Crônicas de Um Espadachim da Era Edo escrita por Dark_Angel


Capítulo 5
O encontro


Notas iniciais do capítulo

Muitas surpresas neste capítulo!
Editado em 28/02/2009



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Na manhã seguinte um mensageiro do clã o visitou. Kenshin já havia escrito seu relatório, explicando com detalhes o que ocorrera na reunião. Antes de entardecer, ele já estava com a resposta em suas mãos. Deveria manter seu disfarce. Teria que ir ao encontro da moça que o esperava. Não fora uma boa notícia.

Após fazer o desjejum, Kenshin levantou-se e se dirigiu para fora de sua morada. Era uma casa simples situada no alto de um monte nas proximidades de Kyoto. Sua organização fazia questão de manter um criado para auxiliá-lo no que precisasse, apesar de Himura já ter afirmado que não era necessário. Battousai vivia se perguntando quando que seria a hora de encontrar-se com o líder de seu clã. Até agora recebera todas as suas missões por correspondência, nenhum encontro pessoal até o momento. Será que não era digno? Tentou não pensar nisso. Em sua frente viam-se três troncos de madeira alinhados, cravados no chão de terra de grama rala. Ele segurava o cabo de sua katana, de olhos fechados sentindo as diminutas gotículas de água que se precipitavam e viajavam de encontro ao seu rosto jovem. Ele então se agacha e posiciona um balde d’água em sua cabeça. Corre. Em um esforço sobre humano para não derrubar o balde, ele golpeia subitamente os três troncos em sua frente. Os parte em menos de três segundos. Quando termina, visualiza o recipiente viajar no ar, à poucos centímetros do topo de sua cabeça. Mas um golpe, e o balde se parte ao meio. Um corte com precisão cirúrgica que faz com que dois jatos d’água passem por entre seu corpo.

- Foi uma bela apresentação! – dizia Saburo, após visualizar seu mestre.

- Sou um guerreiro. Porque devo me fingir de nobre?

- Porque sabes que obedecer ordens, traz benefício à teu comando. E, vencer a guerra é teu desejo mais puro, nobre samurai.

- Estás certo, Saburo. Tens toda razão…

***

A tarde se mostrou um tremendo consolo. Mesmo sabendo que o encontro seria perigoso, o samurai não apreciara e nem ao menos acostumara, com sua companhia. A solidão se revelava algo a ser superado. O cessar do aroma de insenso espalhado pela casa, dava o sinal de que era à hora de parar a meditação e começar a se preparar para o encontro. Depois de se banhar, perfumar os cabelos e cobrir-se com a vestimenta adequada, Kenshin parte rumo à cidade.

Alguns minutos de caminhada e ele chega à familiar casa de chá do dia anterior. A mesma moça o recebe, ajoelha-se demonstrando respeito pelo samurai que acabara de entrar no recinto e sucintamente diz:

- Boa tarde, senhor. Acompanhe-me, por favor.

Kenshin, sem pronunciar qualquer palavra, segue a bela moça que o leva a uma sala mais ao interior, reservada para a alta sociedade. Ao adentrar no local, ele se depara com a personificação da beleza feminina. Nunca vira algo tão belo assim antes, sua pele branca, doce e tão pura como a mais cristalina das águas. Seus olhos verdes, límpidos como safiras. Seus longos e lisos cabelos negros exalavam um perfume estonteante, tão levemente penteado. Sua graça o fazia sentir repulsa de si mesmo. Acompanhada de seu pai, Kyoko levanta e se inclina para frente cumprimentando seu pretendente.

- Boa tarde, Samurai san!

Sua voz era tão bela quanto a mais sonora das músicas. Ao perceber seu silêncio, Kenshin apressou-se em cumprimentá-la.

- Boa tarde senhorita Yukishiro! - não conseguindo evitar o corar das bochechas.

- Jovem Yamato, esta é minha filha Kyoko.

- Kyoko este é o jovem de qual lhe falei, chama-se Keiki Yamato. - diz Kogorou encarregando-se das apresentações.

- Vou deixá-los a sós para se conhecerem melhor. Encontro com vocês mais tarde.

- Perfeitamente senhor. - diz Kenshin se curvando.

A ausência do intimidador senhor Yukishiro fez com que Kenshin se sentisse um pouco mais livre e provocava a falsa sensação de segurança. Mesmo portando sua espada, ele não parava de pensar em algo trágico como uma emboscada. Mas nada se revelou tão trágico naquela tarde quanto o agendamento de seu futuro casamento com Kyoko.

- Como assim casar? - questionou Kenshin quando foi avisado sobre o fato pelo próprio senhor Yukishiro.

- Já faz quatro meses que falei com seu pai. Vê algum problema no casamento rapaz?

- Não, não senhor… , pelo contrário, será uma honra. - diz um Kenshin inseguro, algo realmente raro de se ver por sua parte. Geralmente não demonstrava medo, tão pouco insegurança no campo de batalha. Mas, não estava mais no campo de batalha.

- Então está decidido! O casamento será daqui a uma semana! - disse um risonho Kogorou.

No fim da tarde ao se despedir da família Yukishiro, Kenshin rumou de volta para sua estalagem. Sem parar de pensar no seu casamento. Já não bastava o abandono de seu mestre e agora isso! Seria uma longa noite de pesadelos interrompidos por intermináveis horas de insônia.

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Fim do capítulo!

Aguadem o Bônus da conversa de Kenshin e Tomoe! Em breve!!


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