Naked escrita por Hellscy


Capítulo 5
Estranhos, mas nem tão estranhos.


Notas iniciais do capítulo

"E a gente vai a luta e conhece a dor.
Consideramos justa toda forma de amor."
— Toda forma de amor (Lulu Santos)



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– Bora?

Juvia ficou sem chão por um segundo. Nem em um milhão de anos pensava que fosse revê-lo.

Bom, ela pelo menos esperava por isso.

– Oi Juvia. Como vai você? - ele fez aquele sinal irritante com dois dedos e pareceu tentar seduzi-la deixando a voz um tanto mais rouca. Diferente de alguns anos atrás, ela teve vontade de vomitar.

– Bem. - melhor antes.

Ficaram em silencio. Ela esperando que Bora fosse embora e ele que lhe devolvesse a pergunta, porém Juvia não tinha curiosidade nenhuma em saber se ele estava bem. Após dois segundos, depois de perceber que ela não falaria nada o encarando daquele jeito, ele voltou a falar.

– Eu também. - Ninguém te perguntou. – Não vai me apresentar seu amigo?

Juvia automaticamente se voltou para Gray que observava Bora. Por um instante tinha se esquecido da presença dele, que parecia mais incomodado do que ela. Perdeu a noção do tempo encarando o moreno tentando ler suas reações até que Bora fingiu uma tosse para chamar sua atenção. Ainda assim apenas o Fullbuster pareceu sair do transe.

– Eu sou Gray - ele estendeu a mão para Bora apesar de não parecer querer cumprimentá-lo. - E você é um amigo da Juvia, certo?

Bora escovou o cabelo para trás com os dedos longos e junto de um sorriso arrogante respondeu:

– Ex-namorado - Juvia tremeu finalmente parecendo voltar atenção à conversa. - O primeiro para ser mais exato.

– Foi um prazer te ver, Bora. - a Lockser usou um tom baixo e mentiroso cortando o assunto. Os olhos azuis brilhavam raivosos. - Mas eu já estava indo embora. Então até outra hora. - Quis esquivar-se de forma rápida e simples.

Se virou para ir embora puxando Gray pelo braço. Com aquele simples e bruto gesto ele pode notar o quanto Juvia estava tensa. Não de medo ou do que ela tivesse quando brigava com ele, mas com algo que mais pareceu repulsa.

Apesar de se conhecerem a pouco tempo ele não esperava que a Lockser tivesse aquele lado, por isso não pode deixar de ficar curioso. Obvio, Bora era o motivo. A pergunta era: por quê?

Independente da resposta, aquilo só fez a antipatia do Fullbuster pelo tal Bora aumentar.

– Espera - o cara segurou o pulso dela fazendo-a voltar dois passos. Juvia não soltou do braço de Gray e agarrou com as unhas o tecido da manga cumprida, rangendo os dentes - Se quiser eu posso te dar uma carona. - aquele sorriso de lado e aquela voz forçada estavam embrulhando seu estomago. E não era só o dela.

– Não, obrigada. - seu tom contrastou de forma gritante com sua educação. - O Gray já se ofereceu para me levar.

Bora deixou um resmungo longo sair pela boca, depois encarou o homem ao lado dela dos pés a cabeça sem nenhuma discrição. Deixou Gray ainda mais incomodado, principalmente quando terminou sua inspeção com um olhar de desaprovação. O moreno tentava manter a calma. Por enquanto estava fazendo um ótimo trabalho.

Ignorando tanto a resposta de Juvia, quanto a presença do Fullbuster, continuou com sua voz prepotente.

– Tentei falar com você outro dia, mas você não me atendeu. Muito mal educado da sua parte, aliás. - Lá estava ele a criticando de novo. Juvia teve que espremer os lábios para não soltar uma palavra suja - Queria conversar com você. Sobre os velhos tempos. Vamos. - persistiu sorrindo - O que me diz? Meu carro está aqui por perto.

– Já disse que… - era obvio que ela ia negar de novo, percebendo isso Bora a interrompeu.

– Vamos logo. - praticamente ordenou - Quando eu vi seu vídeo me bateu saudades. Principalmente pelo o que você disse. Aposto que sente saudades de mim também, você sempre foi bem carente. - ela franziu o cenho, mais irritada - Mas cara, mais de um milhão de acessos! Fiquei sabendo que você até foi chamada para um programa de entretenimento. Quem diria? - Foi ali que ela percebeu suas verdadeiras intenções - E aquele palhaço que estava na fonte com você?!

Juvia esqueceu a raiva por um instante e encarou o respectivo palhaço, este, que apenas encarava Bora com uma expressão séria e calma. Normal para Gray. Entretanto daquela vez parecia um pouco diferente. Mais frio talvez.

– Afinal fazer você dizer aquelas coisas e tratá-la daquele jeito. Vi em um site qualquer que antes ele até havia caído sobre você. Que brutamontes. - Bora continuou - O paspalho teve pelo menos a decência de te pedir desculpas? - ela abriu a boca para responder, porém Bora a cortou outra vez - Bom, não importa. Aposto que ele deve estar longe agora. E então? Vamos?

