Eu estava incomodado com o beijo, isso era visível. Eloise que andava junto a mim de mãos dadas estava pior, era notável sua raiva, o rancor e o ciúmes. Sua mão apertava fortemente a minha, de modo que suas unhas arranhassem levemente minha pele. A loira mordia o lábio inferior fortemente, e lançava um olhar raivoso a qualquer um que a encarasse por mais de alguns segundos, e logicamente essa pessoa se encolhia rapidamente.

Não entendia por que Eloise fazia esse teatrinho, se gostava tanto assim de Nicholas ao ponto de quase matar alguém por beija-lo, namora logo com o cara e para de sofrer. Eu não podia também falar muito de suas atitudes, já que, eu também me incomodei ao ver o beijo. Mas em minha defesa ao contrario de Eloise, eu não estava totalmente apaixonado por Maribel, claro que não, só não aceitava perde de novo outra garota para o Thompson.

Maribel era a segunda garota que preferira o Thompson a mim. Eu e o adorado Nicholas nunca fomos melhores amigos, e isso piorou quando comecei a namorar Eloise, desde então temos uma disputa interna para decidirmos qual é melhor, mesmo que eu ache meio idiota isso às vezes – só às vezes.

Eloise me abandona a partir do momento em que nos esbarramos com Tabatha e Teri, as três saem andando pelo corredor com Eloise na frente e as duas há alguns passos atrás. Elas são grandes amigas e isso eu respeito, mas Tabatha mais parece à segurança de ambas e Teri o cachorrinho de estimação de Eloise e chega a ser ridículo.

Estou frustrado e minha vontade era de socar a cara do Thompson. Mas tinha algo melhor em mente, e assim conseguiria o que eu quero Maby.

Vou ate meu armário e pego meu caderno para a próxima aula, em seguida procuro pelo segundo andar meu parceiro de crime, Hector Fornazier. Somos amigos há alguns anos, desde o fundamental, mas quando fomos para o colegial cada um seguiu seu lado. Eu sou o garoto que toda a garota quer pegar e popular, ele é o garoto tímido que quase todos o acham assustar pelo seu tamanho e estilo de se vestir que se baseia em preto. Hector era meu amigo mesmo com nossas diferenças, ele me ajudava quando precisava e eu fazia o mesmo por ele.

Encontro o mesmo sozinho no corredor, ele usava as habituais roupas pretas e estava encostado em seu armário lendo mais um de seus livros de romance, que me fazia perguntar como alguém podia ter medo de um garoto que gosta de ler Nora Roberts.

— Lendo mais um romance meloso, Hector? — Me aproximei. O moreno de olhos verdes olhou para mim com um sorriso debochado.

— Vampire Academy, não se baseia só em romance pra sua informação. — Falou dando um soco em meu ombro.

— Dude, preciso de um favor. — Falei indo direto ao ponto.

— Pode falar. — Falou enquanto guardava o livro em seu armário que antes estava encostado.

— Preciso que você siga uma garota pra mim. — Ele me olhou com uma sobrancelha arqueada, e continuei — Não é fora do colégio, só quero que você a vigie pra mim durante as aulas e quando ela sair da sala em meio do período de aula você me manda mensagem.

— Me deixa ver se entendi. Você quer que eu perca provavelmente todas as aulas de hoje para vigiar uma garota pra você, para quando ela sair da sala dela, sozinha, totalmente desacompanhada mandar mensagem para você, é isso? — Afirmei com um movimento de cabeça. — E o que você pretende fazer quando eu te mandar a mensagem?

— Isso faz parte da segunda metade do plano, primeiro ela tem que estar sozinha para você me mandar mensagem e eu a executa-la. — Hector não parecia tão de acordo com meu plano. — Vamos lá Hector. Não é a primeira vez que você vai enforcar um dia todo de aula, e eu e você sabemos que não será o ultimo ate nossa formatura.

— Tudo bem, quem é garota?

— Maribel Morgan.

— Hey, essa não é a garota que você estava a fim de levar pra cama?

— A mesma, eu não quero perder outra pro Thompson. Você sabe como é. — Falei sorrindo e o mesmo concordou antes de cada um ir para sua sala.

✖✖✖

Estava na segunda aula quando chegou uma mensagem de Hector avisando que Maby estava na sala dos professores e que logo voltaria para sua aula de Redação. Disse ao professor que iria ao banheiro e sai da aula de calculo.

Segui em direção à sala dos professores e encontrei não muito longe da porta Hector, o mesmo olhava para o celular distraidamente e quase nem me percebeu aproximando.

