Limoeiro escrita por Dyryet


Capítulo 18
Hora de crescer


Notas iniciais do capítulo

(Olha não vou mentir. Quando contei para amigos escritores sobre o poder do DC muitos me perguntaram coisas que eu nem sequer tinha imaginado. Tais como: necessidades físicas e fisiológicas. Coisa que achei bem legal pensar. Mas teve um doente que já começou a extrapolar e me disse coisas nojentas... então tinha que por desenhadinho que não era assim.)
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Antes de mais nada isso não é um pedido. É apenas um desabafo... Cycy Batista uma leitorinha muito linda e fofa que sempre comentava deletou seu perfil estes dias o que me deixou muito triste mesmo. Eu nunca pedi comentários e nunca vou o fazer, fico mais feliz quando alguém comenta por vontade própria e adoro conhecer as pessoas que leem e suas opiniões sobre a trama; ela me dava muitas pontuações sobre o que achava e tudo mais. E sentirei falta disso...



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Oi!

Voltei!

Já tinham se esquecido de mim não é!


De tanto o Do Contra papiar com a Magali ele ate se esqueceu de mim. E me levou de volta ao seu covio.

Francamente não entendi metade do que ele dizia e fui deduzindo pelas respostas da Magali, bem ate uma boa parte, por que logo ela também começou a falar como ele. Eu não entendi aquilo, ela conseguia entender plenamente e falar também como se estivesse tudo normal, foi incrível o que ela fez. Magali... Ainda não acredito que ela esta caindo assim...

=~^~ ºº~^~=

Minha vida não foi fácil.

Não estou falando depois de eu ter partido, mas desde o comecinho. Afinal desde que eu era um pobre e inocente bebezinho eu tenho este probleminha com água. Bem não exatamente este... mas tenho.

Isso por que uma baba desmiolada quase me matou afogado ao papiar com o namorado no telefone! Por conta disso todas as mães do bairro se puseram a cuidar de seus filhos (e não trabalhavam). Nossa primeira baba foi a Xabel e nós já tínhamos 7 anos! Ai ai a Xabel...

Espera!

A onde eu estava mesmo?

Mas claro que a mudança não foi fácil. Eu apanhava direto, tinha que lutar para comer na escola e odiava meus vizinhos.

A velha louca tentava me bater sempre que eu demorava muito pra entrar em casa, me chamava de arruaceiro e vanda-lo. Ela nunca me conheceu, só tinha medo de qualquer jovem.

Os malucos bêbados já eram os únicos legais, queriam me pegar de aprendiz e me ensinar tudo o que sabia. E de fato eu aprendi... foi com eles que eu aprendi a lutar e a intimidar. Me tornei o maior arruaceiro do meu bairro, eu era mesmo barra pesada e tinha muito orgulho disso!

Isso tudo começou no dia que fiquei em casa sozinho. O cara estranho já sabia que eu passava as tardes sozinho e invadiu o apartamento; eu gritei e fugi mas ninguém veio me ajudar, ele ia... bem você sabem. Mas os drogados ouviram meus gritos e vieram.

Eles acabaram com a raça do velho. Acabaram mesmo. Bateram tanto nele que ele morreu, bem ali na minha frente na minha sala.

Eu chorava e me escondia. Minhas roupas estava rasgadas e um deles me deu sua jaqueta. Ele cheirava a ervas... mas eu não liguei.


Depois disso comecei a passar as tardes na casa deles com eles, mas voltava pra casa antes que meus pais notassem.

Mas eles notaram depois que me pegaram doidão um dia. Eu na tinha 13 anos mas estava tão chapado que nem os reconheci.

Depois disso eles perderam a confiança em mim, e eu resolvi me entregar de vez a esta vida. Esqueci completamente do nome Cascão, agora eu era o Stinky, que em inglês significa fedido.

~~ºº~~

Cresci entre as ruas e brigas de gangue. Fiz coisas terríveis com pessoas boas, e por isso posso dizer que sei como as pessoas podem mudar.

