Limoeiro escrita por Dyryet


Capítulo 62
Doces lembranças


Notas iniciais do capítulo

Todos os fatos apontados nas lembranças a baixo são verídicos isto é aconteceu nos quadrinhos originais do Mauricio de Sousa e serão melhor apresentados em Pitangueiras pq o foco vai ser o Ângelo. ^+^)



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=~^~ ºº~^~=

Tudo começou quando eu era criancinha.

Muito pequeno mesmo, tinha acabado de me mudar para o Bairro do Limoeiro e mal conhecia a própria rua quando o conheci.

Ele estava sentado chorando na beira da calçada; era um dia quente e eu me aproximei curioso. O perguntei por que estava chorando e ele me respondeu que tinha sido expulso de casa por ser muito travesso.

Olhei para aqueles cabelinhos loiros e aqueles olhos azuis com a maior cara de anjinho e ri, mas quando dei por mim... Tinha fósforos acesos no meu pé.

Foi a primeira vez que o vi.

Nas semanas seguintes conheci cascão: um garotinho muito porco que assim com eu sofria bulling dos meninos mais velhos e populares da rua que eram: o Jeremias, Titi, Manezinho e claro o Franjinha.                Os caras eram conhecidos como o time do "bermudão" e todo mundo pagava pal para eles.

 

Eu e cascão nos unimos contra as traquinagens do Manezinho que era um primo do Joaquim que só veio morar na rua anos depois de Magali e já tratou de começar a xavecar a menina ate namorarem.

Mas o assunto é o Anjinho e não como conheci cada um.

Foi nesta época de brincadeiras que em um pique esconde onde eu não achava o Xaveco em lugar algum que eu o reencontrei, e a partir dai ele começou a brincar comigo e meus amigos. No começo todos achavam que ele era um amigo imaginário meu mas logo começaram a porem ver ele assim como eu via e o chamávamos de Anjinho por que ele mesmo nunca dizia seu nome e tinha esta carinha de...

Claro que era uma zombaria nossa mas o apelido pegou. E brincávamos todos os dias.

Eu não acreditava que ele fosse um anjo de verdade. Muito menos um expulso por que sempre me explicaram que só tinha um anjo expulso e este era muito mal mas ele era só arteiro como qualquer garoto e muito divertido.

—--- Por que esta triste anjinho?

—--- Por que eu gostei de vocês. E logo vou ter que voltar para casa...

—--- Quando você vai ir embola?

Foi ai que a fixa caiu.

O tempo passou e a Monica veio morar aqui me tomando a posição de líder da rua coisa que nunca deixei barato, mas neste meio tempo voltei a ver o anjinho. Ele vinha nos visitar mas só os meus amigos mais íntimos conseguiam ver ele.

Vivíamos nos metendo em problemas e ele nos ajudava.

Tinha vez ate que reclamava.

Quando comecei na escola ele veio nos contar que tinha conseguido o cargo de guardião e que isso era muito importante. Rimos disso e brincamos como crianças para varias e ficamos juntos a tarde toda.

Um bom tempo depois ele contou que agora tinha subido de cargo e mandava em toda a área. Chegamos a conhecer o cupido que aprontou muita coisa indevida, e uma vez ele ate ficou nesta função aprontando mais a inda.

Era muito divertido.

Conhecemos o anjo guardião das Pitanqueiras e foi uma briga feia, mas o nosso anjinho era muito mais forte apesar da carinha fofa e ate quando viajamos para o sitio do chico o anjo de lá veio me cumprimentar dizendo ser um grande fã do "nosso" Anjinho.

Em resumo ele era incrível.

~~ºº~~

Voltamos à superfície e eu ainda pensava no que havia ocorrido ali.

Dcontra conversava com a Monica enquanto Cascão parecia no maior chamego com Magali que não parava de chorar e falar idiotices como querer ir embora pra casa.

—--- Do contla. David. Avesso. Não impolta como vou te chamal. Vem cá. ---- ele me olha com aquela acara de espelho sem expressão que ele costumava ter quando não preparava uma expressão ou copiava a de ninguém. ---- Eu quelo sabel uma coisa. O anjinho... ele esta bem mesmo? Acha que ele pode ajudal? O quanto você acha que ele pode ajudal?

—--- O anjo esta enfraquecido. Teriamos que dar tempo ou...

—--- Ou? Não elola.

—--- Fortalece-lo mas não sei como poderíamos fazer isso.

—--- Eu sei... na veldade tenho hipóteses. O Anjinho o loilinho que convelsavamos foi o único que você achou não é?

—--- O que quer dizer com isso?

—--- Existe valios anjos seu imbecil. Acha mesmo que ele é o único da laça? Se conversarmos com o anjo do terreno do Chico ele pode sabel como ajudal o nosso. E ate podeliamos deixal ele lá com ele ate que se sentisse melhol o que acham?

—--- Gostei da ideia. Francisco tinha mesmo voltado pra casa não vejo problemas em deixar o Anjinho com ele. ---- ela se alegra como se fosse o próprio sol. ---- Vou ligar pra ele agora.

