Unforeseen escrita por UmaEscritoraAnônima
Notas iniciais do capítulo
3 capítulo em um dia! Me amem e-e
O sol me faz levantar, e assim faço. Daryl não está mais no seu 'caixão' , como ele conseguiu dormir ali? Solto um sorriso quando lembro de ontem a noite. Me sento de volta no sofá quando ouço passos se aproximando.
— Já acordou — ele diz surpreso
Olho para ele chocada e querendo rir ao mesmo tempo
— Como assim já acordou? — eu digo o encarando
— Esquece — ele diz passando por mim, mas estava na cara que ele queria rir tanto quanto eu
Ele se senta em uma cadeira em frente e olha ao redor. E logo volta seu olhar a mim.
— Oi, tudo bem? — digo sentada como uma criança
Na hora ele se deita nas cadeiras, ocupando três. Eu me levanto e sigo em direção as cadeiras também. Me sento ao lado e o encaro com olhar de reprovação.
— Vou arrumar alguma coisa pra gente comer — ele diz se levantando
— Ok — digo observando ele se afastar
Ele me dá um último olhar e sai. Fico ali me perguntando de onde esse cara saiu. Não me responda.
...
— Anda logo — ele me repreende
— Estou indo o mais rápido que posso — digo me virando e o encarando sorrindo
— Esquece — ele diz rápido
— Não Daryl, não — digo rindo e gritando ao mesmo tempo
Ele me levanta do chão e me carrega até a cozinha
Ele me coloca na cadeira e segue em direção a dele
— É mais pesada do que parece — ele diz se sentando
— Eu não pedi você pra me levantar — digo ainda rindo
— Tá legal, vamos comer — ele diz pegando uma das latas
Ele abre a lata quando um som familiar vem do lado de fora. As latas se balançam e ele rapidamente pega a besta e entra em alerta
— Fica aqui — ele diz
Eu poderia responder a isso, mas preferi ficar quieta o que é um milagre. Ele sai do lugar e eu me sento esperando uma resposta. Ouço o ranger da porta se abrindo.
— É só um cachorro — ele grita
Um cachorro? Como assim? Penso me levantando. Saio do lugar e sigo em direção a porta.
— Ele não quis entrar? — digo me aproximando enquanto ele fechava a porta
— Eu não falei pra ficar lá? — ele pergunta me encarando
— Daryl, você disse que tinha um cão — digo obvia
— Talvez ele volte, vamos. — ele diz voltando
Caminhamos de volta pelo grande corredor. Realmente estou com fome.
...
O resto do dia permaneceu calmo. Aqui é um bom lugar para ficar, apesar de ser meio assustador. Temos comida, água parece tudo perfeito pra mim. Realmente estou feliz. Eu e o Daryl não conversamos nada sério, também não é mais necessario. Só ficamos fazendo gracinhas o dia todo, os dias com ele estão sendo ótimos. Finalmente encontrei alguém para me tirar da fossa.
Anoitece e estou novamente na sala funerária. Observo o piano e passo o dedo pelas teclas, sorrindo com o som. Ando em cima das cadeiras e observo de perto o caixão. Quando uma certa pessoa aparece.
— Que eu me lembre essa cama é minha — me viro e o encaro de longe
— É claro — digo me afastando e indo em sua direção
Ele para e fica me encarando, eu faço o mesmo. Ergo as sombrancelhas e espero uma resposta, ou uma reação. Ele dá um passo para trás e diz
— Vamos — ele diz
Já até sei pra onde.
— Vai ser um jantar a luz de velas? — digo sorrindo o encarando
— Só se você quiser — ele responde olhando para frente
Eu rio e andamos em direção a velha, e arrumada cozinha.
Paro diante dela e novamente o encaro.
— Acho que posso me acostumar com isso — digo sorrindo
Ele retribue e nos sentamos, lado a lado. Pego uma lata de sopa e abro, puxando uma colher. Também puxo uma lata de creme de amendoim, e as duas permanecem na minha frente.