Ele falou tanta coisa que Juvia se viu desorientada tentando digerir tudo. No momento em que ele calou a boca a puxou com um pouco de força fazendo com que ela tropeçasse alguns passos. Nem ao menos esperou que respondesse.

Bora nunca aceitaria as coisas se não fossem do jeito que ele queria. Era uma das características irritantes dele que ela percebeu tarde demais.

A Lockser já ia tentar se livrar daquela mão em seu pulso para recusar o convite de mil e uma maneiras possíveis quando se sentiu ser puxada para trás novamente. Foi mais delicado teve que admitir, mas de uma maneira rápida e repentina. Com isso Bora acabou soltando-a, porém Juvia nem percebeu, estava mais concentrada na força que a puxava para a direção oposta.

Antes que pudesse entender qualquer coisa, se viu atrás das costas largas de Gray tendo a ligeira visão do moreno dando um soco certeiro na fuça de Bora. Pode ouvir o barulho do atrito com clareza antes de perceber o mesmo caído de bunda no chão a sua frente.

Gray abraçou uma Juvia confusa pelos ombros. Com um tom irônico, acompanhado de um sorriso de lado bem sensual, disse olhando para baixo:

– Desculpe, mas não me agrada ver um desconhecido convidando minha namorada para o carro dele. - Falou tão firme que realmente pareceu verdade. Que belo ator ele era. - Sabe?! Eu sou muito possessivo. - a abraçou com mais força

Juvia paralisou com os olhos arregalados. O que?

Tremendo, ergueu o rosto lentamente para visualizar aquele sorriso cafajeste.

– Namorada? - ouviu a voz incrédula de Bora vindo do chão com a pergunta que entalou na garganta dela. Ele passava a mão na bochecha direita chiando baixinho de dor.

– Sim, namorada. Algum problema com isso?

– Achei que fossem amigos.

– Nunca disse isso, você que insinuou. Agora se me der licença eu vou levá-la para casa já que ela me deve um bolo. Até nunca mais.

Gray deu as costas para Bora após fechar o porta-malas e guiou Juvia até a porta do passageiro. Recuperada, abriu um sorriso sapeca e por cima do ombro deu um tchauzinho descarado para o homem indignado que ficava para trás ainda no asfalto. Sentia-se vingada.

Abriu um sorrisinho malvado desejando que tivesse sido ela a ter dado aquele soco.

Bastou ouvir a porta do motorista bater e perceber que estava dentro do carro já em movimento para voltar para a realidade. Namorada?

Voltou o olhar para o moreno ao seu lado concentrado na pista, mas com apenas uma mão no volante. Em circunstâncias normais aquilo a deixaria nervosa. Um dos motivos de não dirigir, além de não ter um carro, era seu pânico por dirigir. Como ele podia controlar uma maquina com apenas uma mão? A lei dizia que deviam dirigir com as duas mãos no volante na posição de “dez para as duas”.

Seus amigos já conheciam suas paranoias sobre direção. Do tipo: “Se correrem 5km acima do permitido vão acabar batendo” ou, no caso, ficar com as duas mãos no volante. Por isso sempre se comportavam em sua presença. Juvia já perdera a conta de quantas vezes foi expulsa de ônibus por gritar com o motorista por ele dirigir feito um condenado em uma pista de corrida dizendo que ele poderia matar todo mundo. Aparentemente não é todo mundo que gosta de ser acusado de um possível assassino.

Impressionantemente, ou estranhamente, isso só acontecia em veículos de quatro rodas. Ela não tinha problemas com moto por exemplo. Entretanto, Gray não sabia desses pânicos dela dentro de carros. E não é como se Juvia estivesse se importando, no momento, também, já que aquelas não eram circunstâncias normais.

Antes que pudesse se segurar acabou perguntando:

– O que foi aquilo?

Ele tirou a atenção da estrada por míseros segundos encarando-a seriamente. Ela conteu a vontade de gritar por ele estar sendo irresponsável. Gray parecia tentar lê-la a fundo ou apenas estaria pensando em como responder, ela não tinha certeza.

Apesar de manter uma pose durona, de quem esperaria até o fim pela resposta, por dentro ficou aliviada quando ele desviou o olhar para o transito novamente.

– De nada.

– Como?

– Você não parecia tão animada quanto eu para ficar lá. - ela arqueou uma sobrancelha - Mas se quiser eu posso voltar para ele poder te levar para casa. - Gray passou para a outra faixa ameaçando fazer um retorno.

– Não! - Juvia gritou e o moreno soltou um riso sarcástico.

Ela se recostou relaxada no banco. Com uma careta passou a observar a paisagem que se deformava, graças a velocidade, através da janela.

– Obrigada - resmungou a contragosto e depois de outro riso abafado ele repetiu o “de nada”.

Após alguns segundos de silêncio teve coragem de continuar

– Mas tinha que dizer que eu era sua namorada?

Gray gargalhou.

– Não achei desculpa melhor na hora. - deu de ombros. - Mas me surpreendeu existir alguém que você odeia mais do que eu.

Juvia ficou tensa. Sentia cólera ao falar sobre o assunto. Porém depois dele tê-la ajudado não achou motivos para não falar sobre algo tão insignificante quanto seu passado com Bora.

