Elijah retribuiu meu sorriso fraco e se juntou a Klaus tomando um pouco de wisky, e no canto da sala não muito longe deles estava Kol que se levantava ainda arfando.
– Saiba que da próxima vez Niklaus – Kol disse com amargura – eu não vou segurar a onda!
– Você estava segurando a onda é? – Klaus disse em tom de zombaria – pois nem pareceu.
– Ora vocês nunca param de brigar! – Elijah disse impaciente indo em minha direção, minha situação ali não era uma das melhores, ficar sozinha com Klaus é uma coisa mas agora com os três irmãos é outra e principalmente sobre as circunstancias que nos encontrávamos.
– Então Caroline – Elijah pousou sua mão no meu ombro e me levou próxima a janela da casa que estava aberta, mostrando as pessoas que ali passavam e as casas que ficavam em frente.
Por um momento pensei ter visto alguém nos observando, estava entre os arbustos porém dei de ombros afinal não é a primeira vez que tenho essa impressão.
– Fiquei sabendo por intermédio de Kol que você e Klaus assumiram um relacionamento sério – porque ele dizia as coisas com tanta formalidade? Era até engraçado.

– Bom é... – eu me enrolei e fiquei pensando no que diria, não fazia idéia da resposta, não sabia se Klaus voltaria comigo, Elijah me olhava esperando uma resposta e a única coisa que eu consegui fazer é abrir a boca e fechar novamente.

– Me desculpe irmão – Klaus abandonou o copo de wisky sobre a escrivaninha – eu queria ter lhe contado mas ocorreram alguns imprevistos – ele lançou um olhar aborrecido a Kol- e não deu tempo – ele se aproximou de mim e me beijou, só que o beijo dele estava diferente, sem sentimento, sem amor era como se eu beijasse uma parede.

– Espero que coloque juízo na cabeça desse imbecil!

– Irei tentar – respondi com um sorriso fraco, aquela situação estava me deixando extremamente envergonhada. Porém eu estava mais aliviada afinal Klaus disse que ainda era meu namorado, nós ficaríamos juntos e isso era o que estava me incomodando.

– Quanto idiotice pela manhã – Kol disse me olhando com ironia – mas devo admitir que Klaus é com certeza um cara de muita sorte!

– Porque? – Elijah perguntou, Droga Elijah porque você tinha que fazer essa pergunta?

– Bom ela é doce... em todos os sentidos – ele riu sarcástico e se calou virando o copo de wisky, Elijah parece ter entendido então toda a situação, porque me olhou com os olhos arregalados e ficou intercalando entre olhar Klaus e Kol.

– Tenho que ir, preciso ir pro trabalho! – eu disse fazendo menção de sair pela porta, mas então percebi que uma mão segurava a minha era a de Klaus, e eu nem havia percebido.

– Eu te levo – Klaus disse e eu concordei com a cabeça, balbuciei um “tchau” aos dois irmãos e os deixei para trás.

Quando adentrei o carro e fiquei esperando Klaus vir, meu corpo estava todo arrepiado como se eu pressentisse algo que iria acontecer “ essa é boa uma vampira com calafrios”.

Ele então entrou no carro sem dizer uma palavra e arrancou em uma velocidade média, até a metade do caminho nenhum de nós trocamos uma só palavra, ele não me olhou porém eu não desviei o olhar dele e enfim tomei coragem de conversar com ele.

– E então?

– Então o que? – ele perguntou sem desviar os olhos do caminho, sua voz era seca.

– Como a gente fica?

– Do mesmo jeito que estamos! – ele não parecia o mesmo Klaus de horas atrás, seu sorriso sumiu de seu rosto, não queria mais me irritar para me ver sorrir e aquele brilho se esvaiu de seus olhos.

– Nós estamos juntos, então vamos ficar juntos não é? – perguntei com medo da resposta.

– Não – ele respondeu agora sim desviando os olhos do caminho e me encarando – nós estamos separados Caroline, Acabou! – quando eles disse isso, a palavras separados e acabou se repetiram pela minha mente e as lagrimas rolaram sem cessar por minha face.

– O-o que? – eu perguntei com a voz falhada.