Eu mudei.

Mas eles não. Ele ainda era o Cebolinha, eu que não era mais o Cascão. Mas tinha que fazer alguma coisa.


Ele estaciona o ônibus em qualquer canto e desce. Seus capangas é que o põe no lugar correto. Desço as escondidas e invado o local. Já tinha invadido muita casa nesta vida, e acumulei praticas em coisas que ninguém vai querer saber.

Lá dentro era escuro sujo e úmido. Me senti em casa.

Tinha mesmo muita gente, e todos estavam treinando no andar inferior como uma base de quartel general de filme; tinha armas de fogo nas paredes todas e eles usavam armas frias de verdade para treinar um contra o outro. E o combate só terminava quando o treinador via sangue. Era brutal.

O Do Contra passa por todos tratando tudo como se fosse natural, enquanto todos param o que estavam fazendo e o cumprimentam mas ele nem liga. Parecia cansado então vai ate seu quarto que ficava bem no alto, mais parecia uma torre de observação.

Lá dentro tinha uma estante com vários livros escorraçados, um armário que eu espero ser de roupas, uma escrivaninha e uma esteira de correr. Nada de cama.

Fico à-vontade para xeretar no resto do local enquanto ele liga a esteira e se põe a correr; e o que vejo não é muito diferente do que já imaginava. Só os gritos e suplicas que me distraem do meu objetivo e os sigo para encontrar seus donos.

O barulho de correntes, gritos e risadas me trás terríveis recordações, recordações dos dias na cadeia, recordações das brigas de gangue; varias memórias que não me abandonavam.

E o que vejo me faz querer ainda mais afastar os meus amigos daquilo; neste pouco tempo que passei junto deles pude ver que continuavam os mesmo bobos alegres que sempre foram, e não sei se foi por conta de estarmos de volta ao “terreno” eu me senti como antigamente.

OoOoOoOoOo

Volto para casa a pé passando por vários bairros estranhos manchados de sangue e outras coisas piores, o engraçado é que me sentia mais em casa assim do que nos terrenos verdes das casas de meus novos e velhos coleguinhas. Me dou conta de que poderia me tornar um perigo para os demais, pelo menos eu não queria que eles mudassem como eu, apesar de esperar que sim para que continuassem vivos.

OoOoOoOoOo

Já era tarde, mas alguns ainda estavam pela rua a conversar sobre tudo o que tinha ocorrido, eles continuavam os treinos de combate e eu sorrio ao ver as tentativas falhas de Xaveco.

–---- Meu deus! Você consegue ser pior que o conceito de ruim. ---- Denise exclama já zombando o pobre infeliz. ---- Desiste e muda de idéia. Espera... Você é ruim em tudo o que tenta! Qual é a sua habilidade mesmo?

–--- Por que você pega tanto no meu pé? Vem aqui e mostra o que sabe fazer então! ---- ele retruca irritado deixando a arma de treino sobre o muro para que ela pegasse. Apenas obcervo quando a morena de marias chiquinhas pega a carma e acerta em cheio todos os alvos mesmo de traz do muro, um local bem mais distante de onde o louro estava. Eu rio, gargalho. ---- Mas que...! Valeu o apoio Cascão.

–--- Foi mal! Foi mal... desculpa. Mas foi muito engraçado cara. ---- me aproximo afim de anima-lo mas era impossível, Denise estava certa o louro não possuía grandes talentos. ---- A onde aprendeu a atirar assim?

–--- Eu não pergunto da sua vida e você não pergunta da minha. Fechado?

–--- Opa! Claro gata. ---- respondo brincando apesar do modo durão dela me intimidar, sem notar o olhar de ódio assassino que o louro me lança quando continuo o papo e os elogios. ---- Mas isso foi mesmo incrível parabéns.

