(CAPITULO NARRADO PELA DETETIVE ERIN LINDSAY)

Eu acordei as sete horas da manhã, fui no banheiro, escovei os dentes e arrumei o cabelo, quando então fui sair do meu quarto e vi Antônio deitado no sofá, ele ainda dormia, eu fiquei observando-o e lembrando da noite passada, eu não sei direito o que deu nele, e o que deu em mim, mas no momento eu só conseguia pensar no Jay, eu não sei porque, nós nunca nos envolvemos, ele é apenas meu parceiro no trabalho, mas desde que Antônio me beijou, não parei de pensar em como ele reagiria quando soubesse do ocorrido, levantei e fiz café, já era sete e meia, daqui a pouco tínhamos que trabalhar, e ele continuava jogado naquele sofá, foi então que decidi acorda-lo, comecei a mexer em seus cabelos e a balança-lo:

–Tony, acorde. Temos que trabalhar!- eu disse com uma voz calma e doce, aos poucos ele foi acordando e ficou me olhando com aqueles olhos pretos grandes que combinavam perfeitamente com o seus cabelos negros lisos e sua pele corada

–Erin?- ele perguntou meio desconfiado, como se não estivesse entendendo muito da situação: – Eu estou na sua casa? O que houve? Nós bebemos juntos?- ele fazia várias perguntas ao mesmo tempo sem ao menos me deixar responde-las

– Calma Tony, eu que pergunto para você, o que aconteceu ontem a noite?

– Eu não sei, eu me lembro de estar em um bar, bebendo, e depois disso, tudo vira um borrão, eu não sei como vim parar aqui.- ele me respondeu bem confuso por sinal

– Você me mandou uma mensagem, e disse que precisava falar comigo, e que era urgente, e veio até aqui, você não se lembra?

– Na verdade não, o que aconteceu quando eu cheguei aqui?

–Antônio... - eu comecei a falar sem jeito, quando então ele me interrompeu

– Não... nós.. nós transamos? caramba, não acredito, nós.. eu , você..?- ele disse se levantando muito rápido e colocando as mãos na cabeça, ele não sabia realmente o que tinha acontecido, ele estava apavorado, realmente achou que a gente tinha transado, eu fiquei em choque olhando para ele quando então eu disse:

– ANTÔNIO, NÓS NÃO TRANSAMOS, CALMA AI CARA!- falei quase que gritando para ele se acalmar

– Nossa, que bom! - ele disse se acalmando

– Ninguém nunca ficou tão desesperado em saber que transou comigo.- eu falei rindo e brincando com ele, queria fazer uma piada, ainda não tinha falado sobre o beijo, nem sei se eu ia falar agora com essa reação do Antônio, me deixou preocupada, eu só conseguia pensar no Jay naquele momento, não queria que ele soubesse.

– Não foi isso que eu falei, mas se eu fosse transar com você, eu ia querer me lembrar, ou ao menos curtir esse momento não é Erin- ele falou rindo e me cutucando entrando na brincadeira.

–Vamos tomar café agora, temos meia hora para estar naquele distrito ou Voight corta nossas cabeças.

– Certo, tem razão

Comemos e conversamos, ele tomou um banho e colocou as mesmas roupas, mas dessa vez, ele colocou apenas a camisa gola V por baixo da jaqueta de couro preta que ele costuma usar, eu me arrumei e saímos juntos para o distrito, ainda faltava apenas dez minutos para começar o nosso turno, quando então chegamos, Jay, Adam e Kevin já estavam lá como de costume, eles ficaram olhando para nós quando chegamos, eu fiquei envergonhada pois na porta da unidade eu tropecei e Antônio me segurou, seu cabelo ( que ainda estava molhado) desarrumou um pouco então eu comecei a arruma-lo de novo, e então reparei que os meninos estavam nos olhando, Jay me olhava de um jeito estranho, e então eu pensei que talvez eles tivessem reparado que chegamos juntos porque passamos a noite juntos (não no mau sentido), mas resolvi deixar para lá, me sentei em minha mesa e fiquei arrumando os papéis, Olinsky chegou e então Hank disse:

– Bom dia a todos, hoje é mais um dia de correria, então espero que vocês estejam preparados, grandes buscas estão por vir hoje.