—--- Você é louca? ---- ele arranca o celular da Monica antes mesmo dela o ligar. ---- Acha que pode falar deste assunto assim tão abertamente?

O maluco foi groso mas estava certo. Ela não podia se animar e sair ligando assim, mas confiávamos na dentuça e logo deixamos ela cuidando deste assunto e fui ver um que me incomodava muito mais. Um certo louro.

—--- Você diz que... Qual o seu plano afinal?

—--- Você desistiria do cascão?

—--- Claro que não!

—--- Então me entende.

—--- Certo... Sabe a onde ele esta?

—--- Não, mas posso encontra-lo. ---- ele sai e eu apenas o sigo.

Ele liga o carro em silencio seguindo por um caminho que eu desconhecia. Fiquei pensado no que vi em sua base, os cientistas capturados e a porta misteriosa e também em como seus homens me enxotaram de lá com ameaças pesadas. Eu não queria pensar o pior dele mas estava difícil.

Paramos em frente a P.E.M.

Para quem não se lembra da primeira vez que narrei vou me repetir: era um lugar estranho e me lembrava um vilão do batimão que os meninos amavam. Eles usavam as roupas metade- metade. E quando digo metade- metade não estou falando de calça e blusa e sim direita e esquerda. Na direita era como se fosse tudo cientifico e futurístico com coisas em neon e tudo mais; já na esquerda ficava bem monótono e diário, coisas do dia a dia mesmo. Não entendi seu símbolo de imediato. Tive de pesquisar. Era o símbolo de PI e o numero E.

Ele fica ali parado por alguns segundos e logo faz sinal para que eu saísse do carro e me escondesse descendo e indo ate a base.

As portas da base se abrem e de la sai um loiro que fica encarando o mestiço de um jeito que eu não sei te descrever. Parecia confuso, perdido e também com muito raiva, mas o Dcontra só o estende a mão de forma saudosa.

—--- Lembra de mim?

—--- Você... não morreu? Então funcionou eu consegui? Te tirei de la? ---- o loiro se assusta e fica analisar o outro e admito que a cena estava muito gay.

—--- Quais eram as chances em? ---- Dcontra brinca e o loiro ri.

—--- Mas você me atacou... ---- ele logo fica serio o encarando. ---- Você não me deixou acabar com eles. Você me atacou e quis me impedir! Prometeu que quando eu sair todos iriam morrer! Que eu podia matar todos eles! Pelo que fizeram agente passar! Pelo meu irmão!

—--- Eu sei o que eu disse...

—--- Você mudou de ideia? Mudou de ideia por causa dela?

—--- Não mudei. Nos ainda vamos matar todos eles, vamos nos vingar e tudo mais... mas você tem que se acalmar. Tem que conseguir distinguir inimigo de aliado.

—--- Não! Eles vão todos pagar! Só você foi meu amigo só você eu vou polpar! Eles eram idiotas arrogantes! A Monica sempre querendo tudo do jeito dela, Magali roubando minhas comidas sem pedir, Cebolinha se achando o rei e o Cascão ate piolho me passou!

—--- Calma... era coisa de criança e acho que ele passou piolho pra todo mundo... ---- por um segundo o mestiço parecia uma pessoa normal, parando e conçando a cabeça ao se lembrar. ---- Estamos falando de algo serio agora. Mata-los... por favor eles também são meus amigos. Vamos focar em quem fez este mal a todos. Eles também sofreram.

—--- Sofreram?

—--- Sim. Por favor se acalme.

—--- Me acalmar...? Você esta do lado deles. Mudou de ideia depois que viu ela não foi? Você...

Senti que o Dcontra estava em perigo ali então...

E logo eu não estava mais ali.

=~^~ ºº~^~=

Foi como se eu caísse dentro de uma piscina de piche e não conseguisse respirar.

Ouvia o que todos ali estavam falando, ou melhor pensando.

Seu temores,

seus pesares,

suas atitudes.

Abri meus olhos e vi tudo tremer ao meu redor.

—--- Nico! Corre! ---- ouvi uma voz ao meu lado e comecei a correr.

Não estava mais na rua... 

Estava menor e via os adultos muito maiores que eu passando por mim e gritando uns com os outros.

Reconhecia o prédio ele ficava no bairro do Limoeiro na rua de cima mas não consigo sair de la.
Tudo desmorona.

Apago de novo.

 

—--- N-nico. --- aquela voz me chama de novo. Eu olho para o lado e esta tudo embaçado. Fecho meus olhos.

Posso ouvir chorros e gritos.

—-- Nicoooo! ---- abro os olhos e desta vez consigo despertar.

Tudo esta um caos. Estou caído entre escombros e não conseguia sair de lá de jeito algum. Eu forço as paredes mas as pessoas em pânico do lado de fora não ligam para mim ali. Grito mas ninguém me ouve.