– Não precisa falar sobre o assunto se não quiser - ele disse após notar que estava receosa.

– Ele é só o primeiro babaca da lista de namorados que eu escolhi com meu dedo podre - soltou de uma vez

– Nossa. Calma. - Gray parecia surpreso, mas estava com vontade de rir. Sua passageira fazia uma cara emburrada bem divertida enquanto cruzava os braços. - Já disse que se não quiser não precisa falar.

– Não é isso. - Juvia tentou achar algo para dizer, mas suspirou quando não conseguiu - Não é que eu o odeie. Para falar a verdade quando eu vi o Bora só lembrei do ano que passei com ele e dos outros quatro meses de depressão por ele ter me dado um pé na bunda. E quando eu lembrei disso, me lembrei do quanto eu me odeio por isso. Não é ele que me irrita, apesar de realmente merecer, mas sim a antiga Juvia que se apaixonou por ele.

A Lockser começou a contorcer os dedos e enrijecer as juntas enquanto tentava dizer alguma coisa, mas em vez disso grunhia com a garganta implorando por um grito frustrado. No final, bateu a cabeça contra o encosto do banco e suspirou desolada. Porém não se sentia na necessidade de ser consolada.

Gray achou que Juvia não fosse dizer mais nada, então se calou.

– Ele me traiu. - disse simplesmente.

Virou-se para o motorista procurando uma reação, mas não encontrou nada. Gray não tinha como reagir. Conhecia Juvia há pelo menos duas semanas então não podia se manifestar. Para ele traição parecia estar se tornando algo tão normal que não parecia ser algo tão ruim quanto diziam. Claro, ele não podia dizer por aqueles que sentiram na pele como a Lockser.

– Não é como se o Bora fosse a melhor pessoa do mundo também durante o namoro. Lucy era a que mais parecia disposta a me espancar se eu não terminasse com ele. Mas como qualquer garota ingênua em seu primeiro relacionamento eu fui até o fim. - Sua voz carregava angustia e seus olhar severo fazia parecer que ela se autorrepreendia ao relembrar tudo - Hoje eu consigo enxergar o quanto ele era um estúpido comigo, com as críticas e o fato de querer tudo do jeito dele. Mimado filho da mãe. Ainda foi o maldito que terminou comigo apesar de ser ele a me trair. - parecia até que ela dizia “bem feito” para si mesma - Mas não posso odiar ele pelo que ele é. Na verdade posso, mas a estúpida fui eu por cair na lábia dele.

– Tem razão. Você foi muito estúpida.

Juvia ficou surpresa. Não esperava por aquilo. Viera como um soco, porém não é como se a mesma não merecesse. Fitou Gray, espantada.

– O que foi? - perguntou quando notou ser observado daquela forma - Só estou dizendo a verdade. Você realmente foi bem estúpida em cair na conversa de um palhaço como aquele.

Ela teve um choque de realidade.

– Não. Não. Você está certo. É só que… eu não esperava por isso. Na época, quando aconteceu, a Lucy foi a única a jogar as coisas na minha cara. Quase deixamos de ser amigas por isso. O resto dos meus amigos passou dias me consolando com palavras vazias. - Juvia pareceu se arrepender do que disse - Quero dizer, não a intenção deles, mas no fundo eu sabia que o que eles diziam nunca teria cabimento. Você foi o segundo a dizer o que eu realmente precisava ouvir. Obrigada.

– Eu acho que você esta doente. É a terceira vez no dia que me agradece em vez de gritar comigo.

– Cala a boca - Riu. Gray parecia querer melhorar o clima e estava conseguindo - E só para deixar claro: foi com ele que eu transei pela primeira vez.

– Eu percebi e eu ainda não consegui entender nem acreditar numa coisa dessas. - Seu tom foi de falsa incredulidade - Como foi que ele te convenceu de fazer uma coisa assim? Ele é muito estranho.

– Ei. Eu já disse que era ingênua. Não precisa ficar jogando na minha cara, acha que eu não me arrependo? - de repente eles pareciam em uma brincadeira

– Ingênua é pouco. Se eu fosse você teria vomitado só de ouvir ele me pedindo algo assim com aquela voz estranha.

– Parece locutor retardado.

– Ele força demais a voz. E quantas vezes ele precisa jogar o cabelo para trás? Devia raspar logo e usar algo que condiz com a idade dele, assim como aquelas roupas.

Ela gargalhou. O resto do caminho até o apartamento de Juvia foi com risadas sempre envolvendo Bora ou o antigo relacionamento fracassado da garota.

Foi bem divertido.

Eles passaram o tempo discutindo, sim. Porém, pela primeira vez, foi um tipo de briga diferente das outras, algo como se fossem amigos-inimigos. Discutindo de brincadeira.

E esse modo de brigar pareceu bem melhor para eles.

[...]

Gray ajudou a descer as compras assim que chegaram ao prédio de Juvia.

O apartamento dela era no terceiro andar e para o desespero do moreno, acostumado com a praticidade do elevador, Juvia preferia subir de escadas. Mesmo carregando dúzias de sacola.