– Isso mesmo você traiu minha confiança, e mais uma vez o hibrido foi traído porque eu não acho isso uma novidade? – ele disse amargurado e ironizando a frase.

– Você fez o mesmo comigo – eu disse secando minhas lagrimas e o encarando.

– Eu fiz pra te proteger! E você fez porque? – ele disse e eu não consegui responder, se eu tivesse uma resposta seria a mais ruim possível de lhe dizer.

– E então porque você disse aquilo a Elijah? Que nós estávamos juntos?

– Elijah não sabia até então... e eu não estava afim de discutir esse tipo de coisa na frente daqueles dois, nós terminamos e cada um vive sua vida – ele disse parando o carro, quando olhei para o lado já havíamos chegado ao meu trabalho.

– Você tem certeza? – eu disse secando as lagrimas que ainda restavam em meu rosto.

– Tenho – ele respondeu decidido e eu olhei no fundo de seus olhos, e ele manteve meu olhar penetrado em minhas Iris azuis.

Aqueles olhos azuis que brilhavam a me ver haviam sumido, agora era tudo um buraco negro de sentimentos ruins, no qual nem mesmo eu poderia salva-lo, lembro do dia em que ele me disse que eu era seu anjo azul “BLUE ANGEL” e que eu havia o tirado da escuridão, mas agora sei que não. Acabou.

– Tudo Bem, boa sorte e saiba que apesar de tudo eu ainda te amo!

– Sai do carro! – ele disse ríspido e eu sai imediatamente batendo a porta, e entrando a passos firmes dentro da empresa, meu rosto tinha uma expressão indiferente enquanto eu não chegava a minha sala.

Mas quando cheguei, meus olhos se dissolveram em lagrimas e soluços eu me encostei na parede e deslizei ao chão chorando descontroladamente.

Minha mão deslizou até o anel de safira azul que ainda permanecia em minha mão, eu o tirei e fiquei o observando até perceber uma palavra escrita entre eles.

– Blue Angel – eu sussurrei o observando atentamente e o tocando com os lábios, como se fossem os lábios de Klaus e eu os tivesse tocando.

Meu choro foi interrompido pelo meu celular vibrando em meu bolso, eu engoli o choro e atendi, sem prestar atenção no numero.

– Alô? – minha voz felizmente saiu normal.

– O dia chegou – uma voz feminina disse ao telefone, e logo o outro lado da linha começou a chiar e a falhar – não diga que eu não avisei – e enfim mudo novamente.

– Que droga tenho que mandar a telefonia saber quem esta me dando esses trotes!

– Senhorita Forbes – uma mulher baixa e loira adentrou minha sala me pegando sentada no chão encostada na parede, ainda bem que eu havia parado de chorar.

– Olá – pigarreei e me levantei como se nada tivesse acontecido – o que faz por aqui Annie?

– Vim te chamar para a reunião, você não se lembra? Você mesmo marcou!

– Marquei? – eu perguntei para mim mesma em voz baixa, mas pela cara de tédio que Annie fez ela deve ter escutado, e então me lembrei da reunião na qual era para mim estar a 1 hora.

Sai em disparada até a sala, discretamente é claro e Annie se apressava em me acompanhar quando entrei na sala havia vários empresários importantes me olhando com raiva, afinal ninguém gosta de ficar esperando.

– Me desculpem por favor – eu disse me sentando a mesa junto deles – eu tive uns imprevistos realmente sérios, perdi o horário, me desculpem mesmo!

– Só achei que uma editora chefe tivesse pontualidade! – Senhor Watson disse, ele era um velho carrancudo e muito avarento, mas também um dos mais importantes e fundamentais donos da empresa.

– Me desculpe eu prometo que não vai se repetir – eu disse quase que implorando.

– Calma senhores, ela é uma moça extremamente pontual nunca se atrasou então não a crucifiquem por chegar atrasada uma vez na vida – senhor Smith disse, ele sempre me defendia. E com um aceno de cabeça eu o agradeci.

– Tudo Bem Forbes – Watson disse – então desenvolva suas idéias antes que eu me arrependa!

– Obrigada – eu agradeci dando um sorriso nervoso e ligando meu computador.

