Limoeiro escrita por Dyryet


Capítulo 4
Ar nos Pulmões


Notas iniciais do capítulo

(Aaaahhh! Assim não da! É trabalho, estudo, roles... Ai meu irmão foi internado... Sem falar problemas que sempre existem. Desculpa a demora para escrever gente... Eu não vou abandonar esta historia nuuuuca! Então se eu demorar você pode vir falar comigo em privado que estou sempre respondendo.)



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Aquela noite ela dormiu na minha casa.

Varamos a noite falando do que esperávamos. De como estava tudo tão mudado. E de garotos.

Contei a ela minhas experiências, as boas e também as ruins. Ela tinha uma mente muito infantil e fantasiosa com relação a namoro. Ainda imaginava como o Cebolinha estaria.

Sempre achei que eles acabariam juntos. Ate já fiz apostas com o Cascão. Claro pelas costas dos dois. Acho que eles nos matariam.

Rio um pouco por me lembrar disso, e ela me pergunta o por que. Minto. Digo que me lembrei de alguma brincadeira qualquer.

Cascão... Nunca conversei muito com ele na verdade. Estávamos sempre juntos, mas apenas observando os nossos amigos que nunca se declaravam. Nos achávamos graça. Tanto eu como ele já éramos resolvidos. Mesmo com apenas sete anos já tínhamos namorados, e já éramos resolvidos. E riamos de nossos melhores amigos. Torcendo por eles.

=~^~ ºº~^~=

Me lembro que naquela época tudo parecia mais fácil. E na verdade era mesmo.

Nossos pais ate eram amigos! Os meus com os da Monica, Cebolinha e Cascão; e por conta disso nós nos conhecemos dês de muito pequenos.

Mentira!

Dês de que nascemos na verdade. Rsrsr Parecia ate que foi combinado, sei lá. Acho que nossas mães se conheceram nas aulas para grávidas ou coisa assim.

Nós vivíamos brincando por toda parte e tinha mesmo muitas crianças no nosso bairro. O Limoeiro! Ele tinha este nome por causa de um grande limoeiro que havia ali, igual o bairro vizinho tinha uma pitangueira.

Tínhamos muitos amigos mesmo. Tinha o Xaveco que não possuía muitas qualidades marcantes, mas era ótimo em xadrez e os meninos viviam atrás de sua irmã mais velha. Eram tão bobos. Os irmãos mestiços Nimbos e... o chamávamos de Do Contra de tão estranho que ele era. Estes dois eram bem talentosos e espertos. O Titi com a Aninha que viviam brigando por culpa do ciúme dele. A implicante da Carminha frufru e a intrometida da Denise.

A Marina era ótima desenhista, e nós três juntas éramos as três panteras! O Franjinha era um gênio que parecia apaixonado por ela. Mas eu também tinha um namoradinho, o Quinzinho. Ele era um anjo perfeito.

O Umberto era mudo e o Luca andava na cadeira de rodas. Mas isso nunca os impediu de se envolverem nas nossas aventuras.

E poxa vida quantas aventuras.

~~ºº~~

O dia amanhece e nenhuma de nós quer ir para a escola. Não porque estávamos com sono. Muito menos por causa da matéria ou professores chatos. Mas por que sabíamos que seria um inferno.

Nunca estivemos tão erradas.

Resolvemos matar aula.

O dia anterior foi um trauma e queríamos um tempo para pensar. Por tanto fomos andar pela cidade um pouco. Mas o que vimos não foi muito diferente do que fugíamos na escola. Na verdade era muito pior.

Na escola havia uma ordem de paz. Ninguém poderia agredir ninguém, era zona neutra. Mas na rua...

As gangues possuíam cada uma o seu próprio território, e para isso tinham sua marca. Um logo, uma cor, ate mesmo um objeto qualquer. Todos trajados com seus próprios uniformes para que não se misturassem. Tais estes que somente outra gangue poderia reconhecer.

E elas eram mesmo muito perigosas; e sua fama espantou o bem de toda a cidade. Deixando apenas pessoas vazias e vermes rastejantes que se alimentavam da putrefação humana.

As ruas que brincávamos quando crianças a gora me assustavam. E eu só queria voltar para casa. Mas a Monica queria saber o máximo que podia de cada uma delas. Seus logos e uniformes, junto com os seus nomes. Ela anotava tudo o que podia em um caderninho de coelhinhos.