– Quando estou sozinha o porteiro me ajuda. - disse quando ele perguntou como ela aguentava.

Assim que entrou no cubículo aconchegante da Lockser ele largou as sacolas sobre o balcão. Antes que pedisse Juvia lhe estendeu um copo de água gelada. Ele a fitou surpreso por conseguir ler seus pensamentos. Estava arfante. Isso por que fazia boxe.

Escadas podiam matar.

– É sempre assim. Todo mundo que vem aqui pela primeira vez parece que vai morrer. Eu mesma demorei para me acostumar. - explicou - Depois, a partir da segunda visita mais ou menos, eles me deixam para subir as escadas sozinha e usam o elevador. - Gray se repreendeu por não ter pensado nisso - Quer dizer, menos a Erza e o Natsu. Eles parecem ter a disposição de uma criança.

O moreno cerrou as sobrancelhas engolindo a água de uma vez.

– Não conte sobre isso para ele - Gray pediu - Se souber que ele consegue subir três lances de escadas facilmente e eu não, vai me encher sobre isso até a outra vida.

– Ah-hã - Juvia o encarou séria enquanto guardava o açúcar - Só não quer aceitar que ele te vence em alguma coisa. - comentou irônica

– Como? - O moreno quase gritou incrédulo

– A Lucy me contou da richa constante de vocês. Que vocês são tipo...fogo e gelo?! - guardou os biscoitos antes de se virar para ele - Você não se dá muito bem com as pessoas não é?! - Sorriu maroto se referindo também aos primeiros encontros dos dois.

Gray se contentou em desviar os olhos de sobrancelhas franzidas, levemente encabulado.

– Bom eu acho que já vou. - começou a procurar pela única sacola que lhe pertencia.

Encontrou ao lado de Juvia sob a ilha da cozinha, porém o pacote de cervejas estava aberto e ela segurava uma das garrafas. Ele não teve tempo de falar nada antes de vê-la abrir a tampa na quina do balcão de mármore. A tampinha de ferro saiu voando com um estalo.

Juvia lhe estendeu a garrafa após bebericar um gole.

– Achei que eu estava te devendo um bolo.

Ele sorriu aceitando o convite implícito.

– Se quer que eu fique é só falar. - respondeu com um sorriso sacana tirando a cerveja de suas mãos. A Lockser deu de ombros, brincalhona.

– A porta é ali. - apontou - Se quiser pode ir. Obrigado pela ajuda e vá pela sombra.

– Vou esperar pelo bolo.

– Foi o que pensei. - sorriu vitoriosa - Não é para me gabar, mas meus bolos são ótimos. - balançou os ombros se gabando - Pode esperar na sala se quiser. Só vou terminar de guardar essas coisas.

– Estou bem aqui. - Gray se apoiou no balcão e passou a observar a decoração com o som de sacolas sendo reviradas ao fundo. - Belo apartamento.

– Obrigada. - Juvia respondeu enquanto preparava chá gelado com rodelas de limão

– Achei que fosse beber a cerveja.

– Eu não bebo - respondeu - Só em ocasiões bem especiais. Sou fraca para bebidas. - Gray riu

– Deve ser algo divertido de se ver.

– Você já viu. O vídeo que aquele meu stalker mostrou. Despida de solteira. Bêbada.

Com isso Gray caiu na risada.

– Não é engraçado – resmungou.

– É hilário. - ela fez um bico, irada.

– Elas disseram que eu estava falando alguma coisa sobre carência, já que eu tinha uma amiga noiva e outra para casar. Então eu decidi subir na mesa e dançar para tentar “seduzir” - fez raspas com os dedos - meu amor verdadeiro. - terminou fazendo uma careta de desgosto. Decepcionada consigo mesma, após lembrar do ocorrido

– Bom. Você conseguiu seduzir o Sr.Delicia_078. - ironizou. Juvia se prestou a lhe mostrar o dedo do meio.

– Por isso que eu digo que essas coisas de amor e carência não dão certo. - disse mais para si mesma.

– Nisso eu concordo com você. - ele deu mais gole.

– Por quê?

– Como assim por quê?

– Eu não deixei de ser romântica e parei de crer muito nessa historia de amor, mas isso é porque eu tive muitas decepções. A começar por Bora que me traiu e depois me deixou. Mas e você? Também ganhou chifres e depois levou um pé na bunda?

Gray deu uma leve risada.

– Não. Meu caso é menos dramático. – deu uma pausa bebendo mais um gole da cerveja antes de continuar - Quando eu era pequeno meus pais passaram por uma crise brava que acabou com ele saindo de casa. Antes disso, eles já brigavam muito e algumas vezes ficavam distantes como se não se conhecessem. Ele ficou uns bons três ou quatro meses fora antes de voltar de joelhos. - Gray abriu um sorriso torto ao se lembrar da cena. Havia acordado de madrugada e ficou surpreso com a cena do pai implorando de mãos juntas na porta de casa - Lembro dele falar alguma coisa sobre não saber viver sem a Ur, mas também não é como se ela não passasse noites chorando pelos cantos ao som de Celine Dion para depois xingar meu pai até pros entregadores de pizza. - Juvia arqueou uma sobrancelha incrédula

– Como?

