Unforeseen escrita por UmaEscritoraAnônima


Capítulo 29
Estilhaços


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas! u-u eu passei para agradecer aos leitores que estão acompanhando a fic, awn *-* e dizer que estamos chegando ao acompanhamento da série. Os episódios vão ao ar toda segunda, e infelizmente me baseio ao que está rolando lá. Então os capítulos obviamente serão reduzidos :c Vou ver isso, qualquer coisa eu aviso u-u u*u



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Já se passou quase três semanas que perdemos Beth. Bob também morreu, quando eu e Daryl estavámos fora. Soube disso depois.

Todos estamos tristes, não seria diferente.

Não posso deixar essas pessoas, elas me salvaram.

E além do mais...

--- Aqui ---- Daryl diz se sentando ao meu lado

... eu estou apaixonada.

É estranho dizer isso a mim mesma, mas é verdade.

--- Obrigada ---- digo pegando a garrafa d'agua

Escoro a cabeça em seu ombro, me lembro de algo parecido com isso acontecer antes.

--- Eles vão de manhã, espero que dê tudo certo. Sei que não acredita muito nisso mas ---- digo o encarando ---- ela queria que ele chegasse lá.

Ele me encara, depois olha para frente.

--- As vezes me pergunto se vocês só conversaram uma vez mesmo ---- ele diz

Dou um pequeno sorriso. Não era o que eu queria fazer. Sinto meu maxilar doer, a vontade de chorar sempre vem.

--- Ei ---- ele diz erguendo meu rosto

--- O que foi Daryl Dixon? ---- pergunto

--- Não começa ---- ela me repreende

--- Que foi? ---- digo sorrindo ---- é um nome legal, por que nunca me disse?

---O Rick ainda vai me pagar por isso ---- ele diz olhando para frente

--- Tudo bem, mas enquanto isso.. ---- digo me levantando ---- precisamos dormir

Eu lhe estendo a mão. Se eu quero chorar,é só conversar com ele. É incrível como ele se irrita rápido, eu amo isso.

Ele segura minha mão e se ergue. Ele se levanta e para na minha frente, muito próximo.
Eu nego com a cabeça e me aproximo, toco seus lábios e passo os braços em seu pescoço. O que eu sinto por ele anda ultrapassando qualquer coisa.

--- Boa noite ---- digo ao me afastar

Ele assenti com a cabeça.

--- Boa noite ---- ele responde

Eu me afasto e sorrio, as vezes me pergunto se sou bipolar, vai saber.

...

Lá vão eles em uma nova jornada, sem mim.

--- Até depois ---- Rick diz a Daryl

Michonne o segue até o carro. Estão indo até a casa de Noah, que ele afirma ser seguro. Não acredito muito nisso, mas estão fazendo isso por ela. Ela queria que ele chegasse lá.

Tyresee os acompanha, Glenn também.

A maioria ficamos aqui, esperando.

Daryl meio que ficou no comando, eu acho. As coisas estão difíceis para Maggie, eu não sabia antes, mas ela era irmã da Beth. Sasha está mal pelo Bob, o pessoal do Terminus ainda estava vivo, estava. Eu e Daryl indo atrás deles, quando eles estavam ali, nos observando. Mataram o Bob.

Dizem que o tempo cura, mentira. Ele apenas nos faz esquecer um pouco. Mas não é o suficiente, tudo permance aqui, guardado.

--- Você está bem? ---- uma voz me faz sair dos meus devaneios

--- Estou, Carol ---- digo sorrindo

Por que sempre me perguntam isso? Tem algo errado?

Ela sorri e se afasta. Eu até gosto dela, mas tenho um carinho especial pela Maggie. Desde o ínico, ela foi a primeira a realmente se preocupar comigo. Rick e Michonne só me acompanhou, mas naquele vagão quem se importou foi ela.

Não sei como conversar com ela, tudo que conversamos termina na Beth. Isso pode demorar, mas vamos superar isso. É como a Sasha, perdeu uma pessoa que amava. Eu me senti mal pelo Bob também, ele era uma pessoa boa.

--- Você sempre fica assim parada, dá até medo ---- Daryl diz aparecendo atrás de mim

--- Eu fico pensando Daryl, só isso ---- digo me virando

Ficamos ali nos encarando um momento.

--- Preciso de abraço ---- digo

Ele revira os olhos e se aproxima. Eu deito o queixo em seu ombro e vejo Maggie de longe.

--- Já volto ---- digo o empurrando

Ele me olha assustado e eu me afasto. Começo a andar em direção a ela, sempre de cabeça baixa ela permanece em pé ali.

--- Ei ---- digo me aproximando

Ela me cumprimenta só com o olhar.

--- Ele vai ficar bem se é o que você está preocupada ---- digo me desviando

--- Eu sei ---- ela diz apenas

Ela está se fechando desde a morte da Beth, nem Glenn consegue mais fazê-la sorrir. Não é como a Sasha, a Sasha até tenta.

--- Vamos recomeçar ---- digo a encarando

Ela me encara em silêncio. É como se eu dissesse "ela morreu, acorda", mas não foi isso. Eu só quis dizer, "ela não queria te ver triste agora". Não há muito a se falar com ela, ela está cada vez mais distante.

--- Se precisar de alguma coisa, me chama ---- digo me virando

Ela continua quieta. Talvez não queira compania, vai saber. Não sei como é perder uma irmã, não posso dizer que sinto o que ela está sentindo.

--- Quer ajuda? ---- digo me aproximando de Carol, que está guardando as armas em um dos carros

--- Obrigada ---- ela diz com seu jeito simpático

Não é como se ela fosse uma pessoa sozinha. Ela parece bem consigo mesma.