–Bom dia, Sargento. - disse Jay

–Certo - disse Olinsky, eu só assenti com a cabeça.

não tivemos nenhum caso muito grave hoje, nós apenas fizemos algumas buscas de drogas, e alguns criminosos fichados, e então já tinha acabado o turno, o dia foi tranquilo, o que é muito difícil de acontecer e então Antônio disse que precisava falar comigo quinze minutos antes do turno acabar e então eu apenas o segui, todos já estavam indo embora, apenas Jay continuava em sua mesa.

–Erin, eu me lembrei de uma coisa, uma coisa muito importante que aconteceu ontem, eu estava confuso, mas agora não estou mais, eu preciso que você me confirme uma coisa e me conte porque não me contou- antes que ele pudesse terminar a frase eu o interrompi:

–Antônio, eu...- quando então ele que me interrompeu

–Nos beijamos não foi?- ele me perguntou bem confuso

– Sim, na verdade, foi você que me beijou, você estava bêbado, e eu, eu não quis te contar antes porque eu estava confusa, quer dizer, você estava sobre álcool, não sabia o que estava fazendo, não achei que eu precisasse falar, não agora, me desculpa.- eu disse muito sem jeito.

–Não, me desculpa você, eu não deveria ter te beijado, não devia ter aparecido, eu fiquei bêbado, e então achei a hora perfeita para te contar, mas, eu estava errado, desculpe, sinceramente.

–Contar o que? - eu perguntei confusa

E então sem ao menos me responder ele me beijou, um beijo intenso, eu nem tive reação, apenas deixei meus lábios se encontrarem com os dele, eu realmente fiquei sem reação, eu não o via desse jeito, para falar a verdade, eu só conseguia pensar em Jay, eu ainda não sei o porque, e com a revelação de Antônio, eu fiquei confusa, não tinha reparado que Jay observava, ele levantou e ficou parado na porta, e então Antônio me colocou contra a parede, quando abri os olhos, eu vi Jay parado na porta, ele não falou absolutamente nada, ele apenas me olhou e ficou parado, com os olhos cheios de lágrimas, foi tudo tão rápido eu empurrei Antônio para longe, e então ele percebeu Jay na porta e então eu disse:

– Jay... eu posso explicar

– Jay, não é o que você está pensando..- disse Antônio

–Vocês estão juntos? - Jay falava tentando conter as lágrimas, Antônio não reparou, mas eu sim, ele está chorando?

–Foi só um beijo, nada mais- eu respondi

–Para você foi só um beijo? - perguntou Antônio

–Desculpa atrapalhar, eu vou embora- disse Jay, virando as costas e saindo

–Jay, espera- eu disse indo atrás dele.

– Erin? - chamou Antônio sem sair do lugar.

– O que foi Lindsay?- disse Jay olhando para mim com os olhos cheios d'água

–Porque você está assim? - eu perguntei muito confusa

– Nada Erin, nada, apenas me deixe sozinho e volte para o ''Tony'', nos vemos amanha parceira- ele disse sem maior credibilidade e foi saindo, eu fiquei mal por ver ele daquele jeito, e então voltei para falar com Antônio.

–Porque me beijou?

– Eu achei que você tinha gostado ontem a noite.

–Fala sério Antônio, você não devia ter me beijado, viu o jeito que deixou o Jay?

– Vocês tinham algo?

– Não, mas ele com certeza não ficou legal

–Tudo bem, desculpa por magoar o seu não namoradinho.

–ANTÔNIO, PARA, ELE ERA SEU AMIGO TAMBÉM

– Então ele deveria ficar feliz com a gente, pelo menos isso, é o que eu acho

– Eu vou pra casa, é melhor você ir também.

– E a gente?

– Não existe '' a gente'' Antônio.

Ele ficou me olhando com uma cara brava e confusa, foi então que eu reparei que tinha acabado de dar uma patada feia nele, e então eu disse:

– Desculpa, eu preciso ficar sozinha no momento, não fique bravo, não se magoe, eu só tenho que sair daqui e agora- eu respondi e saí correndo sem ouvir os seus argumentos.