– É, eu sei. Não parece. Acredite - ela assentiu - Acho que isso me marcou, principalmente a frieza como se tratavam às vezes. Juro que todos os anos, antes disso, eles ficavam a um fio do divórcio. Óbvio que agora eles estão ótimos. Se amam e tudo, mas aquilo mexeu comigo. - Gray brincou um pouco com sua garrafa procurando as palavras para concluir ou somente estivesse relembrando tudo - Todo esse drama e as brigas constantes, além da forma como as pessoas parecem ficar loucas e desesperadas... Eu definitivamente não quero isso para mim. Acho que na minha cabeça ficou uma visão de que o amor é como uma doença.

– Uau! - Juvia exclamou com os olhos surpresos - Definitivamente… - ela colocou sua mão sobre o ombro do moreno como se estivesse lhe dando apoio emocional - Meus motivos são bem melhores que o seu. - e riu - Fala sério! Você é só um menino com trauma de infância! - gargalhava enquanto ria.

– Ei! - disse indignado - Respeite esse menino e seu trauma bobo. - Ela riu mais.

– Sim. Desculpa. Você tem razão. Todos têm seus motivos.

– Por isso meus relacionamentos mais sérios não duravam mais do que três semanas, e quando acabavam não era como se as meninas quisessem voltar também. Só servia para aumentar ainda mais minha crença - Juvia resolveu começar a fazer o bolo em vez de só ouvi-lo - Ultear me repreende por isso. Lyon me repreende. Meus pais me repreendem. Acho que eles se culpam, então não conte para eles. - de costas ela meneou um sim com a cabeça - Só queria que minha mãe parasse de dar uma de cupido. - suspirou

Quando viu que ele acabou Juvia se virou para Gray novamente com uma colher de madeira suja de massa e seu copo de chá na outra. Ela sorria.

– Um brinde ao não-amor.

Gray acompanhou seu sorriso e levantou sua cerveja.

– Um brinde. – tilintaram os vidros, beberam uma dose da bebida de cada um e suspiraram no final.

Juvia, então, resolveu mudar de assunto.

– Quer ouvir mais das minhas aventuras de bêbada?

Como estava curioso e sentia que lhe renderiam boas risadas, ele aceitou. Abriu outra cerveja com a quina da ilha, como ela fez mais cedo, e apoiou as costas sobre a mesma para escutar. Enquanto misturava mais alguns ingredientes, untava a forma e pré aquecia o forno Juvia contou do que conseguia se lembrar ou do que lhe contaram.

Falou da primeira vez em que ficou bêbada, quando sua mãe a enxotou com vassouradas de casa e ela implorou aos berros para não dormir no jardim. Também teve a vez em que dormiu em uma casa estranha, não por ter saído com um cara, mas porque acabou tomando o caminho errado e parando na porta de uma casa que escondia a chave extra no mesmo lugar que ela. Isso foi no outro lado da cidade, e não adiantava perguntar, porque a Lockser não tinha a mínima ideia de como foi parar lá. No dia seguinte, quando foi pega espalhada no sofá alheio, foi quase um sofrimento pedir para que não chamassem a policia.

Contou também da vez em que estragou um casamento. Essa era uma das melhores. Na época, Juvia estava em um dos seus relacionamentos desastrosos, o da vez era um cara que ela descobriu estar noivo. Ele a dispensou no dia da sua despedida de solteiro, uma noite antes da cerimônia que ocorreria de manhã. Obvio que Juvia foi afogar as magoas com álcool. Para piorar não escolheu as melhores companhias: Erza, Levy e Lucy. Depois, só conseguia lembrar-se de acordar às quatro da tarde do dia seguinte.

Lucy contou que Juvia invadiu o casamento depois que saíram do bar, umas sete e meia da manhã. A loira disse que ela e Erza faltaram quebrar a porta da capela logo que o padre perguntou: “Se alguém saiba de algo que impeça este casamento que fale agora ou se cale para sempre”. A Lockser revelou tudo sobre o namoro as escondidas usando sua garrafa de cachaça vazia como microfone enquanto Erza ameaçava quebrar a cara do noivo. Os padrinhos tiveram que segurá-la. Todos os quatro, dois para cada braço.

– Mas no fim a Scarlet nem precisou bater nele. A própria noiva chutou as bolas do safado e socou a cara dele com o buque. Diversas vezes, pelo jeito. - Juvia terminava de relatar os fatos - Só quando a Lucy terminou de contar a história que vi a Evergreen saindo do banheiro ainda com o vestido de noiva.

Isso mesmo. Toda aquela confusão ainda rendera-lhe uma nova amizade.

Gray socava a bancada não conseguindo parar de rir.

O moreno era forte para bebidas então quase não tinha histórias para contar. As de que melhor se lembrava eram a de entrar em brigas e só. Mas Juvia?! Juvia era simplesmente hilária em qualquer situação da vida. Bêbada ou sóbria.

– Eu não acredito nisso.

– É tudo verdade. - Juvia afirmou - Parece que um dos convidados até filmou o barraco todo. Todas nós temos uma cópia do vídeo. - ele gargalhou mais alto. Estava quase chorando.