—--- Nico socorro! ---- olho para o lado e vejo um garoto loiro preso entre as colunas assim como eu. ---- Estou com medo. ---- ele chorava muito mas não parecia ferido. ---- Cade o papai? Cade a mamãe?

Era idêntico ao loiro desgraçado. Os cabelos, as roupas tudo.

—--- Socorro. Me tira daqui eu não quero ficar aqui! ---- ele chorava e soluçada esfregando os olhos. ---- Por favor maninho...

Maninho?

Olhei para minhas próprias mãos.

Um caco de vidro revelou meu reflexo. Idêntico ao garotinho que chorava desesperado.

Tentei gritar por ajuda e chamar socorro. Mas as pessoas corriam em pânico e não se importavam conosco. Podia ver os carros passarem e baterem.

A fabrica tinha explodido.

—--- Nico... o que é isso na sua cabeça? ---- meu espanto era tanto que nem senti que uma gosma viscosa caia sobre mim. ---- Ta pingando é nojento eu quero sair daqui... me tira daqui. ---- ele continuava a chorar desesperado; nada que dizia fazia sentido, mas eu conseguia reconhecer a gosma escura. Era a mesma da fabrica.

Ela era muito proxima a nossa rua e tinha vazado toda para as outras ruas e estava caindo sobre nós dois.

Olhava em volta e via outras pessoas presas como nós. reconheci uma mãe que não era a minha infincada com um cano de aço como se fosse um espetinho.            Chorei.

—--- Socorro! Estamos presos aqui! Socorro! ---- gritei em vão.

E logo um segundo estrondo fez o mundo desaparecer novamente.

Olhei para o céu e a ultima coisa que vi foi uma pequena pena cintilante cair ao meu lado...


A escuridão.

Choro.

Gritos.

—--- N-ni-nic... ---- aquela vos novamente me desperta.

Minhas mãos estavam coladas com a gosma preta, foi difícil me mexer meu corpo todo doía como se pegasse fogo, mas algo me fez olhar para o lado.

Por mais que a dor do meu corpo fosse indescritível eu fiquei horrorizado com a imagem.

Meu irmão esmagado pelas roxas.

Ignorei a dor que me partia ao meio e tentei o tirar de lá mas estava muito longe.

Sai e chamei por ajuda mas as poucas pessoas que estavam livres estavam em pânico ou só se importavam com elas mesmas.            Tentei achar meu pai e minha mãe, eme lembrei de ter a visto antes do segundo tremor.

Tropeçava e caia nos próprios pés.

A dor não parava era como se meus ossos pegassem fogo e partissem como vidro. Mas meu irmão precisava de mim.

Eu não conseguia respirar, imagina pedir por socorro no meio de varias vitimas desesperadas e egoístas? Tudo tinha sido dragado pela terra e a gosma da fabrica imundava aquele lugar.

Voltei para a fresta e o vi ali.

Meu irmão sempre foi um anjo na terra.          Diferente de mim ele não merecia aquilo.

—--- N-Nico? Esta chorando? Você nunca chora... ---- a voz dele soa fraca, posso ver o sangue escorrer pela roxa que estava sobre seu frágil corpo. ---- Não chora Nico. É estranho ver você chorar...

Demo.

Ate meus pais me chamavam assim.

Eu era o demônio do bairro do Limoeiro.

...

.....

........

............

~~ºº~~

Mas fui jogado para longe.

Senti ser raspado no asfalto e quando ergui o rosto “ele” estava parado bem ao lado do loiro dos infernos.

Ele tinha me lançado longe.  Mas por que?

Nico parece que ia desmaiar e ele apenas o pega nos braços como se fosse seu filho e ele um pai zeloso.

—--- Suas habilidades são incríveis Cenourinha. Mas tome cuidado quando entra na mente de alguém assim. ---- ele comenta olhando em volta, e assim percebo que a rua estava completamente destruída. ---- Você pode acabar esquecendo quem você é e se confundindo. E o bairro do limoeiro já tem o seu Louco. ---- ele sorri pra mim olhando para o Dcontra que parecia bastante confuso com tudo. ---- Deixem ele comigo agora.

E simples assim o maluco pega uma maçaneta enfia no ar. (Sim no ar ela fica parada em pleno ar). Vira e uma porta se abre e os dois somem.

—--- Como fez isso Negi? ---- ele se levanta e me olha. ---- Você... você parecia ele. Usou os poderes dele... como pode fazer isso?

O mestiço estava bem na minha frente parado gritando e questionando, mas eu só conseguia ter atenção em uma pela brilhante que estava nas minhas mãos.

Como isso veio parar aqui? 

Ass: Negi Menezes da Silva _I_

 


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Notas finais do capítulo

Estas tirinhas antigas estao sobre minha posse. Pena que aqui no Nya n da pra por elas nos caps como em outros saites que posto vcs iam surtar.
Pensei em fazer o filler do Nico narrando mas quis mostrar a extensão do poder do Negi. Pq ele é muito forte! calma que como sempre ponho a explicação da pena rsrs)



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