Eu e Carol somos quase iguais, a diferença é que ela tinha uma família, eu nunca tive. Meu sorriso se vai quando eu me lembro da minha vida de antes.

--- O que foi? ---- ela diz me encarando

--- Nada ---- digo sacudindo a cabeça ---- só estava me lembrando de coisas...meio... desagradáveis...

--- Como o que? ---- ela diz

--- Da minha família ---- digo forçando um sorriso

--- Mesmo? Como era? ---- ela pergunta

Eu não queria ouvir isso. Eu não quero falar.

--- Por que quer saber? ---- pergunto ríspida

--- Achei que você quisesse conversar ---- ela responde

Eu poderia dizer "pois é, não quero", mas não posso. Vamos começar com a história da minha vida então.

--- Isso você com certeza não vai querer ouvir ---- digo calmamente

--- Não, eu quero ---- ela diz sorrindo

--- E as armas? ---- digo me desviando

--- A gente termina de guardar depois ---- ela responde

Nunca pensei que teria esse tipo de conversa. Muito menos com ela.

--- Bom.. não há muito a se dizer ---- digo de qualquer jeito

--- Sempre há ---- ela diz

Fico apreensiva com isso, mas concordo.

--- Minha mãe.. ---- começo fazendo uma pausa ---- ela era tipo, uma fanática religiosa. Tudo bem você ler uma bíblia de vez em quando, mas ela era obcecada com aquilo. Ela me prendia em casa, e.. não me deixava fazer nada que ela julgasse ser errado ---- continuo ---- nós brigavámos todo dia e a minha casa era um verdadeiro inferno. Com 15 anos eu fugi de casa, sem olhar pra trás

--- Por que fez isso? ---- ela diz juntando as sombrancelhas

--- Eu senti que iria morrer se continuasse ali ---- explico

--- E seu pai? ---- ela pergunta

--- Meu pai e minha mãe se divorciaram quando eu era muito pequena e eu nunca mais tive contato com ele ---- digo ---- aí, com o tempo, as coisas começaram a dar erradas pra mim, e eu pensei em voltar pra casa. Pensei no meu irmão, e no que ele estava passando lá.

--- Irmão? ---- ela pergunta

--- Meu irmão era 7 anos mais novo do que eu. Ele era só meio irmão, era filho do meu ex padrasto. Eles brigavam muito, por conta da loucura da minha mãe. Aí um dia ele sumiu, e nunca mais tivemos contato com ele. Ele deixou meu irmão pra ela cuidar e nunca mais apareceu, simplesmente se foi. Então eu pensei melhor e decidi voltar, pro meu bem.. eu acho. Então, o telefone de casa não atendia mais, era estranho mas ignorei o fato por um tempo. Depois de dois dias eu fui até minha antiga casa ver meu irmão e ver se está tudo bem, eu precisava voltar, senti que não conseguiria mais. Então, pra minha surpresa.. ela tinha pego meu irmão e tinha ido embora e... eu nunca mais os vi. Já faz mais de dez anos que não vejo eles, e pelo visto, o dia que eu fui embora foi a última memória que eu tenho deles. Ela sumiu com ele, sem deixar nada, nenhuma pista. Eu só tinha 15 anos e estava completamente na rua. Eu coloquei a minha vida pra frente mas.. nunca foi o bastante, eu sempre me lembro como meu irmão me irritava e como quando brigavámos por coisas idiotas. Nunca mais recebi nenhuma notícia ou telefonema deles. Meu pai nunca me procurou, duvido que ele se lembrava que tinha uma filha

--- Meu Deus ---- ela exclama ---- eu sinto muito

--- Não sinta ---- digo ---- eu não sinto. Aprendi a me virar desde cedo. Consegui um emprego e consegui um lugar. Tudo bem se eu nunca mais vi minha família, talvez tenha sido melhor assim. Eu nunca tive uma família para se preocupar comigo e nem uma mãe para me dar "boa noite" mas, quem liga? Já passou

--- Você tem uma família agora ---- ela diz calmamente ---- essas pessoas, se preocupam com você, você tem uma família aqui

--- Eu sei ---- digo sorrindo ---- estou feliz por estar aqui

--- Eu realmente sinto muito pelo que você passou ---- ela diz com certa tristeza nos olhos

--- Eu aprendi a sobreviver, fiquei boa nisso ---- digo sorrindo

Não quero que ela se 'preocupe', essa histórinha não vale isso. Aprendi com meus erros, e coloquei minha vida para frente. Me virei sozinha, e não olhei mais pra trás. Estou bem assim, sempre estive.

--- Agora, vamos guardar essas armas ---- digo

Ela me acompanha e guardamos tudo em seu devido lugar. Ela parece diferente agora, como se realmente tivesse ficado abatida com tudo isso. Foi bom falar um pouco sobre minha antiga vida, mas não quero que ninguém tenha pena de mim. É algo que eu despreso.

--- Se precisar de alguma coisa me chama ---- digo me afastando

--- Ei ---- ela diz sorrindo ---- eu tenho orgulho de você, pelo que você viveu e pelo que você superou, mas agora você tem uma família, e vamos estar sempre aqui com você

Meu maxilar se prende e eu vou em sua direção. Eu a abraço e fecho os olhos. Ela é incrível em certos aspectos, foi bom ter tido essa conversa por um lado.

--- Obrigada ---- digo baixo

--- De nada ---- ela responde

Me afasto e sorrio. Vou andando em direção a algum lugar e me prendo ao vento, ele sempre leva a tristeza com ele. Suspiro e volto em direção a aquele pessoal.

Realmente, eu posso ter encontrado uma família aqui.

Espero que sim.


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