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Quando a reunião acabou Smith disse que eu deveria ficar até mais tarde hoje para preparar todos os procedimentos que foram resolvidos na reunião.

Enfim teria que falar com pelo menos uns 100 modelos diferentes, fazer teste com eles, arrumar figurinistas, cabeleireiros, maquiadores e tudo mais. As vezes me pergunto como consigo dar conta de tudo isso praticamente sozinha.

Acabei ficando tão focada no que estava fazendo que as horas se passaram como uma bala de tão rápida, eu gostei de estar focada em algo que ocupasse minha mente, por alguns momentos consegui esquecer Klaus e toda a dor que se alojava em meu peito nesse momento. Quando olhei no relógio já passava das onze da noite, era melhor eu ir embora ou se não acabaria madrugando, claro que havia trabalho pendente mas eu iria deixar para outro dia agora eu só precisava da minha banheira e dormir.

Fui até uma pequena sala que tinha ao lado da minha onde havia uma cafeteira, peguei um de meus velhos copos de café e enchi com um café quentinho e me direcionei para a porta do elevador, quando ele enfim parou e sua porta se abriu, um grito acudo ecoou pelo salão me fazendo levar um susto. Era a irritante Mulan opa... Jenifer que gritava meu nome e vinha em minha direção.

– Você é surda não é? – ela perguntou ríspida.

– Desculpe é sua voz é tão aguda que pensei que fosse uma gralha – eu disse usando o mesmo tom.

– Olha aqui sua Barbie... – ela parou no meio da frase como se ela tivesse lembrado de algo – bom, vamos para a sala do Smith ele esta a sua espera.

– A essa hora? – eu perguntei franzindo o cenho.

– Assim como você ele também tem alguns trabalhos pendentes e bom ele quer resolver algo com você e não me pergunte o que é! – ela disse se virando e andando, eu continuei parada a olhando – Você vem?

– Claro – respondi apressando o passo para alcançá-la.

Para ir a sala de Smith tínhamos que virar alguns corredores e pegar um elevador para o segundo andar, afinal a sala do chefe nem se compara a de um reles empregado.

Jenifer e eu entramos no elevador e o silêncio pairou no ar, ela me olhava com um olhar apreensivo, curioso e debochado.

– Klaus te trouxe hoje não foi?

– É – eu respondi, se eu falasse mais do que isso minha voz iria embargar e bom eu odeio parecer fraca.

– Fiquei sabendo que você saiu do carro chorando, e se atrasou para a reunião pelo mesmo motivo, vai me dizer que já levou um pé na bunda?

– Cala boca! Eu e Klaus estamos mais juntos e felizes do que nunca esta bem! – eu berrei para ela com toda a raiva que eu sentia, ela me olhou com os olhos um pouco arregalados e um sorriso vitorioso na boca como se tivesse ganhado na loteria.

Quando o elevador enfim abriu e acabei saindo na frente, estava cansada de ver aquela garota em minha frente, porem parei antes de entrar ela deveria abrir a porta pra mim.

– Folgada – ela disse enquanto abria a porta – Senhor Smith chegou a hora. – Chegou a hora? Eu fiquei sem entender do que ela estava falando.

– E então senhor? Porque mandou me chamar? – eu disse indo até perto dele, o café ainda quente em minha mão.

– A senhorita ficou até tarde hoje – ele que estava sentado em sua cadeira se levantou e se pôs em frente a mesa – facilitou muito o meu trabalho.

– Senhor eu não estou lhe entendendo. – eu disse realmente confusa.

– E nem precisa – ele disse – Jasmine por favor.

– Jasmine? – eu perguntei, quem seria Jasmine?

E quando eu fiz menção de me virar algo atingiu minhas costas muitas vezes e minhas veias começaram a pegar fogo, eram dardos de verbena, minha visão começou a embaçar e o copo em minha mão se colidiu com o carpete azul claro e eu cai no chão.

– Bons sonhos Caroline! – a voz masculina alterada disse perto de meu ouvido e eu pude ouvir a risada feminina ecoar pela sala até o meu consciente ser desligado e o meu mundo se perder na completa escuridão.