— Ela esta lá dentro há alguns minuto logo vai sair, o que você vai fazer agora? — Perguntou sem tirar a atenção do celular.

— Eu vou ficar na sala de química desse andar que está vazia, quero que você a leve para lá. Feche a porta e vá embora, acha que pode fazer isso? — Perguntei debochado.

— Possivelmente ela não ira comigo de livre e espontânea vontade, você sabe como garotas como ela ficam quando me veem. Acham que provavelmente vou estupra-la ou rouba-la. — Continuou a olhar o celular.

— Não tenho culpa que você passa essa impressão. — Falei sarcástico e ele me olhou serio. — Mais serio, dá seu jeito Hector você que esta sempre lendo esses livros românticos, vou deixar a porta aberta, provavelmente ela passara perto quando estiver indo para sala, só quero que você a faça entrar lá dentro. — Ele suspirou e guardou o celular no bolso da calça.

— Esta bem, eu vejo o que faço na hora agora vai pra sala que ela já deve estar saindo.

Fiz o que ele pediu me sentando-se à mesa do professor. Não precisei esperar muito pra logo Maby aparecer, Hector a havia empurrado para dentro da sala de um modo nada delicado, e antes que ela pudesse se recuperar do susto ele já havia fechado a porta e ido embora.

Tentei inutilmente segurar o riso o que a fez me olhar enraivecida. Discutimos um pouco sobre minha relação com Hector que foi bem rápida, e perguntei a ela o que eu queria saber.

— Então virou namorada do Nicholas agora? — Perguntei tentando a irritar com meu tom de voz, mas sem duvidar tocar o nome dele me incomodava de um jeito que não era bom.

— Desde quando é da sua conta Mike Mcall. — Falou em um tom falso de indiferença, que me fez querer rir.

Maby, nunca conseguiria ser essa garota fria que esta sempre indiferente a tudo ao seu redor, e esse seu ato falso só me fez querer provoca-la um pouco.

— Nossa nunca pensei que meu nome ficaria tão sexy saindo de seus lábios. — Falei com um sorriso que Eloise gostava de chamar de galanteador, em seguida puis a mão em seu queixo a e vi estremecer e eu sabia que a mascara de garota fria tinha ido embora.

— O que você quer Mike? Estou perdendo aula por sua culpa.

— Só quero saber se você esta se iludindo ou não com nosso querido Nick. Afinal eu sou seu amigo, tenho que te manter longe de problemas. — Falei inocentemente.

— Que problemas? E como assim se iludindo? — Perguntou.

Confesso, estávamos pertos e minha vontade era de beija-la, mas ela nunca permitiria se ela e Nicholas estivessem envolvidos e também por que Maby não gostava desde o começo de mim, e tenho quase certeza que era devido às fofocas de Christopher. Desfiei meu olhar com muito custo de seus lábios e olhei nos seus olhos eu queria aquilo e queria muito, e Mike Mcall sempre conseguia a garota que queria, e passaria por cima de Nicholas se preciso.

Ela corou quando percebeu nossa aproximação e isso me fez sorrir, ela era tão linda. Então eu simplesmente fiz, menti para ela sobre tudo, desde que se deixa Thompson ser o vilão da historia nem que fosse por alguns minutos. Ela logicamente descobriria mais tarde que era tudo mentira, mas eu só precisava a deixar com esse ponto de interrogação na cabeça por alguns minutos, o tempo suficiente para beija-la.

Deu certo, ela havia ficado confusa e estava perdida em seus pensamentos que me deixou aproximar mais sem contestar ou tentar me afastar, então eu continuei.

— Não foi certo o que ele fez com você, iludir uma pessoa assim deveria ser crime. Sabe o que eu acho que você tem de fazer? — Perguntei, fazendo-a engolir a seco quando percebeu meu olhar em sua boca.

— O que? — Perguntou ofegante.

— Acho que você devia dar o troco. — Ela ficou sem reação por alguns segundos e aproveitei esse momento para encostar meus lábios nos seus.

Começou com um leve selinho nenhum de nos móvel os lábios e ela ainda estava surpresa, mas depois eu dei continuidade ao ato, comecei a mover os lábios de vagar e ela me acompanhou ate que virasse um beijo feroz. Sua mão estava em meu cabelo e a outra na minha cintura. Eu estava gostando disso, ela me correspondia e estava gostando daquilo, e assim como eu não parecia querer parar tão cedo.

Mas algo mudou e ela me afastou tão rápido que quando dei por mim já estava sozinho na sala, queria ir atrás dela para continuarmos, mas só consegui ficar parado na parede olhando para o céu.