cheguei em casa, tomei um banho, e tomei algumas taças de vinho, quando eu digo taça, quero dizer uma garrafa, era quase três horas da manhã, e eu já tinha tomado uma garrafa inteira de vinho e uma cerveja, eu estava tão bêbada que resolvi dormir no sofá mesmo, me acordei as seis e meia,minha cabeça estava estourando, eu estava com uma aparência péssima, e então eu tomei um banho, e me arrumei, estava com olheiras horríveis, eu tentei disfarçar mas não deu muito certo, na verdade, aquilo nem me importava, eu só conseguia pensar em Jay, saí de casa, sem tomar café mesmo, e cheguei na unidade sete e quinze, Hank ainda nem tinha chegado, eu me sentei em minha mesa e fiquei preenchendo alguns papéis antes de começar o turno, Jay chegou primeiro que Voight dessa vez, cinco minutos depois que eu cheguei, ele não falou nada, também não falei nada, Hank chegou, e ficou parado ,bem na porta da unidade, ele me viu sentada em minha mesa mexendo em meu computador e Jay, mexendo em seu celular, eu não tinha reparado a presença dele ali, até que ele disse:

–Bom dia Erin, Halstead.

– Bom dia Sargento- disse Jay me olhando

– Hey Hank - eu respondi e levantei a cabeça, reparei nos olhares de Jay e continuei mexendo em meu computador, não tinha muito o que falar.

já era quase oito, todos já estavam na unidade, Adam conversava com Jay, Antônio me observava, quando então alguém que eu não esperava apareceu na porta, isso mesmo, era minha mãe, a Bunny, ela apareceu acompanhada com a Platt, eu a observava, e então Platt me chamou, eu tive que ir, não tinha muita escolha, quando eu levantei e caminhei até elas, todos me olharam, viram minha cara de quem não dormiu quase nada, e tomou um porre, eu estava de ressaca, ressaca mal curada, cheguei mais perto e fiquei olhando para Bunny:

–Erin, precisamos conversar!- ela disse sorrindo para mim.

–Precisamos Mãe?- eu disse fazendo uma careta

–Eu preciso te contar uma coisa, uma coisa que está me perturbando faz um tempinho, que eu deveria ter te contato a muito tempo, preciso contar para você e para o Voight ao mesmo tempo.

– Escuta mãe, eu não estou interessada, não agora, apenas me deixe em paz, outro dia eu te deixo me incomodar, mas hoje não mãe, se quer falar com o Voight, chame você mesma por ele.- eu disse e saí, nem dei tempo de ela me responder, eu estava brava não, queria escutar, hoje não, subi e voltei ao trabalho.

– Lindsay, minha sala- disse Hank

–Sim, Sargento?

– Sua mãe me ligou e disse que precisava falar comigo, sabe o que ela quer falar?

– Desculpa, mas não sei, eu achei que não era importante, desculpa.

–Tudo bem, você está bem?

– Um pouco triste, mas, eu vou ficar bem.

– Se precisar de mim, apenas me diga, eu estarei aqui- ele disse com um tom de conforto achei muito fofo, e muito gentil.

Resolvemos alguns casos pequenos, nada muito grande, e então, quando terminou o expediente, Adam perguntou:

–Partiu Bar?

– Por mim tudo bem- disse Olinsky

–Eu to dentro - disse Jay

– Antônio?- perguntou Olinsky

–Vamos nessa, honney!- disse Antônio –Erin?

–Acho melhor não...- respondi meio sem graça, afinal, só ele tinha me convidado

–Vamos logo Erin, você ta louca pra tomar um porre- disse Adam

–Vamos logo então? - disse Jay se parecendo indiferente

Fomos todos para o Molly's, estávamos bebendo muito e nos divertindo, pela primeira vez, me senti relaxada, e comecei a brincar com todos, estava uma noite bem agradável, eu estava bêbada, dançamos muito, quando Olinsky chamou Jay:

– Jay, leve Erin pra casa, ela está tão chapada que mal consegue caminhar, e eu não confia naqueles ali com ela- disse ele rindo e apontando para os garotos que estavam dançando comigo.

–Acho que Antônio pode cuidar dela- respondeu Jay ironicamente.

–Jay, ela é sua parceira, se algo acontecer com ela, Hank mata todos nós, cuide dela, eu sei que você se importa, e todos estão tão bêbados que nem se lembram os próprios nomes.

–Ta bem, eu levo ela pra casa, você leva os meninos.

­–Fechado.- disse ele para Jay.

Eu estava sentada na minha cadeira e então Jay chegou pra mim e disse:

–Vamos pra casa Erin? vem, eu te levo.- ele disse sorrindo, admito, aquele sorriso é sedutor, então eu disse me segurando nele.

–Com você? Eu vou pra qualquer lugar- falei rindo, eu estava tão bêbada, que nem percebi o que eu estava dizendo.