– Você nasceu para ser protagonista de micos em vídeos.

Brava, ela deu um tapa em seu braço

– Cala a boca e vem me ajudar. - o puxou para perto do fogão onde estava trabalhando.

– Minha ajuda? Eu nem sei fazer isso.

– Sério? - perguntou com falsa animação e um mão na cintura - Você não passa fome, não? - Gray bufou

– Eu sei cozinhar. Tive que aprender se quisesse morar sozinho. - explicou - Eu não sei é fazer doces. Não sou muito fã então não vi necessidade em aprender.

A boca de Juvia se abriu em um perfeito formato de “o”. Ela parecia assustada.

– Como assim? Que calamidade - parecia ofendida - Como um ser humano normal pode não gostar de doce?

– Não disse que não gosto, só não sou fã. De vez em quando eu como.

– Que bom que pensa assim por que ia comer de qualquer jeito. Não comecei a fazer bolo para você dizer agora que não vai comer. - ele soltou um riso baixo - Fazer chantilly é bem fácil. Vamos fazer o convencional mesmo. - ela ajeitou o que seria necessário na frente dos dois.

– Certo. Por onde eu começo? - Gray esfregou as mãos.

– Isso, animação. - exclamou - Tudo bem. Coloca dentro da vasilha duas caixinhas e meia de creme de leite. - as caixinhas estavam geladas e abertas, pois Juvia teve de tirar o soro. Depois que ele terminou ela continuou - Agora quatro colheres de açúcar e uma meia de chá de essência de baunilha. - Gray seguiu as instruções cuidadosamente enquanto ela o inspecionava.

– Pronto. E agora?

– Só bater - e ligou a batedeira.

– Só isso? - ele parecia bem surpreso.

– Fácil não é?!

– Até demais.

Depois de cinco minutos, mais ou menos, Juvia desligou. Continuou a mexer levemente com uma colher para conferir se estava com uma boa consistência. Acenou positivamente para si mesma e roubou um tantinho com a ponta do dedo.

– Nada mal para sua primeira vez - comentou risonha. Pareceu aumentar o ego do moreno que respondeu um “É obvio” - Aqui. Experimenta. - estendeu a colher com um pouco para ele.

Gray se aproximou curioso por saber se estava realmente bom, afinal era a sua primeira vez fazendo algo doce. Quando ia botar a talher na boca, Juvia a esfregou do começo de sua bochecha esquerda até a ponta direita da sua boca. A lockser começou a rir quando pode vislumbrar os olhos negros arregalados, formulando o que ela acabara de fazer.

– Desculpa. - mentiu entre as risadas.

O moreno tirou uma boa quantidade da bochecha com a mão, pôs um pouco na boca e disse:

– Até que está bom mesmo.

– Não falei?

– É. Aqui. - ela não nem percebeu quando ele meteu os dedos na vasilha e espalhou chantilly em sua boca como vingança. - Come mais um pouco.

– Idiota. - Juvia tentou colocar um pouco mais no nariz do Fullbuster, mas acabou lambuzando a manga da blusa dele quando o mesmo tentou desviar.

– Ei, ei, calma. - Gray sorriu divertido. - Foi você quem começou. - ela bufou um tanto irritada limpando a boca. - Não fica assim.

Juvia virou-se para ele para responder e então Gray passou mais chantilly em seu rosto. Só que dessa vez no nariz. Ele tentava segurar a risada, vendo o rosto vermelho de raiva que ela fez, enquanto era estapeado.

– Chega. Chega. - ele não conseguiu segurar um riso.

Limparam-se na pia da cozinha e usaram o pano de prato para se secar. Gray ajudou Juvia a arrumar a bancada guardando os ingredientes que restaram e a batedeira. Quando terminaram esperaram apenas mais dez minutos parar tirar o bolo do forno. Um perfeito bolo de chocolate, levemente queimado nas pontas. Ela avisou que não poderiam cobri-lo ainda por estar quente então resolveram conversar um pouco mais.

No meio do assunto, a Lockser não aguentou e comeu um pouco mais do chantilly com os dedos. Desse jeito não teria o suficiente para o bolo, mas Juvia estava pouco se importando e acabou se sujando de novo. Um pouco do creme ficou abaixo de sua boca. Gray percebeu e achou graça.

– Você é muito desastrada. Nem consegue comer direito.

Se aproximou e tirou o pontinho branco com o dedo comendo logo depois, porém deixando um fino rastro ainda na pele da azulada. Chegou mais perto para terminar de tirar. Só que dessa vez ele pareceu perto demais.

De repente não era mais o resto de chantilly que lhe chamava atenção e sim os lábios finos um tanto rosados. E o Fuullbuster tinha certeza de Juvia não estava nem usando gloss.

Quando deu por si se perdeu nos olhos azuis como se pedisse permissão para continuar. Não podia negar que a moça era bonita. Portanto, como homem, era normal que se sentisse atraído.

E, ah, como ele estava.

Aquelas safiras escuras brilhavam tentando-o e a boca entreaberta estava convidativa demais para se recusar. Entretanto o moreno se segurava para não agir instintivamente com a louca do parque.