— Talvez a gente possa ficar aqui — ele diz comendo sua lata de geleia
Aceno com a cabeça
— Espero que sim — digo — quer dizer, se alguém voltar, podemos agradecer e ficar com eles
— É, quem sabe — ele responde
Passamos um bom tempo em silêncio.
— Sabe Daryl nunca te agradeci pelo que fez por mim — digo o encarando e voltando meu olhar para a colher
Ele me encara e pensa em uma resposta
— Nunca fiz nada de mais — ele responde sem me olhar
— Fez sim — respondo
Ele me encara e eu também, solto um sorriso e me foco na minha comida, como ele.
— Você poderia ter me deixado lá, assim que pôde — digo
— Eu pensei nisso — ele revela e me faz encara-lo
Ele retribui o olhar e o desvia de novo.
— Mas não fiz — ele diz colocando outra colher na boca
— É — digo fazendo o mesmo — o que te fez mudar de ideia?
Ele me olha e eu retribuo, ele não responde.
Ergo as sobrancelhas.
— Sabe.. — ele mumurra e maneia a cabeça
— Sei.. ? —digo o encarando
Nos olhamos enquanto procuro uma resposta. Um som do lado de fora faz nós sairmos de foco e nos afastarmos.
— Vou dar mais uma chance a esse vira-lata — ele diz pegando uma lata qualquer e saindo
Me fixo no que acabara de acontecer, o que foi isso?
Meus pensamentos param quando o ouço gritar o meu nome. Me levanto rápido e corro em sua direção. Pego sua besta que estava ainda presa em sua cadeira e sigo para a porta da frente.
Ele está contra a porta a segurando de costas. Arremesso a besta e ele a pega no ar.
— Corre — ele grita se afastando da porta
Eu me afasto e corro em direção a cozinha e ele atrás de mim.
— Abra uma janela, pegue suas coisas — ele grita novamente
— Eu não vou deixar você — eu grito de volta
— Vai para a estrada, eu te encontro lá — ele grita — Vai
Não é hora de discussão, e assim faço. Ele leva os zumbis até o porão e eu sigo até a cozinha. Puxo a mochila que estava no chão e quebro a janela, a pulando. Ouço os típicos grunhidos e penso em voltar para ajudar. Mas já é tarde demais, estou do lado de fora. Olhando para a janela querendo uma resposta que posso nunca encontrar.
Eles se aproximam e sou obrigada a correr, me afastando dali. Vou parar em meio as árvores mas isso não impede eles de se aproximarem. Pego a faca e mato dois, fazendo-os cair. Vejo mais dois se aproximando e me pergunto inquetamente onde está o Daryl.
Uma adrenalina percorre meu corpo, cheia de medo e raiva. Os zumbis que se aproximam são minha menor preocupação. Ele está demorando muito, penso enquanto minhas mãos começam a suar. Ele está bem, está bem. Martelo isso na minha cabeça com o intuito de me acalmar. Os zumbis finalmente se aproximam e eu tento descontar um pouco da minha raiva neles, em vão.
Começo a olhar ao redor quase rezando para aquele caçador durão chegar. Minhas mãos voltam a suar e sinto que estou a ponto de ter um ataque cardíaco. Começo a me desesperar e a quase chorar de novo, procurando em volta alguma resposta. Uma mão encosta em meu ombro, e um alívio percorre meu corpo, é ele. Sei que é, é como se meu cérebro já tivesse um aviso quando ele se aproxima.
— Daryl , mas que droga — digo caindo em seus braços
O abraço com força tentando fazer aquela mistura de sentimentos irem embora. Me afasto e tento encara-lo
— A gente tem que ir — ele diz me levando a sua frente
Corremos em direção a floresta. A escuridão invade as árvores. As trevas nunca acabam.
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:3