–--- Obrigada. ---- ela sorri animada e me faz um afago leve no ombro, sinto um calafrio como se fosse ser morto de uma forma cruel e estrategicamente bolada por um serial killer psicótico e me viro vendo Xaveco se aproximar.

–--- Tudo bem loiro? ---- questiono ao sentir sua aura assassina para cima de mim. ---- Relaxa. Você logo pega a manha. ---- com esta aura com certeza já estará matando rapidinho.

–--- Conte com isso.

Isso foi uma ameaça? Por que eu senti que foi uma ameaça.


Me despeço rápido dos dois e vou ate Marina que estava a observar toda a conversa.

–--- O que foi aquilo? ---- questiono assim que chego ate ela sem mais delongas. Ela tinha um olhar critico, e eu sabia com toda certeza que não só com isso ela entenderia minha pergunta, assim como poderia respondê-la.

–--- E complicado... Ele não assume, ou melhor nem sabe o que sente ou se da conta do que faz. É fogo. ---- ela me responde de cabeça baixa, lia com dificuldade algumas anotações que o Do Contra havia deixado. ---- Tenho medo de quando ele se der conta que esta apaixonado. Vai ser um desastre.

–--- Por que diz isso? Acha mesmo que ela não pode corresponde-lo? ---- me sento no muro ao seu lado.

–--- Eu não sei. Só sei que não quero que ele sofra. Não faço ideia do que ela sinta por ele... A Denise é um mistério. ---- ela me responde com um tom tristonho, parecia interessada na conversa a ponto de querer continuar, mas estava completamente absorta pela leitura complicada.

Tento espiar o conteúdo, mas minha cabeça não era boa o suficiente nem para entender a primeira linha.

–--- As gangues menores não são de maneira nenhuma importantes. Corte a cabeça e o corpo morrera. Mas a cabeça é difícil de ser alcança da então pegue o corpo aos poucos. Comece cortando os tornozelos, para que seu inimigo se ajoelhe a sua frente e assim corte os braços para que não possa se defender. E por fim corte a cabeça. ---- ela lê para mim e depois me olha como se não tivesse entendido uma única palavra.

–--- A cabeça é o líder principal que a Monica falou. Os tornozelos devem ser algum tipo de apoio maior, pelo jeito. Os braços o que ele usa para agir não para se defender. ---- explico e seus olhos se iluminam como se eu tivesse acendido uma lambada e logo ela sorri. ---- E o Frank? Ta doido por você e não é de hoje. Vai dar uma chance?

Ela emudece e se cala se virando para as anotações novamente. Parecia querer entrar dentro do pequeno caderno. Com suas habilidades de trazer desenhos a vida não seria lá tão difícil.

–--- Nos beijamos mais cedo.

Ela afirma cortando o silencio e eu me viro a fitando surpreso. Queria exigir uma resposta porem minha atenção é cobrada em outro local.

Um brilho no meio da noite.

Um brilho que eu conhecia muito bem. Era a luz de uma arma sendo iluminada pela noite, escondida de todos.

Não faço de conta, não faço rodeios apenas saco a minha própria e disparo sem piedade.

Um corpo cai por ente as arvores.

Este usava um dos uniformes e posso ver outros fugirem e se prepararem para atirar, disparo novamente com a mesma naturalidade de antes, andando calmamente em sua direção e apodrescendo seus armamentos para que falhasem.

Eu estava pronto para voltar a ser o cascão, mas percebia que teria que continuar sendo o Spenk por mais tempo.



Ass: Cássio Marques de Araújo


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Notas finais do capítulo

(Ai! *-* você notou que eu amo os maus? Adoro fazer o personagem meio malzinho ou com um passado ruim! Sei lá por que, mas eu xono! Ain! Tbm vou aprontar com os casais meu objetivo é deixar você maluquinha. Quem vai ficar com quem? Etc.)
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Os nunca vou abandonar esta fic ou qualquer outra não importem as intempéries escrevo por prazer o/ Bjs bj