Juvia mais parecia uma estatua remoendo em sua cabeça se devia conceder permissão. Por um lado, apesar de acabar de reclamar sobre relacionamentos, ela estava meio que, digamos que na seca. A última vez que se lembrava de ter estado com alguém fora na festa de ano novo. E Gray estava ali, todo atraente com seu corpo sem calor, mas que ainda assim a deixava quente. Porém por outro lado, era Gray, um cara com quem iniciou uma relação amistosa - nem tinha certeza se podia chamar assim - de uma forma nada menos que desastrosa.

Ok. Gray cansou de esperar por uma resposta.

Ele não foi forte o bastante e mandou pro inferno seu autocontrole.

Antes que percebessem já estavam quase sem fôlego.

O Fullbuster mantinha o beijo segurando sua cabeça com os dedos entrelaçados entre os fios azuis. Com firmeza colou seus corpos ao puxa-la pela cintura, tal como ele não pode fazer durante o primeiro beijo dos dois por estar montado na moto. Nunca imaginou que um dia amaldiçoaria a existência daquela moto. Mas agora lá estava ele se desgraçando por não ter sentido aquele corpo sufocado entre seus braços antes.

Silver e Lyon tinha razão. Juvia tinha um belo corpo.

Só se separaram quando Gray a ergueu, com mais facilidade do que subiu as escadas, sentando-a sobre a ilha da cozinha. Nem ao menos precisou recomeçar o beijo, ela fez isso com mais urgência do que ele.

Adorou a sensação de ela puxar seu cabelo e apertar as pernas em seu corpo.

Não fez menção de controlar as mãos que, experientes, já desciam dos ombros aos joelhos da Lockser, arrepeiando-a. Quando ele passou as unhas de leve em suas coxas descobertas, antes de apertar suas nadegas, ela se permitiu morder rapidamente o lábio inferior de Gray. Então ele a abraçou com mais força passando os braços pela cintura fina e deslizando as mãos por suas costas de baixo para cima. Aproveitou o movimento para desatar o laço do avental.

Nenhum dos dois desviou o olhar enquanto Gray terminava de tirar a peça.

Ela se agarrou aos ombros largos ao sentir beijos gelados que desciam desde a ponta baixa de sua orelha até seu colo, descoberto pela gola em “V”. Beijos lentos e em intervalos demorados demais na opinião de Juvia. Gray refez o caminho passando os dentes de forma torturante na curva do seu pescoço, trazendo aquela sensação gostosa de que iria mordê-la.

Somente quando o sentiu enfiar os dedos debaixo de sua blusa, brincando com o cós de seu short e arranhando fracamente sua barriga que Juvia pareceu despertar.

Afastou seus lábios dos dele, interrompendo um beijo enquanto levava a cabeça para trás. Amparou as mãos no peito do moreno empurrando-o milímetros. Ainda em êxtase vislumbrou o olhos negros foscos de desejo, bem mais escuros do que ela achou que pudessem ficar. Pensou que não estaria diferente, levando em conta o coração acelerado e a respiração descompensada.

– Espera. - ele não parecia muito disposto. Juvia estava usando bastante força para mantê-lo afastado - Não acho que seja normal… - ela falava embolado. Reprimiu um suspiro quando sentiu a mão de Gray sobre sua coxa novamente. Tirou um das mãos do peitoral do moreno para parar a que estava em sua perna - Não acho que seja normal fazermos algo assim sendo que a gente se conhece há tão pouco tempo. - conseguiu concluir.

O Fullbuster, por sua vez, tirou a mão de Juvia com delicadeza de seu peito começando a beija-la da ponta do dedo anelar e subindo por toda a extensão de braço da garota. Quando chegou no ombro pulou direto para o queixo fino, Juvia quase no limite mal tinha forças para impedi-lo.

– Também não é como se fossemos um casal normal - ele lambeu o resquício de chantilly nela e a beijou.

Bom ponto. Droga. Ela não teve como discordar, mas não se rendeu tão facilmente.

– Eu ainda não acho q…

– Juvia. - a cortou com a voz rouca e séria. Apesar do desejo ali ainda contido seu olhar era bem mais firme. Quase penetrador. - Eu não vou fazer o que não queira.

Ela pareceu receosa novamente. Olhou para diversas direções tentando botar a cabeça no lugar e pensar no que queria. No que seria certo.

Certo? Quando voltou a concentrar o olhar em Gray, com os nós dos dedos brancos por estarem tão presos ao balcão como se estivesse tendo de se controlar muito para não atacá-la, Juvia sentiu que não queria fazer o certo.

Também não seria a primeira vez.

Porém algo ainda a impedia e ela não conseguia entender o que era. Medo talvez.

Decidiu ser impulsiva. Antes que se arrependesse pegou a garrafa do moreno do seu lado ainda com metade da cerveja. Bebeu metade de uma vez e o puxou pela camisa dizendo:

– Que se dane. - o beijou

Sorrindo, o moreno tirou a camisa revelando o dragão chinês. Ela teve que admitir que sentiu falta daquele bicho.

– Merda. Será que não vou ficar uma vez sem te ver sem camisa?

– Espero que não - Ele riu jogando a peça no chão da cozinha.

