas arqueadas, mas eu o ignorei.

–Porque eu não o conheço!

–Mione, você prometeu à Annia que tentaria. –Harry pegou minha mão. –É só um beijo.

–Isso é golpe baixo Potter, okay eu faço! O que acha Malfoy? –Foi a vez ele de me ignorar. –Então vamos logo. –Eu me aproximei, lhe um selinho muito rápido.

–Nossa Granger esqueceu como se beija? Vem cá Draco, vamos mostrar pra ela. –Disse Blás rindo enquanto eu lhe lançava um olhar de reprovação e o loiro albino idiota ria junto.

–Anda Mione, é só um beijo. Se não der certo nós tentamos outra coisa, você só precisa beijá-lo uma vez.

–Posso? –O loiro perguntou sério e meio relutante eu balancei a cabeça.

Ele então se aproximou, andando lentamente até mim e isso me fez estremecer. Ele aproximou os lábios da minha orelha, sussurrando só pra mim enquanto passava as mãos pela minha cintura.

–Não precisa fingir Granger, eu sei que você me quer. –Eu me arrepiei ao ouvir sua voz rouca e não pude segurar o suspiro quando ele beijou meu pescoço, e ele percebeu já que o idiota riu. –Esse não será esquecido.

Malfoy aproximou seus lábios dos meus sem tocá-los realmente, apenas olhando em meus olhos, e aquela demora toda estava me deixando angustiada, assim como eu tinha certeza que ele queria que eu ficasse. Ele apertou minha cintura e eu subi minhas mãos até seu cabelo lentamente, foi quando ele me puxou.

Quando nossos lábios se tocaram foi como se meu corpo inteiro estivesse em chamas. Aquele beijo me era familiar, mas eu não conseguia me lembrar de nada por mais esforço que fizesse. Eu puxava seus cabelos trazendo-o mais pra mim, me esquecendo de que havia “plateia” – não que eu estivesse me importando com isso.

Minhas pernas ficaram tremulas quando ele pediu passagem com a língua e eu, sem hesitar dei. Por um momento me esqueci do mundo ao meu redor e fui para um onde só existíamos nós dois.

Foi quando comecei a sentir uma dor de cabeça insuportável e o soltei. Levei minhas mãos à cabeça e vi que ele fazia o mesmo. O que será que estava acontecendo? Será que Lucius fez algo para que – mesmo que insistíssemos – nossa memória não voltasse? Ou será que isso seria nossa memória voltando?