O engraçado é que mesmo sendo, só nós duas em uma cidade podre e abandonada. Ninguém mexia com ela. Quando estava distraída ou focada em algo, a Monica exalava poder.

Passamos por muitos becos e valas. E ela conseguiu os nomes das gangues mais poderosas e perigosas; as que realmente mandavam e desmandavam em tudo. E estas eram:

Deuses, era um grupo estranho e parecia ate muito germofóbico. Usavam roupas como os deuses do olimpo e possuíam generais. Cada um com o nome de um deus. Sua marca, logo era engraçado. Um sabonete.

Coven estava sob o domínio de uma mulher. Na verdade todas a as integrantes eram mulheres e se vestiam como góticas estranhas ou roqueiras. Pareciam mesmo com uma coven (bando de bruxas). Seu símbolo era um gato preto. .... ele me era muito familiar.

Berserkers já eram o oposto. Formado penas por garotos. Todos enormes e malhados me davam muito medo. Eram os mesmos que tinham nos atacado na rua e assediado aquela moça na escola. Estava sempre com roupas de ginástica ou de academia. Faixas e bandanas na cabeça ou braços. Seu símbolo era uma pequena coroa com bolinhas na ponta.

Uniflora era tão lindo que quase me senti no paraíso. Tudo nobre e bem organizado. Usavam ternos e roupas de grif. Tudo era lindo e mágico e sua base mais parecia um palácio. Claro que fiz questão de conhecer. E muito corteses eles nos atenderam e ate nos deram chá para beber. Tinha ate maça com canela. Não parecia uma gangue eram lindos. Seu símbolo era uma boina francesa vermelha.

P.E.M. era estranho e me lembrava um vilão do batimão que os meninos amavam. Eles usavam as roupas metade- metade. E quando digo metade- metade não estou falando de calça e blusa e sim direita e esquerda. Na direita era como se fosse tudo cientifico e futurístico com coisas em neon e tudo mais; já na esquerda ficava bem monótono e diário, coisas do dia a dia mesmo. Não entendi seu símbolo de imediato. Tive de pesquisar. Era o símbolo de PI e o numero "e".

Império este já foi a Monica quem surtou. Coelhinhos por toda parte. A roupa de coelho com orelinhas de coelho. Tudo era coelho! Achei que ela ate iria entrar nesta equipe. Hehehe!

Vigília se portam como cães de guarda regendo o que é certo e errado. São muito extremistas e estranhos. Usam fardas e armaduras mesmo! Seu símbolo era bem lógico. Um binóculos.

Tratamento sua base foi o que mais me chamou a atenção. Era no sanatório da cidade a onde todos que não estavam bem iam; e seus integrantes se tratavam tanto de médicos como os pacientes. A bandeira já era o próprio símbolo de sanatório.

Mas o ultimo e principal não conseguimos muita coisa... Todos a temiam.

Claro que existiam outras inferiores, mas estas eram as que a Monica estava mais interessada. Ela estava mirando alto para variar... ai ai.





E ai voltamos para casa.

Ela estava triste.

Desolada, eu imagino.

Queria conforta- lá de alguma forma. Mas nada a animava. Não é por menos. Ela esperava encontrar todos de novo. E acabou descobrindo que tinha sido abandonada.

–--- Sabe... tudo esta tão destruído. Talvez seja uma mensagem divina. Talvez nós devêssemos... ---- me calei por que não estava mais sendo ouvida. Monica estava indo em direção ao nosso antigo barracão. Nosso clubinho.

Ele não era bem maior.

Me pergunto como todos nos coubemos lá dentro naquele dia.

Paro à porta estagnada, e vejo o inacreditável.

Todos; mas todos os nomes estavam riscados em baixo.

Cada um com uma caneta. O de Carmem estava rosa, o do Cascão esta com barro. Mas todos estavam riscados.

Eles haviam mesmo voltado.



Magali Noëlle Guiffray


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Notas finais do capítulo

(Eu tinha que cortar aqui. Me desculpa se ficou curto de mais. Ps; tive problemas para nomear as gangues não vou esconder. Então pode ser que eu mude no futuro, caso descubra algo melhor. Mas ai aviso.)