Rápido recomeçou novamente com os beijos retirando a camiseta feminina devagar. Querendo repor o tempo perdido. Depois tudo passou como um borrão. Foram poucas as coisas em que Juvia conseguiu se concentrar, mas com certeza nenhuma delas envolvia o bolo no balcão.

[...]

Aquilo era estranho.

Ao menos Juvia se sentia assim.

Não por ter transado com um cara na sua sala, mas sim, porque, esse cara tinha sido ele.

Gray Fullbuster. Alguém que ela conheceu de uma maneira que no mínimo podia ser considerada bizarra e com quem teve uma convivência inusitada demais para ter chegado aquele ponto.

Agora, depois de vestidos e duas horas – não necessariamente todas de sexo, ele estava parado na sua porta segurando uma sacola com duas garrafas de cerveja e um pedaço de bolo dentro. Ela não sabia o que dizer e esfregava a mão no braço a cada um segundo com medo de encarar os olhos escuros.

Gray? Gray parecia bem tranquilo achando graça de ela estar sem jeito.

– Então... – começou incerta.

– Sabe que não precisa ficar assim por causa de sexo casual, não é? – ela fez cara de ofendida e estava pronta para retrucar, porém ele a cortou antes que pudesse – Mesmo que tenho sido bom.

O rosto de Juvia se pintou de vermelho. Ela começou a gaguejar perdendo a fala novamente e o moreno cobriu a boca tentando se controlar para não rir. Era tão fofa.

– É-é melhor você ir embora. Boa viagem, tenha cuidado na rua e obrigada por me ajudar com as compras – começou a empurrá-lo de forma desesperada para fora para poder fechar a porta – Até depois.

Rindo ele forçou o corpo para que ela não conseguisse mais movê-lo. Ela não teve chances, parecia uma formiga empurrando uma pedra.

– Ei, calma. – disse risonho – Sabe... vai ter outra manifestação amanha. Você não quer ir comigo?

Juvia parou de forçá-lo para fora e cruzou os braços, querendo parecer firme respondeu:

– Desculpa, mas eu não tenho coragem de sair nua por ai.

Gray se aproximou um pouco mais e começou brincar com uma mexa do cabelo azul.

– Pode ir de roupa se quiser – a Lockser estava pronta para dizer que, ainda assim, não tinha coragem de sair por ai no meio de um monte de gente pelada quando ele continuou – Até porque eu não gostaria que outra pessoa além de mim te visse nua.

Nem terminou de falar e já começou a rir riu da cara de pimentão vermelho dela. Ela ficava uma gracinha daquele jeito, nunca iria negar isso. E Juvia nem pode notar o fio de ciúmes na frase, estava mais concentrada no sorriso charmoso e brincalhão no rosto dele. Maldito.

Em um pensamento rápido, bateu forte com a porta na cara do Fullbuster. Escorregou pela porta sentando no chão. Sentiu seu rosto quente e o escondeu entre as mãos. Teve uma vontade louca de bater nele, mas não teve certeza se era apenas aquilo.

– Então a gente se vê. – Gray ainda ria dela, mesmo que do outro lado da porta.

Juvia ainda tentava entender o que foi tudo aquilo, então não respondeu nada. E nem precisava.

Isso por que de um jeito ou de outro... Ao acaso ou não... De forma estranha ou normal... ela sabia que eles acabariam se encontrando novamente.


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Notas finais do capítulo

Oi!
Sim, eu estou bem sumido e ao mesmo tempo atrasada.
Sinto muito. Esse mês foi todo apenas de provas na minhas escola, só agora que eu sai desse período difícil (na verdade eu ainda estou nele considerando que tenho mais duas provas semanais, mas pelo menos não são mais diárias).
Porém agora voltei com o que é, aparentemente, o ÚLTIMO CAPITULO dessa história maluca.
Ainda tem um pequeno epilogo, mas a historia em si termina aqui.
Eu espero realmente que tenham gostado.
Tentei trazer algo despojado e cômico porque já estava enjoada de tanta história com tanto drama por ai. Nunca foi minha intenção terminar com algo do tipo se apaixonaram do nada e no fim fizeram promessas amorosas e tudo mais, até porque muitos relacionamentos não são assim e eu não acredito que algo assim ocorra em menos de um mês.
Sempre fui na intenção de terminar assim, com o gosto de querer saber o que está por vir apesar de se ter a certeza do que eles vão ficar juntos. É ruim? Horrível. Eu falto matar a mãe dos escritores que fazem filmes assim, mas eu meio que gostei disso nessa fic.
Eu estou em êxtase!!!! Enquanto estive fora recebi não uma, mas DUAS RECOMENDAÇÕES. Juh Kushieda e Karura chan não puderam me deixar mais feliz. Muito obrigada de coração.
Agradeço também a todas que acompanharam, favoritaram, comentaram ou simplesmente leram, todas aquelas que vieram até aqui comigo e as que chegaram agora! A Hell adora vocês!
Então até o epilogo (o qual possivelmente sera betado, arranjei uma beta que vou fazer arrumar todos os caps anteriores também!) e me desculpem novamente pelo atraso.
Bjuks! =*



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